“[…] com certeza não é isso que vai me fazer parar, porque eu não brigo por espaços, eu brigo por fé na emancipação.” – Aline Anaya
Centenas de mulheres participaram, no Centro de São Paulo, da 15ª Caminhada das Mulheres Lésbicas e Bissexuais. Com o tema “Luanas e Katianes, quantas mais? Resistiremos!”, elas protestavam contra a lesbofobia, responsável pela morte de mais de 120 mulheres em São Paulo, em 2016. Em entrevista à repórter Michelle Gomes, da Rede TVT, uma pergunta foi feita:
“A importância de vir toda hora aqui, pra rua, é pra que a gente mostre que nós existimos! Pra não se fazer apagamento, porque a mídia e todo o movimento LGBT não falam do L…” – Virgínia Figueiredo – Liga Brasileira de Lésbicas
“As lésbicas não são visíveis dentro do movimento LGBT, o L praticamente não existe. Até mesmo dentro de um cenário – além do político, comercial, somos invisíveis. Os gays homens tem até um nicho comercial, entendeu? E a gente está sempre à margem.” – Rafaela Erre – Compositora
“Quando você toma um enquadro, você é tratada como um homem mesmo que você não queira ser um homem. São coisas que a gente precisa debater entre nós, mulheres lésbicas, porque quando a gente fala isso, percebemos que a mana da outra quebrada, lá da Zona Leste, passa pela mesma coisa.” – Gabi Nyarai – Ativista / Batalha Dominação
“Uns dias atrás eu levei um enquadro da PM, eu, um companheiro e uma companheira minha – essa companheira não performa a feminilidade, no caso é uma companheira que costumamos chamar de butch, de lésbica caminhão – e esse policial tentou enquadrar a gente como se tivesse enquadrando um homem. Ele leu aquela mulher, mesmo ela falando que ela era mulher, como um homem.” – Fernanda Gomes – Organização da Caminhada Lésbica e Bissexual
“No Rio de Janeiro a gente tem o vagão feminino no metrô e me tiram do vagão feminino direto… São várias questões de violência que a gente vem sofrendo e que a gente vai arrumando estratégias de sobrevivência.” – JLo Borges – Grafiteira / Coletiva Visibilidade Lésbica
“Queremos a demanda na saúde, porque nós não temos profissionais adequados e capacitados para trabalhar as nossas especificidades como lésbicas. Eles tratam a gente como se a gente como se fossemos héteros. A gente fala que não transa com homem, a gente fala que não usa camisinha, e eles continuam passando remédio como se ignorasse o que a gente fala – isso quando não encaminham a gente pra algum psicólogo ou igreja, porque somos todas doentes segundo eles.” – Virgínia Figueiredo – Liga Brasileira de Lésbicas
“A importância da caminhada é trazer isso pra rua, as mulheres virem pra rua e entenderem que lesbofobia mata. A lesbofobia existe e mata todos os dias mulheres. O ano de 2016 foi um ano que teve mais de 120 casos de morte por lesbofobia aqui no estado de São Paulo.” Fernanda Gomes – Organização da Caminhada Lésbica e Bissexual