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Greve dos Caminhoneiros

Condutores de transporte escolar de Sorocaba manifestam-se e pedem apoio dos vereadores

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Por Fernanda Ikedo para os Jornalistas Livres

Cerca de 400 condutores de vans escolares protocolaram o documento na Câmara de Sorocaba no início da tarde desta sexta-feira, 25, pedindo apoio à luta dos trabalhadores para que intercedam junto aos deputados federais da região contra o aumento do combustível.

Antes de chegarem à Câmara eles fizeram concentração no Parque Tecnológico, às 8h30, de onde saíram em carreata até o Parque das Águas para que mais vans escolares, de outras cidades da região, se juntassem ao movimento.

“Antes, gastávamos de R$ 70 a R$ 80 com diesel. Há um mês, estamos gastando R$ 150. Queremos que baixe o valor para não precisarmos repassar o aumento para os pais de alunos”, afirma o presidente da associação de transporte escolar de Sorocaba e Região, Douglas Cardoso Oliveira.

Por volta das 12h, com buzinaço e em carreata chegaram à avenida engenheiro Carlos Reinaldo Mendes. O sindicato dos Condutores Escolares, Edvandro Marques da Silva, protocolou na Câmara o documento solicitando o apoio.

Nesse momento, o presidente golpista Michel Temer (MDB) fazia pronunciamento ao vivo na televisão sobre o uso das forças armadas para acabar com a greve dos caminhoneiros.

A imprensa SMetal questionou Edvandro sobre essa situação e ele disse que “se isso ocorrer será uma guerra civil. Esperamos que o governo baixe o prelo do diesel até amanhã. Senão teremos nova manifestação nacional no próximo dia 6”.

Para o secretário de organização do SMetal, Izídio de Brito, a política do governo Temer fez com que os preços subissem até o ponto em que chegou. “É preciso cobrar os deputados federais da região para que se posicionem sobre isso”.

Em Sorocaba, há próximo de 600 vans são legalizadas e transportam cerca de 30 mil estudantes por dia, uma média de 50 pessoas por dia para cada veículo. Já na região, são 1.700 condutores de vans escolares ligadas à entidade sindical.

O presidente do Sindicato dos Condutores escolares, Edvandro Marques, protocolou documento na Câmara representando toda a categoria. Foguinho/ Imprensa SMetal

Com informações do sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região

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Economia

Um prêmio para a administração da Petrobras

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Imaginemos um país. Poderíamos chamá-lo de Golpelândia ou New Liberalia. O nome não importa, mas fiquemos com o primeiro. O fato é que Golpelândia é um grande produtor de laranjas, tem muitas fábricas de suco de laranja, aptas a suprir quase toda demanda dos Golpeados (nome dado aos habitantes de Golpelândia). Mas, eis que os Golpistas (nome dado à elite governante de Golpelândia) tomaram uma decisão esdrúxula: resolveram exportar laranjas, diminuir a produção de suco nas suas fábricas e importar suco de laranja do exterior.

Espere um pouco! Temos laranjas, temos fábricas de suco de laranja e resolvemos vender laranjas para outros países para importar suco, deixando nossas fábricas ociosas? Sim, isso mesmo.

Nossa salvação é que o suco importado é mais caro e perderá a concorrência para o suco produzido aqui, certo? Errado! Os Golpistas resolveram que o preço de suco de laranja vendido aqui deve ser igual ao preço internacional.

Aí a porca torceu o rabo. Uma parte dos consumidores se rebelou e os Golpistas resolveram acalmar os Golpeados irritados: vão usar dinheiro público para subsidiar o suco preparado com nossas laranjas, vendidas ao exterior, transformadas em suco no exterior (enquanto nossas fábricas usam só parte de sua capacidade de produção), importadas por nosso país e vendidas ao preço internacional. O prêmio da revista “vEXAME” de administradores do ano vai para essa turma.

Agora sério. Veja esse manifesto de professores de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O que descrevem é exatamente a mesma historinha inventada sobre a laranja, só que relativa a produtos que influenciam todas as cadeias de produção de bens no país: combustíveis.

Subsídios para o Diesel Importado?

Recentemente, o conselho de administração da Petrobras, negligenciando os efeitos danosos da volatilidade no preço do petróleo para a atividade econômica, decidiu manter os preços dos combustíveis alinhados com os preços dos derivados no mercado internacional, independentemente dos custos de produção da companhia. Com essa política, a empresa passou a repassar os riscos econômicos da volatilidade dos preços para os consumidores com o objetivo de aumentar os dividendos de seus acionistas. A crise provocada pela reação dos caminhoneiros a essa política é fruto desse grave equívoco.

Para superar essa crise, é indispensável rever essa política. No entanto, o governo decidiu preservá-la, propondo um subsídio para o diesel com reajustes mensais no seu preço. O governo estima que essas medidas custarão R$ 13 bilhões aos cofres públicos até o final do ano, dos quais mais de R$ 3 bilhões serão gastos para subsidiar o diesel importado O ministro Guardia justificou essa medida econômica heterodoxa como necessária para preservar a competitividade do diesel importado.

O Brasil importou 25,4 milhões de barris de gasolina e 82,2 milhões de barris de diesel no ano passado, porém exportou 328,2 milhões de barris de petróleo bruto. Na prática, esse petróleo foi refinado no exterior para atender o mercado doméstico, deixando nossas refinarias ociosas (31,9%) em março de 2018. Nesse processo, os brasileiros pagaram os custos da ociosidade das refinarias da Petrobras e aproximadamente US$ 730 milhões anuais pelo refino de seu óleo no exterior. Não é racional que o Brasil subsidie diesel importado para absorver a capacidade ociosa de concorrentes comerciais.

A Petrobras foi criada para garantir o suprimento doméstico de combustíveis com preços racionais. Não é razoável que o presidente da Petrobras declare que o petróleo produzido no Brasil é rentável a US$ 35 dólares/barril e proponha ofertá-lo aos brasileiros a US$ 70/barril.

Professores do Instituto de Economia da UFRJ:
Adilson de Oliveira
Ary Barradas
Carlos Frederico Leão Rocha
David Kupfer
Denise Lobato Gentil
Eduardo Costa Pinto
Fernando Carlos
Isabela Nogueira
João Saboia
João Sicsu
José Eduardo Cassiolato
José Luís Fiori
Karla Inez Leitão Lundgren
Lena Lavinas
Lucia Kubrusly
Luiz Carlos Prado
Luiz Martins
Marcelo Gerson Pessoa de Matos
René Carvalho
Ronaldo Bicalho
Victor Prochnik

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Greve dos Caminhoneiros

CORTEM NOSSAS ASAS!

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POR LUÍS ANTÔNIO ALBIERO

Os caminhoneiros frearam o país. Bruscamente. O desastre foi inevitável. O engavetamento em que todo o Brasil se meteu resultou em avarias ainda não precisamente avaliadas.Para muitos, no entanto, pareceu à primeira vista ser a oportunidade de o país retomar a rota da qual se desviou por força do golpe dos corruptos de 2016. Para outros, a chance de darmos ré até, pelo menos, o ano de 1964, com alguns militares mais afoitos já acenando com as baionetas pelo retrovisor.

O fato é que o país foi tomado de um misto de desespero e esperança – um e outra em doses excessivas. O que se viu, no entanto, foi uma sucessão de fatos hilários, que já descrevi na crônica “Febeapá Número 3” (publicada apenas no Facebook, nesta mesma página “Crônicas & Agudas”), um verdadeiro “festival de besteiras que assolam o país”, cuja sigla (“Febeapá”) dá nome a duas obras de Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo do jornalista carioca Sérgio Porto, publicadas nos anos 70.

A manifestação dos caminhoneiros, por exemplo, jamais seria tolerada por um governo de militares. Seria reprimida duramente pelas forças policiais.

É um contrassenso manifestantes, que parecem prezar pelo direito de expressão, reivindicarem intervenção militar. É algo tão surreal como um liberto clamar para ser escravizado, um pássaro implorar para que lhe cortem as asas, um leão pedir de joelhos para que o enjaulem num zoológico, um homem livre rogar que o mantenham encarcerado.

Uma pessoa querida me enviou um vídeo em que um ator com cara de tiozão reaça bradava contra a classe política, contra suas “mordomias”, e convocava para um grande ato na avenida Paulista em favor dos caminhoneiros, coisa de “um milhão de pessoas”. Entusiasmada, ela dizia que deveríamos compartilhar o vídeo ao máximo.

Bira Dantas

Ao ver a imagem do ator, já fiquei desconfiado. Mesmo assim, fui até o fim. E acabei jogando um balde de água gelada na euforia da companheira.

O cara não fala abertamente em intervenção militar, mas deixa suficientemente clara sua posição nesse sentido. “Está nas entrelinhas”, disse eu a ela. Ele mencionava destituição ou renúncia de “toda a classe política” e completava dizendo que “pelas urnas não dá mais”…

Perguntei a ela quem é que substituiria “toda a classe política”? Importaríamos governantes da Europa? De Marte? A fala é sedutora, é contra os privilégios, contra os desmandos, contra a corrupção. Em 1964 foi assim também. Acabamos de passar por algo semelhante em 2016, com o impeachment.

E como é que “o povo” iria governar? Quem seria o líder? Como seriam escolhidos os ocupantes dos postos chaves das administrações, desde o governo federal até cada município do país?

Diante de minhas ponderações, ela me disse que talvez Lula pudesse ser esse líder. Eu, lulista de carteirinha, continuei: “Pois é. Mas como? Por aclamação? Ele se tornaria um rei?”

Não existe saída fora da Democracia. Por isso é necessário focar incansavelmente na defesa do estado democrático de direito, no respeito à Constituição, à soberania da vontade popular, ao voto.

Quando Lula se entregou ao invés de fugir, de exilar-se numa embaixada qualquer, mesmo tendo certeza, mais do que ninguém, de sua própria inocência, que recado ele nos deu? Que, chova ou faça sol, temos de respeitar as instituições e brigar por nossos direitos dentro das leis, num ambiente em que impere a legalidade. Contra as iniquidades, contra o arbítrio, nós temos que lutar sempre pelo cumprimento das regras jurídicas democraticamente estabelecidas.

De mais a mais, segui ponderando à minha interlocutora, os políticos que aí estão são reflexo direto da nossa sociedade. Se eliminarmos todos eles, se os levarmos todos de uma só vez a câmaras de gás – como parece que é o desejo insano de grande parte das pessoas –, imediatamente teremos de substituí-los. E na mesma imediatidade os substitutos se tornariam o quê? “Políticos”, ora essa! Ei-los aí novamente, extraídos do mesmo povo, que com igual rapidez reproduziriam os mesmos defeitos, as mesmas mazelas, pois, sendo eleitos ou escolhidos por uma inteligência suprema, eles são todos nós!

O que precisamos é aprimorar nossas instituições, aprimorarmo-nos todos como seres humanos, até que um dia, lá distante, atinjamos o ponto ideal.

“Vai demorar”, disse eu a ela. “Muito”, enfatizei. “Décadas. Séculos!”, concluí.

Ela refletiu, lamentou não ter percebido as intenções contidas no vídeo, lastimou já o ter enviado para muita gente e me agradeceu. Só me restou dizer à companheira: “acontece!…”

O movimento serviu, pelo menos, para a queda de Pedro Parente, desde ontem não mais presidente da Petrobras, mentor de uma política de preços nociva aos interesses da nação brasileira.

Bira Dantas

Assim sendo, fé em Deus e pé na estrada!

(LUÍS ANTÔNIO ALBIERO, advogado em Americana-SP, ex-vereador pelo PT de Capivari-SP de 1989/92 e 2001/04).

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Greve dos Caminhoneiros

Se não ele, quem?

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O Brasil vive um pesadelo. 
Depois de anos de uma certa confortável comodidade, o golpe que apeou Dilma do poder, revogando os votos de 54 milhões de brasileiros, entre eles o meu, jogou a nação em um abismo sem fundo.
Antes do golpe, e principalmente durante nossa resistência a ele, os brasileiros já se insurgiam uns contra os outros, porém em menor escala do que nos dias atuais.
Todos estamos assustados, porque a violência tem tomado proporções mais que assustadoras.
Sabemos que casos de violência, não nos enganemos, sempre aconteceram.
Lembro-me de ter escrito um artigo para o Portal Vermelho em 2016, onde denunciava fascistas que foram no enterro de um dirigente do PT para jogar panfletos odiosos caluniando a imagem do falecido.
Quem em sã consciência consegue conceber a ideia de ir a um enterro hostilizar a família de um morto?
Lembro-me de duas senhoras, na porta do hospital onde estava internada dona Marisa, com cartazes perguntando “porque ela não se internava no SUS”.
Quem se esqueceu do tristemente célebre cartaz onde se lia “por que não mataram todos em 1964”?
Perplexo, assisti a uma das cenas mais patéticas que já vi, uma cena onde pessoas ajoelhadas, de mãos na cabeça numa posição de rendição, se prostravam diante de soldados com armas em punho junto a bandeiras do Brasil, num gesto que emulava a entrega de suas vidas, de suas almas, de seus pensamentos, do destino de suas vidas.
Pessoas clamando pelo retorno de um tempo onde a violência era prática rotineira do Estado, um tempo que a maioria dessas sequer vivenciou.
Penso que o momento requer sim uma pacificação, mas que tal pacificação não se dará através de armas, da intervenção militar das Forças Armadas.
A pacificação que vejo para esse momento tem apenas um nome.
Se chama Luis Inácio Lula da Silva.
Libertem Lula! Ouçam o clamor popular! Parem de fingir que ele não lidera as pesquisas para as eleições em todos os cenários. Todas as pesquisas em todos os cenários!
Libertem Lula! Entreguem a ele a interlocução com os setores divergentes, entreguem a ele a mediação do drama dos caminhoneiros!
Eu confio em Lula, confio no seu carisma, na sua sabedoria, na sua experiência.
Não se trata de messianismo, não se trata de culto a personalidade.
Trata-se de enxergar a realidade.
Caminhoneiros, querem apoio popular joguem fora todo e qualquer pedido de intervenção militar, isso é uma imbecialidade!
Peçam pela liberdade de um homem como vocês, do povo.
Petroleiros, querem ainda mais apoio do povo, peçam pela liberdade daquele que foi um dos que mais defenderam a pujança e a independência da Petrobras.
Não há nada mais importante no momento do que defender a liberdade de Lula.
Sem que se desfaça a injustiça que é a prisão de Lula o Brasil não poderá seguir adiante.
Não ter julgado os militares responsáveis pelas torturas durante a ditadura mostra bem isso, que quando não se exerce justiça, pode se por todo um projeto de país a perder.
Libertem Lula!
E sigamos em paz, porque paz se faz com justiça, não com violência.

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