Pouco mudou da última Datafolha de abril para esta publicada hoje, mesmo completando sessenta dias da prisão do ex-presidente. No cenário da pesquisa estimulada com Lula ele mantém os 30% e os demais oscilam na margem de erro. Lembramos que os cenários do primeiro turno não podem ser comparados com a pesquisa de abril por causa da presença de Joaquim Barbosa. Em cenário do segundo turno, Lula cresce na margem de erro ou fica igual e vence com facilidade a eleição.
Na pesquisa de janeiro de 2018, 27% votaria num candidato indicado por Lula e 17% poderiam votar. Em abril, 30% votariam num candidato indicado por Lula e 16% talvez, ou seja, na mesma base de comparação, mesmo com a prisão Lula transfere mais votos. Já agora 305 votaria do candidato de Lula e 17% poderiam votar.
A rejeição de Lula, mesmo com a prisão, caiu quatro pontos e se manteve em 36%.
Vale chamar a atenção para Temer ter conseguido unificar o país e ter a maior rejeição de todos os presidente e chegar a inacreditáveis 82% de rejeição. Este número mostra que pode ter crescido a percepção que em 2016 houve um golpe contra o povo.
A Folha fala em cenário indefinido devido que os eleitores de Lula ainda não escolheram um candidato, até porque o próprio ex-presidente não indicou quem deve ser seu vice para poder compor a chapa que deve ser registrada em meados de agosto.
Outra novidade é que a Folha de São Paulo aprendeu a lição é não fez como em abril que falou em enfraquecimento de Lula, e como reconhece agora a candidatura do ex-presidente continua muito forte e ele será um ator importante na eleição. Bem, esta critica foi feita pelos Jornalistas Livres, que denunciaram aquela capa absurda da outra vez que falava do enfraquecimento de Lula.
A mensagem da pesquisa é clara e o Lula disse isso: ele será Presidente de novo, a não ser que matem ele ou continuem rasgando a Constituição.
Veja texto sobre a pesquisa de Abril da Datafolha postado no face dos jornalistas livres: https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=733914080065805&id=292074710916413
Veja por que a Folha mente na sua capa sobre pesquisa: direita joga na desesperança e prisão foi para impedir transferência de votos.
Jornal paulista nega a pesquisa feita pelo seu próprio instituto de opinião, o Datafolha, para tentar desqualificar Lula. Mas os números estão lá e mostram: Lula segue sendo o líder absoluto na preferência popular!
A própria Folha, no terceiro parágrafo da matéria, aponta que “como os cenários pesquisados são diferentes dos analisados em janeiro, a comparação direta entre os dois levantamento não é possível!”. Isto mostra que o jornal faz no máximo uma inferência para poder e pior a coloca na capa do jornal.
Ainda sublinho que na pesquisa de janeiro, não há cenário que Lula dispute com Marina e Joaquim Barbosa juntos, outro fator que impede a comparação.
Na pesquisa de janeiro de 2018, 27% votaria num candidato indicado por Lula e 17% poderiam votar. Em abril, 30% votariam num candidato indicado por Lula e 16% talvez, ou seja, na mesma base de comparação, mesmo com a prisão Lula transfere mais votos. A rejeição de Lula, mesmo com a prisão, caiu quatro pontos.
E nos cenários no segundo turno, Lula ou está estável ou há aumento da distância para o segundo colocado. Por exemplo, em janeiro a diferença de lula contra Alckmin era de 19 pontos (49 a 30), e já agora em abril é de 48 a 27. Ou seja, 21 pontos.
Cadê o enfraquecimento de Lula?
O cenário de ações judiciais contra Bolsonaro aponta que os estrategistas de partidos ligados a Temer querem uma eleição domesticada com a exclusão de candidatos do “extremo político”.
Ainda sublinho que a narrativa da pesquisa objetiva sorrateiramente pressionar o PT a voltar a jogar todas as suas energias na luta institucional e eleitoral, e para tanto pare de incentivar ações que utilizem a desobediência civil pacífica, como o acampamento em Curitiba. Ocorre que o aumento do poder de transferência de Lula e a diminuição de sua rejeição ocorreu devido a luta de narrativa feita a partir da resistência em São Bernardo, que como vimos quebrou a força do discurso da direita.
No cenário atual, temos de combinar a luta institucional com as luta nas ruas, inclusive para que haja eleições.
Com a exclusão de Lula dos cenários pesquisados, o número dos eleitores que votam em branco/nulo /nenhum aumenta 10 pontos percentuais pulando de 13 a 14% para 23 a 24%. Para termos uma aproximação de quanto isto significa, em 2016 o Tribunal Superior eleitoral apontava que o Brasil tinha 144 milhões de eleitores, e dez por cento significa aproximadamente 14 milhões de eleitores a mais.
Este quadro de aumento do número de pessoas que não votariam em ninguém já estava claro na pesquisa de janeiro, e indica que prisão de Lula tinha dois objetivos claros: impedir a transferência de votos de Lula para outro candidato e aumentar a desesperança, para favorecer os candidatos da direita.
A prisão de Lula tem alto custo para a democracia Brasileira e, se houver eleições, é provável que o futuro presidente terá sua eleição com enorme contestação social e com grande dificuldade de “pacificar” o país.