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Cultura

Museu Afro Brasil corre perigo

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Criado em 2004 a partir da coleção particular do artista plástico Emanoel Araujo, curador do Museu Afro Brasil, o espaço reúne um acervo de cerca de 500 itens históricos, tais como pinturas, objetivos, mapas, fotografias, esculturas e instalações, entre outros, além de uma biblioteca com 12 mil livros e da realização de cursos, oficinas e eventos. Mais de 180 mil pessoas visitam o museu anualmente, dos quais 40 mil estudantes.

Assista a cobertura do ato da cultura no MASP e depoimentos dos artistas:

Na nota pública, os trabalhadores do museu convocam a população a reagir contra o corte no orçamento. Confira a íntegra da nota:          

“Nota pública para a sociedade civil, equipamentos culturais e imprensa. Versa sobre o cenário de contingenciamento, o impacto deste para o Museu Afro Brasil e convoca para a mobilização.

CORTE NA CULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO –

MUSEU AFRO BRASIL SOB AMEAÇA

As trabalhadoras e trabalhadores do Museu Afro Brasil se reuniram no dia 04 de abril de 2019 e vêm a público informar e convocar toda a sociedade para juntos defendermos a Cultura no Estado de São Paulo.

Para tanto, é importante que se saiba:

  1. O Governo do Estado de São Paulo, por meio do Decreto 64.078/2019, anunciou o contingenciamento de 22,95% no orçamento da Secretaria do Estado da Cultura e Economia Criativa. O que isso significa? Todos os equipamentos culturais do Estado serão drasticamente afetados e correm risco de fechamento ou  redução de suas atividades. Museus, bibliotecas, orquestras, centros culturais, companhias de dança, escolas de música e conservatórios, Fábricas e Casas de Cultura, programas de formação para crianças e adolescentes estão sob ameaça. Milhões de pessoas serão diretamente afetadas;
  2. Atualmente, a Cultura representa parcos 0,35% do orçamento estadual. É, assim, a pasta com o menor orçamento no Estado. No entanto, é aquela que será vítima do maior contingenciamento (22,95% – o contingenciamento geral do tesouro estadual é de 3,54%);
  3. O Museu Afro Brasil, instituição pública subordinada à Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e administrada pela Associação Museu Afro Brasil – Organização Social de Cultura –, está sob ameaça de redução de atividades e fechamento, diante deste contingenciamento;
  4. O Museu Afro Brasil recebe, anualmente, 180 mil visitantes, dentre eles 40 mil estudantes. Desde 2009, foram 1.738.409 pessoas diretamente impactadas pelas ações do Museu. Todos os anos dezenas de exposiçõespublicações e ações de pesquisa e incentivo à produção artística e cultural interagem com um rico acervo com mais de 7 mil obras, uma biblioteca com 12 mil títulos e um Teatro (Ruth de Souza) que acolhe importantes atividades de promoção da cultura nacional sob a perspectiva afro-brasileira;
  5.  Além disso, projetos e programas educativos são responsáveis pelo atendimento e formação de diferentes públicos em situação de vulnerabilidade social, idosos, crianças, pessoas com deficiência, jovens em privação de liberdade, frequentadores de equipamentos de Saúde Mental, professores, por meio de parcerias com instituições de Educação, Saúde e Assistência Social – áreas que foram apontadas como prioridades pelo Governador João Doria Jr., mas que também serão duramente afetadas pelo corte na Cultura;
  6. O Museu Afro Brasil tem sobrevivido, com muita dificuldade, a um histórico de cortes orçamentários: em 2015, um corte de 12%nos atingiu dramaticamente. Esse cenário nos custou a demissão de 25 funcionários, a terceirização de áreas estratégicas (segurança, orientação de público, limpeza) e o corte de benefícios salariais. Entre 2016 e 2019 não houve reajuste nos repasses da Secretaria, o que na prática significou uma grande redução do orçamento. Atualmente, a realização e manutenção de todos os projetos e ações mencionados no item anterior são levados a cabo por um conjunto de 62 funcionários e 27 terceirizados – uma equipe completamente reduzida em face do nosso compromisso com a sociedade paulista e brasileira.

Diante desse cenário, o contingenciamento significará a demissão de grande número de funcionários, a redução de projetos e atividades e, até mesmo, o fechamento do Museu Afro Brasil, impactando milhares de pessoas que veem e encontram neste espaço não apenas a preservação de sua memória e identidade, mas a possibilidade de exercer seu direito à cultura.

O Museu Afro Brasil – assim como todos os equipamentos estaduais de cultura – é um patrimônio de toda a sociedade. Por meio de nosso compromisso e dedicação temos assegurado à população paulista e brasileira um direito inalienável. Este museu é uma conquista do povo brasileiro e da população negra deste país. Sua existência, e a existência da Cultura no estado de São Paulo, está ameaçada. Somos contra o contingenciamento e nos levantamos para revogá-lo!

Por isso, convocamos todas e todos a se mobilizarem na defesa de seus direitos. Os bens culturais pertencem à toda a sociedade! Mobilize-se, fortaleça seu equipamento cultural, assine e divulgue petições públicas, pressione as autoridades.

O MUSEU AFRO BRASIL E A CULTURA DO ESTADO DE SÃO PAULO NÃO PODEM SER DESTRUÍDOS!

Assinam: Trabalhadora/es do Museu Afro Brasil”

No vídeo abaixo, Neide Almeida, trabalhadora do Museu Afro Brasil, aponta possibilidade de fechamento do Museu onde trabalha. E ainda “A cultura é um direito e que nem o governo Doria tem o direito de roubar este nosso direito”, afirma.

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Cultura

Dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência

PROCENA começa nesta quarta-feira tematizando dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência

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Desde 2016,  o PROCENA, festival de cultura que nasceu em Goiás com a leis de incentivo Fundo de Arte e Cultura de Goiás,  tem promovido a discussão sobre acessibilidade e diversos outros assuntos que atravessam as realidades dos artistas, produtores e profissionais com vocação para assistência à pessoa com deficiência. Realizado de dois em dois anos, o evento que começou envolvendo a comunidade regional, em 2020 se expande para todo o Brasil, via redes sociais.

A pandemia, que tem feito os brasileiros tentarem uma adaptação de suas vidas, na medida do que é possibilitado, frente a um governo federal negacionista que tem priorizado pouco ou quase nada salvar a vida dos cidadãos, também tem feito com que os produtores dos festivais culturais adaptem a realidade dos festivais, que costumavam ser espaços físicos não só de cultura, mas também acolhimento, troca e discussões transformadoras da nossa realidade.

Mas como bem colocado pelo coordenador do evento sobre o novo formato do PROCENA, Thiago Santana, “a realização virtual impediu o contato físico, porém ampliou o alcance do evento, gerando discussões que vão além das fronteiras”. O desafio agora é democratizar o espaço das redes sociais, para que o acesso chegue a todos e todas

De 7 a 10 de outubro, o Youtube, Facebook e Instagram serão os palcos de apresentações de danças de Goiás, grupos de outras regiões do Brasil e um de Portugal, já que este ano a dança como uma linguagem que inclui é o tema do PROCENA. Para aprofundar nas discussões, a cada dia será apresentado um webnário com um temas que envolvem política, arte e acessibilidade. Então, já assina o canal do YouTube, segue no Facebook e Instagram para garantir que não vai se esquecer desta programão super necessário.

As discussões apontaram a dança como uma linguagem que inclui e oferece mais possibilidades de acessibilidade para artistas e também para espectadores com deficiência. “Esses debates nos fizeram decidir por começar esta nova proposta com a dança, suas contribuições para a produção cênica, seus processos formativos e composições estéticas da cena inclusiva e acessível”, justifica Thiago Santana, coordenador do evento.

O coordenador também destaca a importância das leis de incentivo e mecanismos de fomento incluírem exigências e orientações para uma produção inclusiva e acessível às produções artísticas, como por exemplo, do Fundo de Arte e Cultura de Goiás. Ele lembra, contudo, que isso é fruto das metas do Plano Nacional de Cultura, aprovado em 2010 pela então presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, em diálogo com outros marcos legais como a Convenção da Pessoa com Deficiência e a Lei Brasileira da Inclusão. Instrumentos que, por sua vez, são resultados de debates e discussões da área, como esses que serão realizados nesta edição do Procena.

PROCENA 2020 – dança, acessibilidade e profissionalização para artistas com deficiência 

Datas: 7 a 10 de outubro

Transmissão: Instagram, Facebook e YouTube do Evento.

Programação completa: http://procenago.com/procena_2020/

7 de outubro: 

9h – Oficina “Dance ability”, com Ana Alonso

14h – Oficina “Corpo Zona Dissoluta”, com Alexandre Américo

17h – Webinário “Papo #PraCegoVer”, com Patrícia Braille e Luciene Gomes

19h – Espetáculo “Dez Mil Seres”, com a Cia Dançando com a Diferença (Portugal)


8 de outubro: 

8h – Websérie “Essa é a minha arte! Qual é a sua?”

9h – Oficina  de Dança Inclusiva “Estranho hoje?!!, normal amanhã?!!!”, com Marline Dorneles

14h – Oficina “Corpo Zona Dissoluta”, com Alexandre Américo

17h – Webinário “Políticas culturais e a produção de artistas com deficiência”, com Sacha Witkowski, Claudia Reinoso, Ingrid David e Eduardo Victor

19h – Espetáculo “Berorrokan – A origem do mundo Karajá”, com INAI/NAIBF – GO


9 de outubro: 

8h – Websérie “Essa é a minha arte! Qual é a sua?”

9h – Oficina  de Dança Movi(mente), com Ana Balata e Laysa Gladistone

14h – Oficina de Criação Cênica Acessível em ambiente virtual, com Thiago Santana

17h – Webinário “Formação em dança e recursos de acessibilidade”, com Marlini Dorneles (UFG), Vanessa Santana (UFG) e Marcelo Marques

19h – Espetáculo “Similitudo”, com Projeto Pés (DF)


10 de outubro: 

8h – Websérie “Essa é a minha arte! Qual é a sua?”

9h – Oficina  de Dança Movi(mente), com Ana Balata e Laysa Gladistone

14h – Oficina de Criação Cênica Acessível em ambiente virtual, com Thiago Santana

17h – Webinário “Corpos diferenciados e a cena”, com Henrique Amoedo, Mônica Gaspar e Alexandre Américo.

19h – Espetáculo  “die einen, die anderen – alguns outros”, com a Cia Gira Dança (RN)

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Cultura

Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #53 – Tiago Judas: Homem-Caixa

Tiago Judas apresenta o 53º ensaio do Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro – Imagens que narram nossa história

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Tiago Judas: Homem Caixa

O Homem-Caixa, fora de sua casa-caixa, continua internalizado, privado, caminhando pelas ruas vazias de uma cidade-caixa em quarentena gerada pela pandemia do Coronavírus. É mais fácil percebê-lo em tempos de isolamento social, mas não é de agora que somos caixas dentro de caixas: empilhados, segregados, rotulados.

A princípio, o Homem-Caixa, não desperdiça espaços vazios, pois a sua capacidade de empilhamento é alta e facilita a gentrificação; mas, a propriedade descartável de seu material é, a longo prazo, entrópica.

Para realizar pela primeira vez o truque em que o mágico serra uma mulher ao meio em 1921, Percy Thomas Tibbles, teve que descobrir antes, até que ponto uma pessoa era capaz de se contorcer dentro de uma caixa apertada.

Em 2020 estamos tendo que redescobrir essa capacidade, mas as caixas desta vez, são as classes sociais; as etnias; as escolhas políticas. Uma vez encaixados, vivemos a ilusão de que podemos nos separar um do outro simplesmente serrando a caixa ao meio; mas tudo só faz parte desse antigo jogo de esconder.

O Homem-Caixa é frágil, descartável e fácil de ser armazenado.

Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa
Tiago Judas: Homem Caixa

Minibio

Tiago Judas (São Paulo, SP, Brasil, 1978) é bacharel em Artes Plásticas pela Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (São Paulo, SP, Brasil, 2001) e possui licenciatura plena em Arte pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (São Paulo, SP, Brasil, 2009). Sua produção artística inclui desenhos, objetos e vídeos, além de histórias em quadrinhos.
Desde 2000, Judas tem exposto em importantes instituições culturais brasileiras e também expôs trabalhos em países como Alemanha, Áustria, Espanha, EUA e Peru. Em 2007, Judas foi contemplado com o Prêmio Aquisição do 14º Salão da Bahia (Salvador, BA, Brasil).

Em seus trabalhos, Tiago Judas busca conciliar as artes plásticas e as histórias em quadrinhos, fazendo com que uma influencie a outra. Vale ressaltar ainda que, ao longo dos últimos anos, Judas também tem trabalhado como ilustrador autônomo para jornais, revistas e editoras de livros e atua também como educador, desde 2001 orientou oficinas de arte em centros culturais como no Sesc, Museu da Imagem e do Som, Paço das artes, Museu de Arte Moderna de São Paulo, Fábricas de Cultura, além de outros projetos.

Para conhecer mais o trabalho do artista

https://www.instagram.com/tiago_judas/

http://portifoliotiagojudas.blogspot.com/

https://mesadeluzzz.blogspot.com/

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O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente

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Cultura

Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro #52 – Felipe Cretella: Procissão

Felipe Cretella apresenta o 52º ensaio do Projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro – Imagens que narram nossa história

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Procissão - Felipe Cretella

Procissão. Refotografias do Círio de Nazaré – Bélem do Pará – Brasil – 2013.

Círio é quando agradecemos pelo passado e pedimos pelo futuro. É onde estamos todos presentes e ligados numa mesma vibração de luz e fé. Um rio de gente de todas as crenças e lugares, aglomerados e misturados. Esse ano não teremos o Círio nas ruas. Não estaremos juntos fisicamente, mas estaremos presentes em energia. Unidos pela fé no futuro, no presente e no passado.

Sequência de fotografias registradas na noite da trasladação e refotografadas em TV de tubo.

A trasladação é uma procissão noturna que acontece na semana do Círio de Nazaré em Belém do Pará, e antecede o evento principal que é realizado no domingo. Reúne mais de 1 milhão de pessoas em uma onda de agradecimentos e esperança.

O processo: ensaio original registrado na noite da trasladação. Essas fotografias então são projetadas em TV de tubo e refotografadas em longa exposição e movimento.

Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella
Procissão - Felipe Cretella

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Felipe Cretella - Procissão

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Felipe Cretella nasceu em São Paulo, em 1977.

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Para conhecer mais o trabalho do artista

www.felipecretella.com.br

https://www.instagram.com/feecretella/

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O projeto Futuro do Presente, Presente do Futuro é um projeto dos Jornalistas Livres, a partir de uma ideia do artista e jornalista livre Sato do Brasil. Um espaço de ensaios fotográficos e imagéticos sobre esses tempos de pandemia, vividos sob o signo abissal de um governo inumanista onde começamos a vislumbrar um porvir desconhecido, isolado, estranho mas também louco e visionário. Nessa fresta de tempo, convidamos os criadores das imagens de nosso tempo, trazer seus ensaios, seus pensamentos de mundo, suas críticas, seus sonhos, sua visão da vida. Quem quiser participar, conversamos. Vamos nessa! Trazer um respiro nesse isolamento precário de abraços e encontros. Podem ser imagens revistas de um tempo de memória, documentação desses dias de novas relações, uma ideia do que teremos daqui pra frente. Uma fresta entre passado, futuro e presente.

Outros ensaios deste projeto: https://jornalistaslivres.org/?s=futuro+do+presente

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