“SÃO ESSAS AS PROFESSORAS QUE VOCÊS QUEREM QUE EDUQUEM SEUS FILHOS?” SIMM!!!!
Na última plenária do 27° Congresso do SINPEEM – Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municípal – SP, nesta quinta-feira (20), ocorreu um episódio lamentável de machismo e covardia. Foi negada arbitrariamente uma solicitação de questão de ordem para apresentação de uma moção sobre a participação política das mulheres e enfrentamento ao machismo no sindicato.
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Após o presidente do sindicato, Cláudio Fonseca, vereador eleito pelo PPS (base de apoio do PSDB – Dória), negar fala às professoras e impedi-las de lerem a moção, elas subiram no palco em protesto e foram expulsas e agredidas física e moralmente pelos seguranças do local.
Veja abaixo a carta das professoras em repúdio ao episódio e a íntegra da moção não lida no plenário:
“Mais uma vez, nossa voz foi silenciada e desqualificada. Valendo-se do controle da mesa e da estrutura do sindicato foi negada a questão de ordem, garantida pelo regimento.
Com a nossa força coletiva, as mulheres ocuparam o palco para garantir a leitura da moção para a apreciação do plenário, que poderia votar a favor ou contra. Frente a isso, o presidente do sindicato orientou os seguranças particulares a retirarem as manifestantes que ocorreu com truculência e agressões físicas. Ao mesmo tempo, incitou o plenário contra a manifestação.
Frente às mulheres em luta que questionam as estruturas do sindicato, foi dito: “São essas as professoras que vocês querem que eduquem seus filhos?”reproduzindo a prática machista que tenta colocar “as mulheres em seu lugar”. Respondemos: SIM! Somos educadoras que não se curvam ao machismo!
Manifestamos aqui nossa indignação e repúdio a estas atitudes antidemocráticas, autoritárias e violentas.
Abaixo o machismo! Abaixo a truculência e a burocratização do sindicato!
MOÇÃO LUTA MULHER NO SINPEEM
Considerando:
A naturalização do machismo na sociedade, comprovada no aumento dos casos de violência, feminicídios e na cultura do estupro;
Que a ideologia machista, racista e lgbtfóbica reforça a superexploração
do capital sobre a classe trabalhadora de conjunto;
Que na sociedade 52% da população é mulher, assim como a maioria se declara negra;
Que a base do SINPEEM é composta majoritariamente de mulheres;
Que, no entanto, de um total de 35 membros da Diretoria do SINPEEM, apenas 17 (48,5%) são mulheres;
Que além da subrepresentação feminina no Sindicato, crescem atitudes de desqualificação, subestimação e até agressões verbais por parte de dirigentes sindicais sobre Diretoras, Conselheiras e R.E.’s nos Fóruns do SINPEEM;
Que o Sindicato não avançou em formação política, sindical e sobre as questões de gênero e raça sobre seus associados;
Que as mulheres da categoria vivem uma sobrecarga de trabalho com duplas ou triplas jornadas incluindo o trabalho doméstico;
O 27º Congresso resolve:
Que o SINPEEM deixe de tratar pautas de mulheres, negros e lgbt’s como sendo de “minorias”, mas como parte indissociável das lutas da categoria;
Que toda ação, piada ou subestimação das mulheres nos fóruns do Sindicato sejam repudiadas e combatidas imediatamente;
Que se constituam fóruns específicos para apuração e resolução de denúncias de machismo nos fóruns do Sindicato;
Que haja espaços de organização e formação ampla para as mulheres da categoria;
Que todas as mesas de direção dos fóruns do SINPEEM (Congressos, Diretoria, Conselho, Assembleias e R.E.’s) tenham representação feminina e não tenham posturas desrespeitosas, desqualificadoras, subestimadoras ou de ridicularização das mulheres;
Que todos os fóruns do SINPEEM tenham espaços de acolhimento e recreação para as crianças de modo a garantir a participação plena das mulheres e de suas demandas.
ASSINAM: MULHERES MANIFESTANTES DO ATO DE 19/10 NO 27º CONGRESSO DO SINPEEM.”
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