Por Hermínio Porto, dos Jornalistas Livres
O ex-presidente Lula, duas vezes eleito pelo Partido dos Trabalhadores, foi condenado há 9 anos e 6 meses de prisão pelo juiz Sérgio Moro, um dia após a aprovação da reforma trabalhista. Não é coincidência! Na prática é o começo do fim do Golpe que não se resumiu ao e impeachment da presidenta Dilma Rousseff.
O Golpe é um conjunto de ações políticas que servem a um único objetivo: destruir uma ordem política, social jurídica para instaurar outra, por meios ilegais e ilegítimos.Um golpe não se resume a um único ato político, e o nosso dura por quase três anos, desde que Aécio Neves e seus correligionários da direita não reconheceram a legitimidade das urnas.
O fim das ações é algo pela qual a direita e esquerda lutam. A esquerda para impedir a revogação de direitos; a direita para consolidar uma nova ordem política, econômica, social e jurídica. Por ordem se entende um conjunto de regras que encontram um mesmo fundamento. O fundamento da nova ordem que se deseja estabelecer no Brasil é o Neoliberalismo.
As reformas trabalhistas e previdenciárias são meios de dar validade jurídica às formas contemporâneas de exploração pelo trabalho e concentração de riquezas
Mas se a burguesia sempre foi a classe dominante, por que precisavam instaurar uma nova ordem? Porque as condições materiais de trabalho não eram condizentes com os fundamentos do velho Neoliberalismo. A CLT é da década de 1930, quatro décadas antes do surgimento do neoliberalismo. Mas o Neoliberalismo não é novidade por aqui: basta lembrar dois governos FHC. Lula, Dilma e o PT como um todo impuseram mais de uma década de derrotas ao projeto neoliberal.
As reformas trabalhistas e previdenciárias são meios de dar validade jurídica às formas contemporâneas de exploração pelo trabalho e concentração de riquezas. Não são feitas para o presente, mas são uma “ponte para o futuro”, como o governo gosta de chamar. Uma ponte para os ricos atravessarem nos seus carros de luxo; a gente segue a nado!
Lula precisou ser condenado por ser a maior ameaça política à consolidação da nova Ordem. Um homem que a cada dia mais cresce nas intenções de voto pode ser o presidente com apoio popular para, não só revogar politicamente esta ordem jurídica que está sendo estabelecida pelo Legislativo, como ainda impor uma nova ordem política no país. O povo brasileiro precisa reagir: não podemos deixar que os golpistas tenham o final feliz que desejam.
Em tempos de perseguição à classe trabalhadora, o ex-metalúrgico das greves do ABC é o primeiro Grevista a ser condenado após a aprovação das reformas trabalhistas.