Quando a Bolsa de Valores de São Paulo cai mais de 10%, em um mesmo pregão, é acionado um mecanismo chamado circuit breaker. Ele determina a parada dos negócios para que os operadores “esfriem” seus ânimos. Pois bem, às 10hs22 de hoje foi acionado esse instrumento na Bovespa, quando o índice, que representa os preços das ações negociadas na bolsa brasileira, apresentava queda de 10,47%.
Às 10hs52 os negócios foram reabertos, o preços subiram ligeiramente do patamar em que se encontravam, voltaram a cair e voltaram a subir, revelando volatilidade, porém sempre em torno de 10% de queda. Às 11hs16 as cotações caíam 8,9%.
As negociações com o dólar americano já abriram o dia em alta. Ontem negociado, na média, a R$ 3,11, hoje tem negócios a R$ 3,40. Desse modo, o dólar está cerca de 30 centavos mais caro frente ao real, um subida percentual de 9%.
Os títulos brasileiros negociados no exterior também caíram. Os credit default swaps, que representam operações em que uma parte assume o risco de inadimplência e a outra fica protegida desse evento, subiram 0,6% para o risco brasileiro de 5 anos. Isso significa que o “vendedor de proteção” contra a inadimplência do Brasil pede um prêmio maior pelo risco aumentado pelo noticiário político.
Os dados econômicos do país são muito ruins para os brasileiros: desemprego de 14,2 milhões de pessoas, quedas no comércio varejista, na produção industrial e nos serviços. Não eram, entretanto, ruins para os capitais que fluem pelo mundo em busca de ganhos financeiros.
O governo Temer representa o capital, especialmente o capital financeiro, no poder. Todas as medidas anunciadas nesse um ano de golpe buscam implantar políticas econômicas neoliberais que diminuem consideravelmente o risco das aplicações financeiras no Brasil. A queda iminente do grupo que tomou o poder e a incerteza do que virá impulsionaram o pânico de hoje nesse mercados.