Jair Bolsonaro fez, na tarde deste domingo (21), um dos discursos mais violentos desde o início da campanha eleitoral. Diretamente do Rio de Janeiro, o ex-capitão entrou ao vivo pelo telão na Av. Paulista, em São Paulo, durante manifestação que ocupou quatro quadras da avenida. Antes da fala de Jair Bolsonaro, foi feito um minuto de silêncio seguido de um mantra de meditação “Eu estou em paz, o Brasil está em paz.”
Enquanto os manifestantes fingiam um clima de paz e amor, Jair Bolsonaro gritava a plenos pulmões, em pé, no quintal de sua casa, mostrando uma saúde invejável, que poderia usar para enfrentar o debate cara a cara com seu adversário, Fernando Haddad. Mas, para isso, ele precisaria ter coragem —parece que não tem.
Aos gritos, Bolsonaro disse que pretende fazer uma “faxina” para limpar o Brasil das pessoas que discordam dele. Berrando, ele disse: “A faxina agora será muito mais ampla. Essa turma, se quiser ficar aqui, vai ter que se colocar sob a lei de todos nós. Ou vão pra fora ou vão pra cadeia. Esses marginais vermelhos serão banidos de nossa pátria”.
Em seu discurso, Jair Bolsonaro ameaçou prender Lindbergh Faria e Fernando Haddad, além de dizer que Lula iria “apodrecer na cadeia”. O ex-capitão também aproveitou para afirmar que, no seu governo, todos os movimentos populares seriam criminalizados e citou o MST, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra, e o MTST, Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, como exemplos de movimentos que deixariam de existir. Ele disse que manifestar-se será considerado terrorismo e que isso será coibido com “a lei no lombo”. Para Bolsonaro, se alguém for contra o que ele prega, a pessoa irá “fazer companhia ao cachaceiro de Curitiba”, referindo-se ao ex-presidente Lula.
Bolsonaro disse que “os petralhas irão para a ponta da praia (quis dizer um palavrão), porque ele irá cortar todas as mordomias dos integrantes do Partido dos Trabalhadores”. O que Jair Bolsonaro esqueceu de citar em sua fala são as mordomias dele mesmo, que ele defende tanto.
Um deputado federal custa para o governo R$ 179.000,00 por mês (salário + despesas + auxílios + assessores), totalizando mais de 2 milhões de reais por ano. Jair Bolsonaro foi eleito deputado federal pela primeira vez em 1990, assumindo o cargo em 1991. Até o mês de outubro de 2018 ele custou ao governo R$ 59 milhões e 786 mil reais, recebendo, inclusive, um auxílio moradia de, no valor atual, R$ 4.253,00 mesmo tendo imóvel próprio. Bolsonaro custou caro aos cofres públicos, mas aprovou apenas 2 Projetos de Lei em 28 anos.
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