Comunicação
Advogados vão processar Rede Massa após reportagem que fez insinuações sobre sua atuação profissional
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8 anos atrásem

Por Gibran Mendes e Davi Macedo, especial para os Jornalistas Livres
A Rede Massa de Televisão, um apresentador e um jornalista do seu quadro serão processados na esfera penal e civil, além de tornarem-se alvo de uma investigação por parte do Ministério Público do Paraná. A motivação é uma matéria exibida no último dia 7, no programa Tribuna da Massa, tratando do protesto contra o aumento da tarifa de ônibus em Curitiba e dos conflitos entre manifestantes e policiais. O programa exibiu imagens do conflito, cenas de depredação de patrimônio e envolveu advogados que defendem os manifestantes, a exemplo do que acontece em outras partes do Brasil, com insinuações sobre a sua atuação profissional.
“Vou acionar na esfera penal e civil. Na primeira pela incitação a violência, uma vez que eles colocam em diversos momentos quem são os advogados e que é preciso ir atrás deles. Obviamente isso inflama os ânimos dos justiceiros. Também vamos entrar com representação por difamação e calúnia. São imputadas coisas pesadas, sem dar provas e colocam como se nós estivéssemos financiando o movimento. Isso é um absurdo, coisa sem pé e nem cabeça. Eles terão a oportunidade de defesa, uma coisa que eles não abrem espaço para aqueles que chamam de marginais”, afirma Ramon Bentivenha, um dos advogados citados na matéria e que atua em um coletivo chamado Direitos para Todxs que reúne cerca de 50 profissionais do direito.
Ainda de acordo com ele, o Ministério Público também foi procurado e um processo de investigação foi instaurado no Centro de Apoio Operacional da Procuradoria de Direitos Humanos da instituição. A seccional paranaense da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também foi acionada. “Os ataques proferidos pelo programa Tribuna da Massa não foram exclusivos a minha pessoa ou a colega que acompanhava as ocorrências. O programa ataca todo um movimento. Ataca todos aqueles que se insurgem contra as arbitrariedades. Isso não posso permitir. Sobral Pinto, um dos grandes advogados contra os abusos cometidos pela ditadura militar, afirmava que a advocacia não é uma profissão para covardes. Se acham que vão nos acovardar, nos acuar enquanto tentamos garantir um dos direitos mais básicos como o direito de defesa estão equivocados. Não pretendo recuar um só centímetro diante das violações de direitos. Espero uma posição firme da OAB, pois não considero que há uma pessoa ou causa que seja indefensável do ponto de vista da ética profissional do advogado, desde que se atue com os instrumentos de defesa dispostos pela lei. É certo que não se pode confundir acusado e defensor”, enfatizou.
Durante a exibição do programa, o âncora do programa e o repórter Ricardo Vilches, responsável pela matéria, disseram que os advogados estimulariam os “mascarados”. Fizeram uma série de insinuações sobre a sua atuação profissional, além opinarem sobre um suposto financiamento do protesto, que em sua reta final, teve atos de vandalismo exercidos por pequeno número de pessoas presentes. “Nos protestos de ontem, uma outra advogada também se apresentou. Tânia Mara Mandarino, candidata a vereadora pelo PT derrotada nas eleições passadas. Entendeu agora, Galo, quem é que está por trás desses atos de protesto e também de vandalismo?, indagou o repórter”.
O apresentador respondeu de pronto no estúdio. “Tá bem claro pro Galo que tem partido político atrás disso aí. Não vou dar nem o nome, porque eu não vou dar o nome de um partido desse naipe aí, né. Que fizeram o que fizeram com o nosso país e tentam fazer mais ainda, levando o povo para a bucha de canhão. Sabe qual a sensação que eu tenho? Que essa história de arrecadação no Face é mais um marketing, que eu não acredito que o povo de bem vai pagar a conta de vandalismo. O meu povo não paga fiança para vandalismo. O povo de bem não paga fiança para vandalismo” esbravejou esmurrando a mesa do programa.
Tânia, que também anunciou que processará sequer foi procurada pela equipe de reportagem para dar sua versão dos fatos e repudiou a acusação de motivação partidária. “Penso que o jornalista tem suas motivações patronais para veicular esse tipo de calúnia sem ao menos se importar com o fato de estar violando prerrogativas profissionais de uma advogada. Derrotamos o Ratinho Jr. (filho do proprietário da Rede Massa) em 2014, quando ele queria censurar um blogueiro curitibano, o Luiz Skora, e não conseguiu graças à nossa atuação profissional, que, diga-se de passagem, também foi voluntária à época. Isso deve estar na conta do desejo de difamar que eles têm contra nós”.
Ela ainda explicou que não estava no protesto, apenas se apresentou na Delegacia como representante legal dos manifestantes presos por conta de seu trabalho voluntário junto ao Coletivo de Advogadas e Advogados pela Democracia (CAAPD). “O Coletivo foi procurado por estudantes secundaristas na tarde do dia 06 com uma solicitação de advogados que pudessem ficar disponíveis para atendê-los em qualquer eventualidade durante o protesto contra o aumento da passagem que aconteceria naquela noite. Não participei do protesto e, assim como outros colegas do CAAPD, estava de prontidão, no escritório, enquanto tocava meu trabalho cotidiano. De repente manifestantes começaram a nos relatar que a polícia os cercara na região da rodoviária e começara a atirar bombas de efeito moral e muito spray de pimenta. Essas pessoas nos enviaram vídeos para demonstrar o que estavam falando e o quanto estavam acuadas pela repressão policial gratuita”, contou.
“Rabo Preso” – A advogada confirmou que é filiada ao Partido dos Trabalhadores e revelou um fato curioso com relação ao apresentador Galo. “Concorri à vereança em Curitiba no ano de 2016 pelo PT representando um projeto e não a mim mesma. Igualmente, o apresentador do referido programa foi candidato a deputado federal em 2002 pelo então PFL do Mato Grosso e uma coligação que representa um projeto que nós muito bem conhecemos, que é do retrocesso, do golpismo e do atentado contra as liberdades democráticas e o Estado de Direito. Meu nome de urna era Tânia Mandarino; o dele era ‘Rabo Preso’. Cada um representa o projeto com o qual se identifica. Eu não tenho vergonha de ser filiada ao PT, tenho fotos nas quais estou enrolada na bandeira do Partido. O apresentador, ao contrário, parece esconder isso de seus telespectadores. Portanto, a alegação de motivação partidária, além de completamente injuriosa, serve para acusar aquilo ao qual servem os próprios jornalistas daquele programa”, comparou ao criticar a criminalização da política.
“Solidariedade” – Mais de 60 advogados assinaram uma nota pública de apoio aos advogados, sendo boa parte deles professores da Universidade Federal do Paraná. Entre eles, o ex-procurador geral do Estado do Paraná, ex-presidente do BRDE e também da Funai, Carlos Frederico Marés de Souza Filho. O documento foi encaminhado à OAB como pedido de providências para a instituição.
“O telejornal exibiu reiteradamente a imagem dos advogados e tornaram públicas informações como perfil em redes sociais e local de trabalho. Além dos ataques e ofensas pessoais aos advogados, o repórter e o apresentador Paulo Roberto Galo, chegam mesmo a afirmar que os advogados não deveriam atuar na defesa de certos indivíduos, caracterizados como “mascarados”, porque assim estimulariam os comportamentos que lhe estão sendo imputados como crimes. Sugere-se ainda, que o Município busque os advogados ali identificados para pagar os danos causados a patrimônio público durante a manifestação, supostamente causados por seus representados”, diz trecho da nota que pode ser lida no final da matéria na íntegra.
Jornalismo de Judas Iscariotes – Embora populares e, via de regra, com uma audiência relevante para as emissoras de televisão, este tipo de programas há tempos são alvos de críticas por parte não apenas de instituições ligadas aos direitos humanos, mas do meio acadêmico. O sensacionalismo em excesso, meias informações e a forma como camadas mais sensíveis da sociedade são marginalizadas são algumas das críticas frequentes a estes programas.
Doutor em Ciências da Comunicação e professor de jornalismo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Elson Faxina, condena o modo de produção jornalística usado no programa. “Nós temos hoje um jornalismo triste, que abandonou a informação. Jornalismo muito mais baseado na opinião do que na informação. A opinião, inclusive, não importa mais se ela tem assente em formação correta, uma opinião sem base nenhuma, de modo geral o que a gente vê hoje em dia é isso. Em segundo lugar é um jornalismo que deseja passar a síntese da verdade. Quando a posição do jornalista seria ir lá, mostrar as várias verdades e deixar que o telespectador, ao conhecer os vários pontos de vista, forme a sua verdade”, criticou.
Para o professor, por óbvio, não trata-se de uma defesa de atos violentos, mas sim da contextualização do fato. Ele compara este tipo de situação com uma fictícia cobertura da morte de Jesus Cristo. “Se o jornalista ficasse na cobertura de Judas Iscariotes, que sacaneou ele e aí todos os demais apóstolos ficariam na mesma vala. Sempre temos que ter muito claro que em qualquer agrupamento humano você ter 8% de sacanas, de vândalos, de ladrões e de corruptos. Eu chamo isso de cota Judas Iscariotes. Não foi assim? Jesus Cristo escolheu 12 caras a dedo, um a um. Um deles não o entregou por grana? Não se corrompeu?”, questiona.
O fato de o programa ser transmitido em uma emissora cujos donos, a família Massa, está ligada ao Governo Estadual e, consequentemente, ao governo municipal, também pode comprometer uma reportagem que atinge diretamente o mesmo grupo político dos seus donos. Segundo Faxina, este não é o único problema. “De fato, tem muito dono de veículos de comunicação que não sabe fazer reportagem, não sabe escrever nada, mas sabe exatamente escrever a sua assinatura para demitir alguém que não esteja de acordo com o que ele pensa. Portanto, eu entendo e quero crer que a equipe tem sido de uma forma direta, ou indiretamente, pautada pelo interesse do patrão, o que é triste. Agora o triste mesmo é notar que nós temos um jornalismo hoje muito mal feito. Nos meus mais de trinta anos de exercício da profissão, nunca vi um jornalismo tão frágil, um jornalismo sem reflexão, sem informação”, completa.
Mas, segundo ele, há ainda outros problemas. “Vale destacar também que esse telejornal, de modo geral, é a voz oficial dos aparatos de segurança. Tenho visto reportagens boas nele. Quando trata de inciativa de solidariedade da população, mas quando trata de questões de segurança é uma tragédia. Nessa reportagem em momento nenhum se questionou o fato de que os policiais não estavam lá para conter esse grupo pequeno que depredou, mas usou esse pretexto para atacar a grande manifestação”, argumentou.
Secretária-Geral do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), a jornalista Bia Barbosa critica a postura adotada pelos programas chamados “policialiescos”, como o caso do Tribuna da Massa. “A exposição indevida de pessoas e sua condenação antecipada pelos chamados programas policialescos é uma das mais graves violações de direitos praticadas hoje na televisão brasileira. Essas práticas desrespeitam um amplo conjunto de leis brasileiras, incluindo a Constituição Federal e tratados internacionais ratificados pelo Brasil, que tem no princípio da presunção da inocência um dos pilares da nossa democracia”, analisa.
Bia Barbosa também critica o fato de emissoras de televisão e rádio, em todo o Brasil, terem ligações com políticos locais. “Tudo isso sem falar que os donos desta emissora têm relações intrínsecas com o poder político local, reforçando a questão do coronelismo eletrônico que já é alvo de uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal”, completa.
Procurada pela reportagem, a presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas Profissionais da OAB, professora Priscilla Placha Sa, informou que já tinha conhecimento da tramitação interna da denúncia. Mas, que por estar na Câmara de Prerrogativas da ordem, não se manifestaria oficialmente até tomar conhecimento por completo do teor do documento.
A reportagem também entrou em contato com a Rede Massa, por meio do seu departamento de marketing, que indicou o telefone de uma assessoria de imprensa terceirizada. Até o fechamento desta matéria não foi possível realizar contato com os profissionais indicados para ouvir o lado da retransmissora do SBT, uma vez que o ninguém atendeu as ligações.
Veja a nota emitida pelos advogados na íntegra:
EM DEFESA DA ADVOCACIA E DA DEMOCRACIA: NOTA DE REPÚDIO A REPORTAGEM DA TRIBUNA DA MASSA E PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS
Em 07/02/2017, durante a transmissão do jornal Tribuna da Massa, da emissora Rede Massa, foi exibida reportagem sobre manifestação ocorrida na data anterior em Curitiba contra o recente aumento da passagem do transporte público. Apesar de ter como tema a manifestação e a detenção de manifestantes pela Polícia Militar, a reportagem desvia-se de seu escopo informativo para expor a identidade, fazer insinuações e mesmo ofender dois advogados, Ramon Bentivenha e Tânia Mandarino. Os ataques tornam a ocorrer no dia seguinte em uma segunda reportagem.
Os advogados atacados nas reportagens estiveram presentes na 1ª DP, acompanhados por cerca de outros dez juristas, bem como os representantes das Comissões da Criança e Adolescente, Direitos Humanos e Prerrogativas da OAB/PR, a fim de atender aos 11 jovens detidos na manifestação.
O telejornal exibiu reiteradamente a imagem dos advogados e tornaram públicas informações como perfil em redes sociais e local de trabalho. Além dos ataques e ofensas pessoais aos advogados, o repórter e o apresentador Paulo Roberto Galo, chegam mesmo a afirmar que os advogados não deveriam atuar na defesa de certos indivíduos, caracterizados como “mascarados”, porque assim estimulariam os comportamentos que lhe estão sendo imputados como crimes. Sugere-se ainda, que o Município busque os advogados ali identificados para pagar os danos causados a patrimônio público durante a manifestação, supostamente causados por seus representados.
Desse modo, as reportagens desviam-se de sua função informativa e ataca o próprio exercício da advocacia criminal. Nada obsta que os veículos de comunicação valorem as informações que passam ao público, como faz o Jornal da Tribuna com os atos de pichação narrados na reportagem. No entanto, ultrapassam os limites da ética ao assumir postura persecutória com os advogados daqueles aos quais se imputam os atos reprovados.
Destaca-se que sequer há a informação de que os jovens detidos sejam efetivamente aqueles que praticaram os atos de depredação narrados nas matérias. Por isso mesmo, há de se garantir o devido processo legal e julgamento desses jovens. Não se pode confundir o sujeito acusado com seu defensor, e de forma alguma, se pode fazer deduções pessoais sobre os advogados a partir das condutas e orientações políticas de seus clientes ou assistidos, porque o advogado não se relaciona com a consecução do crime do outro ou sua motivação. A função e dever do advogado é garantir a melhor defesa de seus representados dentro dos parâmetros da própria lei. Não se defende o crime, garante-se o julgamento.
Nesse sentido a afirmação de que a defesa de sujeitos acusados em processos criminais estimula comportamentos criminais e que os advogados deveriam ser responsabilizados pelos prejuízos patrimoniais causados por seus representados atenta contra a própria advocacia e é veementemente repudiada. Considerando ainda, o crescente clima de intolerância e os ímpetos de justiciamento que assolam nosso cenário político, ao responsabilizar os advogados pela própria manifestação e pelos atos de pichação e depredação, exibindo suas identidades, imagens e outras informações, coloca-se em risco sua própria integridade física.
Por fim, é importante destacar que é direito de todo e qualquer cidadão ser defendido, independente do crime que lhe seja atribuído. O direito de defesa e contraditório garantido constitucionalmente é imprescindível à própria democracia, como mecanismo fundamental para evitarmos o arbítrio.
Por tais razões esperamos manifestação da OAB/PR para que aos profissionais Ramon Bentivenha e Tânia Mandarino sejam desagravados, e que repudie publicamente o conteúdo veiculado pelo jornalTribuna da Massa e os ataques pessoais aos advogados, que não fizeram nada mais que exercer livremente a advocacia, indispensável para a justiça e a própria democracia.
Curitiba, 08 de fevereiro de 2017.
Assinam a nota:
Manoel Caetano Ferreira Filho – OAB/PR 8.749
Carlos Frederico Marés de Souza Filho – OAB/PR 8.277
Juarez Cirino dos Santos – OAB/PR 3.374
Adriana Espindola Correa – OAB/PR 25.691
Ana Paula Magalhães – OAB/PR 22.469
Anderson Marcos dos Santos – OAB/PR 83.689
Bruno de Almeida Passadore, Defensor Público do Estado do Paraná
Daniel Godoy Junior – OAB/PR 14.558
Denise Filippetto – OAB/PR 17.946 3
Ivete Maria Caribé da Rocha – OAB/PR 35.359 (antiga 12.329-A)
José Humberto de Goés Junior – OAB/PR 38.657
Leandro Franklin Gorsdorf – OAB/PR 25.853
Luiz Carlos da Rocha – OAB/PR 13.832
Luiz Fernando Ferreira Delazari – OAB/PR 56.621
Marcelo Trindade de Almeida – OAB/PR 19.095
Mariana Marques Auler – OAB/PR 75.243
Nasser Ahmad Allan – OAB/PR 28.820
Ramon Prestes Bentivenha – OAB/PR 68.847
Vânia de Paula Camargos – OAB/PR 53.639
Adriana Marceli Motter – OAB/PR 83.684
Adriana Ossovski Riesemberg, Assistente de Promotoria MP-PR
Alice Dandara de Assis Correia, Assistente de Promotoria MP-PR
André Halloys Dallagnol, OAB/PR 54.633
Andrea Paim, OAB/PR 39.416
Andressa Regina Bissolitti dos Santos – OAB/PR 83.570
Clarissa Maçaneiro Viana, OAB/PR 72.651
Cristina Eiko Homma – OAB/PR 79.546
David Bachmann Pinto, OAB/PR 71.319
Eloísa Dias Gonçalves, OAB/PR 62.126
Fernando Gallardo Vieira Prioste, OAB/PR 53.530
Flávia Donini Rossito, OAB/PR 53.352
Guilherme Cavicchioli Uchimura, OAB/PR 74.897
Henrique Kramer da Cruz e Silva – OAB/PR 83.330
Hugo Simões – OAB/PR 73.290
Jamyle Noilthalene Sadoski de Souza – Bacharel em Direito
Janaína Filippetto, OAB/PR 73.404
Jonas Augusto de Freitas, OAB/PR 75.053
José Carlos dos Santos – OAB/PR 78.083 4
Juliana Bertholdi, OAB/PR 75.052
June Cirino dos Santos – OAB/PR 74.632
Karolyne Mendes Mendonça – OAB/PR 75.880
Lawrence Estivalet de Mello – OAB/PR 73.286
Leandro Santos Dias, OAB/PR 78.392
Licínio Claire Stevanato, OAB/PR 50.672
Luana Xavier Pinto Coelho – OAB/PR 69.273
Luís Felipe P. S. Mäder Gonçalves, OAB/PR 57.630
Luiza Beghetto Panteado dos Santos, OAB/PR 73.690
Maiara Bitencourt de Lima, OAB/PR 70.421
Manuel Munhoz Caleiro, OAB/SP 258.213
Marcel Jeronymo Lima Oliveira, OAB/PR 15.285
Marco Alexandre de Souza Serra, OAB/PR 29.667
Maria Fernanda Machado, Assessora de Gabinete TJ-PR
Maria Vitória C. Ferreira, OAB/PR 61.485
Maurício Corrêa de Moura Rezende – OAB/PR 82.470
Naiara Adreoli Bittencourt, OAB/PR 75.170
Paula Talita Cordeiro, OAB/PR 63.252
Pedro Andrade Guimarães Filho, OAB/PR 75.263
Rafael David Farias Moraes, OAB/PR 75.856
Rafael dos Santos Kirchoff, OAB/PR 46.088
Rafael Julião Evangelista – OAB/PR 70.543
Rafaela Pontes de Lima, OAB/PR 82.587
Raphael David Farias Moraes – OAB/PR 75.856
Rubens Bordinhão de Camargo Neto, OAB/PR 62.166
Sylvia Malatesta das Neves,
Vanessa Porto Alves, OAB/PR 64.661
Vitor Leme, OAB/PR 72.435 5
LINK DAS REPORTAGENS:
- Dia 07/02/2017:
http://www.redemassa.com.br/tv-iguacu/video/bef3929c23de4439c2e775c76ee54e5b
– Dia 08/02/2017:
http://www.redemassa.com.br/tv-iguacu/video/9b281d098fc14074296010e9ccdb98ce
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Mídia 4P está órfão da sua grande inspiração, o Conversa Afiada
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01/08/20por
Redação Mídia 4P
O portal Mídia 4P, mídia independente lançado ano dia 2 de Julho de 2019 para servir à luta antirracista brasileira, central para a pauta nacional, está mais triste desde ontem. Nesta sexta-feira, 31 de julho, encerrou suas atividades a grande inspiração para nossa plataforma, o site Conversa Afiada, liderado até o ano passado pelo grande Paulo Henrique Amorim, pela jornalista Georgia Pinheiro e por uma equipe de guerreiros e guerreiras da mídia alternativa e progressista.
Foi do CAF (como era carinhosamente chamado) e da inspiração no site e no seu capitão que surgiu este Mídia 4P, sempre incentivado das formas mais diversas por PHA, por Georgia e por todos. Entenda mais lendo esse texto aqui, lançado quando da morte irreparável dele, ironicamente poucos dias após o lançamento do nosso site.
Também te convidamos a ler nossa homenagem ao completar um ano dessa grande dor, há poucos meses. Clique aqui para ler completo.
Mas, principalmente, indicamos clicar para ver o texto de despedida do CAF, que lemos com o coração palpitante e os olhos marejados.
Realmente, há pessoas que são insubstituíveis.
O Mídia 4P está órfão da sua grande inspiração!
Adeus e boa sorte! PHA vive!
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Fênix da voz
Já profetizaram muitas vezes a morte do rádio. Mas como a ave mítica que renasce quando queimada, o áudio ganha novo espaço nos celulares, internet, nos aplicativos, na vida das pessoas.
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5 anos atrásem
28/07/20
Por: Anny Carvalho
“Quando surgiu a televisão diziam que o rádio ia morrer, o rádio não morreu. Quando surgiu a FM diziam que o rádio ia morrer, e o rádio não morreu”. É assim que o radialista Antero Paes de Barros começa contando a visão dele sobre as transformações ocorridas no rádio. “A instantaneidade do rádio jamais vai permitir que ele morra. Eu acho que o rádio vai continuar sendo, sempre, um grande veículo de comunicação. Ele é muito útil e mais que útil, necessário. As pessoas têm a necessidade do rádio!”.
Ele está certo. “Todo final de semana é rádio lá em casa. Eu ouço rádio desde quando eu era criança, quando eu ouvia com meus pais das 4h até 6h da manhã o programa do Zé Bettio da Record de São Paulo, uma emissora AM. Eu lembro que estava deitado e meus pais ouviam nesse horário para poder ir tirar o leite. A gente morava no sítio, aí gente ouvia”, conta, com um brilho nos olhos, Mário Máximo, que cresceu ouvindo programas radiofônicos no sítio na cidade de Poconé em Mato Grosso.
Atualmente, Mário ouve o rádio aos finais de semana e quando está dirigindo. “Eu procuro no rádio as músicas que ouvia quando era criança. Eu passei a ouvir a emissora Vila Real FM 98.3 que vai ao encontro da musicalidade que eu ouvia antes nas rádios de antigamente”. Ele gosta de sertanejo raiz. “Hoje, nessa na estação 98.3, eu sempre ouço aos domingos ‘Seu ídolo não morreu’”. Assim como o rádio marcou sua infância marca também a vida de muitos outros brasileiros.
A diversidade de acesso
Há na atualidade uma ampla variedade de alternativas de se ter acesso a esse meio de comunicação. Podemos escutá-lo em ondas médias, tropicais ou em frequência modulada. Além disso, por meio da TV por assinatura, via satélite, em uma modalidade paga ou gratuita ou mesmo via internet, o que permitiu o surgimento das estações online. Isso sem contar a variedade de receptores, como o próprio aparelho convencional, computadores, players de mp3, celulares.
E essa pluralidade engloba outros fatores, como os modos de processamento de sinal (analógico ou digital), definição da emissora (comercial, comunitária, pública, estatal ou educativa) e até mesmo o conteúdo (cultural, jornalístico, musical, religioso…).
A estudante Bianca de Jesus comenta que liga o rádio pela manhã e à noite para ouvir músicas e notícias quando está indo para a escola e retornando para casa, via celular. “Eu ouço o rádio normalmente no ônibus e em casa para me manter informada das novas músicas e notícias do dia a dia. Não sei direito o nome dos programas, pois escuto diversas frequências”. Ela ressalta uma das particularidades que esse meio tem trazido aos ouvintes desde a sua criação: a divulgação de novos hits.
Bianca enfatiza a importância que esse meio de comunicação trouxe à sociedade e a sua instantaneidade. “Apesar dos outros meios de comunicação, o radiodifusão é uma das melhores formas de ficar atento às mudanças do dia a dia. Quando acontece algum desvio em uma das principais avenidas de Cuiabá, o primeiro meio de comunicação que eu vejo informando sempre é o rádio. Ele informa de forma rápida”. Para ela, o rádio é hoje um dos meios mais acessíveis. “Eu
acredito que quase todo aparelho de celular possui um aplicativo de rádio e não precisa ter conexão com a internet para ter acesso. Tem muita gente hoje no Brasil que não tem acesso a uma internet de qualidade, mas que pode encontrar no rádio uma maneira de se manter informado”.
De forma parecida, o seminarista Lucas Matheus ouve o rádio para se manter informado, mas o seu foco está na política e economia. “Eu escuto pelo celular quando estou indo para a faculdade, porque é o jeito que eu tenho de ouvir as notícias ou alguns comentários sobre política. Ele diz que gosta de se manter informado por meio de programas de áudio, semelhantes ao podcast, como formações religiosas.
Já o estudante de engenharia Bruno Gondim diz que ouve o rádio para fugir da bolha que encontra em outras mídias. “Eu prefiro porque traz uma seleção maior de músicas que não seguem um padrão. Quando você escolhe no youtube uma música sertaneja, por exemplo, o sistema só vai te indicar outros sertanejos”. Bruno conta que quando era mais novo tinha insônia durante as madrugadas e o rádio era um companheiro. “Nessa época o Band Coruja, que passava às 2h. Desde então eu comecei a ficar acordado esperando o
programa começar. Eu gostava do quadro ‘Campeonato Brasileiro de Piadas’. Cansei de ir virado para a escola”. A experiência vivida pelo estudante demonstra como o rádio consegue envolver os ouvintes a ponto de fazê-los perder o horário.
Sobre isso, o radialista Elias Neto, que começou no rádio em 1979 como locutor noticiarista e animador de programas em Cáceres, comenta que há uma conexão entre o locutor e o ouvinte. “Existia uma vinheta na emissora Vila Real que era a seguinte: O jornal atinge a 40% dos brasileiros a televisão atinge a 80% dos brasileiros. O rádio atinge a todos os brasileiros. Ou você conhece alguém que não tenha rádio? Ela dizia tudo! Isso mudou um pouco, né? Porque hoje nós temos as novas mídias que concorrem com o rádio também. Mas o elo entre o ouvinte e locutor não mudou, pois o rádio toca muito ao coração das pessoas. Ele traz a notícia, mas também traz uma conversa agradável, traz uma música da sua preferência. Enfim são várias as formas de comunicação por esse meio”. Para o radialista, o meio envolve muito as pessoas porque permite quem está ouvindo “desenhar” o que está sendo narrado: o locutor fala diretamente com o ouvinte. “Eu acho que é essa sinergia que
transforma o rádio. O rádio faz essa mágica”, conclui.
A imortalidade do Rádio
O rádio ao longo do tempo conseguiu ultrapassar as barreiras das ondas hertzianas curtas para as longas e mais recentemente chegou à internet, por meios das emissoras online e podcasts. E é possível ver esse avanço nas histórias contadas acima. Mário conta que a transformação do AM para o FM foi primordial. “Antigamente era muita chiadeira, a frequência era baixa. Dependendo da localização chegava pouco sinal e o rádio começa a chiar. Agora não! Agora a voz sai limpa”.
Sobre a modernização e a resistência desse veículo, o radialista Antero comenta: “Hoje o rádio se modernizou. Para ouvir você não precisa de um aparelho tradicional. Você pode ouvir no celular, no computador. Você ouve a informação sonora por meio de podcast quando você tem tempo. Enfim, a modernidade da informação sonora continua presente e resiste.”
O doutor em comunicação Luãn Chagas, diz que hoje existe um novo termo utilizado em muitos estudos a respeito da imortalidade do rádio. “Na atualidade, nós preferimos dizer que temos o rádio expandido. Com esse conceito, temos uma
reorganização sonora que pode ser utilizada tanto em AM e FM, como também no podcast, no rádio hipermidiático, na internet, na webrádio. Todas elas têm a mesma organização da linguagem sonora, ou seja, são várias as possibilidades que constituem o rádio.”O podcast vem ganhando cada vez mais ouvintes. De acordo com uma pesquisa feita pela plataforma de streaming Deezer, foi registrado um crescimento de 67% no consumo nacional só em 2019. E isso se confirma com a fala do podcaster Fred Fagundes, que tem uma produtora em Cuiabá. Segundo ele, as pessoas estão descobrindo esse novo formato de rádio. “A nova geração não está acostumada esperar para ouvir um programa numa determinada hora. O podcast oferece a opção on demand. Os mais velhos estão descobrindo um conteúdo ainda mais produzido e recheado de opções”.
“Podcast é você ouvir o que você quer, na hora que você quer, do jeito que você quer. É um amigo imaginário que fala em voz alta. É sentir-se acompanhado o tempo todo. E, principalmente, se informar, emocionar, entreter e aprender durante atividades paralelas.”
A estagiária Luma Gomes, que ouvia rádio quando pequena, conta que começou a experimentar esse novo formato de rádio recentemente, porque queria estar atualizada quanto às notícias. “Sempre ouço no ônibus, porque como eu passo mais tempo no ônibus do que em qualquer outro lugar, eu aproveito esse tempo já para me manter informada.”. Ela encontrou nesse formato a liberdade de selecionar e personalizar aquilo que queria ouvir e a comodidade de poder escolher o melhor horário pra isso.
As fases do rádio no BrasilPrimeira fase (1922 – meados da década de 30: surgimento e implantação do veículo.Segunda fase (1935-55): época de ouro do rádio; programas de auditório, musicais, rádio novelas.Terceira fase (1955- anos 60): impacto da televisão, “morte decretada”; transforma-se em um “vitrolão”. Desenvolvimento do radiojornalismo. Transistor.Quarta fase (década de 70 e 80): incremento do jornalismo, prestação de serviços, segmentação, desenvolvimento das FMs. Consolidação do radiojornalismo nas AMs.Quinta fase, (atual): novas tecnologias, novas formas de acompanhar a programação, digital, webrádio. Informações do Blog Contraste. |
Glossário :
Onda média
É uma faixa de rádio compreendida entre 530 kHz e 1700 kHz utilizada para radiodifusão sonora. A menção “AM” deve-se ao modo habitual de transmissão, a modulação em amplitude.
Onda tropical
É uma faixa do espectro eletromagnético correspondente às radiofrequências entre 2300 kHz e 5060 kHz (comprimentos de onda dos 120 m aos 60 m).
FM
É a sigla de Frequency Modulation que em português significa “Modulação em Frequência” e se refere à transmissão de ondas com variação da frequência, proporcionando boa qualidade de som
Podcast
Arquivo digital de áudio transmitido através da internet, cujo conteúdo pode ser variado, normalmente com o propósito de transmitir informações. Ele pode ser associado a uma determinada plataforma, por meio do código RSS.
Telecomunicação
O conceito de telecomunicação abarca todas as formas de comunicação à distância. A palavra inclui o prefixo grego tele, que significa “distância” ou “longe”. Como tal, a telecomunicação é uma técnica que consiste na transmissão de uma mensagem de um ponto para outro.
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5 anos atrásem
15/07/20
A população de Catalão, em Goiás, e os colaboradores da Rádio Top FM, uma emissora comunitária da cidade, foram agredidos essa semana com a invasão do estúdio pelo vereador Rodrigo Carvelo (PODEMOS) alegando ter 50% do “negócio”. Acontece que rádios comunitárias só podem, segundo a lei que as rege, a 9.612/98, ser administradas por entidades sem fins lucrativos. A mesma lei estabelece que “a entidade detentora de autorização para execução do Serviço de Radiodifusão Comunitária não poderá estabelecer ou manter vínculos que a subordinem ou a sujeitem à gerência, à administração, ao domínio, ao comando ou à orientação de qualquer outra entidade, mediante compromissos ou relações financeiras, religiosas, familiares, político-partidárias ou comerciais”. No dia seguinte à invasão, que foi precedida por um ataque cibernético aos computadores da estação, a Associação Brasileira de Rádios Comunitárias emitiu uma nota de repúdio. Leia abaixo na íntegra:
A ABRAÇO BRASIL se solidariza ao comunicador e apresentador do programa Professor Mamede, bem como aos presentes neste episódio lamentável que ilustra quão grande e difícil é a luta daqueles e daquelas que buscam uma comunicação livre, democrática e plural.
Portanto, a situação colocada pelo vereador Rodrigo Carvelo de que detêm 50% da rádio e outros 50% pertencem à outra pessoa, deve ser veementemente repudiada, denunciada e investigada pelos órgãos competentes e, caso se confirme, o MPF, através das entidades que compõem o Conselho Comunitário deve se organizar para assumir o controle da mantenedora da emissora e tomar as devidas providências a fim de não comprometer a conquista da outorga e, consequentemente, ocorrer a perda deste fundamental canal de comunicação comunitário para aquela comunidade.
Veja mais: Abraço convoca ativistas a lutarem pelas rádios comunitárias
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