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Manifestações

Atraso e baixa adesão marcam protesto em São Carlos (SP)

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Para manifestantes, o Brasil precisa de intervenção militar e é visto no exterior como país pobre e preto, como se isso fosse uma vergonha.

Cerca de 500 pessoas compareceram no domingo pela manhã no centro de São Carlos, a 214 quilômetros da capital paulista, no ato pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff, convocado pelo movimento “Vem pra Rua”. Entre os manifestantes, ânimos exaltados pelo atraso de mais de uma hora e meia na saída do cortejo ou quando o tema era a atual conjuntura brasileira. “Você é enxergado lá fora como um país tosco, pobre, preto, sem dignidade”, destacou Shirlei Aparecida, segurando um cartaz “Fora Dilma e Fora PT”. O tom da manifestante só era amenizado quando o assunto era a intervenção militar. “Intervenção militar jamais. Regressão nunca, nunca, nunca. A gente já passou por esse processo e viu no que deu”.

Já o aposentado José Antônio da Silva discordou da colega de ato e destacou que “os militares seriam ótimo, ótimo”. E foi acompanhado pela psicóloga Adalgiza Rodrigues, que disse ser “até sersou a favor da intervenção militar. No tempo dos militares não tinha o que tem agora. Então, a gente está pedindo uma intervenção também”.

A baixa adesão foi vista por quem passava pela praça do Mercadão e sentida também por quem saiu de casa para participar do protesto. “Eu vim mostrar minha indignação. Mas a gente gostaria de ter visto muita gente aqui. A gente não está vendo o povo daqui, né? Eu acho que está todo mundo satisfeito com a situação”, desabafou a aposentada Nazareth Franco.

No protesto do dia 15 de março, por exemplo, cerca de 1.200 pessoas estiveram nas ruas de São Carlos vestidas de verde e amarelo. Ontem, menos da metade. Mas, apesar dos cálculos da Polícia Militar confirmarem a presença tímida do sãocarlense, isso pareceu não preocupar a organização, que apresentou números diferentes. “Tá lindo, tá muito bom. Já tem mais de duas mil pessoas aqui, com certeza”, defendeu Marco Roudini, líder do movimento Vem pra Rua e organizador do ato.

Em meio aos manifestantes incomodados com o sol forte e amparados nas sombras do prédio do mercado, camisas do ato eram vendidas a 20 reais e alguns manifestantes batiam panelas recebendo aplausos. Até membros da maçonaria compareceram para mostrar apoio ao evento, que levou uma maioria branca e de classe média alta para as ruas da cidade.

Impeachment? Renúncia? O que importa é “Fora Dilma”
A marcha seguiu pelas ruas do centro ao som de gritos “fora PT”, “Lula Ladrão” e “Fora Dilma”, além da execução do hino nacional. Mas o tom ensaiado dos gritos acabava quando o assunto era o impeachment. O representante do Movimento Brasil Livre (MBL), Luiz Landgraff, que saiu com a esposa Natália Landgraff da cidade de Leme para participar do ato de São Carlos, defendia que a principal pauta do protesto era a cassação do mandato de Dilma Rousseff por meio do impeachment. Animado mandou um recado para a presidente: “vai para a Cuba que te pariu”.

Entretanto, muitos manifestantes ficavam reticentes sobre a possibilidade e o apoio ao impeachment. “Eu acho que temos que respeitar o jogo democrático e, se realmente tiver que se fazer impeachment, deixar a atribuição para quem cuida disso”, falou o advogado Enéas Góes, que foi vestido com a bandeira do Brasil. Seus colegas de ato também achavam que poderia haver outras saídas para que o governo terminasse, como a renúncia da presidente, mas impeachment seria uma medida muito grave para o momento.

A imprensa também foi alvo de críticas por parte da organização do evento. “A nossa imprensa, infelizmente, não todos, mas alguns, estão vendidos para esse governo. O próprio Jô Soares”, falou Roudini. No encerramento do ato realizado na praça XV de Novembro, área nobre da cidade, e diante de um público ainda menor do que o que esteve presente no início da manifestação, ele destacou “se você também tem ódio, quer soltar, extravasar um pouco, o microfone está aqui”.

Belo Horizonte

Marcha das Vadias – Por um mundo de respeito a todas as mulheres

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Fotografia: Sô Fotocoletivo

 

 

Marcha do que ? DAS VADIAS! Mas isso é xingamento! Sim… assim como puta, piranha, biscate ou “novinha”. Se as mulheres são seres marcados e oprimidos pela sociedade machista e patriarcal, que elas possam se remarcar e ser o que quiserem ser: bela, recatada, do lar (aff)! Mas também puta, da rua, da luta.

E não é não!
E marcharemos. Marcharemos até que todas sejamos livres.

 


A Marcha das Vadias surgiu em 2011, depois que o policial – segurança de uma universidade em Toronto, no Canadá, disse “para as vadias se comportarem para não ser atacadas”. Ele se referia à onda de estupros que estava ocorrendo lá. As vadias eram as mulheres vítimas dos ataques. O caso indignou as mulheres, que criaram a Marcha das Vadias para denunciar a Cultura do Estupro. Ela existe, não adianta negar. Assim como o machismo, e precisa ser extinta. A pauta é das mais urgentes.

A cada minuto uma mulher é violentada no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e são assustadores. No mês seguinte ao caso de Toronto, as mulheres no Brasil passaram a marchar também. Em vários países elas marcham contra a Cultura do Estupro.

 


O ato começou espremido na Praça da Estação, pois o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alugou a praça pública e assim “ela é privada hoje e não pública”, como disse o funcionário que ajudava na desmontagem da estrutura que havia no local. Na saída da Marcha das Vadias, o batuque do Bloco Bruta Flor e Tambores de Luta foi abafado por um som ligado bem na hora na tal estrutura. Estávamos ali há mais de uma hora e nada de som até ali. Coincidência não?

Mas marchamos.

Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres.

 

 

Marchamos pelo fim da Cultura do estupro. Pela legalização do aborto. Pela igualdade. Pela maternidade como escolha, e não imposição. Pela vida de todas as mulheres. Marchamos contra o golpe em curso e em repúdio a políticos corruptos, machistas e homofóbicos:”Ei Temer, não sou da sua laia. Fora Cunha, Bolsonaro e Malafaia”.
E marchamos. Denunciamos. Brigamos. Piadas machistas não podem mais ser toleradas. É preciso revidar. Um homem não pode afirmar que uma mulher gosta de “piroca”. Isso é invasão, é desrespeito, é a cultura do estupro no seu sentido mais “desenhado”. E não, você não diz o que a novinha quer, só ela sabe e o querer é dela.

 

 

Tinha mulher vestida de todo jeito, e inclusive com pouca roupa. E não era um convite. “Tô de minissaia. Não te devo nada!”. A marcha terminou na Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte. Local conhecido por abrigar muitas casas de prostituição, havia muitos homens ali, e foi ali que rolou olhares furtivos e piadas machistas. A marcha das vadias também é pelas putas. É por todas as Mulheres.

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Campinas

Parada LGBT resiste mesmo sem apoio oficial e atrai milhares às ruas de Campinas

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O domingo (26) na cidade de Campinas teve suas ruas tomada de cores, pessoas, alegria, música e protesto. A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, neste ano, tem como tema “Diga sim à educação e não à transfobia. Intolerância: o vírus mais assassino. Contra qualquer forma de opressão” . O tema, segundo Douglas Holanda, um dos organizadores é um alerta a todo e qualquer tipo de intolerância”.

A luta contra a incompreensão do segmento LGBT sofre no seu dia-a-dia se estendeu aos órgãos públicos. A Polícia Militar e o Ministério Público aconselharam a Prefeitura a não apoiar a Parada por falta de segurança. A Prefeitura também já havia sinalizado a insuficiência de recursos para colaborar com a Parada, assim como vem fazendo há alguns anos. O impasse aconteceu na semana passada, faltando poucos dias para o evento.

Segundo Lúcia Costa, integrante do Aos Brados e da Comissão da Parada LGBT de Campinas: “A Prefeitura nos desrespeitou ao acatar o Ministério Público, não lutou por nós, não pensou em nós. Ela se negou a dar banheiros químicos, segurança para as pessoas se recusando a pagar horas extras para a Guarda Municipal e Saúde. É um retrocesso e desrespeito ao movimento. É um movimento pacífico que leva grande número de pessoas, não há uma agressão. É menos violento que qualquer dérbi. O ato mais agressivo é um travesti retocando seu batom”.

Mesmo com a falta do apoio público, a Organização da Parada se articulou e conseguiu ajuda para que acontecesse a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas. Mais de 20 mil pessoas acompanharam os dois trios elétricos, durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade com muita  animação.

Várias pessoas residentes, na área central, acompanharam a Parada das janelas dos apartamentos,  algumas acenavam para os Trios Elétricos, na Avenida Francisco Glicério houve chuva de papel picado vinda dos prédios.

Encerrando o trajeto, a multidão que acompanhava lotou as praças do Largo do Rosário e Guilherme de Almeida (Praça do Fórum).

Este ano a concentração da 16ª edição da Parada foi ao lado do Fórum, na Avenida Dr. Campos Sales. De lá, a multidão subiu a Avenida Francisco Glicério até Dr. Moraes Sales, seguiu até o cruzamento com a Rua Irmã Serafina, continuando pela Avenida Anchieta até a Avenida Benjamin Constant. Ao retornarem à Avenida Francisco Glicério, o grupo seguiu até o Largo do Rosário.

A manifestação transcorreu pacífica até por volta das 20h, quando, segundo relatos a Polícia Militar  quis dispersar as pessoas que ainda estavam pelo centro da cidade. A concentração era na Praça Bento Quirino, um local habitualmente frequentado pela comunidade LGBTQ+.  Ainda segundo os relatos, a PM usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar as pessoas. Algumas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por populares durante a ação truculenta da Polícia.

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Campinas

A cidade de Campinas amanhece com faixas de denúncia ao Prefeito Jonas Donizette.

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Campinas amanhece com faixas de denúncia contra governo de Jonas Donizette espalhadas pela cidade.

Nesta quinta-feira (30/06), mesmo dia em que a prefeitura inaugura a conclusão das obras da avenida Francisco Glicério, agentes culturais espalharam pela cidade faixas com uma série de críticas à gestão de Jonas Donizette (PSB).

Faixas laranjas foram fixadas em pontilhões e passarelas localizados em pontos de intensa circulação e fluxo de pessoas. A má gestão dos recursos, o atraso de pagamentos, a terceirização de serviços públicos que prejudica o atendimento à população, o descaso em relação à criação do conselho municipal de cultura, cuja lei não foi encaminhada à câmara e está parada há dois anos, e a recente repressão ao movimento LGBT ocorrida no final de semana, foram temas criticados pelas faixas.

Assim como no dia 8 de junho, em que faixas semelhantes foram estendidas das janelas do 15º andar da prefeitura, onde se localiza a Secretaria de Cultura, as faixas espalhadas pelos viadutos e passarelas na manhã de hoje trouxeram como assinatura apenas o termo “#cultura”, e até o momento a autoria não foi assumida por nenhum movimento específico da cidade.

 

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