A convenção coletiva entre professores e escolas privadas de São Paulo tem 20 anos. Os ajustes vêm sendo negociados e acordados anualmente. Em 2018, no entanto, talvez sob influência do clima de retirada de direitos com a “reforma trabalhista”, o acordo, que deveria ter sido assinado em 01 de março, ainda está pendente.
A distância entre as duas propostas não parece grande, já que os presidentes, do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo (SIEEESP) e do Sindicato dos Professores de São Paulo (SinproSP), haviam chegado a uma proposta comum. A proposta foi submetida e aprovada por cerca de 3000 professores reunidos em assembleia, mas os donos das escolas recuaram e Benjamin Ribeiro da Silva, presidente do SIEEESP, negou que tivesse “costurado” uma proposta. “Trata-se de proposta apresentada pelo próprio Sindicato dos Professores na assembleia da categoria profissional realizada na data de ontem (29/05)”, disse ele em nota.
O SIEEESP afirma, contraditoriamente, que quer negociar mas não abre mão de suas demandas. “Importante esclarecer, mais uma vez, que estamos abertos ao diálogo e à negociação, porém, não vamos retroceder quanto aos pedidos da nossa categoria, os quais foram aprovados em assembleia”, afirma a nota.
Os professores, por outro lado, fizeram duas paralisações e contam com apoio de alunos, de pais e mães de aluno, até de associações de escolas privadas. Afirma o SINPROSP que: “O Sindicato dos Professores de São Paulo reafirma a realização de negociações com o SiEEESP concluídas um pouco antes da assembleia do dia 29/05, que resultaram em proposta que previa a manutenção de todas as cláusulas sociais da Convenção Coletiva por um ano, reajuste de 3% e participação nos lucros de 15%”, rebate em nota o SinproSP.
Vejam no vídeo a expectativa do presidente do SinproSP para a audiência de conciliação que acontecerá amanhã (05/06).
Pais e mães de alunos de 40 escolas formaram um grupo, Famílias Interescolas em Apoio aos Professores, apoiam os professore e pedem “mais respeito e seriedade nas negociações com os docentes, pois não vimos nenhuma proposta construtiva por parte do SIEEESP”.
A Associação Brasileira de Escolas Particulares também se posiciona favoravelmente à proposta aprovada pelos professores: “Diante disso, propomos enfaticamente ao SIEEESP que aceite os termos da proposta aprovada pelos Professores em assembleia realizada no dia 29 de maio. Propomos também que o SINPRO mantenha o que foi aprovado na mesma assembleia, garantindo a manutenção da Convenção Coletiva até 2020”.
O SinproSP convoca a categoria para um ato no Tribunal Regional do Trabalho, dia 05/06, às 13 h, e para assembleia no Sindicato, dia 06, às 18 h. O SIEEESP fará assembleia com os donos das escolas privadas no dia 06/06/2018 na sede do SIEEESP.
Uma resposta
É. Somos uma classe que é “desprezada” veladamente.
Sim.
Veladamente porque determina os saberes sistematizados e estamos receptivos e dispostos a compartilhá-los.
Porém, ao enfrentarmos situações como está que se articula, é impossível não perceber as manipulações às quais nos submetem.
O ato de ministrar aulas deveria, por si só, exigir um patamar financeiro condizente com essa função.
O que não acontece.
Estamos preparando VIDAS.
Em sua totalidade: emocional, social, cognitiva, profissional, cidadã, enfim.
Onde estão as autoridades responsáveis por Enxergarem tudo isto????
GREVE?
PRECISA FAZER GREVES PARA TER RECONHECIMENTO???
Só em universos Atados, Fechados, Ensimesmados e néscios como o nosso, para que isto continue acontecendo.