No mesmo dia que a prefeitura foi denunciada pelo superfaturamento de R$ 4 milhões pagos a mais pelas cestas básicas dos servidores públicos de Cotia, fornecidas pela empresa Agro Comercial da Vargem Ltda, processo já encaminhado ao Ministério Público do Estado de São Paulo, vem à tona mais uma denúncia envolvendo as duas citadas.
Dessa vez o superfaturamento fica por conta dos itens que compõe a merenda escolar das escolas do município. De acordo com contrato firmado pela prefeitura de Cotia e a empresa Agro Comercial da Vargem Ltda, no valor total de R$ 4.699.997,36, assinado em 25 de janeiro de 2018, para o fornecimento de alimentos estocáveis para merenda escolar, itens como o arroz aparecem com o mesmo preço unitário que o encontrado pela marca mais conhecida do mercado a varejo, assim como os biscoitos cookies quatro grãos da marca Mosmann que são faturados para a prefeitura por R$ 25,91, mas é possível comprar o mesmo produto pelo serviço de televendas do fabricante por R$ 14,00 o kg.
O extrato de tomate de 1,020g da marca Quero comercializado por R$ 8,50 nas lojas Americanas, custa para a prefeitura de Cotia R$ 28,15. Já o quilo da rosquinha de coco foi faturado em 8 de março por R$ 11,56.
O contrato assinado pela prefeitura de Cotia com a empresa Agro Comercial da Vargem prevê o pagamento de R$ 28,81 no kg do leite integral em pó da La Sereníssima. Mas os consumidores que fazem suas compras no Extra.com pagam pelo mesmo produto R$ 21,87, R$ 6,94 mais barato que o valor pago pelo governo local.
E a população de Cotia indaga. Por que uma prefeitura que compra produtos alimentícios em grandes quantidades paga o mesmo valor que os produtos vendidos de forma unitária nos supermercados comuns?
Outro exemplo a ser considerado é o preço de R$ 13,65 pagos no saco de 5kg de arroz da marca Agro, sendo possível comprar um produto equivalente por R$ 9,79, caso da marca Namorado comercializado pelo mercado Tenda.com.
Também restam dúvidas quanto ao trabalho executado pelo Tribunal de Contas, responsável por verificar a legitimidade de todas as licitações dos municípios de São Paulo, em relação à aprovação dessa licitação específica, no qual o valor licitado supera os preços praticados aos consumidores finais.
Atualmente no município já existe um inquérito civil por improbidade administrativa, onde é verificada a participação da prefeitura como figura passiva.
