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Cultura

O silêncio dos artistas

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“Nós não veio de branco à toa, certo?”, diz o rapper Emicida, vestido de branco da cabeça aos pés, a exemplo dos integrantes da banda e dos convidados especialíssimos de seu show na Virada Cultural, o mito da bossa nova João Donato e o mito do samba Martinho da Vila. “Nós veio de branco por causa de um tempo em que uma menina de 11 anos toma uma pedrada por ser do candomblé. Nós veio de branco por vagabundo que tá querendo cuidar dos jovem e fala mais de cadeia que de escola, tá ligado?

Era apenas o começo de um fortíssimo discurso cidadão que, sem jamais citar nomes, respingou em políticos profissionais como o presidente peemedebista da Câmara Federal, Eduardo Cunha, e os governadores peessedebistas dos estados de São Paulo, Geraldo Alckmin, e Paraná, Beto Richa. O protesto-provocação prosseguiu, estruturado em rimas e na linguagem-poema original, de identidade, do artista paulistano:

“E aí vira o quê? Os com-diploma versus os consciência. A Fundação é tudo, menos Casa, prum interno. É mó boi odiar o diabo, eu quero ver cê se ver lá no inferno. Não existe amor em SP? Existe pra caralho. Cês acham que as Mães de Maio chora por quê? Tendo que sobreviver ao pai que abusa, ao ferro sob a blusa, às farda que mata nós e nunca fica reclusa, ao Estado que te usa, ao padrão de beleza musa e aos otário que inda quer vim me falar de racismo ao contrário. Tempo doido, tempo doido, a espinha gela, onde as mulher é estuprada e no final a culpa ainda é delas. O problema é seu e da sua dor. Às vez eu me sinto inútil aqui, que eu não valho nada, igual o governo tem tratado os professor. Mas presses bunda mole aí que acha que nós tá dormindo, um aviso: não é porque nós tá sonhando que nós tá dormindo, viu?”.

O público de Emicida canta numa só voz na praça Júlio Prestes — Foto: Mídia Ninja

Ao discurso, seguiu-se o (quase) puro candomblé do rap libertário “Ubuntu Fristaili” (2013), de refrão que todo o público do Palco Júlio Prestes repetiu a plenos pulmões: “Axé pra quem é de axé/ pra chegar bem vilão/ independente da sua fé/ música é nossa religião”

Manifestantes perguntam na plateia do Palco Júlio Prestes: “77% dos jovens que morrem no Brasil, por armas de fogo, são negros! Isso te importa?” — oto William Oliveira/ Coletivo MIRA

Se o desagravo não barra a barbárie das propostas ultracapitalistas de redução da maioridade penal e nem a dor da menina apedrejada por ser afro-brasileira, ainda assim o recado foi emitido para milhões de brasileiros, ao vivo e via internet — e para a mãe de Emicida, Jacira Roque de Oliveira, que dançava toda majestosa em trajes afro-brasileiros, no asfalto em frente ao palco alto do filho.

Mas por que nem Emicida, o mais audaz e arrojado de nossos artistas atuais em termos de discurso, costuma dar nomes aos bois em suas falas mais políticas?

E por que, no extremo do comportamento de manada medíocre da MPB (que agoniza, mas não morre), o silêncio sepulcral é a regra quase intransponível? Por que nove vírgula nove de cada dez estrelas que colhem dinheiro público para cantar “de graça” na Virada Cultural se calam solenemente em frente a microfones públicos poderiam versar sobre política, direitos humanos, justiça & injustiças, desejos, sonhos, reivindicações, pedidos, declarações de amor?

Em entrevista recente que irá ao ar nos próximos dias no FAROFAFÁ, a compositora, cantora e deputada estadual Leci Brandão (PCdoB-SP) comentou o caso de uma importante cantora popular brasileira, que por questões contratuais não pode falar de política em entrevista gravada para a rede Jornalistas Livres: “Os artistas independentes estão tranquilos. Eles não estão a fim de seguir essas regras. A primeira coisa que (os contratantes) fazem é fazer você botar roupa da marca tal. se vestir de tal maneira, mudar seu cabelo, ter uma banda com tais e tais músicos, ter backing vocal. Isso é um negócio maluco”.

Foto: Michelli Oliveira/MIRA

É um negócio maluco, como diz a nobre Leci, mas é sob essa cama que o discurso de Emicida estronda em meio a um enorme vazio conceitual. Artistas de forte pendor direitista e reacionário, como os roqueiros oitentistasLobão e Roger Moreira doUltraje a Rigor, recebem farta repercussão na mídia tradicional (apenas) quando vociferam contra governos progressistas ou se integram marchas direitistas. Os demais variam entre o desinteresse completo por parte dos repórteres, a mudez e o cerco armado por assessorias ferozes de (não) comunicação.

Como exemplo desse último padrão, ao final do show do grande Erasmo Carlos, tento me aproximar dele a pedido do colega Fernando Sato, para tomar um depoimento sobre maioridade penal. Alguém da assessoria me adverte de que se eu tentar serei imediatamente interrompido.

Às 10h do domingo, Erasmo Carlos se dirige ao palco dos 50 anos de jovem guarda, na av. São João — Foto Pedro Alexandre Sanches

Outro, quando mesmo assim chego perto do artista, me ameaça com expressão terrível nos olhos caso eu ouse descumprir as regras que ELES estipularam. Resultado: só consigo ouvir, da boca de Erasmo em pessoa, um breve “leio sempreo que você escreve no Twitter” (e não é que, sim, artistas leem Twitter?!). Talvez eu acredite que meu ídolo é essencialmente bom e seus assessores, maus pela própria natureza hipercapitalista — mas só se eu eu acreditar no maniqueísmo dos contos de fadas e dos filmes de Quentin Tarantino.

Num panorama global (não uso por acaso a palavra “global”), o que a valorosa exceção Emicida confirma é a regra de que “liberdade de expressão”, “liberdade de imprensa”, ”liberdade de opinião”, “liberdade artística” & outras ~liberdades~ são bandeiras falsas sempre desfraldadas como pega-trouxas pelas indústrias da informação, da cultura e do entretenimento.

Em geral, quem brada por “liberdade de expressão” em situações de aperto são os mesmos ~agentes culturais~ (e políticos) redatores ocultos das ~cláusulas de contrato~ que proíbem artistas, professoras, manifestantes, cidadãs, jornalistas e transformadoras sociais de se pronunciar em termos políticos, cidadãos, humanitários, poéticos. Nesses nichos, ainda somos a ditadura civil-militar de 1964.

Em tempo: O Glorioso Retorno de Quem Nunca Esteve Aqui (2013), o mais recente álbum de Emicida, foi lançado independentemente pelo Laboratório Fantasma, selo (e loja) de que ele é dono e presidente.

 

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Cultura

Dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência

PROCENA começa nesta quarta-feira tematizando dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência

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Desde 2016,  o PROCENA, festival de cultura que nasceu em Goiás com a leis de incentivo Fundo de Arte e Cultura de Goiás,  tem promovido a discussão sobre acessibilidade e diversos outros assuntos que atravessam as realidades dos artistas, produtores e profissionais com vocação para assistência à pessoa com deficiência. Realizado de dois em dois anos, o evento que começou envolvendo a comunidade regional, em 2020 se expande para todo o Brasil, via redes sociais.

A pandemia, que tem feito os brasileiros tentarem uma adaptação de suas vidas, na medida do que é possibilitado, frente a um governo federal negacionista que tem priorizado pouco ou quase nada salvar a vida dos cidadãos, também tem feito com que os produtores dos festivais culturais adaptem a realidade dos festivais, que costumavam ser espaços físicos não só de cultura, mas também acolhimento, troca e discussões transformadoras da nossa realidade.

Mas como bem colocado pelo coordenador do evento sobre o novo formato do PROCENA, Thiago Santana, “a realização virtual impediu o contato físico, porém ampliou o alcance do evento, gerando discussões que vão além das fronteiras”. O desafio agora é democratizar o espaço das redes sociais, para que o acesso chegue a todos e todas

De 7 a 10 de outubro, o Youtube, Facebook e Instagram serão os palcos de apresentações de danças de Goiás, grupos de outras regiões do Brasil e um de Portugal, já que este ano a dança como uma linguagem que inclui é o tema do PROCENA. Para aprofundar nas discussões, a cada dia será apresentado um webnário com um temas que envolvem política, arte e acessibilidade. Então, já assina o canal do YouTube, segue no Facebook e Instagram para garantir que não vai se esquecer desta programão super necessário.

As discussões apontaram a dança como uma linguagem que inclui e oferece mais possibilidades de acessibilidade para artistas e também para espectadores com deficiência. “Esses debates nos fizeram decidir por começar esta nova proposta com a dança, suas contribuições para a produção cênica, seus processos formativos e composições estéticas da cena inclusiva e acessível”, justifica Thiago Santana, coordenador do evento.

O coordenador também destaca a importância das leis de incentivo e mecanismos de fomento incluírem exigências e orientações para uma produção inclusiva e acessível às produções artísticas, como por exemplo, do Fundo de Arte e Cultura de Goiás. Ele lembra, contudo, que isso é fruto das metas do Plano Nacional de Cultura, aprovado em 2010 pela então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em diálogo com outros marcos legais como a Convenção da Pessoa com Deficiência e a Lei Brasileira da Inclusão. Instrumentos que, por sua vez, são resultados de debates e discussões da área, como esses que serão realizados nesta edição do Procena.

PROCENA 2020 – dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência 

Datas: 7 a 10 de outubro

Transmissão: Instagram, Facebook e YouTube do Evento.

Programação completa: http://procenago.com/procena_2020/

7 de outubro: 

9h – Oficina “Dance ability”, com Ana Alonso

14h – Oficina “Corpo Zona Dissoluta”, com Alexandre Américo

17h – Webinário “Papo #PraCegoVer”, com Patrícia Braille e Luciene Gomes

19h – Espetáculo “Dez Mil Seres”, com a Cia Dançando com a Diferença (Portugal)


8 de outubro: 

8h – Websérie “Essa é a minha arte! Qual é a sua?”

9h – Oficina  de Dança Inclusiva “Estranho hoje?!!, normal amanhã?!!!”, com Marline Dorneles

14h – Oficina “Corpo Zona Dissoluta”, com Alexandre Américo

17h – Webinário “Políticas culturais e a produção de artistas com deficiência”, com Sacha Witkowski, Claudia Reinoso, Ingrid David e Eduardo Victor

19h – Espetáculo “Berorrokan – A origem do mundo Karajá”, com INAI/NAIBF – GO


9 de outubro: 

8h – Websérie “Essa é a minha arte! Qual é a sua?”

9h – Oficina  de Dança Movi(mente), com Ana Balata e Laysa Gladistone

14h – Oficina de Criação Cênica Acessível em ambiente virtual, com Thiago Santana

17h – Webinário “Formação em dança e recursos de acessibilidade”, com Marlini Dorneles (UFG), Vanessa Santana (UFG) e Marcelo Marques

19h – Espetáculo “Similitudo”, com Projeto Pés (DF)


10 de outubro: 

8h – Websérie “Essa é a minha arte! Qual é a sua?”

9h – Oficina  de Dança Movi(mente), com Ana Balata e Laysa Gladistone

14h – Oficina de Criação Cênica Acessível em ambiente virtual, com Thiago Santana

17h – Webinário “Corpos diferenciados e a cena”, com Henrique Amoedo, Mônica Gaspar e Alexandre Américo.

19h – Espetáculo  “die einen, die anderen – alguns outros”, com a Cia Gira Dança (RN)

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Cultura

Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #53 – Tiago Judas: Homem-Caixa

Tiago Judas apresenta o 53º ensaio do Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro – Imagens que narram nossa história

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Tiago Judas: Homem Caixa

O Homem-Caixa, fora de sua casa-caixa, continua internalizado, privado, caminhando pelas ruas vazias de uma cidade-caixa em quarentena gerada pela pandemia do Coronavírus. É mais fácil percebê-lo em tempos de isolamento social, mas não é de agora que somos caixas dentro de caixas: empilhados, segregados, rotulados.

A princípio, o Homem-Caixa, não desperdiça espaços vazios, pois a sua capacidade de empilhamento é alta e facilita a gentrificação; mas, a propriedade descartável de seu material é, a longo prazo, entrópica.

Para realizar pela primeira vez o truque em que o mágico serra uma mulher ao meio em 1921, Percy Thomas Tibbles, teve que descobrir antes, até que ponto uma pessoa era capaz de se contorcer dentro de uma caixa apertada.

Em 2020 estamos tendo que redescobrir essa capacidade, mas as caixas desta vez, são as classes sociais; as etnias; as escolhas políticas. Uma vez encaixados, vivemos a ilusão de que podemos nos separar um do outro simplesmente serrando a caixa ao meio; mas tudo só faz parte desse antigo jogo de esconder.

O Homem-Caixa é frágil, descartável e fácil de ser armazenado.

Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa

Minibio

Tiago Judas (São Paulo, SP, Brasil, 1978) é bacharel em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (São Paulo, SP, Brasil, 2001) e possui licenciatura plena em Arte pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (São Paulo, SP, Brasil, 2009). Sua produção artística inclui desenhos, objetos e vídeos, além de histórias em quadrinhos.
Desde 2000, Judas tem exposto em importantes instituições culturais brasileiras e também expôs trabalhos em países como Alemanha, Áustria, Espanha, EUA e Peru. Em 2007, Judas foi contemplado com o Prêmio Aquisição do 14º Salão da Bahia (Salvador, BA, Brasil).

Em seus trabalhos, Tiago Judas busca conciliar as artes plásticas e as histórias em quadrinhos, fazendo com que uma influencie a outra. Vale ressaltar ainda que, ao longo dos últimos anos, Judas também tem trabalhado como ilustrador autônomo para jornais, revistas e editoras de livros e atua também como educador, desde 2001 orientou oficinas de arte em centros culturais como no Sesc, Museu da Imagem e do Som, Paço das artes, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Fábricas de Cultura, além de outros projetos.

Para conhecer mais o trabalho do artista

https://www.instagram.com/tiago_judas/

http://portifoliotiagojudas.blogspot.com/

https://mesadeluzzz.blogspot.com/

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O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente

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Cultura

Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #52 – Felipe Cretella: Procissão

Felipe Cretella apresenta o 52º ensaio do Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro – Imagens que narram nossa história

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Procissão - Felipe Cretella

Procissão. Refotografias do Círio de Nazaré – Bélem do Pará – Brasil – 2013.

Círio é quando agradecemos pelo passado e pedimos pelo futuro. É onde estamos todos presentes e ligados numa mesma vibração de luz e fé. Um rio de gente de todas as crenças e lugares, aglomerados e misturados. Esse ano não teremos o Círio nas ruas. Não estaremos juntos fisicamente, mas estaremos presentes em energia. Unidos pela fé no futuro, no presente e no passado.

Sequência de fotografias registradas na noite da trasladação e refotografadas em TV de tubo.

A trasladação é uma procissão noturna que acontece na semana do Círio de Nazaré em Belém do Pará, e antecede o evento principal que é realizado no domingo. Reúne mais de 1 milhão de pessoas em uma onda de agradecimentos e esperança.

O processo: ensaio original registrado na noite da trasladação. Essas fotografias então são projetadas em TV de tubo e refotografadas em longa exposição e movimento.

Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella

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Felipe Cretella - Procissão

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Felipe Cretella nasceu em São Paulo, em 1977.

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Para conhecer mais o trabalho do artista

www.felipecretella.com.br

https://www.instagram.com/feecretella/

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O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente

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