Em BH, haviam pedidos de impeachment, desabafos contra a corrupção e saudações ao regime militar
O grito que mais ecoou neste domingo foi: Fora PT!
O Lula, considerado pelos manifestantes o principal “chefe da quadrilha”, teve o nome muito pronunciado.
Tinha de tudo. As pessoas, em sua maioria vestidas de verde e amarelo, empunhavam cartazes contra a corrupção, contra Dilma e Lula, e principalmente contra uma suposta fraude nas eleições de 2014. Com várias menções à Jesus Cristo, ouvia-se “eu digo, se a voz do povo é a voz de Deus, deus quer: caia fora, Dilma”…
Como é típico nessas manifestações, havia também os que pediam pela Intervenção Militar. Com camisa do Exército, um grupo ia andando em meio aos manifestantes entregando um panfleto “informativo”. Segundo eles, não há possibilidade de um impeachment da presidente, e que por isso, é preciso uma intervenção constitucional militar para tirar todos do poder, fazendo uma “faxina”. De acordo com a PM, 10 mil pessoas estavam no protesto. Já os movimentos, como a Aliança dos Movimentos Democráticos, estimaram a presença de pelo menos 20 mil.
O ato começou tímido na Praça da Liberdade, região centro-sul da capital mineira, às 10 horas. Mas por volta do meio dia, o local ficou cheio. Bem na hora que o senador e ex presidenciável, Aécio Neves, se pronunciava, de forma rápida, no palanque do MBL: “Como cidadão brasileiro, vim participar desse movimento extraordinário. Estou indignado com a corrupção, com a mentira, com a incompetência desse governo, que vem fazendo tão mal aos brasileiros”.
O Hino Nacional foi tocado em muitos momentos nos quatro trio elétricos estacionados ao redor da praça, assim como várias músicas contra Dilma, Lula e PT.
A sensação que se tinha, ao conversar com os manifestantes, é que eles acreditam que o único problema da corrupção no Brasil é o Partido dos Trabalhadores. Um cartaz tímido contra Eduardo Cunha, e outras opiniões menos radicais contra pedidos de intervenção militar, ecoavam no mesmo ato.
Líderes de movimentos, como o Movimento Brasil Livre e o Vem pra rua, se revezavam ao microfone. A certa altura, pensou-se que um deles chamaria a população para lotar as casas legislativas, mas ele completou com “lotar as caixas de e-mail dos deputados”.
À uma da tarde, o movimento saiu da Praça da Liberdade em direção à Praça da Savassi. Nem todos que estavam na concentração caminharam. Por volta de duas horas, o movimento perdeu força e os manifestantes se dispersaram.