A matéria que segue foi originalmente publicada no site CommonDreams e revela as ações e os discursos de muitas associações em todo o mundo, incluindo norte-americanas, contrárias aos ataques perpetrados por Trump. Denunciam a ilegalidade da ação e apontam a contradição do presidente que, no início do ano, proibiu a entrada de refugiados sírios nos Eua e agora, ao bombardear a Síria, se diz compadecido das crianças sírias, atingidas por armas químicas.
Grupos e ativistas pacifistas em todo o mundo condenaram, nesta sexta-feira (07/04), os ataques de mísseis do presidente Donald Trump contra a Síria.
Classificam a ação de imprudente, ilegal e hipócrita.
Nos Estados Unidos, uma coalizão de organizações – incluindo CREDO, MoveOn.org, Peace Action e Win Without War – advertiu que o movimento de Trump não era “liderança” e “não tornará nosso país mais seguro, nem acabará com o trágico sofrimento humano na Síria. “
“Não se engane, este foi um ato ilegal de guerra, lançado em violação da Constituição dos EUA e da lei internacional. O Congresso deve cancelar imediatamente seu recesso, debater e votar antes de qualquer novo engajamento militar por Donald Trump na Síria”, disseram os grupos .
A deputada Barbara Lee (Democrata – Califórnia), único voto discotdante, em 2001, no projeto de lei de Autorização para o Uso da Força Militar (AUMF), tuitou quinta-feira:
“Este é um ato de guerra.
O Congresso precisa retornar e debater.
Qualquer ação menor, estaremos abdicando de nossa responsabilidade.”
A American Civil Liberties Union (ACLU) também tuitou: “Os ataques químicos na Síria foram horríveis, mas a nossa resposta não pode violar a Constituição, que exige a aprovação do Congresso para a força militar”.
Protestos também estão sendo planejados nos EUA e no Canadá.
No Reino Unido, o líder do Partido Trabalhista, Jeremy Corbyn, disse que os ataques unilaterais podem agravar o conflito na região e pediu o reinício das negociações de paz. “A ação militar unilateral sem autorização legal ou verificação independente corre o risco de intensificar um conflito multifacetado, que já matou centenas de milhares de pessoas”, disse ele.
O grupo britânico Stop the War Coalition, que Corbyn presidia, pediu um protesto de emergência na noite de sexta-feira e qualificou os ataques aéreos de “xenófobos e reacionários”.
“Além de aprofundar a tragédia do povo sírio, esse ato irresponsável ameaça ampliar a guerra e levar o Ocidente a um confronto militar com a Rússia”, disse o grupo, além de criticar severamente a primeira-ministra, Theresa May, por seu apoio aos ataques. “É vergonhoso que Theresa May tenha se apressado em apoiar este ato, lançado pelo mais xenófobo e reacionário presidente dos EUA na história”, disse a coalizão. O protesto do grupo está programado para acontecer das 17h às 19h, hora local, no 10 Downing Street.
A Unidade da Esquerda, membro da Esquerda Europeia, declarou na sexta-feira: “Ações como estas não contribuirão para um acordo político ou para pôr fim ao conflito na Síria e aos trágicos acontecimentos que ali se desenrolam. Apelamos aos Estados Unidos para que cessem os ataques à Síria e se engajem no diálogo internacional com os países vizinhos e com a comunidade internacional “.
Muitos também salientaram a contradição entre às inúmeras tentativas de Trump de proibir os refugiados sírios de entrarem nos EUA com sua afirmação de que ele se sentiu compelido a agir depois de saber que crianças sírias foram mortas em ataques químicos no começo desta semana.
Kenneth Roth, diretor-executivo da Human Rights Watch (HRW), tuitou:
“Então, agora Trump retirará sua proibição insensível
contra refugiados sírios fugindo dessa matança?
Ou ele oferece apenas força e não compaixão?”
Texto de Nadia Prupis, publicado em http://www.commondreams.org/news/2017/04/07/illegal-act-war-trumps-unilateral-attack-syria-condemned, tradução de César Locatelli, para os Jornalistas Livres.
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