Entrevista com Leandro Demori
Farol Jornalismo – A #VazaJato é um furo de um veículo jornalístico nativo digital. A mídia tradicional parece se exceder no zelo, atribuindo todas as informações, repetidamente, ao Intercept, chamando-o de “site”. Como você avalia isso?
Leandro Demori – O Jornal Nacional reportou à gente inclusive o que está na Constituição Federal [este é o trecho a que Demori se refere: “O site “Intercept” diz que, na Constituição brasileira, um juiz não pode aconselhar o Ministério Público, nem direcionar seu trabalho. Deve apenas se manifestar nos autos dos processos, para resguardar a sua imparcialidade”]. Chega a ser engraçado, né? E o que chama mais atenção é que os diálogos que estamos publicando – que não foram desmentidos por ninguém até agora, porque são verdadeiros – são supostos; mas os ataques de hackers são verdadeiros. Nenhuma palavra “suposto” está sendo usada em relação a esses supostos ataques de hacker. Então eu gostaria de devolver as frases à normalidade e à realidade dos fatos. Os diálogos são verdadeiros e, por enquanto, os ataques de hacker são supostos.
Farol Jornalismo – Vocês estão mantendo um ritmo próprio na divulgação das informações vazadas. Como foi essa decisão editorial? Existe um planejamento interno de leitura do material e de sua veiculação?
Leandro Demori – Estamos mantendo o ritmo jornalístico. Procuramos histórias, a partir do momento em que encontramos e identificamos que são de interesse público, fazemos checagens, apuração, edição das matérias e, assim que estão prontas, publicamos. Não tem nenhum cronograma estabelecido em relação a isso que não seja esse.
Farol Jornalismo – Sem saber qual a natureza técnica dos arquivos fornecidos pela fonte do caso #VazaJato, quais os cuidados tomados pela redação para se certificar que o material oferecido é original, ou seja, que não foi modificado antes de chegar ao The Intercept Brasil?
Leandro Demori – Nós fizemos checagens técnicas do material, dos diálogos privados que estão dentro do arquivo, com coisas que aconteceram em paralelo na história do Brasil, checando se estão ali. E checamos também com terceiros, com pessoas que eventualmente tiveram conversas com essas várias pessoas que estão envolvidas no arquivo. Checamos a conversa desses terceiros com as conversas que estão no arquivo. Então todas as checagens técnicas e factuais foram feitas, e a autenticidade do arquivo é comprovada pelas primeiras três manifestações dos três principais envolvidos no escândalo: o juiz Sergio Moro, o Deltran Dallagnol e a força-tarefa da Lava Jato, em nota. Nenhum dos três negou a autenticidade do material, preferiram focar no que eles estão chamando de ataque hacker que alguém teria cometido, é uma denúncia que eles estão fazendo. O Intercept jamais falou sobre a fonte, então quem está atribuindo isso a um hacker é que precisa se preocupar com a investigação em relação a isso.
Então…
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Uma resposta
Como cidadão brasileiro fico espantado e estarrecido que o jornalismo nacional se mostre em níveis profissionais, éticos, morais, deontológicos e técnicos de tanta inferioridade em relação às práticas jornalistas de países mais desenvolvidos!
Foram cinco anos de império de mentiras e o jornalismo brasileiro fez parte disso.
Não será apenas a República e o Estado brasileiros que serão afetados por tudo isso.
Foi preciso um Jornalista internacional para expor a verdade…
Sergio Moro e Deltan Dallagnol arrastaram o Judiciário, o Brasil e a Democracia para o caos!