Em baixo de uma espécie de altar à “Justiça”, um velho de 67 anos desnuda uma mulher em público, força um beijo e, enquanto tapa sua boca com a mão, expõe sua genitália para uma massa de homens o aplaudindo. Os tais homens “de bem”, que comemoram a prisão de Lula como se ela solucionasse toda a corrupção brasileira, deixam as esposas em casa para frequentar o recinto, que já foi caracterizado como uma boate de prostituição e inocentado pelo Tribunal de Justiça em 2013.
Fantasiado de prisioneiro, Oscar Maroni, proprietário da boate Bahamas em São Paulo e conhecido como “magnata do sexo”, aparece na imagem cercado pela “Justiça”, que é personificada por quadros de Sérgio Moro e Cármen Lúcia, e concretizada pela prisão da maior liderança popular na história do Brasil: o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva.
A fotografia feita pelo celular, divulgada com os créditos de Túlio Vidal, expõe a barbárie e o pão e circo dos torcedores pela prisão de Lula.
Desde 2016, Maroni promete cervejas gratuitas caso Lula seja preso. Dois anos após o golpe que retirou Dilma da presidência, ele finalmente pode pagar a promessa ontem, 07 de Abril. Convocou seus empregados, garçons e DJs, para servir e divertir a platéia de machos que o louva como “mito”. No cardápio, um corpo feminino objetificado, exposto como a carne promocional do mercado.
Vale lembrar que em 2011, Maroni foi condenado em primeira instância a uma pena próxima a de Lula: 11 anos e oito meses de prisão. Na primeira instância, ele foi considerado culpado por favorecimento à prostituição e manutenção de local destinado a encontros libidinosos, atividade que é muita vezes ligada ao tráfico de mulheres. Ele recorreu em liberdade. Demorou dois anos para que o Tribunal de Justiça o inocentasse.
A Justiça não é para todos.
3 respostas
Parabéns ao verdadeiro jornalismo!7
Sempre haverá o bem e o mal, minha querida neta, o difícil é saber qual é qual, para se tornar a decisão acertada. Boa sorte!
Jesus não tem dentes no País dos banguelas (Titãs)