Ato anti-Dilma em Manaus tem jeito de micareta

A direita brasileira se supera a cada ato antigoverno que realizada. Surpreende por sua logística e também pela falta de tom político em suas manifestações. Desta vez os atos que marcaram o último domingo (13/3) em todo Brasil, tiveram alguns diferenciais que distanciavam o ato de uma manifestação contra a corrupção e mais lembravam as festivas micaretas em tempos de carnaval. Na cidade de Manaus o ato não foi muito diferente do que foi visto Brasil afora.

O evento realizado no complexo turístico da Ponta Negra, zona oeste, contou com um público de mais de 22 mil pessoas, segundo a polícia militar de Manaus. Já os organizadores diziam que havia 100 mil pessoas.  Ao longo da manifestação, faixas e cartazes ora pediam o impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT), ora pediam o julgamento e prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Mas também houve cartazes em que o juiz Sérgio Moro foi apresentado como herói nacional. Teve de tudo um pouco, até gente vestida de Raul Seixas –este, também pedia o fim da corrupção no país. Um fundo musical com direito a uma banda que tocou “PT, tire suas mãos de mim, eu não pertenço a você” embalou a muitos que eufóricos gritavam e apitavam como se fosse um ritual, uma espécie de exorcismo.

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O ato que teve início às 16h10, além de chamar a atenção pela euforia, também chamou a atenção por algumas características comuns entre os presentes. A mais evidente era a classe social.  Notava-se que muitas das pessoas que estavam no ato fazem parte das classes mais privilegiadas da sociedade local.  Entre os cidadãos se viam empresários locais (que protestaram e ajudaram a financiar parte do ato), políticos, procuradores públicos, dentistas e estudantes do ensino superior. Muitos chegaram de carro no local, o que ocasionou um congestionamento quilométrico.

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A estudante de administração Jacqueline Buvier, 22, mesmo nome de solteira da ex-primeira dama americana Jacqueline Kennedy, ao ser questionada se considerava-se de direita ou esquerda, respondeu: “Eu não me considero nem de direita e nem de esquerda, apenas estou aqui para lutar contra corrupção e por um país melhor”, afirmou sorridente.

A logística que se viu no ato chamou bastante atenção. Tivemos acesso ao trio elétrico e vimos uma equipe bem estruturada composta por: seguranças, uma banda que tocou inúmeras canções que agitaram os presentes no ato, aparelhagem de som, roadies e água mineral à vontade para quem tivesse acesso ao trio.  Ao longo da manifestação, os organizadores iam agradecendo a presença de empresários e de alguns políticos da cidade, que financiaram o ato.

A segurança no local contou com o aparato de 750 policiais militares, além do policiamento com tropas do Comando de Policiamento Metropolitano (CPM), Comando de Policiamento Especializado (CPE), Comando de Policiamento Ambiental (CPAmb) e Academia de Polícia Militar (APM).

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