Jornalistas Livres

Tag: trabalho

  • Estamos vivendo uma loucura social

    Estamos vivendo uma loucura social

    Começamos perdendo nossos direitos, duramente conquistados, levaram de nós a CLT, a previdência social, a educação, os investimentos em pesquisa, em ciência, mais de 10 mil médicos, nos tiraram a saúde, a segurança, até a água no Rio de Janeiro tiraram.

    Nos entregaram goela abaixo um presidente incapaz, que sempre pregou armas como solução, discriminação de todos os tipos, o prazer de cortar benefícios, mas apenas dos trabalhadores, os deles, jamais.

    Um governo com diversos envolvimentos que deixam evidentes a presença de milicianos, um presidente ridicularizado no mundo inteiro, que não perde a oportunidade de ficar com a boca calada.

    Estamos enclausurados há muito tempo. Hoje, da pior forma possível, está estampado em todos os rostos o medo de estar preso num emaranhado social e financeiro.

    Sinto informar que estamos presos num mundo cruel, que acredita em meritocracia, que funciona assim: quem tem dinheiro vive bem, quem não tem, come o pão que o diabo amassou e ele que lute!

    Mas, pelo destino e pela primeira vez, muitas pessoas estão sentindo o peso do ELE QUE LUTE!

    Hoje, uma parte significativa da população entendeu que o dinheiro compra quase tudo, menos a vida! A vida digna para todos, ninguém merece viver preso num sistema capitalista.

    O peso do amanhã financeiro está batendo à porta de muitos. Pela primeira vez, a palavra fome começa a passar na cabeça da classe média. A fome é foda. A morte é foda, tudo está batendo na porta.

    Foto de Carolina Rubinato – Criança em situação de vulnerabilidade social, no centro de São Paulo

    Espero que possamos renascer como seres humanos, que haja a morte desse sistema cruel que pode nos deixar de uma hora para outra sem teto, que possamos deixar morrer a normalização com que tratamos a falta de uma casa para grande parte da nossa população.

    Acredito que agora dá para entender, vamos morrer, agora ou depois. Que a humanidade aprenda a compartilhar, isso aqui vai durar no máximo 80 anos, não existe nenhuma estabilidade em viver!

    Em nosso rico país, passar fome não deveria existir. Estamos vendendo tudo, nossas empresas, a saúde, a educação, estamos vendendo a alma para ter cada vez mais, somos o consumo desenfreado.

     

    Em tempos de corona, de incertezas plantadas, de isolamentos sociais, de medos, que possamos entender que o capitalismo é um sistema falido.

    Todo mundo tem o direito e merece viver bem.

    PS: Deixo claro que se Jesus estivesse vivo entre nós, o Bolsonaro faria arminha para ele.

  • Trabalhador de Supermercado: o que está ruim pode ficar pior

    Trabalhador de Supermercado: o que está ruim pode ficar pior

    Fotografia e Texto: Franci Brito, jornalistas livres

    Bolsonaro sempre admitiu que seu fetiche é os Estados Unido e que esse sistema neoliberal, “é um modelo a ser copiado”. Mas o Capitão Presidente nunca explicou que a cópia pode ser só a forma de submeter a classe trabalhadora a ofícios exaustivos para enriquecer os capitalistas.

    Na Flórida e nos outros 49 Estados americanos, operadores de caixa trabalham 8h por dia em pé. Exercem também duas funções, a de cobrar e de empacotar, ” é um trabalho exaustivos que nos doem as pernas”, disse uma operadora do supermercado Walmart do Lake Buena Vista (Orlando) que não quis se identificar.

    Em 1872 o sociólogo Karl Marx já dizia que em um sistema capitalista “o tempo e o cansaço ficam com o trabalhador e os lucros com o burguês” . E é esse modelo que o Capitão reformado quer implantar no Brasil.

     

    Segue abaixo algumas imagens do cotidiano do trabalho nas nesta rede de supermercados dos Estados Unidos.

     

     

  • Metroviários protestam no Palácio dos Bandeirantes

    Metroviários protestam no Palácio dos Bandeirantes

    Nesta quarta-feira (12), às 12h30, metroviários fecharam o portão de entrada do Palácio do Governo de SP devido a negativa do Secretário de Planejamento, o Maurício Juvenal, em receber uma comissão para tratar de compromisso assumido pelo Metrô na campanha salarial e que não foi cumprido até o momento. Ato teve início às 9h30 da manhã.

    Fonte: Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

  • 3 em cada 4 novos empregos são informais

    3 em cada 4 novos empregos são informais

    O boletim Emprego em Pauta, do Dieese, com base em dados do IBGE, revela que:

    1 O Brasil tinha 90,6 milhões de trabalhadoras e trabalhadores no primeiro trimestre de 2018.

    2 No segundo trimestre, o total passou para 91,2 milhões.

    3 A entrada de 600 mil pessoas no mercado de trabalho foi resultado de 8,8 milhões que estavam ocupadas e ficaram desempregadas, contra 9,4 milhões que estavam inativas ou desocupadas e conseguiram uma vaga.

    4 Dessas 9,4 milhões de pessoas empregadas, cerca de 7 milhões foram contratadas informalmente. Ou seja, praticamente 3 em cada 4 daquelas pessoas incorporadas ao mercado de trabalho não têm registro, trabalham por conta própria e não contribuem para a previdência ou são familiares auxiliares.

    5 No mercado de trabalho brasileiro geral, de cada 100 pessoas ocupadas cerca de 40 são informais. Nesse grupo, que entrou no mercado de trabalho no segundo trimestre de 2018, 74 de cada 100 são informais.

    6 De cada 100 trabalhadoras e trabalhadores que ingressaram no mercado de trabalho, no segundo semestre de 2018, 17 conseguiram registro na carteira.

    7 O salário médio real das pessoas ocupadas no Brasil foi de R$ 2.128 no período. O salário médio dos “novos” ocupados foi de R$ 1.023.

    8 O boletim conclui que:

    “A elevada rotatividade do mercado de trabalho brasileiro fica evidente quando é observado o número de contratações e desligamentos. Apenas entre o primeiro trimestre e o segundo de 2018, saíram da condição de ocupados 8,8 milhões de trabalhadores, enquanto 9,4 milhões deixaram a situação de desocupados ou de fora da força de trabalho e conseguiram uma vaga.

    A maioria dessas pessoas, entre as quais há um grande grupo de jovens, ingressou em trabalhos precários: maior informalidade, menor cobertura previdenciária, ocupações típicas de uma economia com baixo dinamismo (especialmente para as mulheres) e rendimentos inferiores à metade do mercado de trabalho em geral.

    Mais do que o estreitamento das oportunidades para os novos trabalhadores, o movimento descreve a falta de fôlego da economia brasileira para proporcionar, no curto prazo, alternativas mais estruturadas de trabalho, devido à fraca recuperação e a ausências de perspectivas melhores para o próximo período.”

    Nota
    1 Para ver o boletim completo: https://www.dieese.org.br/boletimempregoempauta/2018/boletimEmpregoEmPauta10.html

  • Demitidos do Grupo Abril fazem protesto digital no dia do Prêmio Claudia

    Demitidos do Grupo Abril fazem protesto digital no dia do Prêmio Claudia

    No Facebook e no Instagram, o Comitê de Jornalistas Demitidos do Grupo Abril publicou um manifesto revelando, entre outras dificuldades, a situação de ex-funcionários que, em tratamento contra o câncer, perderam o plano de saúde antes mesmo do término do aviso prévio. O texto ressalta a importância das mulheres premiadas e afirma que, inspirados nelas, os 1500 dispensados lutam para receber as verbas rescisórias negadas pela Abril. O Grupo entrou em Recuperação Judicial em agosto e deixou os empregados sem receber. Para os ex-funcionários, ao dar o calote e provocar o caos social, a família Civita, controladora do Grupo, perdeu a capacidade ética e moral de realizar o Prêmio e não deve pegar carona na biografia de cidadãs que lutam contra abusos — como este cometidos pelos empregadores. Os cards coloridos ilustram as postagens

    A íntegra do manifesto:

     

    “A festa de entrega do Prêmio CLAUDIA acontece nesta noite. As guerreiras que estarão no palco merecem nosso aplauso e reconhecimento. O Grupo Abril, que promove o Prêmio, é que não está à altura das brasileiras que lutam para mudar o país. Depois de dar o calote em 1500 profissionais demitidos, de não pagar a eles as verbas rescisórias, perdeu a condição moral e ética de outorgar qualquer prêmio.

    Ao se tornar um predador – provocando um desarranjo no mercado editorial do Brasil – e abandonar milhares de leitores com o fechamento recente de onze publicações, a Abril não pode pegar carona na biografia das mulheres do Prêmio Claudia. Elas ensinam a reagir ao opressor. Mostram como lutar por direitos. Combatem todo tipo de violência. Dão exemplo de resistência, tenacidade, perseverança. Nós, demitidos, lutamos hoje como uma vencedora do Prêmio Claudia.

    Toda hipocrisia deve ser denunciada. É falsa a intenção do Grupo Abril de destacar mulheres de coragem. Quer, na verdade, usar a imagem delas para tentar lavar sua honra. As candidatas dedicam a vida à defesa dos direitos humanos, a combater o opressor. Resistem e dizem não. Aprendemos com elas a enfrentar o Grupo Abril. E inspirados nelas, revelamos mais uma triste verdade: entre os funcionários jogados na rua já tem gente com fome e doentes com câncer que tiveram o plano de saúde cortado antes mesmo do término do aviso prévio.

    O clã dos Civita, que detém o controle do Grupo, não respeita as mulheres. Dos onze títulos fechados, oito eram femininos. Nas redações das revistas mortas, 95% da mão de obra era feminina. Mães e chefes de família perderam o sustento. A Abril Comunicações não tem mais respaldo para promover o Prêmio Claudia. A crua realidade é que fabrica esta vitrine para obter receita e atrair o patrocinador, que acaba chancelando os erros e corroborando com o calote dado aos que fizeram o nome e a importância da editora que foi a maior da América Latina.

    Reiteramos nossa homenagem às notáveis do Prêmio Claudia, incluindo as colegas que trabalham para que ele aconteça. Dão o sangue à tarefa e não terão o reconhecimento da Abril – que, com frieza e crueldade, vai atirá-las ao desemprego, sem direitos. Depois da reforma trabalhista ficou muito fácil para o mau empregador, sem responsabilidade social e compromisso público, descartar empregados e freelancers como se atira restos ao lixo. Às colegas, todo nosso respeito.

    Por último, reiteramos aqui nossa cobrança: Paga Civita, imediatamente, tudo que deve aos ex-empregados, homens e mulheres competentes que fizeram a fortuna da sua família.

     

    #PagaCivita

    #CivitaCaloteiro

    #AbrilComFome

    #PrêmioClaudia

    #PrêmioClaudia2018

    #Naturabroficial

     

     

     

     

     

     

     

     

  • EXCLUSIVO! Doria demite empregada doméstica durante tratamento médico

    EXCLUSIVO! Doria demite empregada doméstica durante tratamento médico

    Por Henrique Cartaxo, com colaboração de Martha Raquel e Cesar Locatelli, dos Jornalistas Livres

     

    O ex-prefeito e candidato ao governo de São Paulo João Dória Jr. está sendo processado por demissão ilegal da empregada doméstica, a senhora Josefa Gomes dos Santos, de 66 anos, que cumpria licença médica.

    Após 12 anos de serviço, dona Josefa Gomes dos Santos foi demitida enquanto fazia um tratamento médico por danos causados pela dura rotina de trabalho na casa de João Agripino da Costa Doria Jr., aquele que se denomina João Trabalhador, mas que deveria ter o apelido de João Explorador, ou Sinhozinho João Escravocrata, como eram seus antepassados, donos de centenas de escravos.

    Essas informações constam da reclamação trabalhista que ela ajuizou contra o empresário por danos morais e por horas extras não pagas, advindas do longo trabalho braçal que desenvolvia sem ajuda na ampla casa da família Doria. A ação também pede que o Ministério Público investigue o caso e tome as devidas providências contra João Doria Jr. e que sejam acionados a Delegacia Regional do Trabalho, o INSS e o Sindicato das Empregadas e Trabalhadoras Domésticas da Grande São Paulo, o SINDOMÉSTICA-SP.

    Doria pediu segredo de justiça sobre o processo.

    Os Jornalistas Livres obtiveram cópia do processoenquanto não foi decidido sobre seu sigilo pela autoridade judiciária. Nele consta que dona Josefa cuidava de uma casa com ambientes amplos e extensos, com muitos itens a serem limpos e que a carga de trabalho era extremamente pesada. Com o passar dos anos, os serviços aumentaram ainda mais, uma vez que, João Doria Jr. passou a exigir que dona Josefa, além de passar e lavar todos os tecidos da casa, incluindo cortinas e tapetes de todos os cômodos, deveria ainda guardar a roupa no ‘closet’, localizado no andar superior da casa, de cada integrante da família separadamente, tendo como ordem expressa do ex-prefeito de São Paulo de que não poderia ter ajuda das arrumadeiras.

    Além das demandas da casa, João Doria Jr. passou a trazer toalhas, cortinas, e outros tecidos de suas propriedades localizadas em Campos do Jordão. Até os guardanapos que eram usados em seu jatinho particular e jogos americanos que eram usados em seu escritório eram de responsabilidade de dona Josefa.

    Segundo o documento, o grande fluxo de trabalho fazia com que ela ultrapassasse as horas determinadas no contrato de trabalho, que iam das 8h as 18h, com uma hora de almoço, de segunda a sexta-feira.

    O processo de 100 páginas detalha como o excesso de peso fez com que dona Josefa desenvolvesse dores intensas no braço esquerdo, uma vez que ela era responsável, sozinha, pela lavagem de cortinas e tapetes extremamente pesados quando molhados. Um desgaste na cartilagem foi diagnosticado por um médico, que recomendou a diminuição do trabalho braçal. Mesmo com indicações médicas para que o trabalho fosse mais leve, João Doria Jr. se recusou a contratar uma ajudante para a empregada.

    Como consequência da rotina insana de dona Josefa, pouco tempo depois seu quadro de saúde se agravou ainda mais. Um problema na bexiga, chamado prolapso da bexiga, foi constatado por um novo médico. Por conta do trabalho pesado, a bexiga de dona Josefa deslizou da sua posição anatômica e o quadro só poderia ser revertido com um processo cirúrgico.

    No dia 15 de fevereiro deste ano, 2018, dona Josefa foi submetida a uma cirurgia para correção do problema e teve de ficar de repouso por 15 dias por orientação de seu médico, o especialista Dr. José Vicente C. Kosmiskas, que lhe forneceu um atestado médico. No dia 1º de março, um novo atestado de 11 dias foi expedido para dona Josefa, aumentando sua licença médica. No dia 5 do mês de março, mesmo em licença com atestado médico, a funcionária foi demitida por João Doria Jr., ex-prefeito de São Paulo e pré-candidato a governador do estado, de forma ilegal.

    A ação tramita na justiça do trabalho desde Maio de 2018 e pede o pagamento das horas extras, que totalizam cerca de 23 mil reais, reintegração imediata de dona Josefa ao seu posto de trabalho e pagamento de idenização de R$27.800,00.