Conecte-se conosco

Negras e Negros

Primeiro romance da escritora paulistana Erika Balbino, ‘O Osso: Poder e Permissão’

Publicadoo

em

Obra que foi lançada em 28 de novembro de 2018. E é um romance de ‘ficção-realidade’, captando pontos da vida na metrópole por meio de personagens fictícios e outros que a autora admira. Trata-se da vida retratada, de fato, na ficção.

A autora estreou na literatura em 2014, pela Editora Peirópolis, com “Num Tronco de Iroko Vi a Iúna Cantar”, título voltado ao público infanto-juvenil com 3 mil exemplares esgotados.

Com prefácio do rapper GOG, apresentação do escritor, tradutor e professor José Arrabal e fotos de Gal Oppido, a nova obra de Erika Balbino chega ao mercado pela Editora Cosmos.

Prefácio declamado por GOG:  https://soundcloud.com/user-212479830/prefacio-do-livro-osso-poder-e-permissao-de-erika-balbino-editora-cosmos

O OSSO: PODER E PERMISSÃO

 “Periferia é periferia em qualquer lugar…

Essa frase, que muitos a atribuem aos meus irmãos dos Racionais Mcs, está eternizada no disco “Dia a Dia da Periferia”, gravado em 1993 e de minha autoria. A música em que ela aparece é bastante conhecida, “Brasília Periferia”.

A escritora Erika Balbino confirma que a frase é realidade, pois seu livro, “O Osso – Permissão e Poder”, leva moradores e admiradores a conhecer um pouco mais sobre as gambiarras do cotidiano das comunidades periféricas da Zona Sul da capital paulista, retratando, fielmente, o cotidiano das regiões periféricas do Distrito Federal  e do Brasil.

Obra de ficção? Mera coincidência?

Assistir a si mesmo: milagre da consciência…”. – o Rapper GOG, no prefácio  de O Osso: Poder e Permissão

 

“Painel que no romance se expressa como microcosmo da urbanidade brasileira socialmente desigual e excludente, cuja mobilidade histórica é osso duro de roer, sendo mobilidade no mais das vezes contida pelo poder dos setores dominantes da sociedade, mobilidade que, se existe, acontece como permissão controlada.” – o escritor e professor José Arrabal, na introdução

São Paulo serve como palco de contradições e junções pouco óbvias. Cidade protagonista de si mesma. Captar as suas posturas sociais, políticas e culturais é um exercício constante realizado pela autora. Colocar em evidência o que está à sombra e à margem é o que motivou Erika Balbino a se debruçar nos personagens expostos, e relatar, a seu modo, o efeito que a metrópole, mesmo quando em silêncio, exerce sobre seus cidadãos. “O Osso: Poder e Permissão”, segundo livro da escritora paulistana, da Editora Cosmos, com lançamento em 28 de novembro, às 19h, na Livraria Martins Fontes, foi escrito em 2006, ano em que ela padeceu de insônia crônica e se deu ao hábito de colocar no papel impressões de suas andanças pela capital, seja como capoeirista, seja como profissional da área de comunicação. A autora estreou na literatura em 2014, pela Editora Peirópolis, com “Num Tronco de Iroko Vi a Iúna Cantar”, título voltado ao público infanto-juvenil com 3 mil exemplares esgotados.

Nesta nova obra, com prefácio do rapper GOG, apresentação do escritor, tradutor e professor José Arrabal e fotos de Gal Oppido, “O Osso: Poder e Permissão” é uma grande crônica com capítulos curtos que costuram as andanças e pensamentos de personagens da fictícia favela do Canhão, no extremo sul de São Paulo. Nos itinerários e nas travessias do livro, um cenário de relações em transporte público, corporações, rodas de capoeira e territórios sagrados.

Só agora compartilhado, o tempo manteve a habilidade de roteirista (de formação) que produz instantâneos fotográficos do tempo, a linguagem coloquial da narrativa convoca alegorias que vestem uma São Paulo como um microcosmo de luta pela sobrevivência: os botecos, pontos de encontros de desvios da solidão e da vida “osso duro de roer”; as igrejas neopentecostais e seus pastores, os terreiros de umbanda, os arranha-céus neoliberais e prepotentes e os casarões de famílias quatrocentonas bandeirantes, cortando a paisagem natural da capital caipira, de quadras de futebol improvisadas, as rodas de capoeira e suas palmas clamando por espaço em uma urbe que renega, desde a sua modernização, a herança e contribuição negra e indígena da pauliceia, receptáculos de sonhos nas passarelas do samba e nas suas quadras aquebrantadas, incrustadas debaixo de viadutos, os muros pichados e grafitados que marcam território e vislumbram potências estéticas de signos, as viagens diárias no aperto do Metropolitano, a apropriação de território, o hedonismo da noite, um homem cansado e sua fiel cadela.

Moradora desde a infância do Bosque da Saúde (bairro da Zona Sul), a escritora transcreve os acontecimentos narrativos com situações trágicas, cômicas, perversas e afetivas. Numa trama de pontuações duras, as histórias – aparentemente independentes no tempo e no espaço – traçam percursos próprios para se encontrarem numa viela que sinaliza um triplo impasse: a sujeição produzida pela miséria – material e espiritual –, a redenção como projeto de uma vida outra –, a insurreição do grito de alerta, da insurgência. A metáfora do ato de costurar tramas não é gratuita. Filha de mãe costureira, Erika capta a essência do significado de texto, que, nas línguas de origem latina, serve para designar, também, tecido: a trama e a urdidura, como no trabalho de Penélope: o esquecer e o lembrar, a origem e a condição que constroem identidades, signos, gestos, levantes, poesias, cânticos e questionamentos.

Mostrando o avesso deste tecido – o poder e a permissão –, que não deixa de ser tecido, a fragilidade humana e sua capacidade de resiliência se interpõem a qualquer possibilidade de um juízo moral antecipado, a dor e a alegria não são apenas escolhas da alma humana, mas um tênue fio que a qualquer momento pode ser interrompido por um sistema opressor, por um amor mal fadado, por uma sina da vida que não cessa de impor escolhas e decisões, por um simples trem do metrô que se atrasa.

Como num jogo de pergunta e resposta, os segundos sinalizam a cadência entre vida e morte – entre esquivas e negaças do jogo da capoeira, uma paixão da autora – para que lembremos as palavras do sermão do padre Antônio Vieira, como se fosse uma ladainha – que ilumina o meio do romance: “Se já somos pó, qual a diferença existente entre vivos e mortos? Os vivos são o pó levantado pelo vento, os mortos são o pó caído. (…) Nas Escrituras, levantar é viver, cair é morrer“. O osso é gíria, mas pode ser compreendida, na totalidade do romance, como um pedaço ínfimo da complexa arquitetura de um corpo (social), uma não máscara, quando retiramos a maciez confortável da aparência, a carne, e decidimos com lucidez e certa desconfiança entre o poder ou a permissão por meio de nosso instinto homem social.

 

FICHA TÉCNICA

Título: O Osso: Poder e Permissão.

Autor: Erika Balbino

Fotos: Gal Oppido

Prefácio: GOG

Apresentação: José Arrabal

Editora: Editora Cosmos

Páginas: 252 páginas

Formato: 13 x 19 cm

ISBN : 978-85-68800-11-9

Preço: R$ 49,00

SOBRE ERIKA BALBINO

Paulistana do bairro Bosque da Saúde, formou-se em Cinema com especialização em Roteiro na Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) e é pós-graduada em Mídia, Informação e Cultura pelo Centro de Estudos Latino-Americanos sobre Cultura e Comunicação (Celacc), da Universidade de São Paulo (USP). Além de seu envolvimento com a cultura afro-brasileira, é uma apaixonada por capoeira, prática que permeou sua vida por quinze anos. Desde 2006, desenvolve projeto de pesquisa sobre essa prática na capital paulista. É autora do infanto-juvenil “Num Tronco de Iroko Vi a Iúna Cantar“, lançado em 2014 pela Editora Peirópolis.

Editora Cosmos

A Editora Cosmos surgiu em 2014, reunindo as experiências de duas décadas dos irmãos Reis — Reinaldo e Sérgio — no mercado editorial brasileiro.

Desde então, a editora já publicou oito títulos, entre eles romance, biografia, literatura infanto-juvenil, política e cultura popular.

O nome da editora traz uma homenagem a Seu Cosmo, pai dos editores, e também projeta o futuro com a ideia de pesquisa e valorização do conhecimento.

A Cosmos partiu do princípio de publicar obras que tragam ao público leitor uma herança da memória, dos costumes, experiências, trajetórias e modo de vida de sujeitos que sempre nos brindam com algum ensinamento para melhorar nossa sociedade.

O primeiro livro, a biografia do Seu Cosmo, eternizou em palavras sua passagem pela Terra. A partir daí, passaram a publicar títulos que também remetem a memórias afetivas.

Em três anos já experimentaram diversidade em projetos distintos e complementares: um livro que reúne mensagens de uma profetisa residente em São Paulo (dona Conceição foi homenageada depois num documentário, junto de outras profetisas); um livro sobre capoeira brasileira que atravessou o oceano, do mestre Cacá; uma linda versão de O Pequeno Príncipe; e a sensibilidade de Miruna Genoino, retratando acontecimentos políticos que acometeram o Brasil e sua família nos últimos anos.

Este livro da Miruna foi notícia antes de ser lançado, pois contou com esplêndida campanha de arrecadação via internet e, depois de pronto, foi lançado em dezenas de cidades, com presença de centenas de pessoas e repercussão surpreendente.

A Cosmos pretende se especializar em sua proposta humanista e conta com vocês, leitores, autores e parceiros que valorizam a vida. www.facebook.com/editoracosmos

Continue Lendo
1 Comment

1 Comments

  1. Pingback: Livro: O Osso: Poder e Permissão – P Q P……….

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Ecologia

CRIME AMBIENTAL SEGUE IMPUNE E DEIXA RASTROS

Publicadoo

em

Após 10 meses do crime ambiental causado pelo derrame de petróleo cru que atingiu o litoral da região do Nordeste, ainda há evidencias de que esse resíduo permanece no local.

O biólogo Felipe Brayner pontuou locais entre as praias de Itapuama e Pedra de Xaréu no Cabo de Santo Agostinho onde é possível visualizar o material, “Foram 47 pontos específicos, sendo uma mais expressivas com aproximadamente 1 metro quadrado” afirma o biólogo. Ele explica também que as rochas atingidas são metamórficas que, longe de seus locais de formação e submetidas à pressão e temperaturas diferenciadas, transformam-se e modificam suas características, abrigando diversas espécies como arthopodos, cnidários, moluscos e crustáceos, espécies estas que estão sendo afetadas pelo resíduo. “Uma forma de mitigação dessa situação é o uso do biogel”, concluiu Felipe.

Precisamos chamar a atenção dos órgãos competentes. Isso não pode continuar como está, nosso meio ambiente grita o tempo todo por socorro. Precisamos lutar!

via Projeto Onda Limpa

Continue Lendo

Amazônia

Parceria entre Projeto Saúde e Alegria e Corpo de Bombeiros configura marco histórico após Operação Fogo do Sairé

Publicadoo

em

Via Projeto Saúde e Alegria

Há mais de 30 anos, no período que antecede a temporada da estiagem no Oeste do Pará, o Projeto Saúde e Alegria (PSA) intensifica suas atividades de combate às queimadas. A cerimônia que marcou o pontapé inicial da campanha de Prevenção ao Fogo 2020 atendeu ao pedido do 4º Grupamento de Bombeiros Militares (4º GBM).

Depois de todo o ocorrido no final do ano passado, não deixa de ser um marco histórico. Realizado na última sexta-feira (10/07) com a doação de equipamentos de ponta para o pessoal da linha de frente no combate aos incêndios, o evento oficializou a renovação da parceria entre a ONG e o 4º Grupamento de Bombeiros Militares (4º GBM), sete meses após a Operação Fogo do Sairé, que resultou na apreensão de computadores, documentos e prestações de contas dos últimos sete anos do Projeto Saúde e Alegria, que ficou sob investigação.

O caso foi amplamente divulgado na imprensa nacional e internacional com a prisão de quatro integrantes da Brigada de Alter, um deles funcionário do PSA, investigados por atear fogo na floresta para receberem benefícios financeiros. Apesar do que foi alardeado na época, principalmente nos primeiros dias que se seguiram às apreensões, com algumas autoridades policiais insinuando o envolvimento de ONGs nos incêndios, não houve acusação formal ou indiciamento algum contra a Organização, nem no primeiro relatório final do inquérito da Polícia Civil, nem no segundo e último, mesmo com os pedidos por mais apurações solicitados pelo Ministério Público Estadual.

“Por tudo isso que passamos, um momento difícil ao ser acusado por algo que não fizemos e sempre lutamos contra, é animador reeditar a Campanha 2020 atendendo ao pedido deles para a revitalizar essa aliança com o 4º GBM. Seguir cooperando e oferecer condições mais adequadas de proteção e combate para essa turma heróica que cuida da gente e das florestas é ainda mais fundamental esse ano, em que a temporada de fogo coincide também com a intensidade da pandemia do coronavírus aqui na nossa região”, disse o coordenador do PSA, Caetano Scannavino.

 

 

 

A parceria é uma retomada na proposta do Plano Territorial de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais, construído em outubro de 2019 com participação de representantes da Resex Tapajós-Arapiuns, Flona Tapajós, Corpo de Bombeiros, Secretaria Municipal de Meio Ambiente, ICMBio e Brigada de Alter, quando então foram traçadas estratégias para atuação das entidades, como cursos de capacitação para novos brigadistas, oficinas de prevenção ao fogo, apoio para aquisição de equipamentos, entre outras ações.

Nessa primeira ação da campanha de prevenção ao fogo de 2020, o PSA doou à Corporação equipamentos para melhoria das condições de combate, como sopradores, roupas completas, botas, luvas, balaclavas e capacetes. Antes, os bombeiros já haviam recebido EPIs para se protegerem em meio a pandemia de Covid-19.

Estas ações de prevenção e combate aos incêndios são parte do Programa Floresta Ativa do PSaa, com atividades também de restauração florestal, apoio à agricultura familiar, à bioeconomia e às cadeias produtivas que ajudam na renda das comunidades e mantém a floresta em pé.

O biólogo Paulo Bonassa, coordenador do Floresta Ativa, aproveitou para agradecer os parceiros Rainforest Alliance, Instituto Clima e Sociedade | ICS, e outros mais recentes que tem apoiado o Programa, e destacou a importância de um plano conjunto:

“As queimadas infelizmente ocorrem anualmente na Amazônia, ora menores, ora maiores, como as do ano passado na APA Alter do Chão, e a gente sabe das dificuldades dos bombeiros para atender todos os alertas, muitos ao mesmo tempo, em locais diferentes, de difícil acesso, numa área de grandes extensões. Por isso a importância de somar, das campanhas educativas de prevenção, das iniciativas de apoio da sociedade, das brigadas voluntárias, de comunitários capacitados para o primeiro combate, sem falar no suporte para que a turma da linha de frente esteja bem protegida e equipada. São exemplos de ações previstas no nosso programa Floresta Ativa, em apoio ao Plano desde o ano passado e retomadas agora”.

O comandante do 4º GBM, Tenente-coronel Ney Tito, ressaltou a necessidade dos itens para o grupamento responsável por atender ocorrências em toda região oeste do Pará: “O Saúde e Alegria, grande parceiro de longas datas, hoje fez a entrega desse material de suma importância para nossas ações de combate aos incêndios florestais. Com esses equipamentos, nós vamos ter a capacidade operacional de atuarmos diretamente nesses incêndios e principalmente instruir as instituições, projetos e programas para que os munícipes e as comunidades estejam devidamente treinadas para que possam dar esse primeiro combate. São materiais que com toda certeza vão ser de grande valia para nossas operações”.

Para Ana Daiane, colaboradora do PSA, comunitária do Maripá, na Resex, e formada como brigadista, a retomada dessa parceria é uma ótima notícia:

”É uma oportunidade de remobilizar a Brigada do CEFA num trabalho com brigadistas comunitários da Resex formados no ano passado nessa parceria do PSA, Corpo de Bombeiros e ICMBio. E a depender da pandemia, mais pra frente, além de seguir o trabalho com quem está formado, seria importante retomar também os cursos para formação de novos brigadistas. O verão vem forte e é importante que estejamos preparados!”

“Mais do que nunca, o momento pede a união de todos, e nesse sentido, seja agora ou antes, o Saúde e Alegria sempre esteve mobilizado para ajudar. Fica nossa gratidão ao Tenente-coronel Tito e sua equipe pelo chamado para retomarmos essa bem sucedida parceria e pela confiança depositada no nosso trabalho. Bóra em frente até porque não serão tempos fáceis de vírus mais fogo. Sigamos!” – finalizou Scannavino.

Veja matéria sobre a entrega.

Continue Lendo

Amazônia

Estreia a série “Vozes da Floresta”

Publicadoo

em

Voz da floresta

“Vamos ver como que a gente vai seguir daqui pra frente com o ataque contra a floresta e contra o povo da floresta.”

Está no ar o primeiro episódio da série “Vozes Da Floresta – A Aliança dos Povos da Floresta de Chico Mendes a Nossos Dias” com Ailton Krenak. Nesta entrevista ele fala sobre a ideia da Aliança para os dias de hoje, o que é ser índio no Brasil, a ideia de resgate e identidade, a importância da memória, o modo de gestão territorial indígena, a relação dos movimentos sociais com a política institucional e as contradições e desafios que o atual momento histórico coloca a todos os brasileiros.

Assista e compartilhe https://youtu.be/KRTJIh1os4w

“Vozes Da Floresta – A Aliança dos Povos da Floresta de Chico Mendes a Nossos Dias” é uma série composta por entrevistas com lideranças indígenas, extrativistas e militantes refletindo sobre as lutas pela preservação das florestas e dos direitos dos povos que a habitam, lembrando o passado e o presente desta poderosa articulação entre indígenas e seringueiros.

Conheceremos momentos importantes dessa história, que teve entre suas lideranças Chico Mendes, seringueiro que conseguiu projeção internacional nos anos 1980 discutindo a questão da preservação das florestas brasileiras, e que por sua luta foi covardemente assassinado a mando de fazendeiros em 1988.

A Aliança dos Povos da Floresta surgiu em meados dos anos 1980, quando algumas das mais importantes lideranças dos povos indígenas e seringueiros do Brasil se uniram para reivindicar demarcações de territórios e a criação de reservas extrativistas. Era o momento de abertura democrática e a assembleia constituinte começava seus trabalhos. O encontro e a pressão destas lideranças foi fundamental para a inclusão na constituição de direitos em defesa dos povos indígenas e proteção do meio ambiente.

Ao longo de seis semanas faremos uma reflexão sobre os legados da Aliança dos Povos da Floresta para o meio ambiente, os erros e acertos das lutas nos anos 1990 e 2000 e a retomada da Aliança nos dias de hoje, quando vivemos um processo acelerado de destruição das florestas e seus povos, com o incentivo do atual Governo Federal.

O primeiro episódio é com Ailton Krenak que discutirá a ideia da Aliança para os dias de hoje, o que é ser índio no Brasil, a ideia de resgate e identidade, a importância da memória, o modo de gestão territorial indígena, a relação dos movimentos sociais com a política institucional e as contradições e desafios que o atual momento histórico coloca a todos os brasileiros.

A série foi filmada no Acre, São Paulo, Brasília e Minas Gerais, conversando com mais de 20 entrevistados. Destas filmagens resultarão 12 video-reportagens que serão exibidas as terças e quintas-feiras no canal do Le Monde Diplomatique posteriormente um webdoc que será lançado no segundo semestre. Este material é parte do documentário “Não verás país nenhum”, que será lançado no início do próximo ano.

Dirigida e roteirizada pelo cineasta e jornalista Thiago B. Mendonça, autor de diversos filmes premiados entre ficções e documentários como “Jovens Infelizes” (2016), “Entremundo” (2015), “Procura-se Irenice” (2015), “A guerra dos gibis” (2013) e “Piove, il film di Pio” (2012), a série foi produzida com o apoio do Rainforest Journalism Fund, em associação com o Centro Pulitzer. A produção é da Memória Viva, em parceria com o Le Monde Diplomatique e tem o apoio da InfoAmazonia e da Saci Filmes do Acre.

Continue Lendo

Trending