A Juventude que vai para as ruas lutar contra o golpe da direita, sempre se inspirou nas grandes lutadoras e lutadores da história que confrontaram um sistema historicamente opressor e que desde sempre beneficia a burguesia, já privilegiada.
Nosso povo, que foi para as ruas, veio cheio de calor e de energia. Têm as mãos calejadas e as rugas que o sol do dia-a-dia provocou. Esse povo sai do campo, vem de longe, larga seu dia de lavoura, sai correndo do trabalho, desce o morro, vem da universidade e vai às ruas porque tem consciência de que é explorado. Toma um lado nessa disputa porque sabe bem o que quer e defende.
Esse povo sabe, que muito acima dessa polarização partidária, o que está em jogo é a nossa democracia, ainda tão jovem e frágil.
Esse mesmo povo nunca se uniria às manifestações da direita, que desfila seu ódio aos domingos na praça. O lado e a posição do trabalhador nunca vai ser para beneficiar quem o explorou. Isso se chama consciência de classe. Infelizmente muitos nem sabem que estão tendo a força do seu trabalho roubado para fortalecer um sistema ganancioso que busca o lucro explorando vidas.
“Só se identifica com a luta do povo quem vive como povo, quem luta pela sobrevivência e sabe o preço que se paga para obter pequenas conquistas.”
Essa luta é coletiva e democrática sim. Não é espontaneísta, isolada, individual e sem bandeiras. Esse povo vem junto desde sempre, de mãos dadas com um sentimento de união, companheirismo e esperança de enxergar e lutar por um cenário melhor.
É preciso ficar claro que não queremos defender a permanência de um governo que trai um projeto de país e que deveria ser mais popular. O que está em jogo neste momento e o que move esse povo para as ruas é a defesa da DEMOCRACIA e de um Estado de Direito. Algo conquistado com muito sangue e suor, e mantida a custa de muitas batalhas travadas ao longo dos anos.
Esse povo sabe que não temos o governo como gostaríamos, mas estão fazendo pressão para que consigamos mais DIREITOS e mais voz. Não querem nenhum passo atrás, querem o avanço dos seus direitos, mais justiça social.
Lutam porque sabem que sem democracia, não serão ouvidos, não terão mais oportunidade de expressar seus desejos.
O povão está na rua pra lutar por um projeto popular que de fato fale a língua do povo, resistindo a uma direita raivosa que não quer perder seus privilégios e muito menos repensá-los, que compra a grande mídia e ilude o povo com falsas soluções propondo varrer a “corrupção” da histórica de um país através da quebra na própria constituição. Que democracia é esta?
MOMENTO ATUAL
Nesse cenário político, temos muita certeza de que não estamos vivendo somente uma guerra entre partidos e heróis, mas o acirramento de uma disputa de ideologias, de formas diferentes de interpretar a realidade que enfrentamos.
Esse povo vai para as ruas para mostrar que a saída antidemocrática que a Rede Globo — ou Rede Golpe — e os setores de direita, apontam como solução para a crise política, econômica e social que vivemos, nada mais é do que uma manobra ilusionista para manter o poder nas mãos de quem sempre o deteve; a burguesia! E não se enganem meus caros, a crise atual é a ferida aberta do modelo capitalista!
E para quem acredita que esse povo saiu às ruas agora, da missa não sabe o terço! Esse povo está acostumado a ir para luta, pois resistem diariamente às opressões, às injustiças, à exploração pelo capital. É o mesmo que se junta na luta por visibilidade dos negros e negras, que luta por reforma agrária popular, contra a exploração desenfreada da terra e dos recursos naturais, além de uma alimentação saudável sem agrotóxico. Luta também pela vida das mulheres, pela visibilidade da população LGBT e por respeito aos indígenas e quilombolas, que resistem ao extermínio.
É o mesmo povo que quer a taxação das grandes fortunas em detrimento da exploração do trabalhador comum, que luta por uma mídia plural e livre de manipulação e partidarismos, pela tributação e impostos justos. É esse povo que luta por uma solução para o país; uma reforma política que atenda os interesses das classes mais atingidas, através de uma Constituinte Popular, pois sabem que é só através dela que será possível mudar o sistema político brasileiro.
Por isso, no dia 18 de março, estivemos nas ruas, de Norte a Sul do país, porque sabemos que esse sempre foi o nosso espaço, conquistado por direito! E será nesse mesmo palco que vamos exigir cada vez mais liberdade e respeito, ocupando as ruas com mais amor e solidariedade. E desse lugar o povo nunca deve sair.
“Nós somos a maioria e a rua sempre foi nossa!”
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