Terça-feira, 08 de maio, Câmara Municipal de Santo André. Luiz Marinho (58), metalúrgico, dirigente sindical e ex-prefeito de São Bernardo do Campo recebe o titulo de cidadão Andreense. Não foi surpresa observar os corredores da câmara cheios de pessoas dos movimentos sociais, sindicatos, associação de moradores de bairro e partidos de esquerda. Marinho, carrega com orgulho a marca de conciliador e aberto ao dialogo, características que herdou de Lula nos anos que assim como o padrinho político, passou a frente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
Minutos antes da entrega oficial do titulo, projeto de autoria do vereador Willians Bezerra (PT), Luiz Marinho que é o pré-candidato do PT para o governo de São Paulo falou com Igor Santos, colaborador dos Jornalistas Livres sobre desemprego, negação da política e a prisão injusta de Lula.
Jornalistas Livres – Marinho, seu principal oponente, João Doria (PSDB) se apresenta como gestor. Diversas vezes, se colocando a frente de um discurso de negação da política. Como você vê esse tipo de discurso, é possível ser candidato e não ser político?
Marinho – Dória se apresenta como novidade, mas representa um grupo político que esta no poder em São Paulo desde a redemocratização, ao negar a política e se colocar como gestor, Dória se mostra um homem sem palavra. Para quem não lembra, ele (Dória) foi presidente da Embratur no período Sarney, parece que foi demitido por suspeita de corrupção. Alguém dizer que é candidato e não é político, começa com desonestidade, dai você pode supor o resto. Eu vim do interior, uma cidade do interior chamada Cosmorama, ali muito cedo aprendi com meus pais e avós a ter palavra, honrar compromisso. Começou termina, faz bem feito e com dignidade. Isso ai que vocês chamam de Dória é o atraso e o que há de mais baixo na política nacional. Quem foi prefeito e não terminou mandato, pulando agora para se candidatar ao governo, tem motivos de sobra para se envergonhar de fazer política, talvez esteja aí a resposta. Sou metalúrgico, fui ministro do trabalho e prefeito de São Bernardo do Campo, não tenho vergonha de dizer que sou político e faço política, o Partido dos Trabalhadores faz política para melhorar a vida dos trabalhadores e trabalhadoras.
JL – O mesmo grupo político está no Palácio dos Bandeirantes desde a redemocratização. O que faz o Partido dos Trabalhadores acreditar que poderá romper com essa continuidade do PSDB no poder?
Marinho – Se olharmos para o estado de São Paulo, em qualquer região, vamos observar um abandono total, notem que numa eleição onde o candidato do partido de situação, se diz gestor, o atual governo é uma catástrofe no quesito gestão. Já viram a situação das universidades estaduais? A Segurança Pública ou mesmo a geração de trabalho. O interior de São Paulo está abandonado. Acredito que nós do PT representamos a saída real dessa situação e a solução para os problemas na saúde, segurança e educação. Percebam, mesmo Alckmin, se olharmos as pesquisas presidenciais, quando vemos a preferência de votos entre os paulistas, ele figura em terceiro lugar. Notem, terceiro lugar, isso é sintomático. Existe uma janela histórica e nós do partido dos trabalhadores estamos à disposição dos paulistas.
JL – O senhor falou sobre eleições presidenciais, existe uma conversa que o PT já estaria costurando um plano “B”, caso Lula não possa se candidatar, existe mesmo este plano?
Marinho – Lula é o candidato do Partido dos Trabalhadores, entendemos que existe legitimidade nas outras candidaturas de esquerda, Boulos, Manuela ou Ciro, todos merecem respeito e nosso carinho. Lula não está morto, estamos falando da maior liderança nacional e global das últimas décadas. É preciso entender isso, Lula é o plano A, B e C do PT. Poderemos discutir apoio num eventual segundo turno sem Lula, com os candidatos do nosso campo, mas antes disso é necessário ter clareza que nosso candidato permanece sendo Lula e em Agosto registraremos Lula como candidato a Presidência da Republica pelo Partido dos Trabalhadores.
JL – Algumas pesquisas dão conta de 14 milhões de desempregados, o que o senhor que foi ministro do trabalho e foi presidente de um dos principais sindicatos da America Latina, pode dizer sobre isso?
Marinho – Nos governos Lula e Dilma, geramos 22 milhões de empregos com carteira assinada. Esses 14 milhões de desempregados revelam a face mais cruel do golpe, o desmonte da economia nacional e a retirada de direitos dos brasileiros e brasileiras. Por isso Lula desponta nas pesquisas como primeiro colocado a presidência. A população sente saudades daquele Brasil onde inauguramos a Federal do ABC e inúmeras outras universidades federais e institutos técnicos federais, o Brasil que estava alcançando o pleno emprego. Vejam, por exemplo, o desmonte da indústria naval promovido por Temer, as inúmeras obras paradas. Percebam, o Brasil sente saudades de quando podia sonhar, São Paulo não é diferente. Meu partido e o campo popular vêm para recuperar São Paulo, por o Brasil no rumo certo, com geração de empregos, segurança, saúde, educação de qualidade e democracia.