Moradores da Cracolândia sofrem com sítio violento

Rua Hevéltia, centro paulistano, na região da Cracolândia. Foto: Laura Capriglione/Jornalistas Livres

Por Cecília Bacha, Katia Passos e Gabriela Forabelli

Com o aval da opinião pública, cega pela construção midiática do discurso de combate ao tráfico, moradores da região da chamada Cracolândia são expostos a humilhações diárias levadas a cabo por policiais da GCM e da PM.

O que você acharia de acordar de manhã e ter uma viatura não na sua rua, mas bloqueando a entrada e saída da porta de entrada da sua própria casa?

E flagrar seus filhos e netos, alguns ainda crianças, do lado de casa sendo revistados e fotografados por um Guarda da GCM que deveria zelar pela segurança de toda a comunidade?

“Nós somos moradores, não somos traficantes”, protesta dona Maria, moradora antiga da rua Dino Bueno.

Para trabalhadores e moradores da região ainda não foi possível retomar a vida. A rua Dino Bueno tem cara de “cidade fantasma” com estabelecimentos fechados e poucas residências ocupadas.  Além de terem seus comércios lacrados às pressas durante a tal ação, moradores tiveram seus lares marcados com números que segundo eles próprios, servem para cadastrar as residências em algum programa que a prefeitura nunca voltou para explicar.

O que se esconde atrás do cerco violento promovido por Alckmin e Doria nos arredores da Cracolândia é, na verdade, o patrocínio público do expurgo dessa população para a construção de uma ilha artificial de edifícios freqüentados por CEOs engravatados.

 

 

 

 

 

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