Jornalistas Livres

Autor: Aloisio Morais

  • Manaus já enterra vítimas do covid-19 em valas comuns

    Manaus já enterra vítimas do covid-19 em valas comuns

    Depois de instalar frigoríficos em cemitérios para armazenar caixões, a Prefeitura de Manaus começou ontem a enterrar os corpos de vítimas do novo coronavírus em valas comuns, ou “trincheiras”, no cemitério público Nossa Senhora Aparecida, no bairro Tarumã, Zona Oeste da capital do Amazonas. Hoje, a cidade registra 156 mortes por Covid-19, enquanto no estado, o número de casos confirmados chegou a 2.160, com 182 mortes.

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    Devido ao grande aumento de sepultamentos realizados no cemitério, a Secretaria Municipal de Limpeza Urbana adotou o sistema de trincheiras para realizar o enterro das vítimas de Covid-19. “A metodologia, já utilizada em outros países, preserva a identidade dos corpos e os laços familiares, com o distanciamento entre os caixões e com a identificação das sepulturas. A medida foi necessária para atender a demanda de sepultamentos na capital”, informou a secretaria por meio de nota.

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  • Belo Horizonte se inspira na gripe espanhola e cerca o covid-19

    Belo Horizonte se inspira na gripe espanhola e cerca o covid-19

    Edifício JK, um projeto de Oscar Niemeyer, foi usado para apelos à população para ficar em casa

    Graças às rápidas medidas adotadas pelas autoridades e pela população, quase cem anos depois Belo Horizonte poderá registrar um baixo índice de mortes pelo covid-19, a exemplo do que ocorreu durante a peste da gripe espanhola, em 1918. É o que já apontaram os primeiros estudos de um grupo de epidemiologistas. A gripe espanhola matou entre 20 a 50 milhões de pessoas em todo o mundo. Em Belo Horizonte a peste provocou 282 mortes, um número bem abaixo do registrados em inúmeras cidades brasileiras e da Europa, segundo estudos da historiadora mineira Heloísa Starling, da UFMG.

    Para se ter uma ideia, o isolamento social determinado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e adotado pela prefeitura de Belo Horizonte já evitou 2.128 casos de contaminação pelo novo coronavírus. Esse levantamento foi realizado entre os dias 16 de março e 7 de abril pelo infectologista e epidemiologista Carlos Starling, pelo engenheiro de produção Joaquim José da Cunha Júnior e pelo doutor em bioengenharia Bráulio Couto. “Essa é uma amostra representativa, mas esse número deve ser muito maior. Estamos evitando um percentual de mortes muito significativo”, disse Starling ao portal O Tempo. 

    O levantamento mostra um comparativo da curva de infecções em BH, na Itália e na Suíça. Nesses países europeus, os casos esperados de Covid-19 são muito superiores se confrontados aos da capital. “Temos conseguido manter em níveis muito mais baixos e uma curva muito menos íngreme do que temos na Itália, na Suíça e nos Estados Unidos também, por exemplo”, observou o epidemiologista.

    Isso se deve, segundo Starling, às medidas impostas. “O isolamento social é fundamental e uma arma efetiva, tem lastro científico. Já demonstramos que a estratégia está correta. É isso que se espera de quem dirige um país, um Estado ou um município”, afirmou.

    Além do isolamento, Carlos Starling salienta outras precauções que devem ser tratadas como prioritárias, como lavar as mãos regularmente com água e sabão e álcool em gel, evitar tocar o rosto e ter o mínimo de convívio social possível, no caso daqueles que não podem adotar o confinamento. Ele acredita que uma flexibilização da política de distanciamento traria consequências trágicas à população. “Temos acompanhado a realidade com dados estatísticos e epidemiológicos. Você não tira isso da cartola, tal dia é o ‘Dia D’ para liberar tudo. O isolamento não tem um tempo definido para acabar”.

    A gripe espanhola

    Em 1918, em cerca de 90 dias a febre espanhola infectou um quinto da população mundial e matou entre 20 a 50 milhões de pessoas. A gripe desembarcou no Rio de Janeiro provavelmente no dia 14 de setembro. Veio de Lisboa no barco “Demerara” que atracou no porto com gente doente a bordo. Os tripulantes desceram na Praça Mauá sem que ninguém prestasse muita atenção, mas já estavam contaminados e contaminando. Pouco depois, a gripe chegou a São Paulo vinda do Rio de Janeiro e cinco mil paulistanos morreram até o final de dezembro. 

    Em Belo Horizonte, a gripe espanhola durou três meses. A população girava em torno de 45 mil habitantes e a doença derrubou cerca de 15 mil pessoas. “Os registros apontam 282 mortes, mas faltam dados. Quantos faleceram fora dos hospitais? Quantos óbitos foram notificados? Não sabemos”, diz Heloísa Starling.

    No dia 7 de outubro, um oficial da Vila Militar, no Rio de Janeiro, desembarcou na Praça da Estação da capital mineira junto com a família. Instalaram-se, numa casa do bairro da Floresta e, dois dias depois, os primeiros sintomas da gripe espanhola apareciam. “Quem morava no bairro entrou em pânico assistindo à chegada dos enfermeiros responsáveis pela transferência imediata dos doentes para o Hospital de Isolamento, e dos funcionários da Diretoria de Higiene, o equivalente hoje à Secretaria de Saúde, devidamente paramentados, transportando, em carroças da prefeitura, o equipamento para desinfecção da casa”, contou a historiadora Heloísa Starling em trabalho encomendado pelo portal G1.  

    As praças da Liberdade e do Papa, esta aos pé da Serra do Curral, foram fechadas para evitar caminhadas e  aglomeração

    O surto não tinha nada de benigno, a doença avançava com rapidez pela zona urbana, suburbana e rural e atacava qualquer pessoa: ricos e pobres, homens, mulheres, crianças, velhos, jovens, fracos ou atléticos, sem distinção.

    O médico Samuel Libânio, responsável pela Diretoria de Higiene, suspendeu o comércio e ordenou o fechamento das lojas; os proprietários obedeceram, mesmo a contragosto. As ruas ficaram vazias, cafés e bares, cinemas, clubes e casas de diversão às moscas, a circulação dos bondes foi reduzida. Os estabelecimentos de ensino suspenderam as aulas, inclusive as faculdades. Tudo ficou deserto, menos as farmácias, onde uma multidão se aglomerava em busca dos medicamentos que começavam a faltar.

    “Em Belo Horizonte, a gripe espanhola se alastrou indiferente pelos bairros. Os hospitais não dispunham de capacidade para receberem tantos doentes ao mesmo tempo, e era urgente criar um serviço de hospitalização para mendigos e para a população pobre. Havia dificuldades de abastecimento, risco de desemprego, queda no volume de negócios, perigo de falência, desestruturação dos elementos que constroem o cotidiano das pessoas. Quem não era funcionário público, não recebia salário mensal e vivia exclusivamente do trabalho diário, ficou em situação precária, iam faltar recursos. Não existia remédio disponível para todo mundo e as pessoas não podiam dominar a epidemia, mas descobriram que era possível juntar esforços para tentar combatê-la”, observa Heloísa Starling.

    “Reconhecer isso uniu a população. A Congregação da Faculdade de Medicina transformou o prédio da sua Escola em hospital provisório com 112 leitos e nove enfermarias, e orientou professores e estudantes a irem além do atendimento interno, prestando serviços nos inúmeros postos de saúde que estavam sendo abertos na cidade. A Escola de Enfermagem ainda não existia, mas a Congregação da Medicina não titubeou e os médicos convocaram as enfermeiras da Cruz Vermelha para o trabalho nos hospitais e elas responderam imediatamente”, destaca a historiadora.

    “Cem anos depois, Belo Horizonte volta a enfrentar uma nova epidemia e imagens de pesadelo estão se espalhando por toda Minas Gerais. Ninguém recria o já vivido, e é certo que a História nunca se repete. Mas, por vezes, podemos arriscar e pedir algo emprestado ao passado. Talvez seja hora de tentarmos esse empréstimo. Para enfrentarmos juntos o tempo sombrio que estamos vivendo”, conclui Heloísa Starling.

    E cem anos depois, quem está à frente da luta contra o coronavírus é o prefeito Alexandre Kalil (PSD), que, ao contrário do governador Romeu Zema (Novo), não titubeou em partir imediatamente para o combate à peste. Usando as mesmas estratégias do passado, Kalil, ex-presidente do Clube Atlético Mineiro, e acostumado a lidar com a massa atleticana, passou a utilizar de todos os meios para fazer com que a população ficasse em casa, o que não foi fácil.

    Começou a ser atacado por aqueles contrários ao isolamento, como os bolsonaristas. Mas partiu para o enfrentamento. No alto do bairro Mangabeiras, por exemplo, botou a Guarda Municipal para dispersar uma carreata que ameaçava descer a Avenida Afonso Pena rumo ao centro da cidade. Para impedir o retorno daqueles que buscavam as farras e as churrascadas nos condomínios da vizinha Lagoa Santa e da Serra do Cipó, Kalil baixou decreto impedindo que ônibus daquela cidade entrassem na capital, medida que acabou estendida a outros municípios. “As pessoas vão para a farra, não se protegem, se infectam e depois vêm encher nossos hospitais”, esbravejou.

    Para impedir que alguns teimosos insistissem em fazer caminhadas pela orla da Lagoa da Pampulha, por praças e parques de Belo Horizonte, o prefeito mandou cercá-los ou suspender o funcionamento. Por fim, assinou decreto determinando que a partir do dia 17 de abril todos os moradores deveriam usar máscaras em locais públicos. O resultado é que as ruas e avenidas passaram a ficar vazias e o comércio fechado, enquanto a população se colocava em isolamento se precavendo contra o covid-19. Até este domingo, 19, Minas contava 39 mortes provocadas pelo coronavírus. Belo Horizonte mostrava-se estabilizada, registrando oito mortos, número idêntico ao de Macapá, Sorocaba (SP) e São João do Meriti (RJ) e 440 pessoas infectadas pela doença. A expectativa é de que ela seja contida em Belo Horizonte, a exemplo do passado, um bom motivo para que todos fiquem em casa.                                                        

     

     

     

     

     

     

     

     

     

  • Shoppings, bares e restaurantes fecham a partir de hoje em BH

    Shoppings, bares e restaurantes fecham a partir de hoje em BH

     

     

    A partir desta sexta-feira, 20, os bares, restaurantes, shoppings e cinemas de Belo Horizonte estarão com o alvará de funcionamento suspensos temporariamente, para evitar aglomeração de pessoas e o avanço da Covid-19. A medida foi anunciada pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD) por meio de decreto e vale por tempo indeterminado, contrariando o governador Romeu Zema (do Novo).

    A medida vale para:

    – Casas de shows e espetáculos de qualquer natureza;

    – Boates, danceterias, salões de dança;

    – Casas de festas e eventos;

    – Feiras, exposições, congressos e seminários;

    – Shoppings centers, centros de comércio e galerias de lojas;

    – Cinemas e teatros;

    – Clubes de serviço e de lazer;

    – Academia, centro de ginástica e estabelecimentos de condicionamento físico;

    – Clínicas de estética e salões de beleza;

    – Parques de diversão e parques temáticos;

    – Bares, restaurantes e lanchonetes.

    O decreto não afeta o funcionamento de supermercados, farmácias, laboratórios, clínicas, hospitais e demais serviços de saúde em funcionamento no interior de suas instalações. Permite também a atividade de empresas que trabalhem com entrega de alimentos ou ofereçam retirada de produtos no local, embalados e para consumo fora do estabelecimento. O funcionamento de bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos congêneres no interior de hotéis, pousadas e similares, também poderão ser mantidos para atendimento exclusivo aos hóspedes.

    Nesta quinta-feira, 19, a capital mineira já começava a parar. Com a suspensão das aulas em todos os níveis de ensino, era pequeno o movimento de carros nas ruas e avenidas, muitas ruas estavam desertas, inúmeros estabelecimentos comerciais fechados e restaurantes vazios. Em alguns bairros, como o Santa Efigênia, de classe média, destacava-se apenas o som da kombi da pamonha a anunciar o “delicioso mingau de milho verde” e outros derivados do milho.

     

    Nação Conservadora se lasca

    O decreto assinado pelo prefeito Alexandre Kalil acabou livrando Belo Horizonte de sediar o Iº Congresso da Nação Conservadora neste fim de semana. O evento teria como palestrantes o mineiro Salim Mattar, fundador da locadora de carros Localiza, o empresário e jornalista Allan dos Santos, do canal Terça Livre; deputado estadual pelo PSL de SP, Gil Diniz, o Carteiro Reaça; a também bolsonarista deputada estadual Ana Caroline FamFampagnolo, do PSL/SC, entre outros. Estes mais aqueles que se sujeitariam a pagar ingressos entre R$ 82,50 a R$ 165,00 teriam direito, como aperitivo, a assistir uma vídeo conferência do autoproclamado filósofo e astrólogo Olavo de Carvalho, o guru do Bozo.  

    Bate-boca

    Segundo o portal BHAZ, “o prefeito Kalil subiu o tom contra o governador, na tarde desta quarta, 18, após Zema anunciar, em coletiva, as medidas para conter o avanço da doença no Estado. O motivo da irritação seria o recuo em medidas já alinhadas entre o Governo e a prefeitura. ‘O Governador me ligou. Já tínhamos combinado… Uma pena. Preocupado com votos e não com vidas’, escreveu Kalil no Twitter após o fim da coletiva de Zema”.

    Um dos principais motivos para a irritação de Kalil seria o fechamento de bares e restaurantes em Belo Horizonte, estudado pela PBH e pelo Governo, para reduzir a aglomeração de pessoas. A possível adoção da medida causou receio em empresários, que temem pelo fechamento de empresas,conforme ainda o BHAZ.

    Íntegra do decreto

    DECRETO Nº 17.304, DE 18 DE MARÇO DE 2020.

    Determina a suspensão temporária dos Alvarás de Localização e Funcionamento e autorizações emitidos para realização de atividades com potencial de aglomeração de pessoas para enfrentamento da Situação de Emergência Pública causada pelo agente Coronavírus – COVID-19.

    Art. 1º – A partir do dia 20 de março de 2020, por tempo indeterminado, ficam suspensos os Alvarás de Localização e Funcionamento – ALFs – emitidos para realização de atividades com potencial de aglomeração de pessoas, em razão da Situação de Emergência em Saúde Pública declarada por meio do Decreto nº 17.297, de 17 de março de 2020, especialmente para:

    I – casas de shows e espetáculos de qualquer natureza;

    II – boates, danceterias, salões de dança;

    III – casas de festas e eventos;

    IV – feiras, exposições, congressos e seminários;

    V – shoppings centers, centros de comércio e galerias de lojas;

    VI – cinemas e teatros;

    VII – clubes de serviço e de lazer;

    VIII – academia, centro de ginástica e estabelecimentos de condicionamento físico;

    IX – clínicas de estética e salões de beleza;

    X – parques de diversão e parques temáticos;

    XI – bares, restaurantes e lanchonetes.

    • 1º – Caso tenham estrutura e logística adequadas, os estabelecimentos de que trata este artigo poderão efetuar entrega em domicílio e disponibilizar a retirada no local de alimentos prontos e embalados para consumo fora do estabelecimento, desde que adotadas as medidas estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao contágio e contenção da propagação de infecção viral relativa ao Coronavírus – COVID-19.
    • 2º – A suspensão prevista neste artigo não se aplica aos supermercados, farmácias, laboratórios, clínicas, hospitais e demais serviços de saúde em funcionamento no interior de shoppings centers, centros de comércio e galerias de lojas, desde que adotadas as medidas estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao contágio e contenção da propagação de infecção viral relativa ao COVID-19.
    • 3º – O funcionamento de bares, restaurantes, lanchonetes e estabelecimentos congêneres no interior de hotéis, pousadas e similares, poderá ser mantido para atendimento exclusivo aos hóspedes, desde que adotadas as medidas estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao contágio e contenção da propagação de infecção viral relativa ao COVID-19.
    • 4º – As atividades administrativas e os serviços essenciais de manutenção de equipamentos, dependências e infraestruturas referentes aos estabelecimentos cujas atividades estão incluídas nos incisos do caput poderão ser realizadas com adoção de escala mínima de pessoas e, quando possível, preferencialmente por meio virtual.

    Art. 2º – A partir do dia 20 de março de 2020, por tempo indeterminado, todas as demais atividades com potencial de aglomeração de pessoas, não incluídas nas restrições do art. 1º, deverão funcionar com medidas de restrição e controle de público e clientes, bem como adoção das demais medidas estabelecidas pelas autoridades de saúde de prevenção ao contágio e contenção da propagação de infecção viral relativa ao COVID-19.

    Art. 3º – Ficam suspensas enquanto perdurar a Situação de Emergência em Saúde Pública:

    I – autorizações para eventos em propriedades e logradouros públicos;

    II – autorizações de feiras em propriedade;

    III – autorizações para atividades de circos e parques de diversões.

    Art. 4º – A fiscalização quanto ao cumprimento das medidas determinadas neste decreto ficará a cargo dos órgãos de segurança pública, com apoio da Subsecretaria de Fiscalização, caso necessário.

    Art. 5º – Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

    Belo Horizonte, 18 de março de 2020.

    Alexandre Kalil

    Prefeito de Belo Horizonte

  • Nazista de Unaí é denunciado à Justiça

    Nazista de Unaí é denunciado à Justiça

     

    Na noite do sábado, 14 de dezembro, clientes do bar Boteco acionaram a Polícia Militar. Agentes do 28º Batalhão foram ao local mas entenderam que o “caso em tela não se amoldava com precisão ao crime previsto no artigo 20”, conforme nota divulgada pela corporação. Eles orientaram a retirada da braçadeira “para evitar problemas de segurança”, e a “situação foi resolvida no local”.

    A PM informou na ocasião que abriu procedimento administrativo para apurar a conduta dos policiais, observando que “repudia veementemente qualquer forma de discriminação e apologia ao crime por motivo de preconceito ou apologia a símbolos que denotem desrespeito aos direitos fundamentais da pessoa humana, bem como reafirma seu compromisso com a proteção integral dos Direitos Humanos”.

    Publicidade

    Um primo de Adjuto, Francisco Adjuto, chegou a publicar um texto no Facebook dizendo que “abomina” a atitude do parente e que ele sofre de “problemas psíquicos”.  “Abomino o que o meu parente fez, e, apesar de saber que ele enfrenta sérios problemas psíquicos de saúde, fato que é do conhecimento de várias pessoas que também o conhecem aqui na cidade, sei que ele agiu de maneira consciente, e, por isso mesmo, não passo a mão leve na sua atitude”, escreveu Francisco Adjuto, pedindo desculpas à “sociedade unaiense” pelo ocorrido. O sobrenome Adjuto é bastante conhecido na cidade de 75 mil habitantes por ser de uma família tradicional desde a fundação do município localizado próximo a Brasília.

  • Governo tira Sérgio Camargo da Fundação Palmares

    Governo tira Sérgio Camargo da Fundação Palmares

     

     

    Mesmo após ser elogiado pelo presidente Jair Bolsonaro, o governo suspendeu a nomeação do jornalista Sérgio Nascimento de Camargo para a presidência da Fundação Cultural Palmares, órgão que cuida da promoção da cultura afro-brasileira. A suspensão foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” da quarta-feira, 11, em portaria do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, após o juiz Emanuel José Matias Guerra, da 18ª Vara Federal do Ceará, determinar que fosse suspensa a nomeação, em uma ação movida por um advogado. Na decisão, Guerra afirmou que há “diversas publicações” feitas por Sérgio Nascimento que têm o “condão de ofender justamente o público que deve ser protegido pela Fundação Palmares”. O governo recorreu da determinação do juiz, mas ainda não houve decisão a respeito.

    A nomeação de Camargo ocorreu no fim de novembro, gerando uma série de protestos após ele postar nas redes sociais um monte de bobagens relacionadas à escravidão e o racismo no Brasil. Numa delas ele classificou o racismo no Brasil como “nutella”, acrescentando que “Racismo real existe nos Estados Unidos. A negrada daqui reclama porque é imbecil e desinformada pela esquerda”. Em outra oportunidade ele afirmou que “a escravidão foi terrível, mas benéfica para os descendentes”, pois os “negros do Brasil vivem melhor que os negros da África”.

    Ao comentar sobre o Dia da Consciência Negra, o jornalista disse que o “feriado precisa ser abolido”, pois a data “causa incalculáveis perdas à economia do país, em nome de um falso herói dos negros (Zumbi dos Palmares) e de uma agenda política que alimenta o revanchismo histórico e doutrina o negro no vitimismo”. Como se isso não bastasse, no dia 3 de novembro, Sérgio afirmou numa mensagem em rede social que “sente vergonha e asco da negrada militante”. “Às vezes, pena. Se acham revolucionários, mas não passam de escravos da esquerda”, escreveu. No dia seguinte (4) ao post, o juiz Emanuel Guerra determinou a suspensão da nomeação, afirmando que há “diversas publicações” feitas por Sérgio.

    A escolha de Sérgio Nascimento de Camargo foi feita pelo secretário Especial da Cultura, Roberto Alvim. Segundo a Secretaria, “Sérgio é católico e jornalista; ocupou cargos de repórter, editor e de chefia em algumas das maiores redações de jornais e rádios de São Paulo. Também trabalhou na edição, pesquisa e produção de obras literárias, como auxiliar particular de seu pai, o renomado escritor Oswaldo de Camargo, que em sua obra aborda temas ligados à temática negra”.

     

  • Son Salvador, chargista mineiro, morre aos 70 anos

    Son Salvador, chargista mineiro, morre aos 70 anos

    Uma semana triste para o mundo do humor. Na sexta-feira foi o designer gráfico e chargista Arnaldo Torres, o Atorres, de 55 anos, que não resistiu a um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e morreu em Belém. Neste sábado lamentamos o falecimento de Gérson Salvador Pinto, o Son Salvador, chargista que os Jornalistas Livres tiveram o prazer de mostrar seus trabalhos aos leitores. Mineiro de Sabará, Son faleceu aos 70 anos na madrugada deste dia 23, no Hospital Vila da Serra, em Belo Horizonte, onde estava internado para tratamento de problemas respiratórios.

    Son Salvador deixa a viúva Francisca Pinto, os filhos Gérson e Frances, os netos Davi e Samuel, além de um imenso legado para o jornalismo esportivo e humor de Minas Gerais.  Ele começou a trabalhar no Sindicato dos Bancários como ilustrador e chargista, de onde saiu aos 27 anos para trabalhar nos jornais Diário da Tarde, hoje extinto, e depois no Estado de Minas.

    A partir de 2007, comandou o programa de esportes Aqui Esportes, da TV Horizonte. Son Salvador era também baterista e gostava de ouvir clássicos nacionais e internacionais. “Era um ótimo companheiro de trabalho, sempre gentil, bem humorado e cheio de prosa. Uma perda enorme para o jornalismo e para os amigos a sua partida. Vá em paz, Son”, escreveu a presidenta do Sindicato dos Jornalistas de MG, Alessandra Mello.