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Imigrantes e Refugiados

TRUMP RECUA APÓS DENÚNCIA INTERNACIONAL

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“Estamos procurando uma maneira de manter as famílias juntas. É muito importante. Vamos assinar uma ordem executiva. Vamos manter as famílias juntas, mas ainda teremos que manter a firmeza, ou nosso país será atropelado por pessoas que não deveriam estar no nosso país, por crimes, por todas as coisas que não defendemos e não queremos. Vamos manter as famílias juntas, mas também temos que manter nossas fronteiras sólidas”, disse Trump diante de repórteres na Casa Branca, nesta quarta (20/6).

Mesmo com o recuo, é importante ficarmos atentos aos próximos passos deste governo, pois não ficou claro o que será feito com essas famílias de imigrantes latino-americanos, cujo único “crime” cometido foi ter cruzado a fronteira dos EUA, em busca de melhores condições de vida a seus filhos. A medida, segundo a Folha de São Paulo, afetou 8 crianças brasileiras.

O decreto, segundo Trump, será acompanhado de uma nova legislação no Congresso contra a imigração nos EUA. Vale lembrar que este país nasceu e historicamente se construiu com imigrantes de todo o mundo, enquanto no no atual governo estes são considerados criminosos, processados e mandados a prisões.

Ontem, a jornalista Rachel Maddow, no último minuto de seu programa “Tuesday Nights”, ao ler o boletim de notícias onde anunciava que o governo Trump estabeleceu três tipos de cadeia para a Segurança Nacional prender os menores (inclusive bebês) separados de seus pais, não conseguiu conter as lágrimas, e acabou por terminar abruptamente o programa.

Por Bruno Falci e Maíra Santafé, para os Jornalistas Livres. 

Assista abaixo ao vídeo do momento de emoção da apresentadora

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1 Comment

1 Comments

  1. Liv

    20/06/18 at 19:40

    Esse Donald Trump é um dos maiores filhos-da-puta do planeta e quem puder deveria dizer isso a ele, da maneira que for possível, com todas as letras

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Ação Humanitária

Operação elogiada por Bolsonaro na ONU despeja venezuelanos em Boa Vista (RR)

Comunidade formada por 850 indígenas e crioulos recebeu prazo do Exército para deixar o local até dia 28 de outubro

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Comunidade autogerida Ka'Ubanoko, em Boa Vista (RR) - Martha Raquel / Brasil de Fato

Em meio a uma pandemia que já matou mais de um milhão de pessoas no mundo todo, a Operação Acolhida do Exército Brasileiro anunciou no último dia 17 de setembro o despejo de 850 pessoas da comunidade Ka’Ubanoko de imigrantes venezuelanos indígenas e crioulos.

Por Martha Raquel e Jeisse Carvalho, do Brasil de Fato

“Desde que soubemos que teremos que sair, estamos vivendo muita pressão psicológica e social. Estamos vendo mulheres que não bebiam e começaram a beber, mulheres que têm chorado, crianças com medo”, relata Leannys Torres, indígena Warao e liderança da coordenação indígena da Ka’Ubanoko.

:: “Não queremos ser explorados, nem marginalizados”: indígenas Warao pedem autonomia ::

A Operação foi citada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante seu discurso na Assembleia das Nações Unidas (ONU), quando afirmou que “no campo humanitário e dos direitos humanos, o Brasil vem sendo referência internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que chegam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima”.

A comunidade Ka’Ubanoko cujo significado em português é “Meu espaço para dormir”, fica localizada na cidade de Boa Vista, capital de Roraima, e ocupa o espaço do antigo Clube do Trabalhador – uma obra que ficou abandonada há anos e abriga, desde o ano passado, crioulos e indígenas Warao, Eñepà, Kariña e Pemon. 

Alejandrina Cortez tem 5 filhos, sendo um recém-nascido, e agora vive diariamente a angústia de não saber o futuro de sua família. 

:: Indígenas Warao sofrem com péssimas condições de vida no abrigo público de Belém ::

“Me sinto mal, estou preocupada, não durmo bem, penso nos meus filhos. Não por mim, mas por eles que são pequenos. Agora eu tenho meu lugar. Meus filhos gostam de jogar [no quintal]. Será que eu não posso ter paz? Eu estou morando aqui. Estamos todos. Meus filhos gostam de brincar e estão acostumados com isso”, completa. 

Tanto a coordenação crioula quanto a coordenação indígena da comunidade escreveram uma carta à Operação Acolhida do Exército explicando a situação e pedindo que o despejo não seja efetuado sem diálogo. 

“Estamos cansados a ser pisoteados. Não nos negamos a deixar um terreno que sabemos que não é nosso, mas nós temos direitos e sabemos que há outras soluções. Queremos falar, dialogar, mas nos tratam como animais. Nos impõem, querem pensar por nós”, explica a Cacique Eñepa. 


Regras da Comunidade autogerida Ka’Ubanoko, em Boa Vista (RR) / Martha Raquel / Brasil de Fato 

O local atual é dividido em cinco áreas, entre espaços reaproveitados da construção do parque, casinhas de madeira, barracas e redes.

Os indígenas e crioulos convivem como uma comunidade, organizada por setores. Os moradores se dividem através de coordenações responsáveis por alimentação, saúde, esporte, infraestrutura, segurança, proteção da mulher, educação, cultura e limpeza.

Quando decidem por nós, estão violando os nossos direitos, de construir nosso futuro, de sermos protagonista 

Para Leannys Torres, da forma como está sendo conduzida a Operação Acolhida há um desrespeito com os direitos dos povos indígenas.

“Não somos migrantes, somos indígenas de toda a América e isso é algo que eles precisam aprender a respeitar. E quando decidem por nós, estão violando os nossos direitos, de construir nosso futuro, de sermos protagonistas. Estamos indignados”, ressalta.

:: Como é o atendimento à migração venezuelana durante a pandemia? ::

A alternativa apresentada pela Operação Acolhida é realocar as mais de 850 pessoas nos abrigos geridos pelo próprio Exército, onde é realizado um trabalho de interiorização das famílias quando são enviados para trabalhar em diversos estados do Brasil. 


Abrigo oficial do Exército São Vicente 2, no bairro São Vicente, em Boa Vista (RR) / Martha Raquel/Brasil de Fato

Um ser humano não merece viver a vida que eles nos oferecem em um abrigo 

Alguns moradores da comunidade explicam que já viveram nos abrigos e não gostariam de passar novamente por essa experiência.

“Não há privacidade. Um ser humano não merece viver a vida que eles nos oferecem em um abrigo. Viver com calor, comer na hora que eles nos entregam a comida. Não teremos o direito de escolher o que vamos comer pela manhã, ao meio dia e à noite”, protesta Deirys Ramos, Cacique Eñepa, pertencente à etnia Warao.

:: Indígenas venezuelanos sofrem com a covid-19 e a fome no Recife (PE) :: 

Com base em experiências passadas nesse tipo de instalação, ela afirma que as condições de moradia apresentadas são insalubres.

“Querem ter-nos como animais, mas nem os animais se tratam assim. É um lugar onde não há árvores, não há brisa, em que estaremos fechados por todo o dia. Faz muito calor, todos estaremos amontoados”, ressalta.

Torres ressalta que o espaço dos abrigos limita a prática dos costumes tradicionais desses povos.

“Nos abrigos não teremos a liberdade de expressar nossas ideias, nossos costumes. A vida dos Warao está ligada à terra e ter terra é ter vida. Ficarmos fechados num abrigo nos limitaria bastante, é como estar em um campo de concentração”, explica. 


Uma das construções da ocupação Ka’Ubanoko, que abriga indígenas venezuelanos em Boa Vista (RR) / Martha Raquel/Brasil de Fato

Educação prejudicada 

Para a Cacique Deirys, a vida em abrigos impacta também no processo de educação da comunidade.

“É um lugar que nem sequer nos asseguram a educação, que pra nós seria não só bilíngue, mas que deveria ser trilíngue porque nós falamos diferentes idiomas. Não somos só um povo indígena, somos quatro povos indígenas”, ressalta. 

Entre os crioulos, 80% falam português e todos falam a língua nativa, o espanhol. Entre as quatro etnias indígenas, algumas pessoas falam apenas o idioma originário e outros aprenderam o espanhol.

:: “Não queremos ser explorados, nem marginalizados”: indígenas Warao pedem autonomia ::

Yidri Torrealba, coordenadora-geral da comunidade e representante dos crioulos explica que a educação diferenciada para as crianças sempre foi uma prioridade dentro da comunidade. 

“Entre a população indígena e a população crioula aprendemos a viver em comunidade, implementando a educação diferenciada para as crianças, já que mais de 50% que não conseguiram vagas nas escolas”, conta.


Crianças da Comunidade autogerida Ka’Ubanoko, em Boa Vista (RR) / Martha Raquel / Brasil de Fato

Na última quarta-feira (30), representantes do Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público Federal (MPF) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) estiveram na comunidade Ka’Ubanoko para dialogar sobre a situação. 

Segundo Luís Ventura, coordenador do Cimi, no próximo 14 de outubro uma reunião deve acontecer entre MPF, DPU, Operação Acolhida e representantes de entidades internacionais. A reunião também irá contar com a presença de um procurador da República de Brasília (DF), representante da área da Defesa do Cidadão, e também Renan Sotto Mayor, presidente Conselho Nacional dos Direitos Humanos

Eles apresentarão uma petição para que se suspenda a operação do despejo da Comunidade Ka’Ubanoko e solicitar outro prazo, garantindo diálogo, consulta prévia e que as reivindicações dos ocupantes sejam consideradas.

Segundo o coordenador do Cimi essa é uma medida extrajudicial para convencer a Operação Acolhida e, se não atendida, as entidades acionarão judicialmente a operação acolhida. 

Questionados por e-mail sobre a operação, os diálogos realizados, as alternativas para os imigrantes,as condições nos abrigos e as formas de fiscalização utilizada para que os refugiados não sejam enviados para lugares em que sejam obrigados a trabalhar em situação análoga à escravidão, a Operação Acolhida não respondeu e disse que a Casa Civil da Presidência da República deveria ser acionada.

A equipe do Brasil de Fato tentou contato com a instituição, mas também não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

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Imigrantes e Refugiados

Polícia portuguesa agride brasileiras no carnaval de Lisboa

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Por Clara Luiza, de Lisboa , especial para o Jornalista Livres

A folia de carnaval em Lisboa terminou em agressão física por parte da PSP (Polícia Portuguesa) na noite do último domingo (23/02). Duas mulheres brasileiras foram agredidas de forma desproporcional por um grupo de agentes da polícia do serviço especial da capital portuguesa, ao lado da Estação do Cais do Sodré, ponto de encontro dos foliões após os cortejos de carnaval. O vídeo da agressão foi divulgado por uma das vítimas da ação brutal dos policiais.

https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/251294645863829/

Tai Barroso, editora do jornal lisboeta Rosa Maria, mora em Portugal há 2 anos e meio tenta proteger a mulher que estava sendo já violentamente abordada pelos agentes.  Os policiais, então, responderam de forma truculenta. Um deles usa o cassetete para imobilizá-las, joga-nas no chão e, no ápice da falta de controle por parte da equipe de polícia, um outro agente dispara um tiro para o alto, no meio dos foliões. A mulher que estava sendo agredida inicialmente prefere não ser identificada, mas em contato com Tai, revelou que sofreu uma fratura na cabeça e precisou ser suturada com seis pontos. Ela ainda afirmou que a violência foi gratuita e não houve nenhuma razão para que a polícia a agredisse.

a PSP se pronunciou ao jornal português Expresso admitindo que os agentes recorreram ao uso da força para deter uma mulher que, segundo eles, era suspeita de integrar um grupo que causou distúrbios no domingo na zona do Cais do Sodré. Em outras palavras, havia um grupo de foliões ocupando a rua do bar, onde ocorria a ressaca dos bloquinhos de Lisboa, quando a polícia tentou avançar com suas viaturas pela mesma rua e, impedidos pela multidão que ocupava a rua, partiram para a brutalidade.

Abusos por parte da PSP tem se tornado frequentes o suficiente para indicar a xenofobia e o racismo sistemático de Portugal.  Este não é o primeira vídeo de agressão por parte da polícia de portugal que é registrado na rua. Há pouco mais de um mês, no dia 19 de Janeiro, foi o caso de Cláudia Simões, mulher negra espancada por agentes da PSP que se tornou público. Cláudia foi espancada pela PSP em frente à sua filha de 8 anos, após ser insultada pelo motorista do ônibus de Vimeca, região do concelho de Lisboa. O que gerou toda a agressão foi o fato da filha ter esquecido o passe em casa. Depois de agredir, algemar e humilhar Cláudia, a PSP justificou a atitude brutal como “estritamente necessária para o efeito à resistência de Cláudia”.

Cláudia Simões mostra o rosto com hematomas após ataque da polícia portuguesa. Foto: Ana Baião / Jornal Expresso

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Argentina

Bloco de carnaval em Buenos Aires faz homenagem a Marielle Franco

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Foto: Ramón Moser

Do caminhão coberto de tiras de tecido flúor e prateado, vem a voz sem vestígio de sotaque argentino de Gabriela Mercado, cantando “Ai, como eu queria que fosse Mangueira, que existisse outro Zé do Caroço…”. Os surdos marcam o compasso como um coração à espera do estouro da bateria. Ao lado do estandarte, surge a placa da rua Marielle Franco. “Está nascendo um novo líder…”. Um público de mais de mil pessoas, entre argentines, brasileires e outres migrantes, segue o Bloco Cordão de Prata, o primeiro e único da cidade de Buenos Aires, que leva esse nome em homenagem ao rio que une a região.

Quem conduz o quarto desfile anual do bloco é Julia Cavalcante, instrumentista paulista com dez anos de experiência tocando em blocos tradicionais do Rio de Janeiro. Julia foi também uma das organizadoras do ato realizado em Buenos Aires no dia 14 de março de 2018 em homenagem a Marielle Franco. Naquela noite, pelo menos duzentas pessoas se reuniram espontaneamente no Obelisco da cidade estrangeira, ainda desorientadas pela notícia que vinha do Brasil. Com velas, abraços e canto, os migrantes brasileires mostravam concretamente aos militantes argentines do que se tratava a política com afeto defendida por Marielle.

Migrante, afrodescendente e feminista, naquele momento Julia acabara de montar sozinha um projeto cultural em paralelo à sua militância política, o Centro de Estudos da Música Brasileira (CEMBRA) e seu bloco de carnaval. Aos poucos, o projeto tomou todo o seu tempo e se tornou ele mesmo uma militância.

Foto: Ramón Moser

“Quando eu cheguei a Buenos Aires em 2015, percebi que os argentinos adoravam a música brasileira, mas não a conheciam em sua diversidade. Sabiam alguns ritmos do sudeste e da Bahia, mas não muito mais do que isso”, diz. “O carnaval brasileiro que chegava aqui era aquele moldado pelo capital turístico, financiado por marcas de cerveja e padronizado, sem a autenticidade e a diversidade estética que caracterizam o carnaval popular”.

Com o CEMBRA e o bloco, Julia, que agora conta com uma equipe composta por seus principais afetos na cidade, busca apresentar ao público argentino o verdadeiro carnaval comunitário de resistência, feito por e para o povo, e, com ele, os ritmos tocados em todo o país. Além de Zé do Caroço, o repertório de 2020 teve marchinhas dos anos 70, ijexá, maracatu, forró, funk carioca e duas cumbias, para também agradecer a cultura que há quatro anos recebe o carnaval brasileiro em suas ruas.

 

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