O governo de Michel Temer acaba de anunciar mais uma zombaria com todos aqueles que foram para as ruas pedir por mais transparência e lisura na política.
A última boa nova publicada hoje no Diário Oficial da União, que atualmente mais parece uma Seleção Nacional de Picaretas, é a contratação de João Salame Neto, para o cargo de diretor do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde.
Ex-prefeito de Marabá, no Pará, o jornalista Salame, foi eleito pelo Partido Republicano da Ordem Social, partido do qual hoje é presidente estadual, e teve seu mandato cassado em 2016 pela Justiça do Pará por improbidade administrativa. Em fevereiro do mesmo ano, a mesma Justiça estadual bloqueou seus bens por conta de uma dívida de R$ 14 milhões com o Instituto de Previdência Social dos Servidores Públicos de Marabá.
Lá em 2013, o então recém empossado já havia sido cassado por denúncias de compra de votos, porém retomou ao cargo por decisão monocrática do Tribunal Regional Eleitoral do Pará.
Em 2017, Salame conseguiu terminar seu mandato no cargo, mas deixou a prefeitura de 266 932 mil habitantes com um calote de milhões em salários de servidores, entre eles de professores, que só recentemente conseguiram um acordo para receberem seus pagamentos de 2016.
Hoje no Brasil, a Atenção Básica é a “porta de entrada” do paciente ao Serviço Único de Saúde (SUS), ou seja, é o serviço de Saúde mais próximo do dia-a-dia do cidadão. A sua importância está associada à diminuição de uso de serviços especializados e também está relacionada à redução da utilização de salas de emergência (OPAS, 2014).
O orçamento do Ministério da Saúde é o segundo maior da União. Para o ano de 2017 foram previstos recursos de R$ 125,3 bilhões para a área.