Conecte-se conosco

Manifestações

Juventude mineira diz não a Projeto de Lei do Senador José Serra

Publicadoo

em

Se o projeto for aprovado, a educação brasileira pode perder R$ 25 bilhões por ano

Por Emílio Pio e Rafaella Dotta, para os Jornalistas Livres

Uma grande quantidade de fumaça escura, formada por uma barricada de pneus em chamas, cobriu o céu de Betim durante manifestação do Levante Popular da Juventude. O último motorista de uma fila de 6 km de congestionamento podia perceber que o local estava em ebulição. “O petróleo é nosso e não da burguesia”, diziam.

O coro em defesa do petróleo brasileiro e contra a privatização da Petrobras foi reforçado por mil jovens de diversas cidades mineiras em frente à Refinaria Gabriel Passos (REGAP), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais. A passagem de motoristas foi bloqueada durante uma hora.

Foto: Isis Medeiros

“Os jovens ficaram reunidos durante três dias no acampamento estadual do Levante Popular da Juventude e vieram também para veio defender a Petrobras. Dizer não à privatização. Os royalties do pré-sal para educação e saúde. A gente vai sair para rua e lutar”. O movimento contesta, principalmente, o Projeto de Lei 131/2015 da autoria do senador José Serra (PSDB), que propõe mudar o regime da partilha da exploração do petróleo, dando mais abertura a empresas estrangeiras.

Petróleo em risco

O Senador José Serra afirma que não está defendendo o interesse de grandes corporações e destaca que sua proposta é uma “medida patriótica” para fortalecer a estatal que atravessa uma situação difícil. Mas, de acordo com especialistas, a educação brasileira poderá perder R$ 25 bilhões por ano, se o projeto de lei 131/2015, de Serra, for aprovado. O PL altera o regime de exploração do petróleo brasileiro, retirando da Petrobras a exploração de pelo menos 30% de todos os poços do pré-sal. Isso diminuiria expressivamente o dinheiro arrecadado para o Fundo Social. A estimativa da Campanha Nacional pelo Direito à Educação é que o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado para os próximos 10 anos, estaria impedido.

O Movimento de Atingidos por Barragem (MAB), um dos que organiza a campanha em defesa da Petrobras, acredita que o petróleo brasileiro está sob disputa internacional. “Existem hoje duas grandes disputas para ver quem vai explorar os recursos naturais do Brasil”, afirma Sonia Maranho, coordenadora nacional do MAB, se referindo aos Estados Unidos e China.

Segundo a dirigente, o governo brasileiro precisa ter uma postura firme, para que o petróleo continue servindo a interesses públicos e soberania nacional no tema. “A Petrobras é eficiente, é a melhor empresa de petróleo do mundo em qualidade, não tem porque abrirmos bem desse tesouro que é o nosso petróleo”, completa.

Agora, a decisão sobre quando será votado o PL está nas mãos do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

Confronto

Durante a manifestação, alguns motoristas saíram de seus carros e ofenderam os manifestantes. O fotógrafo do Levante Popular da Juventude, Lucas Botelho, foi agredido por um motorista que estava no local. “O homem disse que ia passar por cima da gente com o carro. Ele me empurrou e disse que ia quebrar minha câmera, se eu filmasse o rosto dele”, conta.

O protesto encerrou o 2º Acampamento Estadual do Levante Popular da Juventude, que aconteceu entre os dias 10 e 12 de outubro. Os jovens se reuniram na Fundação Caio Martins (FUCAM), na cidade de Esmeraldas, Região Metropolitana de Belo Horizonte, em Minas Gerais.

Foto: Isis Medeiros

Belo Horizonte

Marcha das Vadias – Por um mundo de respeito a todas as mulheres

Publicadoo

em

 

Fotografia: Sô Fotocoletivo

 

 

Marcha do que ? DAS VADIAS! Mas isso é xingamento! Sim… assim como puta, piranha, biscate ou “novinha”. Se as mulheres são seres marcados e oprimidos pela sociedade machista e patriarcal, que elas possam se remarcar e ser o que quiserem ser: bela, recatada, do lar (aff)! Mas também puta, da rua, da luta.

E não é não!
E marcharemos. Marcharemos até que todas sejamos livres.

 


A Marcha das Vadias surgiu em 2011, depois que o policial – segurança de uma universidade em Toronto, no Canadá, disse “para as vadias se comportarem para não ser atacadas”. Ele se referia à onda de estupros que estava ocorrendo lá. As vadias eram as mulheres vítimas dos ataques. O caso indignou as mulheres, que criaram a Marcha das Vadias para denunciar a Cultura do Estupro. Ela existe, não adianta negar. Assim como o machismo, e precisa ser extinta. A pauta é das mais urgentes.

A cada minuto uma mulher é violentada no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e são assustadores. No mês seguinte ao caso de Toronto, as mulheres no Brasil passaram a marchar também. Em vários países elas marcham contra a Cultura do Estupro.

 


O ato começou espremido na Praça da Estação, pois o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alugou a praça pública e assim “ela é privada hoje e não pública”, como disse o funcionário que ajudava na desmontagem da estrutura que havia no local. Na saída da Marcha das Vadias, o batuque do Bloco Bruta Flor e Tambores de Luta foi abafado por um som ligado bem na hora na tal estrutura. Estávamos ali há mais de uma hora e nada de som até ali. Coincidência não?

Mas marchamos.

Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres.

 

 

Marchamos pelo fim da Cultura do estupro. Pela legalização do aborto. Pela igualdade. Pela maternidade como escolha, e não imposição. Pela vida de todas as mulheres. Marchamos contra o golpe em curso e em repúdio a políticos corruptos, machistas e homofóbicos:”Ei Temer, não sou da sua laia. Fora Cunha, Bolsonaro e Malafaia”.
E marchamos. Denunciamos. Brigamos. Piadas machistas não podem mais ser toleradas. É preciso revidar. Um homem não pode afirmar que uma mulher gosta de “piroca”. Isso é invasão, é desrespeito, é a cultura do estupro no seu sentido mais “desenhado”. E não, você não diz o que a novinha quer, só ela sabe e o querer é dela.

 

 

Tinha mulher vestida de todo jeito, e inclusive com pouca roupa. E não era um convite. “Tô de minissaia. Não te devo nada!”. A marcha terminou na Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte. Local conhecido por abrigar muitas casas de prostituição, havia muitos homens ali, e foi ali que rolou olhares furtivos e piadas machistas. A marcha das vadias também é pelas putas. É por todas as Mulheres.

Continue Lendo

Campinas

Parada LGBT resiste mesmo sem apoio oficial e atrai milhares às ruas de Campinas

Publicadoo

em

O domingo (26) na cidade de Campinas teve suas ruas tomada de cores, pessoas, alegria, música e protesto. A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, neste ano, tem como tema “Diga sim à educação e não à transfobia. Intolerância: o vírus mais assassino. Contra qualquer forma de opressão” . O tema, segundo Douglas Holanda, um dos organizadores é um alerta a todo e qualquer tipo de intolerância”.

A luta contra a incompreensão do segmento LGBT sofre no seu dia-a-dia se estendeu aos órgãos públicos. A Polícia Militar e o Ministério Público aconselharam a Prefeitura a não apoiar a Parada por falta de segurança. A Prefeitura também já havia sinalizado a insuficiência de recursos para colaborar com a Parada, assim como vem fazendo há alguns anos. O impasse aconteceu na semana passada, faltando poucos dias para o evento.

Segundo Lúcia Costa, integrante do Aos Brados e da Comissão da Parada LGBT de Campinas: “A Prefeitura nos desrespeitou ao acatar o Ministério Público, não lutou por nós, não pensou em nós. Ela se negou a dar banheiros químicos, segurança para as pessoas se recusando a pagar horas extras para a Guarda Municipal e Saúde. É um retrocesso e desrespeito ao movimento. É um movimento pacífico que leva grande número de pessoas, não há uma agressão. É menos violento que qualquer dérbi. O ato mais agressivo é um travesti retocando seu batom”.

Mesmo com a falta do apoio público, a Organização da Parada se articulou e conseguiu ajuda para que acontecesse a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas. Mais de 20 mil pessoas acompanharam os dois trios elétricos, durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade com muita  animação.

Várias pessoas residentes, na área central, acompanharam a Parada das janelas dos apartamentos,  algumas acenavam para os Trios Elétricos, na Avenida Francisco Glicério houve chuva de papel picado vinda dos prédios.

Encerrando o trajeto, a multidão que acompanhava lotou as praças do Largo do Rosário e Guilherme de Almeida (Praça do Fórum).

Este ano a concentração da 16ª edição da Parada foi ao lado do Fórum, na Avenida Dr. Campos Sales. De lá, a multidão subiu a Avenida Francisco Glicério até Dr. Moraes Sales, seguiu até o cruzamento com a Rua Irmã Serafina, continuando pela Avenida Anchieta até a Avenida Benjamin Constant. Ao retornarem à Avenida Francisco Glicério, o grupo seguiu até o Largo do Rosário.

A manifestação transcorreu pacífica até por volta das 20h, quando, segundo relatos a Polícia Militar  quis dispersar as pessoas que ainda estavam pelo centro da cidade. A concentração era na Praça Bento Quirino, um local habitualmente frequentado pela comunidade LGBTQ+.  Ainda segundo os relatos, a PM usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar as pessoas. Algumas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por populares durante a ação truculenta da Polícia.

Continue Lendo

Campinas

A cidade de Campinas amanhece com faixas de denúncia ao Prefeito Jonas Donizette.

Publicadoo

em

Campinas amanhece com faixas de denúncia contra governo de Jonas Donizette espalhadas pela cidade.

Nesta quinta-feira (30/06), mesmo dia em que a prefeitura inaugura a conclusão das obras da avenida Francisco Glicério, agentes culturais espalharam pela cidade faixas com uma série de críticas à gestão de Jonas Donizette (PSB).

Faixas laranjas foram fixadas em pontilhões e passarelas localizados em pontos de intensa circulação e fluxo de pessoas. A má gestão dos recursos, o atraso de pagamentos, a terceirização de serviços públicos que prejudica o atendimento à população, o descaso em relação à criação do conselho municipal de cultura, cuja lei não foi encaminhada à câmara e está parada há dois anos, e a recente repressão ao movimento LGBT ocorrida no final de semana, foram temas criticados pelas faixas.

Assim como no dia 8 de junho, em que faixas semelhantes foram estendidas das janelas do 15º andar da prefeitura, onde se localiza a Secretaria de Cultura, as faixas espalhadas pelos viadutos e passarelas na manhã de hoje trouxeram como assinatura apenas o termo “#cultura”, e até o momento a autoria não foi assumida por nenhum movimento específico da cidade.

 

Continue Lendo

Trending