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Tag: Escolas em Luta

  • Trancaço na UFU de Ituiutaba provoca a ira da Abert e do MBL

    Trancaço na UFU de Ituiutaba provoca a ira da Abert e do MBL

     

    Portões fechados na UFU de Ituiutaba
    Portões fechados na UFU de Ituiutaba

    Texto e fotos: DCE Campus Pontal UFU/Ituiutaba

    Não é de hoje que as forças mais reacionárias da sociedade brasileira tentam se aproveitar de movimentos legítimos e, quando refutadas, se unem para caluniar e “exigir punições”. Desde as Jornadas de Junho de 2013, por exemplo, a mídia oligopolizada alterna a cobertura de manifestações e protestos qualificando os manifestantes ora como vândalos, ora como patriotas, de acordo com sua conveniência política. Foi na esteira de pessoas, ligadas ou não a partidos, que pediam a redução nos preços das passagens e a tarifa zero, que grupos de extrema direita começaram a puxar gritos de “sem bandeiras”, “sem partidos” e abriram as portas para as manifestantes com camisas da seleção acreditando em patos de borracha. Com o golpe em andamento, as mesmas forças voltam a atuar.

    Foi exatamente o que aconteceu na última sexta-feira, 20 de maio, no protesto estudantil que fechou os portões do campus Pontal, da Universidade Federal de Uberlândia na cidade de Ituiutaba. E por isso, o Diretório Central dos Estudantes decidiu lançar uma nota em que explica as ações e denuncia a manipulação midiática.   Veja a seguir a nota na íntegra:

    Em Assembleia Estudantil organizada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFU/Facip, ocorrida dia 18/05/16 às 18h no Campus Pontal (Ituiutaba-MG), foi deliberada uma Mobilização com diversas atividades para o dia 19/05 (quinta-feira) e uma Paralisação Estudantil no dia 20/05 (sexta-feira) em resposta aos ataques que a Educação vem sofrendo no País.

    Estudantes da UFU Pontal debatem o golpe
    Estudantes da UFU Pontal debatem o golpe

    Devido aos Atos dos estudantes da UFU-Facip, que ocorreram na última quinta e sexta-feira, em protesto a todo o retrocesso aos direitos sociais que foram conquistados ao longo dos anos, é importante esclarecer algumas coisas:

    A primeira delas é sobre a publicação do Movimento Brasil Livre (MBL). Seus representantes entraram em contato com líderes do Movimento querendo participar da Manifestação, mas como não obtiveram nenhuma resposta se sentiram no direito de caluniar e difamar o Movimento, as suas pautas e atacar estudantes.

    Post do MBL na rede social
    Post do MBL na rede social

    A segunda é sobre a nota da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (ABERT), que mentiu ao relatar sobre o escracho que a TV Integração (afiliada da Rede Globo) sofreu dentro das instalações da Universidade (veja em aqui). Falaram em agressão, algo que em momento algum ocorreu, inclusive há filmagens que comprovam isso. O Ato não foi contra os repórteres (trabalhadores), mas sim uma ação simbólica contra uma mídia parcial, que monopoliza os meios de comunicação e que tenta impor à sociedade a ideologia de seus patrões. Na nota, ainda “condenam os estudantes e pedem a punição dos mesmos” pelo simples fato de estarem utilizando o direito de se manifestarem com palavras de ordem como “a verdade é dura, a Rede Globo apoiou a ditadura”, sendo que a própria emissora já se retratou em relação a isso em cadeia nacional, admitindo que apoiou a Ditadura em 1964.

    A terceira diz respeito à paralisação ocorrida na última sexta, que resultou no fechamento dos portões da Universidade durante 15h, quando cerca de 40 estudantes foram ameaçados, agredidos, tiveram um carro jogado em cima deles, entre tantas outras barbaridades, mas mesmo assim continuaram resistindo contra todo tipo de violência, principalmente contra os ataques que as políticas públicas e os programas sociais vêm sofrendo.

    Alunos da UFU Pontal planejam as ações de protesto
    Alunos da UFU Pontal planejam as ações de protesto

    Essas tentativas de intimidação fortaleceram ainda mais o Movimento Estudantil, pois toda a repercussão deu maior visibilidade aos nossos Atos. Chamou a atenção inclusive da mídia golpista, com a qual nos recusamos a compactuar porque costuma distorcer o discurso dos movimentos sociais, optando pelas mídias livres. Silenciamo-nos para que não se apropriassem do Movimento por pura conveniência.

    Aproveitamos para agradecer a todas as notas de apoio que estão sendo lançadas, às pessoas que têm prestado solidariedade, a quem ofereceu apoio jurídico, às diversas mensagens de incentivo, mas principalmente àquelxs que, assim como nós, já deixaram seu recado… Por isso pedimos que outros Movimentos se manifestem em relação ao ocorrido. Não tem arrego!!! As medidas legais em nossa defesa serão tomadas.

     

    PS da redação: Importante salientar que a Reitoria da UFU não aceitou os pedidos de punições dos alunos.

  • Secundaristas em Luta: escolas em Porto Alegre são ocupadas

    Secundaristas em Luta: escolas em Porto Alegre são ocupadas

    Enquanto os mais velhos aplicam um golpe travestido de impeachment, os jovens secundaristas colocam em prática conceitos de construção coletiva, representatividade e, até de, democracia nas recentes ocupações das escolas públicas estaduais de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Talvez, se o interino Michel Temer e seu ministério tivessem vivido estas experiências quando estudantes, o Brasil não veria mais uma vez a história se repetir com a oligarquia ignorando a vontade da maioria.

    Tal como tem acontecido nas escolas do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Mato Grosso do Sul, os secundaristas da capital gaúcha têm ocupado as unidades de ensino para cobrar investimentos na educação. Desde a última quarta-feira (11), as escolas estaduais deixaram de ser espaço apenas para o ensino tradicional e passaram, a ser um espaço aberto ao diálogo com alunos, professores, comunidade e governo que, segundo próprios ocupantes, ainda não deu indícios de que haverá negociação.

    De portas abertas a quem quiser contribuir com o movimento, a ideia dos estudantes é que todos possam entender a necessidade da ocupação e a cobrança em cima do executivo estadual, que tem José Ivo Sartori (PMDB) como chefe. Escolas com estruturas defasadas, ausência de funcionários, professores com salários parcelados, instituições de ensino sendo fechadas e estudantes sem merenda são apenas algumas das irresponsabilidades que caem sobre o governo e motivam o movimento.

    foto 1 - Natasha Quednau

    Na capital gaúcha, até este domingo, 15,  são cinco escolas ocupadas. A primeira a se tornar sede do movimento dos estudantes, na quarta-feira,11,  foi o Colégio Coronel Afonso Emílio Massot que estava sem professores, merendeiras e sem dinheiro para a manutenção da escola. Em seguida, na quinta-feira, 12, estudantes ocuparam a Escola Agrônomo Pedro Pereira onde, segundo eles, existe a possibilidade de privatização parcial da educação pelo governo gaúcho.

    Uma das mais tradicionais escolas estaduais de Porto Alegre, o Colégio Júlio de Castilhos, também foi ocupado. Na zona sul da capital gaúcha, a Escola Estadual de Ensino Médio Padre Réus precisa de melhorias na estrutura e está ocupada. Segundo os ocupantes, nunca houve uma reforma no colégio. A última unidade a ser ocupada, na noite de sábado, 14, foi a Escola Estadual Paula Soares.

    Nas ocupações, adolescentes de 15, 16 e 17, em sua maioria, dão um belo exemplo de como seguir resistindo e lutando pela educação. Todos são iguais, têm liberdade para discordar e propor suas ideias, prevalecendo sempre o que o grupo discute em assembleias. Ou seja, há um regime democrático. Todos se dividem para os cuidados com a alimentação, segurança, limpeza, comunicação, contabilidade, administração e demais atividades. Ou seja, há construção coletiva. Meninas, meninos, homossexuais, negros, pobres, ricos,  pais, professores, voluntários e demais interessados estão discutindo o que deve ser feito. Ou seja, há representatividade.

    Tudo o que falta no recém-iniciado governo Temer tem de sobra nas escolas ocupadas. Inclusive, eles estão de portas abertas para os movimentos sociais que desejarem utilizar os espaços para formações, oficinas e palestras. Feminismo, cultura, representatividade de setores ignorados pela elite branca estão em pauta nas escolas. Uma nova escola está se formando.

    Greve por tempo indeterminado

    Na última sexta-feira, 13, os professores da rede estadual entraram em greve por tempo indeterminado. Os secundaristas organizaram grupos pelas redes sociais e preveem mais ocupações para esta semana que inicia. O objetivo é que o movimento todo apoie as reivindicações dos professores. Entre as pautas que levaram os docentes a optar pela paralisação estão o fim do parcelamento de salários, o reajuste de 13,1% nos vencimentos, o fim do fechamento de turmas e escolas, disponibilidade de merenda para todos e cumprimento da lei do piso que, de acordo com o sindicato, está 69,44% defasado.

    Foto: Natasha Quednau
    Foto: Natasha Quednau

    Ajuda

    Todas as escolas ocupadas estão precisando de ajuda de materiais para limpeza e alimentação. Pelo Facebook, os alunos têm divulgado tudo o que precisam.

    Ocupa Tudo RS

    Ocupa Julinho

    Ocupa Massot

    Ocupa Padre Reus

     

  • 13 de Maio, liberdade pra quem?

    13 de Maio, liberdade pra quem?

    Mesmo com a toda revolução tecnológica, geolocalização por celular em tempo real, transformação de alimentos em cápsulas, chegada do homem à lua e até a vinda do Uber no Brasil com balinha e água pela metade do preço do táxi, a pirâmide social não deixa de existir! Na escala de privilégios e preferências da sociedade, o homem branco continua no topo, a mulher branca em seguida, no terceiro escalão está o homem negro e, por último, na base de tudo, vem a mulher negra.

    Hoje, no dia 13 de maio, é uma data simbólica.

    Nessa mesma data, há 128 anos atrás, no dia 13 de maio de 1888, a princesa Isabel nos deu um golpe politico com uma suposta ideia de liberdade arquitetado também por pessoas de bem. Na mesa data, em outra época, no dia 13 de maio de 1958 a Carolina Maria de Jesus – escritora negra – disse em um fragmento de seu livro Quarto de despejo – ” E assim no dia 13 de maio eu lutava contra a escravatura atual: a FOME”. E hoje no dia 13 de maio de 2016, vivenciamos um golpe histórico, evidenciando que a elite branca, conservadora, masculina, racista, machista e homofóbica , tomaram as medidas necessárias para que não houvesse o avanço e sim o retrocesso. Temer, rodeou-se de homens brancos, fato que não se repetia desde o mandado do ex-presidente Ernesto Geisel, em 1974.

    O Brasil país de 516 anos onde negros foram escravizados por quase 400, a luta pela igualdade racial, a luta pelos direitos humanos, a luta pelo direito das mulheres são direitos conquistados e esse retrocesso é inaceitável.

    O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, rompeu com a lógica racista de poder a qual desqualifica a comunidade negra de ocupar espaço, como o presidência da República. Já a presidenta eleita Dilma Rousseff, uma mulher branca, de 70 anos de idade, sofreu no seu mandato graves ofensas por parte de seus “colegas” de trabalho e cidadãos brasileiros. Teve sua cidadania desrespeitada quando fora julgada moralmente por questões pessoais que só diz respeito a ela, como sua opção sexual, sua competência profissional e etc. Homens – de fato – acusados por graves crimes, como o roubo de merenda de adolescentes estudantes de escolas públicas e ainda colocam a policia militar para coagir, agredir e barbarizar estudantes secundaristas de 13 a 17 anos que estão lutando pelo direito à educação, e apesar de tudo isso eles não são expostos, questionados ou se quer julgados como a mulher presidenta Dilma Roussef. Ela que foi torturada no período da ditadura, eleita popularmente por 54 milhões de brasileiros e foi vitima de um golpe pela segunda vez.

    Nesse Brasil pelo qual milhares de pessoas foram às ruas defender a democracia, seus direitos e lutar contra o golpe, me dá plena certeza que a ‘Ponte para o Futuro’ não irá embarcar a população negra, preta, pobre e periférica e que sonho de um dia ter uma mulher negra ocupando um cargo de presidente da república do Brasil, está cada vez mais difícil.

    13 de maio – Vai ter luta.

  • ESPECIAL – A BELA HISTÓRIA DOS ESTUDANTES QUE OCUPARAM A ALESP

    ESPECIAL – A BELA HISTÓRIA DOS ESTUDANTES QUE OCUPARAM A ALESP

    Numa Assembleia Legislativa, onde nunca antes na história, o povo se sentiu representado, movimentos estudantis venceram o terror psicológico construído pelo presidente da Alesp e principal suspeito de envolvimento com a máfia das merendas, Fernando Capez.
    A ocupação dos estudantes secundaristas no plenário Juscelino Kubitschek inaugura um novo tempo. Um tempo de cidadania ativa. Quem vai narrar esse momento no futuro? Quem vai escrever esse episódio dos bravos jovens que permaneceram por 4 dias naquele espaço profanado pela corrupção. Foi a primeira vez que tamanha ousadia aconteceu.
    A última vez que o povo “tomou conta” da assembleia foi em 1992, quando professores em greve ocuparam o plenário por algumas horas. Mas esse novo tempo que agora se configura, traz novos ares e tem como mote a ocupação das escolas em luta.
    A juventude ocupou esse espaço e vem ocupando seu próprio lugar no mundo! Essa é a principal lição! Nem que para isso seja necessário parar, o plenário da maior metrópole da América Latina, o estado mais importante do país, o Brasil ou mundo! Esses meninos e meninas não vão se calar.
    #CPIdasMerendasJá #MexeuComEstudanteVocêVaiSairPerdendo

    Katia Passos e Christian Braga, especial para Jornalistas Livres, com edição de Rafael Ramos.

  • CARTA ABERTA DOS ESTUDANTES OCUPANTES DA ALESP: QUEM VAI PUNIR OS LADRÕES DE MERENDA?

    CARTA ABERTA DOS ESTUDANTES OCUPANTES DA ALESP: QUEM VAI PUNIR OS LADRÕES DE MERENDA?

    Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, 03 de Maio de 2016,
    Na tarde de hoje 300 estudantes ocuparam o plenário da ALESP (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo). A educação pública do estado de São Paulo vai de mal a pior há muitos anos, e mais do que nunca os estudantes tem se mobilizado para mudar essa realidade.
    Fomos vitoriosos no final do ano passado quando ocupamos mais de 200 escolas estaduais, dando resposta ao projeto de reorganização em ciclos e ao fechamento de 94 escolas da rede pública. Derrubamos o Secretário Estadual de Educação que tentou impor o projeto que não nos representava.
    Voltando para as aulas em 2016 nos deparamos com vários problemas como o fechamento de salas de aula que é uma reorganização disfarçada e o mais grave de todos: a falta de merenda nas escolas estaduais em diversos lugares do estado de São Paulo.
    Descobrimos que há meses estava ‘abandonada’ no Ministério Público uma investigação sobre possíveis desvios da merenda.
    A investigação avançou e o presidente da ALESP, Fernando Capez (PSDB), foi desmascarado como o principal envolvido; junto ao ex-chefe de gabine da Secretaria de Educação, Fernando Padula e outros servidores públicos do Governo do Estado de São Paulo.
    Começamos a nos mobilizar, viemos diversas vezes até aqui (na ALESP) pedindo que os deputados fossem contra a impunidade dos corruptos que roubam dinheiro da merenda dos secundaristas.
    E os estudantes de São Paulo querem saber CADÊ A MERENDA QUE TAVA AQUI? É por isso que nesse momento ocupamos a ALESP pedindo a CPI da Merenda JÁ e vamos sair quando tivermos a garantia da instalação IMEDIATA da CPI da merenda.
    Somos solidários aos tantos outros estudantes secundaristas que nesse momento ocupam escolas em São Paulo e Brasil a fora contra o sucateamento da educação e por uma nova escola pública.

    RESISTIREMOS,
    RUMO A VITÓRIA
    #‎CPIdaMerendaJÁ

  • TENSÃO! PM invade ocupação de estudantes no Centro Paula Souza

    TENSÃO! PM invade ocupação de estudantes no Centro Paula Souza

    Os estudantes que ocupam o Centro Paula Souza, em São Paulo, foram surpreendidos na manhã desta segunda-feira (02) pela Polícia Militar. A força tática invadiu o local e permaneceu em frente aos secundaristas. Segundo um estudante, a PM não apresentou nenhum documento de reintegração de posse, o que torna sua entrada na ocupação ilegal.

    A decisão de invasão aconteceu depois da visita do secretário de segurança pública, Alexandre de Moraes, no CPS. Ele é cotado para fazer parte de um eventual governo Temer-Cunha.

    Os temas da luta dos estudantes são o sucateamento da Educação em São Paulo arquitetado e realizado intencionalmente pelo governo Geraldo Alckmin (PSDB), o desvio das verbas da merenda escolar e a insubordinação do governador à decisão da Justiça que determinou, em dezembro de 2015, a suspensão do programa de fechamento de salas de aula e escolas – “reorganização escolar”.

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    A ocupação é auto organizada e democrática, com deliberações realizadas em assembleias pelos estudantes e a organização de comissões, para melhor organizar o cotidiano dos ocupantes, como a de limpeza, segurança e comunicação.

    No período da ocupação, os jovens têm acesso a documentos e informações aos quais não teriam acesso se não ocupassem; com isso buscam informações sobre o instituto, e sua gestão.

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    O Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS) é uma autarquia do governo do estado de São Paulo vinculada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia que administra as Escolas Técnicas Estaduais (ETEC) e as Faculdades de Tecnologia (FATEC).