Lula Livre
Pastor Ariovaldo Ramos para Lula: Páscoa tempo de enfrentar as forças da morte e de ressurreição
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6 anos atrásem

Do site cartas para Lula
Dileto companheiro, quero partilhar consigo uma reflexão sobre a Páscoa.
“No findar do sábado, ao entrar no primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro. E eis que houve um grande terremoto, porque um anjo do Senhor desceu do céu, chegou-se, removeu a pedra e assentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago, e sua veste, alva como a neve. E os guardas tremeram espavoridos e ficaram como se estivessem mortos. Mas o anjo, dirigindo-se as mulheres, disse: Não temais; porque sei que buscais Jesus, que foi crucificado. Ele não esta aqui; ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver onde ele jazia. Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis. É como vos digo! E, retirando-se elas apressadamente do sepulcro, tomadas de medo e grande alegria, correram a anunciá-lo aos discípulos. E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas, aproximando-se, abraçaram-lhe os pés e o adoraram. Então, Jesus lhes disse: Não temais! Ide avisar a meus irmãos que se dirijam à Galiléia e lá me verão” (Mateus 28:1-10)
Páscoa, Aleluia, o Senhor ressuscitou! Essa é a data, como disse alguém, mais profunda da fé cristã, a ressurreição de Jesus. E ela é profunda não só porque ela é inusitada, mas porque ela inaugura uma nova fase na historia do universo. Até essa data, todo o universo viveu sob a sombra da morte, sob a sombra da cruz, sob a realidade da morte. Mas, no domingo, primeiro dia da semana, depois da crucificação, Jesus ressuscitou, Jesus venceu a morte! Jesus ressuscitou, como tinha dito!
A fala do anjo é perfeita: “Não temais, porque sei que buscais Jesus , que foi crucificado. Ele não está aqui. Ressuscitou, como tinha dito”. A ressurreição não é um acidente, a ressurreição é uma determinação e intervenção divinas, e é a inauguração de uma nova fase da história do Universo. A partir da ressurreição o Universo respira sob a luz da vitória sobre a morte, sob a luz da vida, como diria John Owen “a morte morreu porque Jesus ressuscitou”, Jesus venceu a morte, e isso inaugura uma nova fase na vida do Universo.
A historia da redenção está dividida em duas etapas, a primeira etapa, pode ser chamada de: o Universo, a vida, a existência sob a sombra da cruz, sob a realidade da morte. A segunda etapa é a existência sob a luz da ressurreição, que é exatamente aonde estamos vivendo, e a Igreja é a primeira manifestação dessa nova realidade. A Igreja é o resultado da mudança na historia da redenção. A morte de Cristo cumpre um ciclo na história da redenção, a sua ressurreição inaugura um novo ciclo na história da redenção, que terminará com a sua volta triunfal e visível, visível e triunfal.
Esse texto nos ensina algumas coisas interessantes: As nossas irmãs foram buscar Jesus onde ele Não estava! As nossas irmãs foram buscar Jesus onde ele não estava, porque elas não tinham crido na ressurreição. Essa talvez seja a primeira lição que temos de aprender para a vida, não se pode buscar seja lá o que for de Jesus num lugar onde Jesus não está. E Jesus não está mais na morte, Jesus não está no desespero, Jesus não está na agonia, Jesus não está na dor. Jesus ressuscitou, Ele não está aqui! Temos que buscar Jesus sempre sob esse prisma, o prisma da ressurreição, porque isso é fé. Fé é ver tudo sob o prisma da ressurreição. Então, essa é a primeira lição que se tira desse texto, não adianta buscar Jesus onde Ele não está. Ele não está mais em um túmulo, ele não está mais na morte.
Às vezes, experimentando a dor, a proximidade da morte, a angústia, a dificuldade, a enfermidade, pedimos a Jesus que venha para o lugar da nossa dor, mas Jesus está sempre nos pedindo para ir ao lugar da ressurreição, para sempre olharmos a vida sob uma nova perspectiva, para não permitirmos que os resquícios da morte empanem a glória da ressurreição.
E isso é a lição que aprendemos com as nossas irmãs. É como se o anjo dissesse: Eu sei que buscais Jesus, que foi crucificado, que morreu, que adoeceu, que teve um enfarto, que sentiu muita dor, que foi torturado e que baixou a sepultura… ele não está aqui. Ressuscitou como tinha dito. Então, às vezes, nós, porque ainda sentimos os resquícios da morte, pedimos ao Senhor que venha ao lugar da morte, pedimos ao Senhor que venha ao lugar da dor, pedimos ao Senhor que venha ao lugar da angústia, pedimos ao Senhor que venha ao lugar da tortura, mas o Senhor está sempre dizendo para irmos ao lugar da ressurreição.
O anjo disse “ Ide, pois, depressa e dizei aos seus discípulos, que Ele ressuscitou dos mortos, e vai adiante de vós”. Por exemplo, Paulo e Silas foram presos, foram torturados e marcados pela dor, foram colocados no calabouço. Quando foram colocados no calabouço, foram presos a um tronco e aí eles começaram a cantar e a orar. O que foi que Paulo e Silas fizeram? Ao invés de convidar Jesus para o lugar da morte, eles foram a Jesus no lugar da ressurreição.
Quando as Escrituras nos ensinam a, em tudo, dar graças, as Escrituras estão dizendo: ao invés de chamar Jesus para o lugar da sua morte, vá a Jesus no lugar da sua ressurreição! Acredite na ressurreição de Jesus, acredite que a ressurreição de Jesus vai afetar a sua vida, é só uma questão de tempo. Acredite que os resquícios da morte não significam que Jesus ficou aprisionado no túmulo, não vá buscar Jesus no túmulo, não vá buscar Jesus no sepulcro, Ele não está lá.
É interessante a frase de Jesus “Salve, e elas aproximando se abraçaram a seus pés e o adoraram. Então Jesus disse, não temais, ide avisar a meus irmãos que se dirijam a Galiléia, e lá me verão”. Entrar, nessa nova fase da história do universo, é fazer uma escolha, é trocar o túmulo pela radiante luz da ressurreição, é trocar a dor pela confiança , é trocar o murmúrio pelo louvor, é trocar o medo pela fé. Para que possamos encontrar Jesus no lugar da ressurreição, porque Ele foi adiante de nós! “Não temais! Ide avisar aos meus irmãos que se dirijam a Galileia e lá me verão”, então nós temos de aprender a ir no lugar onde podemos ver a Jesus.
É um passo adiante na história, é uma retomada da vida, é uma retomada do significado da ressurreição de Jesus.
A ressurreição de Jesus marca uma nova fase na história do Universo. Até a morte de Jesus, o universo e toda a existência estava sob a sombra da cruz, sob a realidade da morte. Mas após a ressurreição de Jesus, a nossa perspectiva mudou, porque a história do Universo agora está marcada pela presença da vida, Jesus ressuscitou! Agora a existência está sob a luz da ressurreição. É isso, inclusive, que promove a esperança. Por que homens e mulheres foram inspirados a resistir ao mal? Por causa da luz da ressurreição. Por que homens e mulheres foram inspirados a buscar a libertação do próximo? Por causa da luz da ressurreição. Todas as vezes que alguém se levanta contra a maldade, contra o mau uso do poder, contra o poder maligno, contra o poder das trevas, não importa onde ele se manifeste, se levanta por causa da realidade da ressurreição. O aparente poder das trevas pode se manifestar de várias maneiras: pode se manifestar politicamente, socialmente… Não importa por onde ele se manifeste, nosso adversário é sempre o mesmo, e foi derrotado pelo Cristo, como demonstra a sua ressurreição.
Com que força nos levantamos contra o poder das trevas? Com a certeza da ressurreição, com a certeza de que a morte foi vencida, com a certeza de que Jesus não está mais aqui, ele ressuscitou como havia dito. E nós precisamos ir onde nós o veremos, e nós o veremos na gratidão, na fé, no amor ao próximo , na dedicação ao bem, na luta pela vida, na luta pela liberdade; na consciência da vitória em Cristo Jesus, nas nossas orações de gratidão, nos nossos louvores, na nossa certeza da ressurreição.
Muitas vezes, gostaríamos que Jesus viesse no lugar da nossa morte, para nos consolar na nossa mortalidade, na nossa dor, no nosso sofrimento, na nossa angústia… Mas nós não precisamos do consolo que diz: Estou com você enquanto você inexoravelmente morre, estou com você enquanto você inexoravelmente chora, estou com você enquanto você inexoravelmente sofre, estou com você enquanto você inexoravelmente geme, estou com você enquanto você inexoravelmente murmura. Não!
Precisamos ouvir: Estou com você enquanto você reage ao sofrimento, estou com você enquanto você reage à morte, estou com você enquanto você reage ao mal, estou com você enquanto você reage à dor , estou com você enquanto você decide que a morte, a dor, a angústia não darão a última palavra na sua vida. Nós temos de ir onde nós o podemos ver, “e lá me verão”. O que nos conduz a esse lugar é o louvor, o que nos conduz a esse lugar é a gratidão, o que nos conduz a esse lugar é a fé, a certeza da ressurreição de Jesus e da nossa ressurreição.O que nos conduz a esse lugar é a certeza de que a vitória de Cristo é a vitória da humanidade, de que a morte foi tragada pela vitória, como foi o grito de Paulo “ onde está ó morte o seu aguilhão? Tragada foi a morte pela vitória!” .
É muito rica essa lição desse encontro das irmãs com o anjo e com Jesus. Jesus não estava mais lá, Jesus ressuscitou e nós ressuscitamos com Ele. A realidade da nossa vida não está na angústia, não está no sofrimento, não está na dor, não está na enfermidade. A nossa realidade está na nossa fé, na nossa capacidade de continuar a louvar a Jesus e de crer na sua ressurreição; está na nossa capacidade de continuar dizendo a Jesus, “Bendito o que vem em nome do Senhor!” A nossa fé em que Jesus Cristo está olhando para nós e nos saudando “salve, dirijam-se a Galileia e lá me verão!” Aqui, a Galileia não é mais a terra dos gentios, a Galileia é a terra do vitorioso Jesus de Nazaré.
Aqui, a Galiléia não é mais a terra maldita, a Galiléia é onde o profeta de Nazaré revelou-se Filho de Deus e de onde Ele saiu para vencer a morte, para colocar a ridículo todo o inferno e todas as obras da maldade, das trevas, assim como aos agentes do mal. A Galiléia não é mais o lugar de onde não pode vir nada que preste, a Galiléia é o lugar da onde saiu a Luz que ilumina o mundo e que triunfa sob as trevas.
A Páscoa é a inauguração de uma nova realidade no universo. A partir daquele dia, quando Jesus rompeu a morte, saiu do túmulo, sem precisar mexer em nada – o anjo chegou um pouco depois dele só para mover a pedra para dar o testemunho que o túmulo estava vazio, mas ele não estava mais lá. Ele ressuscitou, como havia dito. Jesus cumpre as suas promessas! Ele ressuscitou, como havia dito! E por isso nós sabemos que Ele está conosco até os confins da terra , porque Ele ressuscitou, como havia dito! Por isso nós sabemos que quem o invocar será salvo, porque Ele ressuscitou, como havia dito! Por isso nós sabemos que Ele nos deixa paz , porque Ele ressuscitou como havia dito! Por isso nós sabemos que nós vamos ressuscitar porque Ele ressuscitou como havia dito! O que precisamos, nessa nova fase do universo, é ir buscar Jesus onde é possível vê-lo. E agora só é possível vê-lo na ressurreição.
Ao invés de pedirmos a Jesus que venha até a nossa morte, nós precisamos começar a aprender a dizer a Jesus “Leve-nos para a tua ressurreição“, ao invés de dizermos ao Senhor para vir para a nossa tristeza, nós precisamos pedir a Jesus que nos leve para a sua alegria “Salve!” Ao invés de pedir a Jesus que venha a nossa doença, nós temos de aprender a dizer para Jesus “leve-nos para a tua ressurreição”.
E esse é o clamor da fé, que é feito pela oração da fé, que é feito pelo louvor, que é feito pela certeza da ressurreição. Nós temos de ir onde é possível ver Jesus, e Jesus só pode ser visto na ressurreição. Ele não está mais aqui. E se ele não está mais na morte, nós também não podemos ficar aqui. Se ele não está mais na tortura, nós não podemos ficar aqui. Se ele não está mais na angústia, nós não podemos ficar aqui. Foi isso que Paulo e Silas ensinaram de forma extraordinária, eles decidiram que não iam ficar ali. O carcereiro na verdade, fez de tudo para que eles ficassem na morte, fez de tudo para que eles ficassem na dor, fez de tudo para que eles ficassem ali sob a tortura, sob a enfermidade. Mas eles se recusaram a ficar onde Jesus não estava! Eles foram buscar Jesus no único lugar onde Jesus pode ser visto, na ressurreição. Essa é a nossa fé, é a fé na ressurreição, essa é a grande promessa das boas noticias que Jesus nos trouxe. “Eu os ressuscitarei no último dia”. Essa é a nossa fé, é lá que Jesus está, Jesus está na ressurreição!
E extraordinário como a ressurreição de Jesus re-significou tudo, inclusive a própria Galiléia, que era tida como uma terra maldita, sem esperança , sem perspectiva. Agora a Galiléia não é mais dos gentios, é de Jesus. Um profeta da Galiléia se revelou Filho de Deus, o Messias de Israel, o Salvador do mundo, Ele ressuscitou, e voltou para a Galiléia, para re-significar tudo.
Que nós aprendamos isso, irmãos, porque se nós aprendermos isso, nós veremos a vida sob outra perspectiva, e nós nos recusaremos a ficar onde Jesus não está. Isso é fé. É a gratidão pela certeza de que a ressurreição de Jesus vai atuar na minha vida, e já está atuando, e vamos perceber isso mais cedo ou mais tarde, porque, depois que Jesus ressuscitou, tudo passou a ser apenas uma questão de tempo. Jesus ressuscitou, ele venceu a morte! O Universo mudou de estágio, antes o Universo estava sob a sombra da cruz, sob a realidade da morte, agora o Universo está sob a luz da ressurreição, na realidade da vida.
Que o Senhor nos abençoe com essa consciência, que o Senhor nos faça olhar tudo com os olhos da ressurreição. Que o Senhor nos faça encarar a vida a partir da ressurreição que torna possível a gente se levantar onde todos se permitiriam ser abatidos, que torna possível resistir onde todos capitulariam, e que torna possível continuar de onde todos parariam… Porque Jesus ressuscitou! As forças das trevas não tem mais poder, vencida foi a morte, e isso é o que levou a humanidade para a frente, a consciência ou mesmo só a intuição de que o poder maligno estava destituído, Jesus ressuscitou, levou cativo o cativeiro e deu dons aos homens. É Páscoa, salve!
Aleluia, Bendito seja o nome do Senhor, Ele ressuscitou e nós estamos caminhando para a ressurreição também! Os que não são movidos pela ressurreição, correm o risco de ser tragados por um sistema egoísta, individualista e absolutamente mortal, e aí resta a apenas a angústia, que é o lugar onde Jesus não está. Pela fé na ressurreição enfrentamos o mal, em todas as suas manifestações, e mudamos a face da sociedade! A ressurreição do Cristo é o triunfo da redenção na história, e a possibilidade de, desde já, provocar mudanças na história em favor da justiça.
Querido presidente, nós o vemos como um agente dessa ressurreição em nossa história. Que o Cristo continue a cumulá-lo de força e fé.
São Paulo, 20 de abril de 2019.
Ariovaldo Ramos”
PASTOR ARIOVALDO RAMOS: Pastor evangélico, líder da Comunidade Cristã Renovada e um dos fundadores da Frente de Evangélicos Pelo Estado de Direito.
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AO VIVO
O Amor vai vencer o Ódio – Lula no Encontro Nacional do PT
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6 anos atrásem
23/11/19
Durante 580 dias fui isolado da família, dos amigos e companheiros, apartado do povo, mesmo tendo o direito constitucional de recorrer em liberdade contra a sentença injusta e fraudulenta de um juiz parcial. Um direito que somente agora foi proclamado pelo Supremo Tribunal Federal, para todos, sem exceção.
um ex-juiz que atuou fora da lei, grampeou advogados, mentiu ao país e aos tribunais, antes de desnudar seus objetivos políticos. Lutarei para que seja anulada a sentença e me deem o julgamento justo que não tive.
Desde que foi criado, há quase 40 anos, o PT disputou dentro da lei e pacificamente todas as eleições neste país. Quando perdemos, aceitamos o resultado e fizemos oposição, como determinaram as urnas. Quando vencemos, governamos com diálogo social, participação popular e respeito às instituições.
Aos que criticam ou temem a polarização, temos que ter a coragem de dizer: nós somos, sim, o oposto de Bolsonaro. Não dá para ficar em cima do muro ou no meio do caminho: somos e seremos oposição a esse governo de extrema-direita que gera desemprego e exige que os desempregados paguem a conta.
Andam negando essa verdade científica, mas a Terra é redonda e nós estamos, sim, em polos opostos: enquanto eles semeiam o ódio, nós vamos mostrar a eles o que o amor é capaz de fazer por este país.
Para o mercado decidir quem pode e quem não pode se aposentar, quanto vai custar o gás de cozinha, o combustível, a energia elétrica, visando somente o lucro, o Brasil não precisaria do PT.
Porque o maior inimigo do Brasil hoje e desde sempre é a desigualdade, esse vergonhoso fosso em que 1% da população detém 30% da renda nacional e para a metade mais pobre sobram 17%, as migalhas de um banquete indecente.
O peso da injustiça recai hoje sobre os motoristas de aplicativos, os jovens que perdem a saúde e arriscam a vida fazendo entregas em motos, bicicletas, ou mesmo a pé. Os que não têm a quem recorrer por seus direitos, porque a única relação de trabalho que conhecem não é a carteira profissional, mas um telefone celular que ele precisa recarregar desesperadamente.
O maior erro que nós cometemos foi não ter feito mais e melhor, de uma forma tão contundente que jamais fosse possível esse país voltar a ser governado contra o povo, contra os interesses nacionais, contra a liberdade e a democracia, como está sendo hoje.
Também tínhamos de ter trabalhado muito mais para democratizar o acesso à informação e aos meios de comunicação, apoiado mais as rádios comunitárias, fortalecido mais a televisão pública, a imprensa regional, o jornalismo independente na internet.
Entendo que democratizar a comunicação não é fechar uma TV, é abrir muitas. É fazer a regulação constitucional que está parada há 31 anos, à espera de um momento de coragem do Congresso Nacional. É fazer cumprir a lei do direito de resposta. E é principalmente abrir mais escolas e universidades, levar mais informação e consciência para que as pessoas se libertem do monopólio.
A autocrítica que o Brasil espera é a dos que apoiaram, nos últimos três anos, a implantação do projeto neoliberal que não deu certo em lugar nenhum do mundo, que vai destruir a previdência pública e que ao invés de gerar os empregos que o povo precisa está implantando novas formas de exploração.
Que ética é essa que condena 2 milhões de trabalhadores, sem apelação, destruindo empresas para salvar os patrões acusados de corrupção?
Temos muito o que falar sobre ética, sobre combate à corrupção e à impunidade. Mas acima de tudo temos que falar a verdade.
Os indicadores econômicos do Brasil pioraram: a balança comercial em queda, a economia paralisada, setores da indústria destruídos, o investimento público e privado inexistente, o rombo nas contas aumentado irresponsavelmente por razões políticas. O custo de vida dos pobres aumentou e as pessoas voltaram a cozinhar com lenha porque não podem comprar um botijão de gás.
O Brasil só não está passando por uma convulsão social extrema por causa da herança dos governos do PT. Porque não conseguiram acabar com o Bolsa Família, último recurso de milhões de deserdados. Porque milhões de famílias ainda produzem no campo, para onde levamos água, energia, tecnologia e recursos em nosso governo. E também porque não conseguiram destruir ainda os sistemas públicos de saúde, educação e segurança, mas fatalmente isso irá ocorrer pela criminosa política de cortes do investimento público.
Fiquem alertas os que estão se aproveitando dessa farra de entreguismo e privatização predatória, porque não vai durar para sempre. O povo brasileiro há de encontrar os meios de recuperar aquilo que lhe pertence. E saberá cobrar os crimes dos que estão traindo, entregando e destruindo o país.
Um país que não garante educação pública de qualidade a todas as suas crianças, adolescentes e jovens não se prepara para o futuro.
O Brasil precisa embarcar de volta para o futuro. E não tem ninguém melhor para pilotar essa máquina do tempo do que a juventude desse país. Porque essa juventude, seja ela branca, negra ou indígena, ela quer ensino de qualidade, quer adquirir conhecimento, quer de volta as oportunidades de trabalho digno, sem alienação e sem humilhações.
Luiz Inácio Lula da Silva
Os Jornalistas Livres também fizemos a transmissão ao vivo que pode ser assistida em https://www.youtube.com/watch?v=XJTUbyFB5II&feature=youtu.be

Por Ricardo Melo*, especial para os Jornalistas Livres
Pode soar incrível. Saíram da boca do usurpador Bolsonaro duas palavras úteis além de bravatas escatológicas de padrão fascista: Lula está “momentaneamente solto”.
Mais do que despeito diante do revés imposto aos golpistas, a definição guarda significado estratégico. O grande capital e seus associados na mídia, judiciário, executivo e legislativo insistem no objetivo de eliminar Lula e o que ele representa. A decisão do Supremo é sintomática: cederam-se alguns anéis para tentar outro bote para recuperá-los (com lucro) mais à frente. Sobretudo mantiveram-se os dedos que apertam gatilhos simbólica e literalmente, como aconteceu com Marielle/Anderson.
Os elogios derramados ao presidente do STF pelo voto de minerva mal abafaram o constrangimento. Nem bem terminou a sessão, Toffoli saiu a dizer que o Congresso pode mudar o decidido pouco antes. “Basta uma emenda”. Quanta hipocrisia. Nenhuma das chamadas cláusulas pétreas pode ser modificada exceto por outra Assembleia Constituinte. Nenhuma. Entre elas, as relativas a direitos e garantias individuais, como a do direito à defesa até o último recurso ser julgado. A Constituição é inequívoca a respeito –assim como inequívoco é o percurso tortuoso de Toffoli nos tribunais.

Ato em São Bernardo, para receber Lula – Foto de Bacellar
É indiferente então que Lula tenha saído da solitária? Nem um tolo pensaria isto. Trata-se de uma vitória tática da maior importância. Deixe-se em papelada o raciocínio malabarista de que Lula fora da cadeia favorece a direita, disposta a se reaglutinar com receio do fantasma petista. Pensamento tão razoável quanto imaginar que o inimigo solto, mesmo momentaneamente, é mais seguro do que preso!
Dúvida? Com a palavra Steve Bannon, um dos gurus da extrema direita, conselheiro de todas horas da famiglia Bolsonaro e ex-queridinho de Donald Trump: “Lula é uma figura trágica […] ele é alguém que foi corrompido por dinheiro e poder. É evidente e, para mim, isso agora vai causar uma enorme perturbação política no Brasil”.
Bannon sabe do que fala. Já para o povo pobre do Brasil, para os democratas de verdade, o alcance da liberdade provisória de Lula ficou expresso nas demonstrações incontidas de alegria, satisfação e esperança. Impossível para quem deseja um país decente ficar imóvel diante da recepção a Lula tanto em Curitiba como em São Bernardo. Se Lula ainda não está livre das acusações que pesam sobre ele, é fato que o recuo imposto aos golpistas tornou-se um combustível pronto a incendiar-se diante de um governo interventor.
Agenda de ruínas
Lições da história demonstram que o Brasil reúne as chamadas condições objetivas para entrar nos trilhos da democracia. Os de baixo não podem mais viver como agora. A miséria se alastra a toda velocidade; direitos trabalhistas e previdenciários viraram pó; o setor público vem sendo desmantelado impiedosamente; a soberania nacional sofre ataques sucessivos; estatais são vendidas na bacia das almas; os parcos ganhos salariais dos anos pré-golpe começam a ser revertidos. E o desemprego permanece nas alturas, mesmo com as maquiagens estatísticas de “informalidade”, “intermitência” e outros eufemismos abjetos. O esmagamento das liberdades e das minorias, a entrega do poder a milicianos e o desprezo pelo povo equivalem à expressão política necessária para o êxito da agenda de ruínas.
Só que no topo da pirâmide o ambiente está longe de ser tranquilo. Mesmo o mais cínico dos extremistas de direita sabe que a “vitória” de Bolsonaro emergiu da fraude e da manipulação descaradas, a começar pelo banimento de Lula das eleições. O capitão medíocre foi o que restou aos tubarões assustados com o desmoronamento das candidaturas de direita tidas como “civilizadas”. Há, porém, um desconforto inquietante nessa esfera em face da brutalidade da gangue aboletada no Planalto. Também medo de que a implosão do PSL exponha mazelas muito maiores e fétidas além da fronteira do partido.
A divergência não é de fundo, claro. Preocupa esta “gente limpinha”, alinhada desde sempre com os golpistas, que a desfaçatez bolsonarista multiplique a oposição às contrarreformas, cuja aprovação é objetivo maior da elite apodrecida. O pano de fundo internacional não ajuda, com as grandes potências travando uma batalha encarniçada para assegurar fatias crescentes do mercado. Isto num momento em que os próprios teóricos neo-liberais do FMI, Banco Mundial e Cia. admitem que a economia mundial patina e o horizonte se torna mais e mais sombrio.
Não à toa Trump faz gato e sapato do “grande aliado” Bolsonaro, transformado o Brasil em chacota mundial. As multinacionais esnobam Guedes e seus asseclas nos leilões de petróleo e exigem benefícios ainda mais indecentes. Em resposta, Guedes providencia mais contrarreformas para chilenizar o Brasil a toque de caixa antes que aventureiros de outros países o façam. O golpe na Bolívia que derrubou Evo Morales –responsável por um dos maiores índices de crescimento e inclusão social em seus governos– prova que o grande capital não está para brincadeira. Ele compreende muito bem a origem da onda de revoltas espalhadas mundo afora.
Ninguém se engane: neste cenário, a artilharia contra Lula de forma alguma arrefeceu. Seu nome está associado à ideia de conquistas sociais, de liberdade, democracia, menos desigualdade e limites à exploração desenfreada. Tudo o que contradiz a cartilha do grande capital. Obrigados a recuar um pouco, os donos do dinheiro já anunciam nova ofensiva em todas as instâncias. Provocadores esparramados em redes sociais também não pensarão duas vezes em passar das palavras à ação. Contam com a mesma impunidade que cerca, por exemplo, a famiglia Bolsonaro, os assassinos de Marielle/Anderson e o poder miliciano infiltrado no Estado. O reforço da segurança do ex-presidente Lula é questão de honra para o movimento popular, assim como a anulação de todos os processos mentirosos abertos contra ele.
A melhor defesa é o ataque. Como bem disse Lula, o combate imediato é contra a agenda de destruição do Brasil colocada em prática desde a derrubada de Dilma Rousseff. Algo muito maior que uma guerra de palavras parlamentar ou batalha de twitters. A disputa, mais do que nunca, ocorre na ação: nas ruas, nos bairros, nas escolas, nas empresas, nas estatais, no comércio, nos movimentos sociais, nos agrupamentos de desempregados, nas caravanas pelo Brasil –na recusa permanente a todos os atos, leis e decretos que atentam contra a dignidade, sobrevivência e livre manifestação.
Lula é insubstituível como alavanca dessa contraofensiva progressista. Instrumento necessário para organizar os pobres e democratas, tanto quanto para construir uma frente política à altura das urgências do Brasil. O sucesso ou fracasso desse confronto cotidiano vai ditar o prazo de validade de Bolsonaro no poder.
*Ricardo Melo é jornalista, ex-presidente da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) e apresentador do programa ‘Contraponto’ na rádio Trianon de S.Paulo (AM 740)

Ato em São Bernardo, para receber Luiz Inácio Lula da Silva, depois de 580 dias de prisão na sede da Polícia Federal de Curitiba – Foto de Ricardo Stuckert

Por Ivan Hegenberg para o Jornalistas Livres.
Lula é o novo Mandela e não pode haver receio ou hesitação na celebração de sua liberdade. Na Lava Jato foi cobrado do ex-presidente algo que em um Estado de Direito jamais se pode exigir, que é uma prova de inocência irrefutável. Poucas lideranças políticas de grande envergadura poderiam ter suas contas devassadas como as do ex-presidente sem apresentar uma prova material comprometedora. Mesmo partindo em desvantagem, a defesa técnica tem muito o que dizer sobre as perícias solicitadas, sobre o fato de o triplex ter sido penhorado pela OAS e pode contrapor as delações acusatórias com muitas delações que absolveriam o réu.
Dallagnol e Moro ficaram frustrados por não conseguirem nada além de ilações e delações duvidosas, mas tiveram sucesso na intensificação de questionamentos sobre a ética lulista. Em aliança com a mídia, conseguiram criar em grande parte da população o sentimento de que para deter Lula seria aceitável inverter o ônus da prova.
A ideia de se forçar uma condenação exemplar sem as impressões digitais do ex-presidente é uma farsa jurídica insustentável, e precisa ser vista como uma usurpação da vontade popular. Pode-se desaprovar as escolhas políticas feitas ao longo dos anos petistas, mas não houve legitimidade na criminalização de suas ações. Apenas a imolação de um bode expiatório para todo um sistema que seria corrupto com ou sem Lula.
E como se trata de um julgamento político, não há maior prova de inocência para Lula do que o bolsonarismo. Nada demonstra de maneira mais cristalina que a perseguição ao PT não tinha como devir o combate à corrupção, e que o antipetismo oficial sempre significou um projeto de poder retrógrado e criminoso. Projeto do qual fazem parte muitos corruptos da grande imprensa, do judiciário e do empresariado.
Lula livre é luta nossa! É hora de celebrar e união contra os retrocessos.
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Tony Amaro
21/04/19 at 12:09
Perdeu seu tempo Inácio da Silva,O Lula lê texto longo desde que seja escrito por um pastor amigo.E desde que não seja de gente da extrema direita.
Cecilio Neves
21/04/19 at 16:06
“Pastor” Ariovaldo toda a esquerda é do diabo e eles da esquerda odei a Deus, odeiam a palavra de Deus e odeiam a luz por quanto suas obras sao más … Lula é o líder da esquerda nas Américas, e um dos príncipes da esquerda satânica mundial… Ariovaldo reveja seu conceito de ser cristão e “Pastor” evangélico… Esta escrito:”pode uma mesma fonte dar água doce e ao mesmo tempo dar aguas amargas?” Tiago 3:11… Q água alguem pode dar estando com os pés dentro do circulo satanico do comunismo e esquerda politica?
Teresinha Rodrigues
21/04/19 at 16:33
Que texto maravilhoso!!! Foi muito esclarecedor. Com certeza Lula ficou bastante feliz com suas palavras de amor e conforto. Precisamos de menos ódio no coração das pessoas e este texto e como um bálsamo. Parabéns!! sou católica e ame suas palavras!!
Inácio da Silva
21/04/19 at 19:19
Sr Tony Amaro. Lula é semi-analfabeto…e do que ele gosta mesmo é de 51…ler não é o forte dele. Agora sobre sua ilação a respeito de minha inclinação política, esclareço que era carece de fundamento. Não sou de direita, esquerda, ou de centro. Simplesmente acho que nenhum político vale o chão que pisa. Todos mentem para serem eleitos e depois roubam para lá se manter. Lula é um criminoso condenado. Resulta difícil entender essa idolatria por esse enganador de incautos.
Jhonny
22/04/19 at 2:11
A Direitalha Miliciana pira!!! Kkkkkkk…
Jhonny
22/04/19 at 2:29
Arminha arminha…
Todo mundo fazendo arminha
Arminha arminha…
Todo mundo fazendo arminha
Olha as laranjas ai geeeeente
Pararatimbum pararatimbum
Doutor eu não me engano
O Bolsonaro é Miliciano
DE NOVO
Doutor eu não me engano
O Bolsonaro é Miliciano
…
Gilson carvalho de almeida
22/04/19 at 2:36
Precisamos de menos odio e mas amor .antes de mas nada lula e um ser humano.JESUS ODEIA O PECADO mas ama o pecador.Deus abençoe a todos.
Oliveira
22/04/19 at 3:53
pelo visto, daqui a pouco o maior ladrão da história deste país vai fazer milagre.
Jhonny Antifascista
22/04/19 at 9:53
Os Bolsominions Direitopatas Milicianos e Direitralhas do laranjal podre piram com o Lula!!! Parabéns Pastor, Lula Livre!!!