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Ação Humanitária

Jornalista brasileira em isolamento na Itália alerta Brasil sobre coronavírus

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por Raquel Moysés* para os Jornalistas Livres

*Doutora em jornalismo, professora e servidora pública federal aposentada pela UFSC/IELA

Jornalista brasileira vive em isolamento do coronavírus com o marido e o filho em Matera, no Sul da Itália. “Vivendo a quarentena de uma nação inteira”

Aqui estamos praticamente em quarentena, trancados em casa.
Só saímos para comprar o indispensável. Esta semana fui ao supermercado… a recomendação é de ir só uma pessoa por vez e de cada família.
Que sensação estranha…
No supermercado precisa fazer fila e pegar um número, que é para os clientes irem entrando aos poucos, respeitando a distância de segurança uns dos outros.
Os que conseguiram ainda comprar, usam máscaras de proteção, outros cobrem o nariz e a boca com uma echarpe ou algo assim.
Há quem faça máscaras “fai da te” (faça você mesmo).
Alguns usam luvas de silicone.
A sensação é de irrealidade…
Como num filme de ficção, meus amigos !

A minha ida para o Brasil, que seria agora em março está adiada, não sei até quando…
Desde a última terça-feira o Stefano está em casa para vivermos juntos esta espécie de “quarentena” de uma nação inteira…
Ele veio sem problemas de Bari até Matera, porque tem residência aqui é isso entra nas regras restritivas estabelecidas para a mobilidade em tempos de coronavírus na Itália.

O “presidente del Consiglio,” quer dizer o primeiro ministro da Itália, Giuseppe Conte, na última quarta-feira, 11 de março, comunicou ao povo italiano que a maior parte daquilo que ainda estava aberto no país teria que fechar.
Portanto, desde 12 de março, não abrem mais restaurantes, bares, cafés, pubs, centros comerciais, lojas, salões de beleza, centros de estética etc etc etc , e tudo aquilo que não é considerado de primeira necessidade.

As novas regras são medidas de “guerra” contra o coronavírus.

Agora estamos todos na zona vermelha. Mais de 60 milhões de italianos…

 

Papa Francisco, no centro de Roma, evocando fim da epidemia

A Itália inteira virou “zona rossa”, embora oficialmente a chamem de  “Zona protegida”, para funcionar melhor psicologicamente e não criar mais alarmismo do que já incitam as redes sociais e certa mídia.  Não tinha mesmo outro jeito.

Esperar mais tempo para limitar os deslocamentos e reduzir os contatos físicos no país todo seria muito arriscado, pois esse vírus é muito contagioso, se expande com uma rapidez enorme. E os italianos não são tão disciplinados como os chineses, demoraram para entender que a coisa é muito séria, que não se trata de uma simples influenza.

Os demais países europeus já perderam muito tempo, e apenas agora alguns começam a entender que servem atitudes drásticas, como fez a Itália, que de algum modo serviu de muro de contenção para o vírus responsável por esta grave pandemia, declarada como tal pela OMS, a Organização Mundial da Saúde.

Se o governo italiano tivesse deixado tudo solto, sem adotar as medidas que foi tornando dia-a-dia mais rígidas, a situação de contágio na Europa hoje talvez fosse ainda mais grave.

A própria primeira ministra alemã Angela Merkel afirmou em uma entrevista coletiva na semana passada que a Alemanha corre o risco de chegar a ter 60 a 70% da população contagiada pelo coronavírus.

Mas mesmo na Alemanha medidas mais severas para interromper a circulação do vírus ainda não foram tomadas de modo unívoco.
O sistema federativo parece dificultar bastante uma tomada de posição em nível nacional.

A comunicação nos países da zona euro e principalmente nos Estados Unidos sobre o contágio na Itália foi bastante distorcida. Os italianos foram vistos no mundo, nos primeiros dias da epidemia que os atingia , como “gli untori”, aqueles que espalhavam o coronavírus pelo mundo, sendo quase tão tripudiados quanto foram os chineses. Só agora, após o reconhecimento por parte da própria OMS, do enorme esforço que a Itália está fazendo para conter o Covid-19, alguns países europeus começam a se dar conta da dificuldade que têm pela frente e até se espelham no modelo italiano de contenção do vírus..

Até agora na Itália mais de dois mil profissionais da saúde foram infectados

Os responsáveis pela saúde pública de todo o mundo deveriam se mirar no “caso italiano”, adotando preventivamente medidas para reduzir o contágio iminente.  Isso não aconteceu nem na Europa, que hoje é o foco principal da pandemia no mundo. A primeira medida que teriam que adotar, lamentavelmente, é o isolamento social. Quer dizer, impedir o nosso direito de mobilidade.

Diante de um vírus altamente contagioso, para o qual nenhum ser humano tem imunidade, só resta reduzir os contatos ao mínimo, ficar em casa o maior tempo possível e sair apenas para para comprar produtos de primeira necessidade (como alimentos, remédios, produtos de limpeza e higiene pessoal).

Com sintomas de coronavírus ou após ter tido contato próximo e desprotegido com uma pessoa contagiada, o primeiro cuidado a tomar é não ir ao posto de saúde nem na emergência dos hospitais, pois é alta a probabilidade de contagiar outras pessoas, além de médicos e enfermeiros, que estão na linha de frente cuidando dos pacientes.

Até agora na Itália mais de dois mil profissionais da saúde foram infectados. Desses, cerca de 250 são médicos que estão em quarentena ou internados, inclusive alguns entubados. Dois deles morreram.

(Veja vídeo que flagra um momento de solidariedade com música, entre vizinhos na Itália)

 

 

 

Os primeiro passos da Itália para conter a disseminação do Coronavírus

 

A Itália foi o primeiro país europeu a interromper os voos para a China no auge na emergência naquele país, e está pagando um altíssimo preço econômico, cultural e em todos os âmbitos da vida social pelas medidas restritivas que precisou tomar.
Aqui o sistema sanitário público realiza uma grande quantidade de “tamponi” (testes para confirmar se as pessoas foram contagiadas).
Além disso, são divulgados, todos os dias, durante entrevista coletiva, boletins oficiais da defesa civil, com todos os números do contágio, pessoas em quarentena, doentes nos hospitais, os curados e, infelizmente, os mortos, que pelos números de 16 de março, somam 2158. Boa parte desse triste número de vidas perdidas se refere a pacientes que morreram com coronavírus e não exclusivamente por coronavírus.

Eram predominantemente pessoas velhinhas, que já estavam bastante fragilizadas e doentes, mas há idosos com boa saúde que foram atingidos, e também pessoas de diversas outras faixas etárias.

Embora a chance de cura seja alta, o grande problema do coronavírus é que um percentual de 10% a 13% de pacientes necessita de terapia intensiva.
É como se de repente um tsunami invadisse as UTIs, ao contrário dos casos de influenza, que ocupam os hospitais como uma onda gigantesca, distribuída ao longo dos meses de inverno.
Muitos países não estão fazendo a coisa certa, segundo os especialistas italianos. Não tomam medidas urgentes de prevenção nem divulgam os dados reais do contágio.
Inclusive os Estados Unidos, onde a pessoa tem que pagar em média 3 mil dólares para fazer o exame para saber se foi contagiada.
Lá não existe saúde pública.
Os estadunidenses que podem pagar enfrentam a selva dos planos de saúde privados, que frequentemente dão cobertura ínfima.
Além disso ali muitos contratos de trabalho não preveem sequer licença de saúde remunerada. Então a pessoa vai trabalhar mesmo contagiada ou doente.
E certamente os números do contágio por coronavírus são muito mais elevados do que os divulgados pelo “Tremp”, em ano eleitoral. Não é à toa que ele colocou o vice-presidente como responsável pela questão do coronavírus. Assim, se a coisa der errado, em última instância ele vai colocar a culpa no vice.
No discurso que fez na semana passada, declarando emergência nacional, ele finalmente teve que assumir a existência da emergência coronavírus, que antes negava, mas o que chega de lá não é nada tranquilizante.
A situação era grave há várias semanas, tanto que os governadores da Califórnia e o do estado de Nova York já haviam declarado estado de emergência.

A única coisa que funciona, como demonstra a China, é impedir o contágio com medidas de restrição dos contatos humanos, já que não há vacina nem medicamento certo para curar a pneumonia nos casos mais graves provocados pelo Covid-19.
Aqui na Itália estão experimentado usar antivirais que serviram para tratar doentes durante as epidemias de AIDS e Ebola. Também estão usando, ao que parece já com algum sucesso para alguns pacientes em estado grave internados em Nápoles, um fármaco utilizado para tratar artrite-reumatóide (Tocilizumab).

O serviço público de saúde está à beira do colapso no norte da Itália, pois é elevado o número de doentes com pneumonia intersticial grave que necessitam de UTI.

E não há só doentes de Covid-19, obviamente. As demais doenças não “entraram em férias”. Aqui no sul o agravamento da epidemia pode ser ainda mais grave, se não se conseguir deter a progressão do contágio, pois o serviço de saúde entraria ainda mais rapidamente em colapso.

 

O problema da saúde pública da Itália se revela com o Coronavírus

Enfermeira italiana alerta para a única precaução possível: “Fique em casa!”

Devido aos menores investimentos feitos na saúde pública na Itália meridional, o sistema aqui é muito mais frágil do que o do norte, que está resistindo a duras penas a essa prova.
Esta é a consequência, principalmente nos últimos dez anos, da absurda política de austeridade ditada pelo capitalismo neoliberal, com cortes drásticos principalmente em saúde e educação.
É em momentos graves como esse que se percebe, com imensa preocupação, quanto essa política é danosa e desumana.
A discussão sobre isso, agora, tardiamente, está na ordem do dia na Itália.
Neste momento muitas pessoas do povo, especialistas de todos os campos e diversos jornalistas coniventes despertam para a necessidade de salvar e fortalecer o virtuoso serviço público de saúde italiano, que ainda é um modelo admirável de sistema universal de atendimento, como o SUS brasileiro, tão vilipendiado pela fórmula do neoliberalismo.
Aqui na Itália cada pessoa tem um médico de referência, chamado médico de base ou médico de família, o primeiro a quem consultar quando se sente mal.
No caso da emergência coronavírus, todos são orientados a não ir ao consultório, mas telefonar ao próprio médico de base, no caso de ter tido contato próximo e desprotegido com algum contagiado ou já apresentar sintomas.
O grande risco do coronavírus é que é possível ser contagiado por uma pessoa assintomática, que pode transmitir o vírus por diversos dias sem saber que é positiva.
Mas quando a pessoa já apresenta algum sintoma, o médico de família a orienta, por telefone, sobre os cuidados a tomar, prescreve a quarentena e avisa a ASL (Azienda Sanitaria Locale), que passa a também monitorar a pessoa isolada em casa.
É a ASL que encaminha o paciente para fazer, em ambiente protegido, o exame que identifica se ele é positivo ou não ao vírus.
Essa é a forma de buscar evitar que o contagiado passe o vírus a médicos, enfermeiros e outros pacientes.
A ordem é não ir de jeito nenhum para o consultório do médico de família nem às emergências dos hospitais, pois foi o que fez o paciente número 1, indo à emergência do Ospedale di Codogno, na Lombardia, iniciando assim, involuntariamente, a cadeia de transmissão que hoje totaliza quase 28 mil pessoas contagiadas pelo coronavírus na Itália, somando as que sararam, as que se encontram em quarentena em casa, estão internadas ou, lamentavelmente, morreram.

Médicos infectologistas, virologistas e pesquisadores avaliam que o vírus já circulava na Itália bem antes da descoberta do primeiro foco de contágio e da eclosão da emergência em 21 de fevereiro.

Assim, o coronavírus ficou circulando livremente e contagiou pessoas que eram assintomáticas ou apresentavam sintomas semelhantes aos da influenza.
Alguns médicos de família hoje relatam que, já no início do inverno, estranharam alguns casos graves de pneumonia, mas não puderam naquele momento imaginar a epidemia que estava por vir, causada por um vírus até então desconhecido.
O fato de a epidemia ter iniciado exatamente na emergência de um hospital (de Codogno) foi outro fator responsável pela gravidade da rede de contágio na Itália.

Só a luz da razão e da solidariedade pode conter a pandemia. Matera, Itália

Aqui em Matera (festejada capital europeia da cultura em 2019) o clima de grande efervescência artístico/cultural deu lugar ao silêncio e ao temor de que todos os investimentos feitos para atrair visitantes se tornem inúteis. Patrimônio da humanidade declarado pela Unesco, a capital cultural da Europa de 2019 descortinou a um número significativo de turistas e viajantes de tantos países o cenário de um mundo remoto e deslumbrante, com sua esplêndida cidade histórica feita de pedra, I Sassi.
Agora aqui, como na Itália inteira tudo é incerteza, mas Matera e a Basilicata (terceira região menos populosa da Itália) ainda suspiram aliviadas por serem “lanterninhas” na transmissão do contágio. Nas duas províncias da região (Matera e Potenza), os casos ainda são limitados, mas todos os habitantes tremem só de pensar em uma emergência, pois há poucos leitos de UTI disponíveis nos hospitais.
E não são só os velhinhos os mais contagiados nessa emergência italiana. Eles representam mais de 40% dos casos totais, mas 35% dos pacientes em terapia intensiva têm entre 50 anos e pouco mais de 60. Pessoas que em geral não têm o físico debilitado.

Há também adolescentes e adultos jovens nas UTIs. Felizmente poucas crianças contagiadas, mas há inclusive bebês.

Já se desmentiu a hipótese tranquilizadora que circulou inicialmente de que crianças e jovens seriam praticamente imunes ao coronavírus.
Não é assim, declaram as autoridades sanitárias do país, alertando para a exigência de que crianças, adolescentes e adultos jovens fiquem também rigorosamente em casa.
Lamentavelmente até agora a mortalidade é maior entre idosos, principalmente aqueles com outras doenças que já os fragilizam.
É por isso que hoje é uma prioridade a proteção dos avós, que na Itália, em grande número, são “baby-sitters” dos netinhos.
A recomendação nessa fase de emergência é que não fiquem com os avós. As crianças podem ser transmissoras ideais do coronavírus, pois , dada a sua energia e sede de brincar, tocam continuamente tudo.
O governo inclusive estabeleceu uma ajuda financeira para pais e mães (que atuam nas atividades definidas como essenciais e precisam sair para trabalhar) contratarem quem os ajude a cuidar dos filhos.
As escolas e creches estão fechadas e os avós precisam ser protegidos até de abraços e beijos.
A guerra contra o coronavírus impõe também sacrifícios afetivos.
Nós, como a maioria dos italianos, já estamos há vários dias isolados dentro de casa.
Saímos só o estritamente necessário, para comprar alimentos ou coisas de primeira necessidade.
Impossível não ficar preocupados com estes números de contágio que ainda não param de subir.

Ninguém está livre de adoecer, pois o vírus não conhece fronteiras e nenhum de nós em todo esse vasto mundo tem imunidade contra ele.
Além disso, não e possível prever quando estará disponível uma vacina ou
medicamentos eficazes contra o Covid-19.

A única esperança é de que as medidas de restrição da nossa liberdade de ir e vir possam ter o efeito esperado.
Agora, com as novas medidas, as pessoas só devem sair de casa por motivos sérios, como o trabalho (naqueles setores públicos e privados que não podem parar), para dar assistência familiar a doentes, fazer compras de produtos indispensáveis como alimentos, produtos de limpeza, higiene e remédios.
Por força dos dois decretos anteriores já estavam fechados todos os teatros, cinemas, museus, academias de ginástica, feiras de alimentos, etc, inclusive os famosos “mercati rionali” (feiras dos bairros), onde se vende de tudo um pouco.
As missas estão suspensas há vários dias. As igrejas permanecem abertas, mas quem entra nelas para rezar precisa respeitar a distância de segurança de no mínimo um metro de um ser humano ao outro.
Até os funerais devem acontecer em privado, com número mínimo de presenças, sempre respeitando a distância, sem abraços e beijos.
Quando uma pessoa adoece e morre por causa do Covid-19, os familiares não podem ter nenhum contato com os próprios caros, nem no hospital nem depois, por ser uma doença infecciosa. E esse é um dos aspectos mais tristes, pois não podem sequer confortar ou se despedir dos que amam.
Em algumas cidades, como Bergamo, que hoje é o epicentro da epidemia no norte, está sendo traumático para as famílias a fila de espera para sepultamento ou cremação. Em Bergamo, na semana passada, morreram cerca de 50 pessoas por dia, com o coronavírus que agravou outras doenças de que já padeciam, ou por causa exclusiva do coronavírus

Viver tudo isso na mais absoluta solidão era imaginável até outro dia, principalmente em um país como a Itália, que vive com grande intensidade os rituais da vida e da morte.

Todas as escolas, conservatórios e universidades estão fechados até 4 de abril.
Por enquanto, pois é bastante provável que tenham que prorrogar o fechamento.
Até mesmo na China as escolas ainda não reabriram.
Sinal de que o risco de reincidência do contágio é um receio dos cientistas, médicos e do governo chinês.
Com essas novas medidas rigorosas o governo italiano, assessorado por cientistas e respeitados nomes da saúde pública italiana e da OMS, espera reduzir nos próximos 15 dias a curva de crescimento do contágio.
Certamente não se chegou ainda ao pico dessa curva, todos advertem.
Nos próximos dias é previsto um aumento substancial do número de contagiados, pois as medidas restritivas ainda vão demorar um pouco para gerar os resultados esperados.
Ninguém tem certeza do tempo que vai ser necessário, mas a hipótese é de que, ao se atingir o clímax, o contágio começaria lentamente a cair, como acontece agora na China, e aconteceu no passado com outras epidemias e pandemias.

Esse vírus é muito pouco conhecido pelos cientistas. Não se sabe ainda com relativa precisão o seu “modus operandi.”
E o pior é que é mutante, como todo vírus. A sensação absurda hoje é de vivermos todos como personagens de um filme de ficção científica…

Impressionante pensar que não podemos sair de casa livremente, e que encontrar outro ser humano representa sempre um risco.
Na situação mais grave vivida desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o grande inimigo está na respiração do outro.
É visível como as pessoas que se encontram nas filas dos supermercados, munidas de máscaras (se conseguiram comprar ou confeccionar uma), se olham de soslaio, até com um pouco de vergonha do medo que sentem umas das outras. A ordem que se lê nos olhares é: mantenha distância. Todos querem se livrar das gotinhas de saliva que podem ser “habitadas” pelo temível vírus SARS COV-2, que causa a doença batizada pela comunidade científica com um nome imponente: Covid 19.

Só nos resta esperar que esse pesadelo passe.
Espero com todo o coração que o vírus não se expanda, como já anunciando, no nosso Brasil, na Nuestra América, e em outros países do mundo onde ainda não chegou.

Temo muito pelo que pode acontecer no Brasil, se o coronavírus se tornar uma grande emergência nessa era de brutalidade do desgoverno, que fez cortes enormes no nosso SUS e desmantelou o excelente programa Mais Médicos.

Agora, médicos cubanos (e venezuelanos), que forem descartados sem nenhum respeito apesar do excelente trabalho que faziam nos grotões do Brasil, socorrendo os últimos, já se aprestam a vir em socorro da Itália nessa dolorosa emergência.
Me angustio só de pensar no já tão espoliado e sofrido continente africano. Ali o coronavírus provocaria uma tragédia inimaginável.
Estou rezando a toda hora…
Segura, coração!

 

Dados da Itália hoje:

 

Os números são divulgados todos os dias durante entrevista coletiva do comissário para a emergência do Serviço Nacional da Proteção Civil.

DADOS DE 18 horas de 16 de Março

27980 casos no total
23.073 casos com teste positivos,

destes 2151  (mortos), 2749  (curados)

Dos 23.073 com teste positivo
10197 estão em isolamento domiciliar

11025 estão internados com sintomas
1851 em terapia intensiva (UTI)

http://www.salute.gov.it/portale/nuovocoronavirus/dettaglioContenutiNuovoCoronavirus.jsp?lingua=italiano&id=5351&area=nuovoCoronavirus&menu=vuoto

Contei um pouco do que vi, ouvi e aprendi estes dias, a duras penas…
Uma espécie de carta reportagem… coisa de jornalista.
Muita gente estava mandando mensagens e me perguntado o que está acontecendo. Todo mundo assustado.
Talvez o que escrevi possa ser útil e ajudar em alguma coisa.

Fontes italianas sobre o coronavírus:

https://www.google.it/amp/s/www.ilfattoquotidiano.it/2020/03/15/coronavirus-papa-francesco-va-in-due-chiese-simboliche-del-centro-di-roma-per-invocare-la-fine-della-pandemia-il-significato-simbolico-e-i-precedenti/5737669/amp/

https://m.ilgiornale.it/news/☝cronache/coronavirus-linfermiera-crollata-fine-turno-state-casa-1838809.html

https://m.huffingtonpost.it/entry/lappello-dellinfermiera-in-prima-linea-a-☝milano-state-a-casa-fatelo-per-noi-e-per-voi_it_5e66238ac5b68d61645748c4

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Bolsonaro criminoso contraria Ministério da Saúde e vai, sem máscara, a manifestação anti-Congresso

 

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3 Comments

3 Comments

  1. Mariângela Strecht

    16/03/20 at 20:57

    Parabéns, belíssimo depoimento! Estou em Portugal e muito assustada com a situação mundial. Somos frutos do meio que vivemos…bozonaro chegou ao poder e é espantoso como continuam a defendê-lo entusiasticamente.., guedes (faço questão de utilizar minúsculas) cobra rapidez ainda para novas reformas, estrangulando o que não t eu m mais ar! E o moro defendendo o inimaginável… Acredito que dias melhores virão, sempre, sou educadora e nasci em 63… Boa noite e todos! Tchau!

    • Vinicius Souza

      18/03/20 at 18:33

      Estamos todos e todas assustados/as. É preciso manter a calma, seguir as orientações médicas e sermos solidários/as e responsáveis. O mundo será diferente depois dessa pandemia. Lutemos para que sejamos todos e todas mais solidários/as e responsáveis, com as pessoas, os animais e o meio ambiente.

  2. Sandra Regina

    19/03/20 at 1:12

    Muito importante o seu depoimento. Tenho duas filhas. Meu marido é Técnico de Enfermagem. Particularmente eu estou muito assustado e com medo.

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Ação Humanitária

Operação elogiada por Bolsonaro na ONU despeja venezuelanos em Boa Vista (RR)

Comunidade formada por 850 indígenas e crioulos recebeu prazo do Exército para deixar o local até dia 28 de outubro

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Comunidade autogerida Ka'Ubanoko, em Boa Vista (RR) - Martha Raquel / Brasil de Fato

Em meio a uma pandemia que já matou mais de um milhão de pessoas no mundo todo, a Operação Acolhida do Exército Brasileiro anunciou no último dia 17 de setembro o despejo de 850 pessoas da comunidade Ka’Ubanoko de imigrantes venezuelanos indígenas e crioulos.

Por Martha Raquel e Jeisse Carvalho, do Brasil de Fato

“Desde que soubemos que teremos que sair, estamos vivendo muita pressão psicológica e social. Estamos vendo mulheres que não bebiam e começaram a beber, mulheres que têm chorado, crianças com medo”, relata Leannys Torres, indígena Warao e liderança da coordenação indígena da Ka’Ubanoko.

:: “Não queremos ser explorados, nem marginalizados”: indígenas Warao pedem autonomia ::

A Operação foi citada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) durante seu discurso na Assembleia das Nações Unidas (ONU), quando afirmou que “no campo humanitário e dos direitos humanos, o Brasil vem sendo referência internacional pelo compromisso e pela dedicação no apoio prestado aos refugiados venezuelanos, que chegam ao Brasil a partir da fronteira no estado de Roraima”.

A comunidade Ka’Ubanoko cujo significado em português é “Meu espaço para dormir”, fica localizada na cidade de Boa Vista, capital de Roraima, e ocupa o espaço do antigo Clube do Trabalhador – uma obra que ficou abandonada há anos e abriga, desde o ano passado, crioulos e indígenas Warao, Eñepà, Kariña e Pemon. 

Alejandrina Cortez tem 5 filhos, sendo um recém-nascido, e agora vive diariamente a angústia de não saber o futuro de sua família. 

:: Indígenas Warao sofrem com péssimas condições de vida no abrigo público de Belém ::

“Me sinto mal, estou preocupada, não durmo bem, penso nos meus filhos. Não por mim, mas por eles que são pequenos. Agora eu tenho meu lugar. Meus filhos gostam de jogar [no quintal]. Será que eu não posso ter paz? Eu estou morando aqui. Estamos todos. Meus filhos gostam de brincar e estão acostumados com isso”, completa. 

Tanto a coordenação crioula quanto a coordenação indígena da comunidade escreveram uma carta à Operação Acolhida do Exército explicando a situação e pedindo que o despejo não seja efetuado sem diálogo. 

“Estamos cansados a ser pisoteados. Não nos negamos a deixar um terreno que sabemos que não é nosso, mas nós temos direitos e sabemos que há outras soluções. Queremos falar, dialogar, mas nos tratam como animais. Nos impõem, querem pensar por nós”, explica a Cacique Eñepa. 


Regras da Comunidade autogerida Ka’Ubanoko, em Boa Vista (RR) / Martha Raquel / Brasil de Fato 

O local atual é dividido em cinco áreas, entre espaços reaproveitados da construção do parque, casinhas de madeira, barracas e redes.

Os indígenas e crioulos convivem como uma comunidade, organizada por setores. Os moradores se dividem através de coordenações responsáveis por alimentação, saúde, esporte, infraestrutura, segurança, proteção da mulher, educação, cultura e limpeza.

Quando decidem por nós, estão violando os nossos direitos, de construir nosso futuro, de sermos protagonista 

Para Leannys Torres, da forma como está sendo conduzida a Operação Acolhida há um desrespeito com os direitos dos povos indígenas.

“Não somos migrantes, somos indígenas de toda a América e isso é algo que eles precisam aprender a respeitar. E quando decidem por nós, estão violando os nossos direitos, de construir nosso futuro, de sermos protagonistas. Estamos indignados”, ressalta.

:: Como é o atendimento à migração venezuelana durante a pandemia? ::

A alternativa apresentada pela Operação Acolhida é realocar as mais de 850 pessoas nos abrigos geridos pelo próprio Exército, onde é realizado um trabalho de interiorização das famílias quando são enviados para trabalhar em diversos estados do Brasil. 


Abrigo oficial do Exército São Vicente 2, no bairro São Vicente, em Boa Vista (RR) / Martha Raquel/Brasil de Fato

Um ser humano não merece viver a vida que eles nos oferecem em um abrigo 

Alguns moradores da comunidade explicam que já viveram nos abrigos e não gostariam de passar novamente por essa experiência.

“Não há privacidade. Um ser humano não merece viver a vida que eles nos oferecem em um abrigo. Viver com calor, comer na hora que eles nos entregam a comida. Não teremos o direito de escolher o que vamos comer pela manhã, ao meio dia e à noite”, protesta Deirys Ramos, Cacique Eñepa, pertencente à etnia Warao.

:: Indígenas venezuelanos sofrem com a covid-19 e a fome no Recife (PE) :: 

Com base em experiências passadas nesse tipo de instalação, ela afirma que as condições de moradia apresentadas são insalubres.

“Querem ter-nos como animais, mas nem os animais se tratam assim. É um lugar onde não há árvores, não há brisa, em que estaremos fechados por todo o dia. Faz muito calor, todos estaremos amontoados”, ressalta.

Torres ressalta que o espaço dos abrigos limita a prática dos costumes tradicionais desses povos.

“Nos abrigos não teremos a liberdade de expressar nossas ideias, nossos costumes. A vida dos Warao está ligada à terra e ter terra é ter vida. Ficarmos fechados num abrigo nos limitaria bastante, é como estar em um campo de concentração”, explica. 


Uma das construções da ocupação Ka’Ubanoko, que abriga indígenas venezuelanos em Boa Vista (RR) / Martha Raquel/Brasil de Fato

Educação prejudicada 

Para a Cacique Deirys, a vida em abrigos impacta também no processo de educação da comunidade.

“É um lugar que nem sequer nos asseguram a educação, que pra nós seria não só bilíngue, mas que deveria ser trilíngue porque nós falamos diferentes idiomas. Não somos só um povo indígena, somos quatro povos indígenas”, ressalta. 

Entre os crioulos, 80% falam português e todos falam a língua nativa, o espanhol. Entre as quatro etnias indígenas, algumas pessoas falam apenas o idioma originário e outros aprenderam o espanhol.

:: “Não queremos ser explorados, nem marginalizados”: indígenas Warao pedem autonomia ::

Yidri Torrealba, coordenadora-geral da comunidade e representante dos crioulos explica que a educação diferenciada para as crianças sempre foi uma prioridade dentro da comunidade. 

“Entre a população indígena e a população crioula aprendemos a viver em comunidade, implementando a educação diferenciada para as crianças, já que mais de 50% que não conseguiram vagas nas escolas”, conta.


Crianças da Comunidade autogerida Ka’Ubanoko, em Boa Vista (RR) / Martha Raquel / Brasil de Fato

Na última quarta-feira (30), representantes do Defensoria Pública da União (DPU), do Ministério Público Federal (MPF) e do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) estiveram na comunidade Ka’Ubanoko para dialogar sobre a situação. 

Segundo Luís Ventura, coordenador do Cimi, no próximo 14 de outubro uma reunião deve acontecer entre MPF, DPU, Operação Acolhida e representantes de entidades internacionais. A reunião também irá contar com a presença de um procurador da República de Brasília (DF), representante da área da Defesa do Cidadão, e também Renan Sotto Mayor, presidente Conselho Nacional dos Direitos Humanos

Eles apresentarão uma petição para que se suspenda a operação do despejo da Comunidade Ka’Ubanoko e solicitar outro prazo, garantindo diálogo, consulta prévia e que as reivindicações dos ocupantes sejam consideradas.

Segundo o coordenador do Cimi essa é uma medida extrajudicial para convencer a Operação Acolhida e, se não atendida, as entidades acionarão judicialmente a operação acolhida. 

Questionados por e-mail sobre a operação, os diálogos realizados, as alternativas para os imigrantes,as condições nos abrigos e as formas de fiscalização utilizada para que os refugiados não sejam enviados para lugares em que sejam obrigados a trabalhar em situação análoga à escravidão, a Operação Acolhida não respondeu e disse que a Casa Civil da Presidência da República deveria ser acionada.

A equipe do Brasil de Fato tentou contato com a instituição, mas também não obteve retorno até a publicação desta reportagem.

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Ação Humanitária

Vítimas da Covid-19 e seus familiares recebem homenagem e solidariedade

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Em Campinas, interior de SP, coletivo se organiza contra o apagamento da memória  das verdadeiras vítimas da pandemia

Hoje,  05 de setembro, aconteceu pela  manhã  no centro da cidade  o “Ato Vidas Interrompidas” promovido  pelo   Coletivo 1000vidas. O  ato foi planejado para evitar aglomeração e foi transmitido ao pela página https://tv.socializandosaberes.net.br,    com  falas e intervenções artísticas  que iniciaram no Largo do Rosário .

Ato Vidas Interrompidas – Campinas-05-09-2020 Foto: Fabiana Ribeiro

Na sequência, os participantes seguiram em cortejo para a Praça Bento Quirino . Na praça – marco zero da cidade – está localizado o monumento-túmulo de Carlos Gomes, que  recebeu uma instalação artística com o intuito de homenagear às vítimas do Covid-19. Dessa forma foram colocados mil laços de fitas representando cada vida perdida para a doença, na cidade de Campinas.

Ato Vidas Interrompidas – Campinas-05-09-2020 Foto: Fabiana Ribeiro

Na  semana passada, Campinas superou as 1000 mortes confirmadas, sendo o 11º município brasileiro com mais óbitos causados pela Covid-19.
 Campinas ainda tem mais óbitos pela doença que 15 capitais de estado do Brasil, segundo dados do Ministério da Saúde, entre elas Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre, que são mais populosas e que têm 969, 944 e 663 mortes confirmadas, respectivamente.

Ato Vidas Interrompidas – Campinas-05-09-2020 Foto: Fabiana Ribeiro

O coletivo

O Coletivo 1000vidas nasceu da indignação de algumas pessoas com o apagamento da memória de amigos, familiares, conhecidos e cidadãs/ãos que estão morrendo ou sofrendo com o Covid-19 sob um manto de apatia de governantes e de parte da imprensa que nos têm tratado como estatísticas de adoecimentos e mortes aceitáveis frente às necessidades da economia e do mercado.  Movido pelo sentimento incômodo da indignação, o  coletivo propõe ações  que desvelem as narrativas   das famílias e as dores de suas perdas e pretende realizar diversas outras  atividades , uma das propostas é um Memorial Virtual  na forma de uma página na internet dando voz e prestando  homenagens, a quem partiu e a quem sofre por estas vidas interrompidas prematuramente. O memorial conta com apoio do Conselho Municipal de Saúde de Campinas.

 Integram o coletivo mais de 40  movimentos organizados de trabalhadores, sociais, culturais e outros.

Mais retomada de atividades e número de vítimas continua crescendo

No dia 02 de setembro, o Prefeito de Campinas – Jonas Donizette (PSB) assinou o decreto que autoriza a retomada de atividades culturais, como museus, cinemas e teatros, além de permitir eventos, convenções e serviços de bufê adulto, a partir de 04 de setembro .

A Prefeitura de Campinas (SP) informou, neste sábado (5), que foram confirmadas mais 10 mortes por novo coronavírus, além de outros 344 casos. Com isso, a cidade chegou a 1.069 óbitos provocados pela covid-19, e 29.327 moradores infectados.

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Ação Humanitária

Baixo Tapajós: campanha distribui mais de 20 toneladas de kits de higiene e proteção

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  • Combate à Covid-19
  • Ação de ONGs vem ajudando a reduzir o avanço da Covid-19 entre as comunidades ribeirinhas e indígenas na região do baixo Tapajós
  • Distribuição de mais de 20 toneladas de kits de higiene, limpeza e proteção contra o novo coronavírus, ao longo do Rio Arapiuns, afluente do Rio Tapajós, Santarém-PA

Fotos: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

Às 6h30min da manhã da última sexta-feira (21), em Santarém-PA, as equipes dos barcos do Projeto Saúde e Alegria (PSA) e Gaia se preparam para mais uma jornada de distribuição de kits de limpeza, higiene pessoal e proteção para as comunidades espalhadas ao longo do Rio Arapiuns, importante afluente do Rio Tapajós. Waltinho e Ana, jovens  coordenadores da expedição, conferem as tabelas com os kits a serem distribuídos em cada comunidade.

Ana e Waltinho lideraram a expedição, que ocorreu entre os dias 21 e 23 de agosto – Foto: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

Waltinho é indígena do povo Kumaruara; Ana é da Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns. As tripulações dos barcos separam arduamente os produtos antes de cada parada. Os protocolos de segurança são rígidos e cumpridos à risca: antes de embarcar, cada membro da equipe tem de fazer o teste para detectar anticorpos para o novo coronavírus. Todos têm de usar máscara , e há fartura de álcool em gel nas embarcações. Apenas dois ou três tripulantes desembarcam em cada parada, para entregar os kits. Mais de 2500 famílias, espalhadas ao longo do Rio Arapiuns e Lago grande serem atendidas, em 3 dias de viagem.

Pouco antes de atracar, o comandante de cada barco aciona a buzina, avisando os moradores que os kits estão chegando. As equipes geralmente são recebidas por lideranças comunitárias e por um punhado de moradores, que ajudam a carregar os pacotes. A expressão nos semblantes dessas pessoas é sempre de expectativa. Com a ausência ou insuficiência dos serviços de Estado, essas comunidades têm dependido de ações da sociedade civil organizada, que tem feito doações e atendimento médico localmente, a fim de evitar que essas populações se desloquem até Santarém ou outras cidades com alguma estrutura, em busca de atendimento médico –  e para comprar mantimentos –  diminuindo assim o contato com o vírus. 

Sob o mote #ComSaudeAlegriaSemCorona, ao todo, desde que as ações de mitigação dos efeitos da pandemia começaram, já foram distribuídos mais de 6 mil  kits familiares de higiene, limpeza e proteção, atendendo centenas de comunidades. O PSA e parceiros também vêm distribuindo, desde o início da pandemia,  cestas básicas para as comunidades ribeirinhas, além e apetrechos de pesca para os Munduruku. Mesmo com essas ações, relatos indicam que a pandemia chegou forte em muitas comunidades, sem que haja o registro oficial dos casos covid-19. 

Foto: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

Certamente há uma enorme subnotificação, e os casos oficialmente registrados pela Secretaria de Saúde entram no cômputo geral de casos e mortes do município, sem que haja separação por comunidade. Oficialmente, segundo a última atualização da prefeitura de Santarém, até o último domingo (23), o município totalizava, 8.559 casos de covid-19 e 366 óbitos.

Foto: Leonardo Milano / Jornalistas Livres

Não se sabe ao certo a situação da pandemia nas populações que vivem ao longo dos rios Tapajós, Arapiuns e afluentes, o que se sabe é que, não fossem as ações da sociedade civil organizada, a situação seria bem pior.

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