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Ex-eleitor de Bolsonaro explica por que votará em Haddad

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Por Akyo Sandro Nascimento, em sua rede social

SIM! ESTE DA FOTO SOU EU! E ME ENGANEI FEIO !!!

Bom que em Hebreus Cap. 12.6-7 diz: ” porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos” já me alivia o peso nas costas.

A Palavra de Deus exorta os verdadeiros cristãos: “Portanto, tornai-vos imitadores de Deus, como filhos amados.” (Efésios 5:1) Essas palavras expressam de maneira maravilhosa a confiança que Deus tem em seus adoradores. Como assim? Deus criou o homem à Sua imagem, segundo a Sua semelhança (Gn 1:26-27). Isso quer dizer que Deus nos dotou com qualidades que refletem as que ele mesmo possui.

Se somos ou queremos ser imitadores do Pai então teremos que nos empenhar em justiça, pacificação, bondade,amor, perdão etc… Pra tanto temos que Entendê-Lo, e a melhor forma é através da leitura da Palavra (Bíblia) essa que tem que ser nossa arma, nossa Espada. Na Palavra aprendemos que diante das dificuldades devemos dobrar os joelhos e orar. Assim que grandes homens foram ouvidos, atendidos e exaltados pelo Senhor. Não devemos exaltar homens, devemos exaltar à Deus.

Em Mateus Cap. 7:16 diz que “Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?”
Jesus nos ensina que somos imagem e semelhança dEle em caráter físico, mas fraquejamos qdo não buscamos ser semelhante à Ele tbm na alma, na essência. Queridos qdo pedimos para o Espírito Santo vir nos transformar Ele vem para alterar o que há de pior em nós substituindo com o melhor de Deus, o seu melhor é o q vc tá oferecendo as pessoas?
Somos Cristãos, na igreja ao escutar a Palavra aprendemos q Deus nos ensina que para sermos bem aventurados temos que ser pacificadores, limpos de coração, misericordiosos, ter fome de justiça, sermos mansos. Sim está escrito tbm “bem-aventurados serão os que guardarem os meus caminhos(Pv.8:32), mas não seria mais justo fazer aqueles pessoas conhecerem a proposta de Deus antes de julgar alguém ?
Jesus não veio pra julgar, Ele mesmo disse isso. “Eu não vim para julgar o mundo. Mas para salvá-lo.(Jo 12;47). Não é nosso papel julgar alguém pelo seu livre arbítrio, se queremos que as pessoas escutem a Palavra do Nosso Salvador pois que passemos a Palavra verdadeira que é de paz e não de guerra contra o nosso próximo. Ninguém vai aceitar nosso convite de ir à igreja ou de escutar a Palavra de paz se semearmos o contrário. A Palavra de Deus não é de exclusão mas sim de inclusão, de aceitação, de salvação. Aquele q é Cristão que prega algo sobre racismo, preconceito ou contra a condição afetiva de alguém, prolifera violência na ação da fala, no agir, pra mim essa não é a essência Cristã. É o que diz em Mateus Cap. 7:16 “Por seus frutos os conhecereis. Porventura, colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos?”
Jair Messias Bolsonaro não pode nos representar como presidente. Não podemos compactuar com esse desrespeito ao nosso próximo; às mulheres negras ou de qquer outra raça, aos homossexuais, aos nordestinos. Queridos, estamos lhe dando com pessoas. Estamos representando Jesus Cristo de forma cruel, triste e sem piedade. Estamos com sede de mudanças em nosso país, mas desmerecer/desprezar outros pela mesma busca que nós, isso nos torna semelhante à Cristo?
Vamos esclarecer alguns pontos aqui;

União homoafetiva = Nosso país assegura leis para cada um de nós. Temos que entender o papel do Estado e o papel da igreja dentro desse parâmetro. A luta dos Glbt entre o direito de ir e vir e tantos outros é pelo direito que o Estado assegura a todos que é o casamento civil (q não tem nada haver com a igreja como prega o irmão em Cristo Jair Bolsonaro).
Sobre a prática homossexual não nos cabe julgar nem impor algo à essas pessoas qdo elas fazem uso de seu livre arbítrio. O que podemos oferecer é respeito.

Kit Gay=
Assim como o termo “cura gay” foi atribuído ao Pastor e Dep. Marcos Feliciano (o que é mentira), é mentira tbm afirmar que a cartilha se trata em ensinar crianças sobre ter relações sexuais. A verdade é que o material mencionado tem conteúdo sobre educação sexual sim! E não o q Bolsonaro e sua equipe fazem vc pensar. A cartilha que Bolsonaro apresentou no jornal nacional existe e se chama “Aparelho Sexual e Cia” da escritora Francesa Hélène Bruller, ou seja, não é material do Mec e sim da escritora Francesa para promover a conscientização do conhecimento do corpo do menino e da menina, higiene pessoal etc… o Mec nunca distribuiu esse material. Atente-se a um detalhe que eu pude perceber: “Bolsonaro foi à uma rede de televisão nos mostrar um material atribuindo-o ao Mec. Nos fez acreditar que era sobre incentivo à iniciação sexual de crianças. Isso é muito sério! Nós Cristãos não devemos mentir. Isso é um mandamento. Jair Bolsonaro mentiu. Leia:
“João Cap. 8.44 Vós tendes por pai ao diabo e quereis satisfazer os desejos de vosso pai; ele foi homicida desde o princípio e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele; quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira.”

Sobre o porte de arma =
Entenda ;
PORTE (Pressupõe que a arma de fogo esteja fora da residência ou local de trabalho)
POSSE (Manter a arma no interior da residência)
No projeto de Bolsonoro é que o PORTE de arma seja liberado por lei.
É um projeto de campanha de Jair bem audacioso e perigoso. Todos nós clamamos por paz, justiça e segurança. A segurança é de direito nosso, tá na constituição. Qquer presidente eleito terá q nos oferecer proteção por isso não contemplemos a fúria, não alimentemos nossa sede de justiça por um projeto de lei que nos oferece mais perigo. Quantos casos de pessoas tomadas pela furia/ira por uma simples batida no carro (trânsito), discussão entre vizinhos ou entre professor e aluno por exemplo nós conhecemos? Agora imaginem essas pessoas com o PORTE de sua arma? Cada um de nós temos filhos, pais, irmãos, esposa(o) e estórias de vida q não podem estar ameaçadas por qquer situação banal q seja. O projeto de Jair pode incitar mais ainda a violência. Que ele apresente políticas públicas, projetos sociais ou qquer outro meio de preservação à vida e não ameaça.

Fascismo = Deixei esse assunto por último pq tudo o que foi dito acima é expressado com fidelidade nesse termo (Fascismo), é delicado falar porém preciso. É bem simples, vou tentar resumir em poucas linhas; Fascismo é o movimento político, econômico e social. Dentre as principais características desse sistema estão a concentração total do poder em um único líder. Esse líder deve ser CULTUADO e pode tomar qualquer decisão sem consultar o restante da sociedade. Alguma semelhança ?
Ps. Lembre-se de algo importantíssimo: Bolsonaro ainda não apresentou nenhum plano de economia para nosso país. Isso é estranho e perigoso. Não esqueça o que Fernando Collor nos fez qdo passou por essa experiência de inexperiência, simplesmente “congelou” a poupança do brasileiro. Pois é eu tremi tbm.
Ps. Muitos não sabem, mas recentemente tivemos a queda do dólar, onde muitos atribuíram essa queda à popularidade de Jair Bolsonaro o q na verdade recentemente tbm houve uma grande venda de ações do pré sal, o que voltou a aquecer o mercado de ações e consequentemente promoveu a baixa da moeda norte americana (dólar). Grandes organismos internacionais lembram q Hadad mesmo sendo de esquerda é um cara conhecido no mercado e tem políticas moderadas, já o Jair Bolsonaro é um total estranho. A mídia não tem dado atenção a esse esclarecimento.

Compreenda agora o motivo pelo qual algumas pessoas desfazem amizades com outras aqui no face e na vida real: Elas não somente correm riscos de perder os direitos conquistados até agora, como tbm aqueles direitos básicos de ir e vir. Talvez vc pense q Jair não seja um ser violento, no momento ele está ocupado tentando conquistar sua confiança para se eleger, enquanto isso alguns de seus apoiadores já o estão fazendo, imaginem cada um com uma arma a seu porte? Hoje mesmo li um depoimento em relação aos atos de violência que estão sendo cometidos por apoiadores de sua candidatura, onde Jair dizia; “agora um cara com uma camisa minha comete lá um excesso, o que eu tenho com isso?”… bom é melhor não comentar…
Se vc é Cristão sabe que Cristo curou e ainda cura muitas pessoas, prega mensagens de paz, Ele é o Próprio Deus Vivo, essa é a nossa essência quanto Cristão, é a Ele q precisamos imitar e não à homem nenhum.
Não vote neste homem! Um voto nele é expressão de concordância com tudo o q ele tem dito sobre o ser humano. Vamos relembrar frases do “mito”?
“Negro não serve nem pra procriar”.
“O filho começa a ficar “meio” gayzinho, leva um coro ele muda o comportamento dele”.
“Sou homofóbico sim! Com muito orgulho”
“Eu tenho 5 filhos. No quinto eu dei uma fraquejada pq nasceu mulher”.
“Eu sou favorável à tortura, tu sabes disso”.
“Deviam ter sido fuzilados uns 30 mil corruptos a começar por FHC”.
“90% desses meninos adotados vão ser homossexuais e vão ser garotos de programa com toda certeza desse casal” (se referindo à adoção por casal gay)
“Não é questão de gênero. Tem que botar quem dê conta do recado. Se botar as mulheres vou ter que indicar quantos afrodescendentes”?
“Não vou combater nem discriminar, mas, se eu vir dois homens se beijando na rua, vou bater”
É de um presidente assim que vc precisa?
Não é problema de esquerda ou direita. Em outras eleições presidenciais nunca tivemos alguém de direita q expressasse tanto perigo para muitos. A questão aqui é a busca por um governo para todos.
Estamos diante de dois candidatos à presidência e é preciso escolhermos um. Entre o candidato do PT q nunca foi a minha escolha e outro que representa iminente ameaça à vida como um todo. Escolho o 1°.
Na Bíblia não tem fake news. A Palavra de Deus não pode ser questionada irmãos vcs sabem disso.
É bem contraditório eleger um presidente como Jair e ir a casa das pessoas evangelizar em nome de Jesus, falando às pessoas sobre o amor de Cristo apresentando alguém que oferece o oposto. Jesus ama os oprimidos!

Quando a Bíblia incentiva os Cristãos a ‘se tornarem imitadores de Deus’, é como se o Próprio Deus dissesse a eles: ‘Eu acredito em vocês. Sei que apesar de suas imperfeições vocês conseguem ser como Eu até certo ponto.’ É sobre esse “certo ponto” que estou aqui.
Não se engane como eu!
Se vc é Cristão Católico ou Evangélico/Protestante assim como eu então proteste pela vida, pelo respeito e pelo bem. Não anule seu voto! O ideal nesse momento seria votarmos em Hadad.
Se acaso aquele que escolhermos falhar, poderemos trocá-lo. Já o outro pode punir uma nação por nossa falha.
Vote 13! Hadad Presidente!

Fonte: Brasil 247

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Nota da ABI – Bolsonaro mente na ONU e envergonha o Brasil

No seu discurso na manhã desta terça-feira na Assembléia Geral das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro contribuiu para que o Brasil caminhe para se tornar um pária internacional.

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No seu discurso na manhã desta terça-feira na Assembléia Geral das Nações Unidas, o presidente Jair Bolsonaro contribuiu para que o Brasil caminhe para se tornar um pária internacional.
Sem qualquer compromisso com a verdade, o presidente afirmou que seu governo pagou um auxílio emergencial no valor de mil dólares para 65 milhões de brasileiros carentes, durante a pandemia. O auxílio foi de 600 reais.
Bolsonaro mentiu
O presidente responsabilizou, ainda, índios e caboclos pelos incêndios na Amazônia e no Pantanal, que alcançam níveis nunca antes vistos no País. Todas as investigações, inclusive de órgãos oficiais, indicam que fazendeiros estão na origem das queimadas.
Como se vê, de novo Bolsonaro mentiu.
O presidente transferiu a responsabilidade para governadores e prefeitos pelos quase 140 mil mortos vítimas do coronavírus. Todo o país é testemunha de sua leviandade, ao classificar a pandemia de “gripezinha” e ir na contramão dos procedimentos defendidos pelas autoridades de Saúde.
Assim, mais uma vez Bolsonaro mentiu.
A ABI, com a autoridade de seus 112 anos de existência em defesa da democracia, dos direitos humanos e da soberania nacional, repudia esse comportamento que vem se tornando recorrente e conclama o povo brasileiro a não aceitar o verdadeiro retrocesso civilizatório que o governo está impondo ao País.
Paulo Jeronimo – Presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI)

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Sem papas na língua. Juliano Medeiros no Dialogando de hoje

Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? Tudo isso e um pouco mais, sem papas na língua, como diz o Pastor Fábio. Vem!

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Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? No Programa Dialogando desse domingo (26/07), 18h, o Pastor Fábio recebe Juliano Medeiros, presidente do PSOL para um papo sobre eleições e aprendizados da pandemia que passa por uma das fases mais críticas do momento, onde prefeituras e governos de vários Estados do país programam reabertura de mais uma parcela considerável de setores, enquanto isso, a mídia normaliza as curvas ascendentes do número de infectados pelo Coronavírus.

Outra pergunta que precisa ser respondida é qual é o sentido das eleições serem realizadas ainda neste ano? Quais interesses políticos estão por detrás da próxima disputa eleitoral? Tudo isso e um pouco mais, sem papas na língua, como diz o Pastor Fábio. Vem!

Assista, compartilhe. comente e mande perguntas no Facebook.

Juliano Medeiros é um jovem dirigente político da esquerda brasileira e desde janeiro de 2018 ocupa a presidência do Partido Socialismo e Liberdade. Historiador e Mestre em História pela Universidade de Brasília, é Doutor em Ciências Políticas pela mesma instituição.

Co-autor e organizador de Um Mundo a Ganhar e Outros Ensaios (Multifoco, 2013), Um Partido Necessário – 10 anos do PSOL (Fundação Lauro Campos, 2015) e Cinco Mil Dias: o Brasil na era do lulismo (Boitempo, 2017), colabora com sites, jornais e revistas no Brasil e exterior.[2]

Em 2018 coordenou a campanha de Guilherme Boulos à Presidência da República pelo PSOL[3] e, no segundo turno, após decisão do partido, passou a integrar a coordenação da campanha de Fernando Haddad[4]. Desde a vitória de Jair Bolsonaro, participa do Fórum dos Presidentes de Partidos de Oposição[5].

Durante mais de uma década Juliano Medeiros foi dirigente da corrente interna Ação Popular Socialista – Corrente Comunista do PSOL. Em Junho de 2019, a APS-CC se fundiu com o Coletivo Rosa Zumbi e mais oito coletivos regionais para fundar a Primavera Socialista, atualmente maior tendência do PSOL, da qual Juliano também é dirigente.[6]

Fábio Bezerril Cardoso é Pastor, cientista social, ativista social e Cofundador & Coordenador da Escola Comum e atualmente apresenta o Programa Dialogando, todos os domingos, às 18h. É um dos pastores progressistas que têm lutado pela defesa dos povos periféricos e costuma não ter papas na língua para falar sobre a realidade desses lugares. A produção é de Katia Passos, com arte de Sato do Brasil.

Conheça mais sobre a atuação do Pastor Fábio https://www.facebook.com/fabio.bezerrilhttps://www.facebook.com/fabio.bezerril

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Hilário Ab Reta Awe Predzaw e a história de um povo, historicamente, moído pelo ódio ou indiferença

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Por Diane Valdez, professora da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás, militante do Movimento de Meninos(as) de Rua e Comitê de Direitos Humanos Dom Tomás Balduíno

 

 

Hilário Ab Reta Awe Predzaw, 43 anos, morador da Aldeia Xavante N. S. de Guadalupe, em Barra do Garças, Mato Grosso, morreu na madrugada de 18 de junho de 2020, vítima do descaso governamental que permitiu a chegada do Coronavírus em sua comunidade. Era aluno do 5º período do curso de Pedagogia da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Goiás. Sua tia morreu há pouco mais de uma semana vítima do mesmo descaso, a mãe e seus dois irmãos, seguem contaminado pelo vírus, assim como outros Xavantes e outras pessoas de etnias indígenas de todo o Brasil.

Hilário entrou na UFG, pelo sistema de cota para indígenas, no ano de 2018. Chegou com o já conhecido atraso histórico de acesso dos povos originários no ensino superior, ainda que a UFG seja uma das universidades públicas que tem buscado cumprir com o direito de povos indígenas ao ensino universal, o acesso e a permanência ainda sofrem de fragilidade.

A trajetória de Hilário, na UFG, não se limitou às dificuldades ocasionadas pela pobreza, como muitos de nossas/os alunas/os enfrentam. A academia era um outro mundo, distante de sua comunidade, não só em quilômetros, como também em movimentos culturais, sociais e políticos. Talvez essa distância, o fazia um aluno reservado e observador, sem abrir mão da seriedade e interesse pelo conhecimento.

Era umas das lideranças de seu povo, portanto, sabia da responsabilidade que assumia frente a comunidade, ele seria um professor, um educador de seu chão, de sua gente. Hilário trabalhava em uma escola, com o formato de um Tatu Bola, na sua aldeia, trabalhava na área de serviços gerais, em breve voltaria como Professor!

No primeiro ano de curso, Hilário, na desconfiança de seu silêncio indígena, que não significava submissão, tentava se inserir no mundo acadêmico. Veio um tempo, que largou tudo e voltou para a aldeia, não por opção dele, mas por opção deste desgoverno que é incansável na destruição de direitos dos povos originários.

O Ministério da Educação e Cultura, suspendeu todas as bolsas de permanência para a população indígena e quilombola. Um grupo de alunas e professoras se juntaram, arrecadaram dinheiro e o trouxeram de volta para a Faculdade. Foi feita uma mobilização de docentes e discentes sensibilizados e a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis da UFG, cumprindo seu importante papel, disponibilizou uma bolsa e outros auxílios emergenciais.

Nessa ocasião, quando perguntado sobre o porquê de não falar nada dos problemas para colegas, e voltar para sua comunidade, Hilário disse que achava que ninguém sentiria falta dele.

No segundo ano, trouxe seu curumim para estudar em Goiânia, começou a trabalhar como intérprete na escola, acompanhando seu filho na dificuldade com a lingua. Era visível seu orgulho de exercer a função de intérprete. Lutou e enfrentou as diferenças que separavam as culturas e, como muitos, guerreou como seus ancestrais, para não perder seu lugar de legítima conquista.

No início da Pandemia, que começou junto com o semestre letivo, Hilário resistiu em voltar para sua comunidade, tinha medo das aulas retornarem e ele não estar presente na Faculdade, isso aponta o lugar que a UFG ocupava em sua vida. Quando percebeu que seu povo não estava acreditando na letalidade do vírus, retornou para alertar todos sobre o perigo. A UFG, cumprindo seu papel de instituição pública, providenciou o transporte para seu retorno no Mato Grosso.

Em maio, informou para duas amigas, que sua comunidade precisava de cobertores, pois fazia muito frio, e seu povo estava adoecendo. Elas mobilizaram, imediatamente, uma Vakinha On Line, onde arrecadou-se pouco mais de três mil reais, no entanto, como o total da arrecadação demora para ser liberado, emprestaram dinheiro e compraram os cobertores de forma mais hábil, enviando-os dia seguinte.

Os sintomas que atingia a comunidade, febre, falta de ar etc. já indicavam que era Coronavírus, no entanto, isso não foi motivo de interesse governamental, que poderia ter evitado o alastramento do vírus.

Ao apresentar os sintomas da doença, Hilário mostrou-se resistente em ir para o hospital, tinha dificuldade de aceitar o tratamento “dos brancos”. Acreditava nos rituais de seu povo, no tratamento natural que conhecia há tempos. Por outro lado, a histórica resistência dele, fazia todo sentido, pois sabemos como os povos indígenas são tratados neste país tão indígena que não se reconhece como indígena. Foi convencido a ir para o hospital e, na última conversa com as amigas em chamada por vídeo, estava muito escuro, e a família arrumou uma lanterna para as meninas verem o rosto dele, que disse para elas, em lágrimas, que estava somente suado, quando perguntado se estava com medo, disse que sim, que estava com muito medo…

A ida para o hospital foi acompanhado de longe pelas amigas, falavam sempre com a Assistente Social que afirmava que Hilário estava se recuperando, que receberia alta a qualquer momento. Nessa madrugada, ao pedirem informações sobre o amigo no hospital, alguém disse que alguém havia morrido, mas não sabia o nome. O nome de mais um número morto é Hilário Ab Reta Awe Predzaw, que deixou a mulher, filhos e todo seu povo Xavante.

O acesso dos povos indígenas ao ensino superior é recente, no entanto, é marcado por extrema coragem e resistência, pois o mundo acadêmico não é de todo um espaço acolhedor. Ainda que a dureza prevaleça na universidade, Hilário encontrou solidariedade e amizade na Faculdade de Educação, ainda que não seja uma solidariedade coletiva, foi construído uma rede de apoio, tanto de alunas/os, como também de docentes, isso pode ter aliviado sua dura estrada longe de seu chão.

Hilário não morreu porque “chegou a hora dele”, morreu por não ter o direito de ser mais um indígena, digno de necessários cuidados. Hilário, era um homem parte do “povo indígena”, um povo invisibilizado, injustiçado, espezinhado, humilhado e, odiado por este desgoverno.

Um povo com suas terras ameaçadas e roubadas pelo latifúndio, mortos por pistoleiros do agronegócio, ironizado e menosprezado por representantes deste desgoverno, ignorado por gente nativa que se acha descendente de europeus, machucados por todos que acham que universidade não é lugar de indígenas.

Não sei falar de fé, nem de ‘destino’, nem de coragem para aliviar o cansaço de um tempo incansavelmente dolorido. Ironicamente, para não dizer, funestamente, o tal ministro da educação, que afirmou odiar a expressão “povos indígenas”, ampliando seu descaso com a educação, revogou hoje [H OJ E], (19/06) a portaria assinada pelo ex-ministro de educação, Aluísio Mercadante, que estabelecia a política de cotas para negros, indígenas e pessoas com deficiência em cursos de pós-graduação. Hilário, estaria fora da pós-graduação, se dependesse deste ser desumano.

Quando lanternas começaram a iluminar caminhos de direitos para esta população, no interior de nossas universidades públicas, ainda que timidamente, um furacão de perversidade em formato de governo, dá pontapés e pisa, moendo, as possibilidades de justiça. Feito bandeirantes, grupos genocidas a frente das decisões da nação, estimulam a morte em todos os formatos. Deixar que o coronavírus atue, sem controle, é a proposta de morte atual para os povos originários.

Como Hilário, temos medo, muito medo, mas agarremos as lanternas, e assumimos nosso lugar na defesa dos povos indígenas, não os condenando a escuridão, como muitos fazem.

Hilário Ab Reta Awe Predzaw presente!

Este texto foi escrito com informações coletadas com as alunas, companheiras de Hilário, da turma do quinto período de Pedagogia da Faculdade de Educação/UFG, Dorany Mendes Rosa e Raysa Carvalho.

A elas e a toda turma, meu carinho e solidariedade.

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