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Manifestações

Ao invés do ódio, sorrisos eram vistos na manifestação da “esquerda”

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Em várias cidades brasileiras, milhares de pessoas saíram às ruas. Só que ao contrário do último domingo, essas não carregavam aquela raiva estampada no rosto.

Nada da manifestação ser no mesmo horário em todas as cidades. Teve ato durante a manhã, à tarde e à noite. Será que é por que o “povo “ é muita gente? E não minoria como os abastados de dinheiros e pobres de alegria e sorrisos?

Ao menos nas últimas manifestações da direita e oposição ao governo, o que se via era um ódio estampado nos dentes, olhos e boca da maioria da pessoas, e claro, a falta de argumentos sólidos, e não somente lúdicos. O que ao mesmo tempo causava espanto ou fazia dar algumas risadas.

Em Belo Horizonte, cerca de 12 mil pessoas saíram às ruas no fim da tarde de ontem, uma quinta-feira de inverno , já quase fim de agosto. Da Praça Afonso Arinos, seguiram até a Praça Sete, passando pela Avenida Afonso Pena. Empunhando faixas e cartazes que diziam: “não vai ter golpe”, “prefiro as vaias da democracia do que o silêncio da ditadura”, “não à mídia manipuladora”, “descriminaliza STF”, dentre outros pedidos em prol da sociedade e não somente de interesses privados. Bem diferente do dia 16, onde ouvia-se aos brados alguém afirmar que “a ditadura militar irá garantir que você possa ter seu carro zero e não ser roubado”.

Foto: Isis Medeiros

Entoavam-se cantos, puxados pelos diversos movimentos que fizeram parte do ato: ali haviam pessoas negras, pardas, brancas, jovens, adultos e algumas crianças com os pais. Letras criativas e questionadoras e gritos por direitos ouviam-se vários. Bateria, estilo escola de samba (composta por jovens desejosos por menos injustiças sociais); mega-fone e apitos somavam-se ao som que ecoava das caixas dos trios elétricos, com falas de dirigentes dos movimentos que participavam da manifestação.

Todos ali eram patriotas e defensores de um país justo e democrático. Estavam vestidos, em sua maioria, de vermelho e não de verde/ amarelo. Tinha gente com bandeira do Brasil também. Mas ontem, as bandeiras não tiveram serventia como nas Copas do Mundo: enroladas ao corpo nos estádios de futebol e nas ruas. Ao contrário, via-se a agitação de bandeiras vermelhas, brancas e do Brasil. Via-se o sorriso em cada um que balançava sua bandeira, seja por direitos já conquistados ou outros tantos ainda a conquistar.

Foto: Isis Medeiros

A maior manifestação na capital das gerais, chamada pela esquerda neste ano de 2015, não só passou pelas ruas e avenidas. Foi realizada duas paradas estratégicas antes de chegar à Praça Sete. “Agora vamos fazer um escracho em frente ao prédio da Receita Federal”, bradou a coordenadora da CUT, Beatriz Cerqueira. Lindo som… “Temos que nos indignar com a política fiscal que eles estão fazendo”. Logo após foi a vez da Prefeitura Municipal, onde a administração atua em total desrespeito aos anseios da população e garantia dos direitos, seja no aumento da tarifa de ônibus ou na prática de estratégias para viabilizar o despejo das ocupações urbanas.

No trajeto não se via selfies com policiais, mas sim, fotos de pessoas comuns e felizes por ali estarem empunhando suas bandeiras, cartazes ou vestidas com suas camisetas de protesto. Da Praça Sete desceram até a Avenida Amazonas rumo à Praça da Estação. E por incrível que pareça, dois senhores entoando xingamentos contra os manifestantes surgiram quando o ato cruzava a Rua da Bahia, já quase na Avenida dos Andradas. Mas a alegria está em quem sabe dividir o pão, assim como acontece em locais periféricos, assentamentos e ocupações. E muita gente que vive nesses locais estavam ali, no meio das milhares de pessoas, que a essa hora já chegavam à Praça da Estação, sorrindo e bradando.

Foto: Isis Medeiros

Em meio a sorrisos, pulos, gritos e música, artistas se apresentaram na Praça da Estação. Tudo em ritmo de protesto, mas com alegria, pelo direito de lutar por aquilo que acreditam e não deixar que o país seja representado por uma minoria que vai às ruas somente aos domingos.

No Ato pela Democracia parecia ter poucos infiltrados, a não ser a emissora plim-plim que enviou seu “time” sem uniforme e crachá, o que nunca acontece em outras pautas. E de repente, sorrindo, uma servidora pública que participava da manifestação, disse: “Uai, eles acham que a gente não conhece essas caras de pitbull deles¿ Vem cá, vem! Vem filmar a manifestação e também a nossa greve.”

Foto: Isis Medeiros

Belo Horizonte

Marcha das Vadias – Por um mundo de respeito a todas as mulheres

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Fotografia: Sô Fotocoletivo

 

 

Marcha do que ? DAS VADIAS! Mas isso é xingamento! Sim… assim como puta, piranha, biscate ou “novinha”. Se as mulheres são seres marcados e oprimidos pela sociedade machista e patriarcal, que elas possam se remarcar e ser o que quiserem ser: bela, recatada, do lar (aff)! Mas também puta, da rua, da luta.

E não é não!
E marcharemos. Marcharemos até que todas sejamos livres.

 


A Marcha das Vadias surgiu em 2011, depois que o policial – segurança de uma universidade em Toronto, no Canadá, disse “para as vadias se comportarem para não ser atacadas”. Ele se referia à onda de estupros que estava ocorrendo lá. As vadias eram as mulheres vítimas dos ataques. O caso indignou as mulheres, que criaram a Marcha das Vadias para denunciar a Cultura do Estupro. Ela existe, não adianta negar. Assim como o machismo, e precisa ser extinta. A pauta é das mais urgentes.

A cada minuto uma mulher é violentada no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e são assustadores. No mês seguinte ao caso de Toronto, as mulheres no Brasil passaram a marchar também. Em vários países elas marcham contra a Cultura do Estupro.

 


O ato começou espremido na Praça da Estação, pois o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alugou a praça pública e assim “ela é privada hoje e não pública”, como disse o funcionário que ajudava na desmontagem da estrutura que havia no local. Na saída da Marcha das Vadias, o batuque do Bloco Bruta Flor e Tambores de Luta foi abafado por um som ligado bem na hora na tal estrutura. Estávamos ali há mais de uma hora e nada de som até ali. Coincidência não?

Mas marchamos.

Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres.

 

 

Marchamos pelo fim da Cultura do estupro. Pela legalização do aborto. Pela igualdade. Pela maternidade como escolha, e não imposição. Pela vida de todas as mulheres. Marchamos contra o golpe em curso e em repúdio a políticos corruptos, machistas e homofóbicos:”Ei Temer, não sou da sua laia. Fora Cunha, Bolsonaro e Malafaia”.
E marchamos. Denunciamos. Brigamos. Piadas machistas não podem mais ser toleradas. É preciso revidar. Um homem não pode afirmar que uma mulher gosta de “piroca”. Isso é invasão, é desrespeito, é a cultura do estupro no seu sentido mais “desenhado”. E não, você não diz o que a novinha quer, só ela sabe e o querer é dela.

 

 

Tinha mulher vestida de todo jeito, e inclusive com pouca roupa. E não era um convite. “Tô de minissaia. Não te devo nada!”. A marcha terminou na Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte. Local conhecido por abrigar muitas casas de prostituição, havia muitos homens ali, e foi ali que rolou olhares furtivos e piadas machistas. A marcha das vadias também é pelas putas. É por todas as Mulheres.

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Campinas

Parada LGBT resiste mesmo sem apoio oficial e atrai milhares às ruas de Campinas

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O domingo (26) na cidade de Campinas teve suas ruas tomada de cores, pessoas, alegria, música e protesto. A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, neste ano, tem como tema “Diga sim à educação e não à transfobia. Intolerância: o vírus mais assassino. Contra qualquer forma de opressão” . O tema, segundo Douglas Holanda, um dos organizadores é um alerta a todo e qualquer tipo de intolerância”.

A luta contra a incompreensão do segmento LGBT sofre no seu dia-a-dia se estendeu aos órgãos públicos. A Polícia Militar e o Ministério Público aconselharam a Prefeitura a não apoiar a Parada por falta de segurança. A Prefeitura também já havia sinalizado a insuficiência de recursos para colaborar com a Parada, assim como vem fazendo há alguns anos. O impasse aconteceu na semana passada, faltando poucos dias para o evento.

Segundo Lúcia Costa, integrante do Aos Brados e da Comissão da Parada LGBT de Campinas: “A Prefeitura nos desrespeitou ao acatar o Ministério Público, não lutou por nós, não pensou em nós. Ela se negou a dar banheiros químicos, segurança para as pessoas se recusando a pagar horas extras para a Guarda Municipal e Saúde. É um retrocesso e desrespeito ao movimento. É um movimento pacífico que leva grande número de pessoas, não há uma agressão. É menos violento que qualquer dérbi. O ato mais agressivo é um travesti retocando seu batom”.

Mesmo com a falta do apoio público, a Organização da Parada se articulou e conseguiu ajuda para que acontecesse a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas. Mais de 20 mil pessoas acompanharam os dois trios elétricos, durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade com muita  animação.

Várias pessoas residentes, na área central, acompanharam a Parada das janelas dos apartamentos,  algumas acenavam para os Trios Elétricos, na Avenida Francisco Glicério houve chuva de papel picado vinda dos prédios.

Encerrando o trajeto, a multidão que acompanhava lotou as praças do Largo do Rosário e Guilherme de Almeida (Praça do Fórum).

Este ano a concentração da 16ª edição da Parada foi ao lado do Fórum, na Avenida Dr. Campos Sales. De lá, a multidão subiu a Avenida Francisco Glicério até Dr. Moraes Sales, seguiu até o cruzamento com a Rua Irmã Serafina, continuando pela Avenida Anchieta até a Avenida Benjamin Constant. Ao retornarem à Avenida Francisco Glicério, o grupo seguiu até o Largo do Rosário.

A manifestação transcorreu pacífica até por volta das 20h, quando, segundo relatos a Polícia Militar  quis dispersar as pessoas que ainda estavam pelo centro da cidade. A concentração era na Praça Bento Quirino, um local habitualmente frequentado pela comunidade LGBTQ+.  Ainda segundo os relatos, a PM usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar as pessoas. Algumas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por populares durante a ação truculenta da Polícia.

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Campinas

A cidade de Campinas amanhece com faixas de denúncia ao Prefeito Jonas Donizette.

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Campinas amanhece com faixas de denúncia contra governo de Jonas Donizette espalhadas pela cidade.

Nesta quinta-feira (30/06), mesmo dia em que a prefeitura inaugura a conclusão das obras da avenida Francisco Glicério, agentes culturais espalharam pela cidade faixas com uma série de críticas à gestão de Jonas Donizette (PSB).

Faixas laranjas foram fixadas em pontilhões e passarelas localizados em pontos de intensa circulação e fluxo de pessoas. A má gestão dos recursos, o atraso de pagamentos, a terceirização de serviços públicos que prejudica o atendimento à população, o descaso em relação à criação do conselho municipal de cultura, cuja lei não foi encaminhada à câmara e está parada há dois anos, e a recente repressão ao movimento LGBT ocorrida no final de semana, foram temas criticados pelas faixas.

Assim como no dia 8 de junho, em que faixas semelhantes foram estendidas das janelas do 15º andar da prefeitura, onde se localiza a Secretaria de Cultura, as faixas espalhadas pelos viadutos e passarelas na manhã de hoje trouxeram como assinatura apenas o termo “#cultura”, e até o momento a autoria não foi assumida por nenhum movimento específico da cidade.

 

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