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Eleições 2018

Prognósticos sobre as eleições de 2018

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Esta não será a primeira vez e espero que não seja a última, em que escreverei comentários sobre as próximas eleições antes, claro, que elas ocorram (comentar depois quase que não tem graça). Por isso o uso do termo “prognósticos”, e não previsões. Aqui apontarei tendências, possibilidades, cenários. Há muito de intuição, mas de análise com base em fatos, dados e pesquisas. O que farei aqui é tudo, menos previsões. Entendam dessa forma.

O cenário em que as eleições ocorrem

Diferente de todas as quatro eleições corridas onde houve a vitória do povo (2002, 2006, 2010 e 2014), estas ocorrerão em uma situação do país em um estado de exceção, de golpe de estado parlamentar onde uma presidente legitima foi derrubada em 2016 e que o melhor presidente de nossa história e maior líder popular do país (desde Prestes e Getúlio) encontra-se na condição de preso político do sistema e do imperialismo.

Governa o país uma quadrilha de bandidos. Alguns dos ministro do Temeroso já foram presos. Outros na iminência de virem a ser. Ele próprio, usurpador e golpista principal – em aliança com os tucanos FHC, Aécio e Alckmin – assim que deixar o governo poderá também ser encarcerado. O parlamento tem praticamente 80% de seus deputados vinculados ao campo da direita, do latifúndio, aos fundamentalistas evangélicos (que, de cristãos, não têm nada), do agronegócio, de empresários da elite do atraso.

As eleições irão ocorrer em completa anormalidade institucional.

Vivemos um estado de exceção.

O poder judiciário partidarizou-se como um todo, de forma que juízes militam pela causa antipetista e pró-Estados Unidos de forma descarada. E com total apoio do chamado Ministério Público. Nunca o poder midiático esteve tão escancaradamente a favor de um golpe como nestes tempos. Nenhuma das TVs tem programação, em especial jornalística, equilibrada (e olha que não precisaria ser neutra). Todas, sem exceção, dedicam várias horas diárias para bater na tecla de que Lula e seu Partido são os chefes de uma gangue que assaltou os cofres públicos. Sem jamais ter oferecido uma só prova sobre isso.

Teremos eleições em 7 de outubro vivendo em um país que – além de já termos sidos a sexta economia mundial e respeitados em todos os fóruns internacionais – é visto hoje como um pária internacional, uma escória de nação subdesenvolvida, com um povo famélico e uma elite vendida aos Estados Unidos, boa parte dela residente em Miami.

Entregaram nosso passaporte para o futuro, que era o pré-sal

– a maior reserva petrolífera marinha do mundo –

às petroleiras estadunidenses entre outras.

A privatização de todo o nosso sistema elétrico está em andamento. Entregaram a maior fabricante de aviões médios e regionais do mundo, que é a Embraer para a gigante Boeing.

O grande sonho de consumo da burguesia brasileira – que nem FHC consegui realizar em seus malfadados oito anos de desgovernos (1995-2002) – de destruir, de revogar, de rasgar a CLT foi conquistado com apoio de um Congresso vendido (literalmente). Precarizam a previdência pública a cada dia. Congelaram desde o ano passado, todos os investimentos em saúde, educação e segurança pública por absurdos 20 anos.

Nesse sentido, as dezenas de pré-candidaturas vão sendo afuniladas nestes últimos dias em que se esgotam os prazos legais de registros das candidaturas dos partidos e suas coligações. Vai ocorrendo, de forma até natural, uma drástica diminuição dos nomes dispostos a seguir até o dia das eleições. A instabilidade decorre, especialmente, pelo fato de que o líder absoluto em todas as pesquisas – Lula da Silva – encontra-se preso e pairam dúvidas jurídicas de que seu nome e sua foto aparecerão na urna eletrônica.

Assim, quero fazer as análises dos cenários possíveis, das campanhas e das candidaturas.

A seguir essas opiniões para o debate.

O campo da extrema direta e do fascismo – Aqui temos a candidatura representada pelo capitão reformado e fascista que atende pelo nome de Jair Bolsonaro. Muitas pessoas – eu incluso – ficam estupefatos com a consistência que tem tido até aqui do seu eleitorado e da sua intenção de voto na casa dos 15%. A direita – que a mídia insiste em chamar de “Centrão” (sic) – inventou esse fascista. Um outsider absolutamente sem nenhum conteúdo, um analfabeto político que não sabe nada de nada, um misógino e homofóbico raivoso, tem, na verdade, um eleitorado cativo. Brancos, altamente escolarizados e de alta renda, com uma juventude que vem sendo chamada de “dourada”, também elitizada. Ele cresceu porque roubou votos do eleitorado tucano fascista e direitista do PSDB. Alckmin não decola em função disso. Acho muito difícil ele sustentar seus índices eleitorais atuais. Acho que seus índices são teto eleitorais. Não passará disso e começará a cair. Deve esvaziar. Ademais, terá no máximo oito segundos na TV. Enfrenta dificuldade de arrumar até um vice.

O campo da direita – Já desde a semana passada, o chamado “Centrão” – deveriam chamar de “Direitão” – viveu um pânico generalizado. Baixaram uma ordem unida – vindo diretamente da Globo – para que todos se unificassem em torno do velho Picolé de Chuchu, envolvido até o pescoço em corrupções e maracutaia nos 24 anos de desgovernos da tucanalha paulista. Temer mandou sua base de apoio inteira apoiá-lo. Aliás, o governo em desagregação do Temeroso tem 29 ministros, dos quais 14 são de partidos da base aliada. O PMDB tem cinco; o PP tem três; e todos os outros têm um (PSDB, PSD, PRB, PTB, PR  e Podemos). Todos esses, à exceção ainda do PODEMOS de Álvaro Dias, fecharam com Alckmin. Ou seja: ficará difícil ele se apresentar como candidato que não seja do governo Temer. Como disse a Manuela, pré-candidata do PCdoB, “Alckmin é Temer e Temer é Alckmin”. Mas e Meirelles? Minha intuição é de que vai retirar também. E só não o fará também para dar argumento ao próprio Alckmin dizer “o candidato do Temer não sou eu… é o Meirelles. Só rindo mesmo. Eles acham que o povo é burro e vai acreditar nisso. Aqui registro a opinião – que é de vários analistas – no sentido de que se o Picolé de Chuchu quiser mesmo crescer, terá que bater, em um primeiro momento, em Bolsonaro, ou seja, tentar recuperar os votos perdidos pela tucanalha para o campo dos fascistas. Não posso deixar de registrar sobre a candidatura de Marina Silva, da tal REDE. Os seus índices relativos de pesquisa serão desidratados. Eles ainda refletem duas eleições consecutivas e muita exposição patrocinada pela mídia golpista. Mas, tal qual Bolsonaro, está isolada e com oito segundos na TV. Vai representar um fiasco.

A candidatura Lula – Não há pesquisa que não registre, desde que Lula saiu da presidência em janeiro de 2011, que ele foi o melhor presidente da história. Não houve no Brasil um político que teve a sua vida tão devastada e devassada como Lula. Extensiva a toda a sua família. Da dona Marisa, que eles mataram, aos seus filhos. Quebraram todos os seus sigilos bancários, telefônicos, fiscais. Vasculharam todos os cartórios do país para ver se ele e sua família não teríam propriedades registradas. Com apoio do imperialismo e seus órgãos de repressão internacional, vasculharam em todos os paraísos fiscais para verificar se ele escondia os tais milhões de dólares. Jamais apareceu qualquer coisa. Uma continha sequer. Uns trocados. À exceção de um barco de lata e dois pedalinhos, Lula mora no mesmo apartamento em SBC onde está há 20 anos. Grampearam suas ligações com seus advogados e até com a presidenta da República. As centenas de planilhas de corrupção, subornos e propinas de todas as empreiteiras em nenhum momento aparece o seu nome. Que fazer então? Montou-se uma farsa jurídica encabeçada pelo agente do imperialismo e de seus órgãos de segurança, que se apresenta como juiz (sic) Sérgio Moro da dita República de Curitiba, tão endeusada pelos fascistas como modelo de democracia.

O “processo” inquisitorial montado contra Lula só tem delações

e cujos delatores tiveram reduções drásticas de suas penas

(uns caíram de cem anos de prisão para um ano e ainda assim domiciliar;

tiveram milhões de dólares devolvidos e legalizados que vieram do exterior…

bandidos e corruptos confessos que viraram heróis da classe média e da mídia golpista).

Esse “processo” o condenou a nove anos de prisão, amplificado para 12 anos pelos “juízes” do TRF-4 de Porto Alegre. Não é que não tenha provas contra ele no “processo”. Não há um crime sequer tipificado e com base no nosso ordenamento jurídico constitucional. E quem diz isso são pelo menos 120 juristas em um livro recém publicado onde eles demolem a tal famigerada “sentença” do juiz tucano. As próximas pesquisas de opinião vão elevar a candidatura Lula a um patamar de mais de 40%. Se excluirmos brancos, nulos e abstenção, isso vai significar mais de 50% dos válidos ou mesmo 55%. Não tem para mais ninguém. Isso desestabiliza o cenário. Impõe instabilidade. Como decidir sobre eleições sem levar em consideração esse fato, ou seja, o fenômeno chamado Lula? Por isso a unificação da direita (resta saber se Álvaro Dias e Henrique Meirelles resistirão mesmo e se unificarão com o Picolé). Aqui, cabe a mim, como alguém de fora das fileiras do Partido do Trabalhadores, elogiar a postura de firmeza mantida até o momento pela direção, de assegurar que Lula será registrado e será candidato mesmo preso. Não será o primeiro na história mundial e nem o último. Não será o primeiro condenado injustamente que voltará a conduzir o seu povo. Discutir neste momento, inclusive, o tal “Plano B” é prestar um desserviço ao próprio Lula, ao PT e ao povo que o apoia.

O caso Ciro Gomes – Filiado recentemente ao PDT, mas já tendo passado por quase dez partidos diferentes, Ciro Gomes tem perfil e discurso nacionalista. Tem origem no campo da direita, mas migrou com toda a família Gomes, para o centro e mesmo para a centro-esquerda. No entanto, errou brutalmente seu cálculo eleitoral. Apostou que, como a prisão de Lula, ele herdaria todos os votos do lulismo e do petismo e mesmo da esquerda, onde, parte dela, encantou-se de fato com sua candidatura. Isso o afastou do PT e de outros partidos mais à esquerda, como o PCdoB, em que pesem sinais deles aos comunistas propondo coligação. Mas, Ciro optou em flertar com a direita, que a mídia chama de “Centrão”. Chegou a pedir ao fascistinha que é prefeito de Salvador, ACM Neto, uma lista nominal de todos os membros do famigerado DEM que ele tenha ofendido para que ele pudesse ligar e pedir perdão. Apresentou-se como um candidato do mercado, neoliberal, com um ou outro viés nacionalista. Ou seja, fez uma guinada ao centro e à direita, já que a estratégia de “herdar” votos do lulismo não vinha dando certo. Perdeu. Não decolou e não vai decolar. Vai ser esvaziado. Terá pouco tempo de TV e não fechará nenhuma coligação mais ampla. Talvez por já ter cruzado o Rubicão (em alusão ao cruzamento de rio famoso na Itália por Júlio César em 49 aC detonando uma guerra civil), acho muito difícil Ciro e seu PDT coligarem com Lula e o PT, aceitando a vice-presidência. Será muito difícil ir ao segundo turno. Aqui o registro também dos que apostaram no fim do chamado lulismo e quebraram a cara.

Manuela e o PCdoB – O Partido – mais antigo da história do Brasil com quase cem anos de existência – vem acertando na sua tática desde o seu 14º Congresso Nacional de novembro de 2017, quando lançou a pré-candidatura da jovem Manuela D’Ávila à presidência da República. Isso jamais significou em tempo algum o rompimento com o Partido dos Trabalhadores com quem é aliado e coligado desde 1988 (com Erundina na prefeitura de SP). Manuela vem cumprindo com elevada maestria a tarefa que lhe foi designada, qual seja, difundir o mais amplamente, as propostas do Partido para o Brasil. Fala, com a maior amplitude, sobre o socialismo que o Partido defende. Saltou de 1% para até 3% nas pesquisas em pouco tempo de atividades e com baixa exposição na mídia. Ela domina bem a linguagem das redes sociais. Sua formação marxista sólida permite com que ela venha sendo admirada e elogiada amplamente por muitos setores da sociedade, artistas, intelectuais, professores universitários, escritores, juristas, religiosos. O PCdoB chamou, no seu Congresso, à construção de uma Frente Ampla. Muito mais ampla dos que as conhecidas experiências do CNA (África do Sul), OLP (Palestina) e Frente Ampla (Uruguai). Sempre soubemos que a esquerda sozinha não vence eleições. Mas, a vida impôs nova tática. O Comitê Central do Partido, reunido em SP entre os dias 20 e 22 de julho, aprovou por unanimidade, um chamamento à unidade do campo da esquerda.

Nominou os partidos de forma clara: PT, PDT, PSB e PSOL.

À exceção deste último

– que acho que não vai atender ao apelo –

todos os outros podem e devem sentar à mesa para negociar a unidade.

E não há dúvidas que deve ser em torno de Lula ou de quem – no limite – ele venha ter que indicar se a justiça insistir em seguir rasgando a Constituição e impedir a sua candidatura. É preciso sentar à mesa. Negociar a vice-presidência. Proceder acordos políticos e eleitorais em estados chaves, em especial como SP, PE e RS. E nesse sentido, não tem como não registrar que o Partido terá ainda uma papel mais decisivo e estratégico neste jogo se sinalizar ou for o primeiro mesmo a fechar com Lula. Isso deixará Ciro ainda mais isolado e poderá ter o papel de forte atração para o PSB coligar-se. Esse cenário, se concretizado, sería vitória indubitável no primeiro turno, ainda que saibamos da resistência em todos esses partidos, para essa construção. Hoje, restou-nos apenas e tão somente a Frente de Esquerda, o mais ampla possível, progressista, patriótica, popular. Nosso problema com a unidade não tem a ver com o programa para o país. Este está bem construído e unificado. A própria Frente Brasil Popular tem um programa amplamente debatido no país bastante avançado e chancelado pelo PT e pelo PCdoB, além da CUT, CTB, Marcha Mundial de Mulheres, UBM, UNEGRO, CMP, CONAM, UNE, UJS, movimentos LGBT, pastorais católicas etc.

Dilemas do PSB – Este Partido tem trajetória errante. É o segundo mais antigo do país, da década de 1940, vem de tradições socialdemocrata, que se apresenta como “socialista”. Até nas primeiras eleições presidenciais desde 1989, ainda quando presidido pelo velho e combativo companheiro Miguel Arraes, governador cassado de PE pela ditadura de 1964 e que voltou a governá-lo duas vezes depois da redemocratização, o PSB integrava, sem dúvida alguma, o campo da esquerda e centro esquerda. No entanto, depois que Eduardo Campos afastou-se de Lula e do PT para carreira solo, foi gradativamente assumindo um discurso direitista ou de centro-direita. Com sua morte, a também direitista Marina Silva foi a opção de dividir a esquerda ainda no primeiro turno (apoiou depois no segundo turno, descaradamente o corrupto Aécio Neves, um dos maiores articuladores do golpe contra Dilma). Hoje o PSB pode ter quatro caminhos distintos. O primeiro, é lançar um ou uma candidata laranja, só para fazer figuração. Uma segunda opção é ficar completamente neutro, de forma que suas seções estaduais fiquem à vontade para coligarem-se com quem quiserem. Há uma hipótese – acho pequena – de coligação com Ciro e por fim, uma quarta alternativa – a melhor de meu ponto de vista – que sería coligar-se com Lula e o PT. Claro que isso podería demandar arranjos regionais, em especial em demonstração de desprendimento por parte do PT em Pernambuco.

Considerações finais

Como já disse, estas serão as mais indefinidas e imprevisíveis eleições desde 1989. Simplesmente porque o líder inconteste e isolado nas pesquisas, que é o Lula, encontra-se preso e pesam sobre sua candidatura dúvidas jurídicas sobre sua viabilidade. Mas, algumas conclusões e prognósticos posso fazer. São eles.

1. Abstenções, votos nulos e brancos vão crescer – Venho chamando esse índice de ABN (abstenções, nulos e brancos). Ele vinha caindo desde 1998 há vinte anos, quando atingiu 37,16% (são os chamados votos desperdiçados, perdidos, jogados fora pelo eleitorado), para 27,5% em 2016. Mesmo se Lula conseguir se viabilizar juridicamente, minha previsão é que o índice ABN deve voltar a crescer, ultrapassando novamente os 30% do total do eleitorado registrado. Se Lula não puder ser registrado e ter que indicar outro em seu lugar, estou seguro que poderemos ter até 40% ou ainda mais de ABN. Rigorosamente, para a esquerda nas eleições proporcionais isso não será ruim de todo, na medida que seus votos são mais firmes e decididos e índice ABN alto significará menor quociente eleitoral e menor linha de corte na votação nominal dos eleitos.

2. A força de Lula – Diversas pesquisas mediram, ao longo do tempo, a força da transferência de votos de Lula. Não só quando ele elegeu e reelegeu Dilma e Haddad na prefeitura de SP, mas na atualidade. O Instituto DataFolha parou de aferir a força do “Candidato indicado pelo Lula” desde fevereiro. Até lá era de 27%. O melhor Instituto de Pesquisas da Atualidade, do sociólogo e amigo Marcos Coimbra, aponta essa força que pode atingir até 32%, aliada com a popularidade do próprio Partido dos Trabalhadores, disparado na frente da preferência do eleitorado brasileiro. Assim, não tenho dúvidas. Se Lula se viabiliza, a chance de vitória já no primeiro turno é imensa. Se ele apoia um ou uma petista, este irá, seguramente, para o segundo turno.

3. A libertação de Lula e sua absolvição – O golpe de 2016 não foi desfechado pelo imperialismo, pela mídia e pelo Partido da Justiça para deixar Lula voltar a presidir o país. Como já se tem visto pelo programa divulgado, o Lula hoje é muito mais à esquerda do que o Lula das eleições anteriores. Compreende muito mais a questão anti-imperialista, soberania nacional, regulamentação da mídia entre outros temas. Mas, acho que a sua libertação e mesmo anulação de toda a farsa jurídica montada para a sua condenação ainda vão perdurar. Será preciso alterarmos a correlação de forças na sociedade para que as coisas mudem. Mandela teve que esperar 26 anos para ser libertado. Não creio, claro, que vá todo esse tempo, mas não tenho ilusão que as injustiças que foram cometidas contra eles sejam reparadas em curto prazo.

Tudo pode ocorrer neste processo eleitoral. Até uma hipótese que reputo remota, de dois candidatos direitistas no segundo turno, como o que ocorreu na França, onde um candidato minoritário no eleitorado governa o país. Ou mesmo um candidato de direita e um petista, com a vitória da direita. Ou, no limite, a não ocorrência mesmo de eleições. Tudo pode acontecer. Traidores do povo, com apoio dos jornais impressos da burguesia e suas TVs estão em campo e 24 horas à postos para tramar contra a pátria e a Nação brasileira. Falam em português a língua do império e o que este determina.

Mas, estou esperançoso que, ainda assim, com sabedoria e ampla unidade, venceremos mais essa batalha em uma guerra ainda longa.

  • Sociólogo, Professor, Escritor e Analista Internacional. Foi professor de Sociologia e Métodos e Técnicas de Pesquisa da UNIMEP e presidente da Federação Nacional dos Sociólogos – Brasil. É colaborador dos portais Vermelho, Grabois, Duplo Expresso e Resistência, bem como da revista Sociologia da Editora Escala. Tem nove livros publicados de Sociologia e Política Internacional.

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1 Comment

1 Comments

  1. Lucia souza

    03/08/18 at 10:26

    Solução:povo exigir mudança no sistema corruptível atual para partidos da saúde, educação,etc em número igualitario e juízes incorruptíveis para escolher a proposta em benefício do povo e o presidente ser responsabilizado pela assinatura. Ilusão??? a

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#EleNão

Arte contra o fascismo

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Por *Humberto Meratti exclusivo e especial para os Jornalistas Livres

Com a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PSL) e, devido seus diversos pronunciamentos difamatórios para todos os lados, os designers Foresti, Gladson e Mil, com suas artes gráficas embalaram as pessoas, os ativistas e tomaram conta das redes, das ruas do Brasil e pelo Mundo no último dia 29 de setembro, contribuindo demasiadamente com o movimento do Ele Não.

 

Foresti tem 49 anos e é residente de São Paulo (SP). Graduado em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, faz parte do Coletivo “Design Ativista para quem não aguenta mais”.

“Sempre me interessai por política. Já fiz vários trabalhos para Ongs, Causas e Movimentos. Faço memes e design ativista há cerca de cinco anos. Acho que os memes e as imagens criadas devem ser disseminadas e não devem ser assinadas.É interessante ter seu trabalho compartilhado, pois é a prova de que ele fez sentido para as pessoas naquele momento. As imagens que criei são junções de ideias, metáforas visuais. Fazem o cérebro funcionar, criando conexões simples e diretas. É a forma com que eu tento me expressar e que eu acho que faz as pessoas terem um ‘clic’ quando as visualizam”.

Foresti teve suas imagens replicadas por meio de inúmeros cartazes por manifestantes nas ruas da África do Sul, Inglaterra, Holanda e em outros países.

Gladson (43 anos), é natural de Paranaguá, litoral do Paraná. Viveu e se fez como designer (autodidata) em Curitiba. Profissionalmente começou como arte-finalista e recentemente faz direção de arte e design gráfico como freelancer. Também possui um projeto de distribuição e divulgação de música independente, chamado QRtunes. O design ativista faz parte do grupo Coletivo “ELE NÃO: DESIGN ATIVISTA ANTI BOLSONARO”. Segundo o mesmo, sempre militou a favor de partidos de esquerda.

“Nestas eleições, a coisa ficou pesada, contudo, o que vem rolando desde o golpe na presidenta Dilma, a perseguição ao Lula, a Lava Jato fazendo uma lavagem cerebral na classe média… sabe, essas coisas vão te deixando louco e não dá para não fazer nada. Tem que se posicionar, e por questões de saúde, aderi à militância de esquerda na internet”.

O artista entre tantas peças criadas e espalhadas pela internet, viralizou as peças gráficas do candidato, como a do mesmo dormindo na Câmara dos Deputados com o Post-it na testa escrito Ele Não; a peça do cartaz colado nas costas do Bolsonaro escrito Ele Não e, a peça do Bolsonaro com uma algema chinesa escrito Ele Não.

“A estética é tosca mesmo, tipo as montagens que a mídia dele faz. São três peças que colocam o deputado em situações em que ele teria caído em gozações feitas por deputados, como se em uma sala de aula na quinta série, colando bilhetinhos nos amigos. O pessoal curtiu e começou a espalhar. Fiquei surpreso, daí pensei, caramba, o que é isso? Saca? Estou feliz. Bateu um orgulho enorme. Produzo agora, cartazes antiguerra inspirado nos anos 40 e 60, com estética do atelier populaire. Minha nova peça que diz “Cuidado. O antipetismo pode te colocar ao lado de quem você menos espera”, mal foi postada no grupo e na minha página e já ganhou o mundo, com muita gente compartilhando. No instagram da Mídia Ninja, tem mais de 27 mil curtidas. Nem faço ideia de onde estas artes chegarão”, diz Gladson.

Mil tem 32 anos, é formado em Letras pela UECE – Universidade Estadual do Ceará e é natural de Iracema (CE). Hoje vive em Limoeiro do Norte, interior do Ceara. Atualmente é integrante do site Touts (www.touts.com.br/staycool), um site colaborativo para vendas de estampas. Faz parte dos grupos no Facebook, “LGBTs Contra o “Coiso” e também do grupo “Ele Não: Design Ativista Contra ‘o Coiso’”.

Mil diz que pronuncia a palavra “Coiso”, para evitar citar o nome do candidato. Sua arte, o colorido logo de  EleNão, tomou conta das redes sociais e das ruas em formato de adesivos, dado aos manifestantes presentes no Largo da Batata em SP, no último dia 29 de setembro.

“As minhas artes são sobre se aceitar, ter orgulho de ser quem você é mesmo e lutar sempre pelo melhor, que no caso, é o momento que estamos passando. Criei a arte com a intenção de contribuir com a tag “ele não”. A imagem representa uma resposta de nós, LGBTs, para a candidatura dessa pessoa. Por isso eu fiz a palavra “Não” com as cores da bandeira LGBTQI+ para enfatizar a nossa resposta. A frase está sob um céu estrelado, como uma forma de grito e protesto. As estrelas coloridas representam as minorias, espalhadas entre as brancas – classe privilegiada”.

“Nunca pensei que ela poderia ganhar tanta proporção. O máximo que eu imaginei, foi ganhar um pouco mais de likes, pois eu tinha certeza que esse movimento iria ganhar muita força na internet. De repente, vi inúmeros desconhecidos postando em suas redes, alguns até dizendo que a arte se tornou símbolo do movimento, nunca me passou pela cabeça que isso poderia acontecer. Eu fiquei em choque quando vi à proporção que a arte estava tomando. Até a Maria Gadú usou minha arte. As coisas saíram do meu controle, pois muita gente passou a comercializar minha criação sem nem se quer saber que eu sou o dono ou até mesmo me dar os créditos. No fim, fico muito feliz com tudo isso que aconteceu, feliz pela contribuição, feliz por tanta gente ter vindo me dar os parabéns, outras até agradecendo-me, enquanto sou eu que sinto gratidão por tudo. Sinto orgulho em ver que a arte ajudou o movimento a ganhar força”.

 

Sobre as distorções que foram criadas posteriormente com sua imagem, Mil comenta que:

 

“Recentemente vi uma postagem de uma moça no instagram. Ela fez por cima da minha arte, a frase “Ele Sim” nas cores verde, amarelo e azul. Dizia na legenda que tinha feito “uma versão do ‘ele sim’”, porque eles mereciam e o Coiso também. O que ela fez não passou de um plágio, onde até o fundo da imagem foi reaproveitou. Fico imaginando-me que essas pessoas não têm nem a capacidade ou criatividade para criar suas próprias artes, ou qualquer outra coisa que seja para enaltecer esse candidato. De todas as distorções que fizeram, a que mais me chateou foi a que o MBL fez. Eles colocaram a minha arte na capa de um vídeo deles. O conteúdo do vídeo não condiz com o significado da arte que criei. Mandei um e-mail pedindo para que retirassem a imagem daquele vídeo, mas até agora não tive uma resposta, e o vídeo continua lá”.

*Humberto Meratti é especialista em políticas públicas culturais, gestor cultural e ativista.

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#EleNão

#ELENÃO DAS MULHERES IMPACTA AS REDES E AS RUAS DO PAÍS HÁ POUCOS DIAS DAS ELEIÇÕES

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Há três dias para o primeiro turno das eleições, que acontece neste domingo, 7 de outubro, as movimentações políticas ganham ainda mais força. Desde segunda, à sexta, uma nova pesquisa de intenção de voto é divulgada e mais especulações postas em circulação. Quem mostra já ter se posicionado, em maioria, são as mulheres. Vestidas de lilás, com seus cartazes em repúdio a posicionamentos machistas, elas pautam o #Elenão dentro e fora das mídias digitais. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as eleitoras são 52,5% de todo o eleitorado brasileiro. Contra comportamentos machistas, homofóbicos e racistas, segundo elas mesmas se identificam, as mulheres somam uma rejeição de 44% ao candidato à presidência da república Jair Bolsonaro, do PSL. O dado é referente a última pesquisa Ibope, encomendada pela TV Globo e o Estado de São Paulo e divulgada nesta segunda-feira (01).

 

 

 

 

    

À fim de fortalecer a luta #Elenão em todo o país, milhares de mulheres se reuniram nas ruas de suas cidades em todo o Brasil para pedir pelo voto consciente, isto é, em prol dos direitos humanos: das mulheres, dos lgbt+ e da população negra. A manifestação aconteceu no último sábado, 29 de setembro, mesmo dia em que o presidenciável, Jair Bolsonaro, recebeu alta do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Maior ato público brasileiro desde as movimentações políticas pró e contra o afastamento da ex-presidente e candidata ao senado de Minas Gerais, Dilma Rousseff, as maiores concentrações aconteceram em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Minas Gerais.

 

 

 

 

 

 

 

    

Neste último, o estado de Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, concentrando 10,65% dos votos brasileiros, as mulheres ocuparam as ruas do centro da capital. Caminhando desde a praça Sete de Setembro até a Praça da Estação, dois pontos turísticos da cidade, os gritos eram de repúdio ao extremismo de direita, e as canções eram feministas, guiadas por diversos blocos de carnaval da capital e tocadas pelo Baque de Mina, bateria unificada toda composta por mulheres. Crianças, casais, idosos, adolescentes, deficientes físicos e artistas diversos construíram juntos a passeata. A trilha sonora era a paródia da música Bella Ciao, símbolo de resistência fascista na Itália da Segunda Guerra Mundial, que foi apropriada para letra de #Elenão. A chuva, não atrapalhou, virou canção: “pode chover, pode molhar, no Bolsonaro eu não vou votar!”, cantavam.


    

Fotografia por Isabela Abalen – Jornalistas Livres

    

O motivo por elas:

 
    

Mulheres de todas as idades, classes e etnias estavam presentes no ato do último dia 29. Ao perguntarmos a elas o porquê da importância do movimento e o motivo de apoiarem o #Elenão, em sua grande maioria destacaram pontos muito parecidos que coincidem com mulheres de todo país. Os posicionamentos machistas e preconceituosos de Jair Bolsonaro, o qual não possui planos governamentais que favoreçam as mulheres, foram citados diversas vezes. Muitas delas também destacaram que um governo exercido pelo candidato não as representaria, sendo uma das principais motivações para as manifestações que ocorreram em todo país. Confira alguns depoimentos das entrevistadas:

    

Estou aqui hoje, neste dia 29 de setembro de 2018, para dizer que #Elenão. Porque já chega de machismo fora e dentro do poder. Para o que o cargo exige dele, enquanto ser humano, enquanto profissional e político, particularmente, eu não acredito que ele tenha a menor condição ou estrutura política para reger o país. Além de ser uma pessoa que não tem vontade de ser diferente, ele já sabe o que ele vai fazer, nós já sabemos o que ele vai fazer, então cabe a nós aceitar ou não. Então estamos aqui hoje para dizer que a gente não aceita. E caso ele vença, também não vamos deixar barato. – Ana Roberto, 24 anos.
    

À esquerda, Ana Roberto, ao centro, Alyne Calixto, artista de carnaval, e à direita da fotografia, Ludmila, também artista de carnaval. Fotografia por Isabela Abalen.


    

Juliana, durante o ato #Elenão em Belo Horizonte. Fotografia por Isabela Abalen.

    
    

Eu sou #Elenão porque ele é racista, homofóbico, machista e misógino. Porque ele ficou 26 anos como deputado e até hoje não aprovou nem um projeto que lei que favorecesse pelo menos os eleitores dele do estado do Rio de Janeiro. Eu sou #Elenão, porque nós precisamos da democracia, de um país que prega o amor, a paz e a solidariedade, e não precisamos continuar a incitar a violência. Por isso eu sou #Elenão. – Michelle, 25 anos.

    
    

Eu sou contra o Bolsonaro porque eu sou contra a intolerância, não acho que ele vai melhorar as coisas incitando a violência, liberando armas. Porque ele já ficou 26 anos no congresso e não fez nada de útil pelos direitos das mulheres, dos negros e dos LGBTs, por isso #Elenão. Juliana, 35 anos.

    
    

Valeska, que pertence ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, durante o ato #elenão em Belo Horizonte. Fotografia Isabela Abalen.


    

#Elenão porque #Elenão tem projeto para a sociedade e principalmente para as mulheres negras e os LGBTs. Então, além de todas as coisas, mas principalmente pelas mulheres, que ele sempre está rebaixando e colocando em último lugar nos planos dele. E não é isso que queremos, queremos uma sociedade igual para todos, onde homens e mulheres ganhem igualmente, sem ter nenhuma diferença. – Valeska, 29 anos.
    

Eu faço parte desse elenco de artistas do Carnaval de Belo Horizonte e venho dizer que o Carnaval de Belô é um carnaval de política, um carnaval de militâncias e uma delas é com relação às minorias. Eu, como mulher negra, faço parte dessas minorias e nada melhor que eu ou outra mulher negra para dizer que #Elenão. A maioria das mulheres assassinadas no Brasil por arma de fogo são negras, e por isso, #Elenão. – Ludmila, 38 anos.

 

 

 

    

Michelle, ao meio, com amigas no ato #elenão em Belo Horizonte. Todas vieram de Betim fortalecer o ato. Fotografia Isabela Abalen.

 

 

 

 

    

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Democracia

DERROTAR O FASCISMO, COM FERNANDO HADDAD E MANUELA D’ÁVILA!

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Editorial dos JORNALISTAS LIVRES

 

 

O capitão do Exército Jair Bolsonaro é um adversário político, mas é bem mais (ou menos) do que isso. Se eleito, já prometeu metralhar a favela da Rocinha e os petistas (a quem ele chama de “petralhas”). Bolsonaro já tratou as mulheres como resultado de “fraquejadas”. E os pretos como “reprodutores”, pesados em arrobas (como animais).

Bolsonaro homenageia torturadores, como Brilhante Ustra. Já disse que teria matado 30.000 opositores do regime ditatorial de 1964, incluindo Fernando Henrique Cardoso.

Bolsonaro é o fascismo. É o nazismo, aproveitando-se de uma crise econômica e política abissal para ganhar pelo voto o poder. 

Nunca esqueçamos que Adolf Hitler foi eleito chanceler pelo voto democrático do povo alemão. Sua primeira providência —e de sua gangue de bandidos— foi atear fogo ao Parlamento germânico, o Reichstag. Ele culpou os comunistas por isso, desencadeando furiosa repressão contra todos os que ele desprezava: judeus, negros, ciganos, gays, deficientes físicos e mentais, feministas e, logicamente, a esquerda.

As forças democráticas não podem dar-se ao luxo de brincar de cizânia. O inimigo é monstruoso demais para isso.

Neste momento, é importante lembrar do fenômeno verificado hoje no Nordeste brasileiro, região em que mais da metade dos eleitores votam no Lula e, agora, no candidato dele, Fernando Haddad, que pretende prosseguir com os programas sociais que garantam o filho do trabalhador na Universidade, a chance de os pobres reverem a terra natal e os parentes em uma viagem de avião, a geladeira e a TV dentro de casa depois do programa Luz para Todos.

 

Além de ser o primeiro colocado na luta contra o fascismo nas pesquisas eleitorais, Haddad representa neste momento o espetacular legado de inclusão começado por Lula, e o PT, que resiste como força popular e eleitoral.

Bolsonaro une a cúpula do Exército Brasileiro e as Forças Armadas em geral, incluindo as Polícias Militares. Une o poder econômico. Une o Judiciário golpista. Une a mídia oligopólica. Todos contra o PT, como antes, à época de Hitler, foram todos contra o comunismo.

Não se trata mais de Lula contra Bolsonaro. Chega dessa polarização estúpida, tão ao gosto da mídia que vaticinou dias de glória pós-impeachment de Dilma Rousseff.

O resultado está aí –o Brasil de volta aos mapas da miséria, os recordes de desemprego e o desespero.

Chega de brincar de paneleiros contra petistas. Agora o que está em jogo é a vida ou a morte de milhões de pessoas desfavorecidas economicamente, humilhadas pelo golpe, que voltaram a cozinhar com fogão a lenha ou álcool.

Agora, trata-se de defender a ideia de sociedade plural contra a ordem unida das casernas.
Sabemos que o Brasil acumula séculos de opressão assassina sobre os povos negros e indígenas. Conhecemos a canga que o machismo colocou sobre os ombros das mulheres, tratadas como meros objetos sexuais para todas as taras e sadismos, ou como meras reprodutoras. Sabemos da dor dos gays, lésbicas e travestis, expulsos de casa e das famílias, lançados para a marginalidade abjeta simplesmente por proclamarem seu direito ao amor que não hesita em dizer seu nome.

Nós não podemos correr o risco de ver vencer um monstro moral como Bolsonaro, que defende o assassinato, a perseguição e a tortura como métodos de melhorar o Brasil.

Assombra-nos ver cristãos desejando a vitória de Bolsonaro. Onde foi que Jesus Cristo defendeu a tortura, a perseguição e o assassinato?

Responda, por favor, bispo Edir Macedo!

Não! Cristo jamais defendeu a tortura. Ao contrário, foi ele o torturado e assassinado pelo crime de defender os pobres contra o sistema da Roma Imperial.

Hoje, quem cala, consente! É por isso que os Jornalistas Livres consideram-se obrigados a dizer e a declarar bem alto que um grave risco coloca-se sobre o futuro do Brasil. E esse risco é Bolsonaro. Elegê-lo significa que nos tornaremos, como povo, cúmplices dos piores crimes. 

O povo alemão penitencia-se até hoje pelos campos de concentração e fornos crematórios em que se lançaram milhões de seres humanos. Não é possível que o povo brasileiro, de marcas sofridas queira compactuar com decisão de voto tão hedionda.

Bolsonaro não esconde e nunca escondeu quem é. E todos os poderosos do Brasil já se aninham sob as asas sinistras dessa ave de rapina. Espanta que os democratas não se dêem conta da imensa responsabilidade histórica que está colocada sobre cada um deles.

Estamos a quatro dias das eleições presidenciais. Um gesto de Guilherme Boulos, de Ciro Gomes, de Marina Silva, de outros competidores, declarando apoio ao que pode barrar a vitória do fascismo, a morte dos mais pobres e a presidência de um homem que um país como o Brasil não merece, em favor de Fernando Haddad, teria enorme efeito psicológico neste momento em que Bolsonaro surfa na onda de uma possível vitória em primeiro turno.

Marina, como mulher, negra, estaria automaticamente fazendo a defesa de sua própria gente, frase proferida por ela tantas vezes. Ciro, um homem inteligentíssimo, teria a oportunidade de lutar ao lado do que parece ter marcado sua história política: defesa do povo nordestino. Boulos tem a chance agora de trazer à tona, de uma vez por todas, seu espírito de compaixão com os mais pobres, com as lutas diárias do trabalhador que mais sofre.

Bolsonaro não enfrentou debates, não está nas ruas para debater com o contraditório. Até agora, ele se escondeu dentro de hospitais, por força de um atentado para todos os efeitos muito mal explicado. E que prestou um desserviço para o povo que não teve a chance de ouvi-lo diretamente, declarando sua animosidade pelo sofrimento dos mais pobres.

A (in)justiça do juiz Sérgio Moro liberou para os urubus da imprensa corporativa a “delação premiada” de Antonio Palocci, ex-petista que está preso há um ano e que desde então se oferece para ajudar a detonar o PT e Lula.

Debalde.

Nem o Ministério Público Federal embarcou na infame delação de Palocci. Porque ela não dispõe de um único elemento de prova! Então, fica claro que a liberação da delação de Palocci, por Sérgio Moro, obedeceu apenas ao propósito de “esculachar” o PT. Para pavimentar a vitória de qualquer candidato anti-PT.

Fernando Haddad está há 15 dias em campanha. Bem  menos do que Ciro Gomes, Guilherme Boulos e Marina Silva, que já puderam mostrar seus dotes e propostas. Se em vez de Haddad fosse Ciro Gomes o líder anti-Bolsonaro, seria para ele que chamaríamos o voto. Se fosse Boulos, idem. Para Marina, o mesmo. Nós faríamos a defesa daquele candidato democrático que tivesse a chance de lutar e vencer as eleições contra um Bolsonaro.

Mas é Fernando Haddad que desponta como o primeiro lugar dentre os opositores de Jair Bolsonaro. Nós, Jornalistas Livres, não abdicaremos de nossa responsabilidade histórica.

É preciso derrotar o “coiso”. É preciso gritar bem alto “#EleNão“.

É preciso impedir o agravamento do genocídio dos pretos, pobres e favelados… O agravamento dos índices de feminicídios e estupros.

É preciso conversar com quem está do seu lado, com quem quer tornar o domingo , 7 de outubro, o dia de um voto útil e dizer que precisamos estar vivos no próximo período, precisamos estar juntos e fortes contra tudo aquilo que Bolsonaro representa.

Por tudo isso, agora é Fernando Haddad, o resto é a divisão entre nós, que a direita tanto ama!

Depois de derrotado o torturador, o nazista, o Brilhante Ustra, o anti-mulher, anti-gay Bolsonaro, estaremos juntos de novo para cobrar de um Fernando Haddad vencedor as pautas populares, anti-racistas e inclusivas!

Fernando Haddad e Manuela! Lindos e incríveis! Pro Brasil ser Feliz de Novo!

E Lula Livre!

 

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