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Políticos ficam de fora nas convocações da CPI da Máfia da Merenda

Por Fernanda Fiot, especial para os Jornalistas Livres

A reunião da CPI da Máfia da Merenda que aconteceu nesta quarta-feira (3/8) foi marcada pela tentativa de obstrução dos trabalhos por parte do presidente e do relator da Comissão.

O tucano Marcos Zerbini, que tentou impedir que os parlamentares tivessem livre acesso à documentação enviada pela Corregedoria do Estado, acabou sendo derrotado após pressão da Bancada petista e dos estudantes que acompanhavam a reunião e gritavam em coro: “Libera os documentos!”.

Segundo o deputado José Zico Prado (PT), Zerbini estava colocando os deputados “sob suspeita” ao designar um funcionário para que os acompanhasse na secretaria da CPI durante a leitura dos documentos.

 

Plano de trabalho

O primeiro item da pauta para a ser debatido foi o plano de trabalho da CPI que também foi alvo de críticas. O relator, deputado Estevam Galvão (DEM), simplesmente ignorou uma série de requerimentos protocolados pela Bancada do PT que convocavam pessoas envolvidas no caso e fundamentais na investigação.

O deputado João Paulo Rillo (PT) apontou que, entre os 40 requerimentos que constavam no plano de trabalho e que seriam aprovados durante a reunião, não se encontravam as convocações dos agentes poíticos: secretários de Estado, deputados federais ou estaduais, entre eles o presidente da Alesp, Fernando Capez.

O relator apenas afirmava que todos seriam convocados “no tempo certo e correto”. “Qual é esse tempo?”, perguntou o deputado Alencar Santana Braga (PT). “Nós queremos ouvir primeiramente pessoas que tragam elementos que acusam”, disse o deputado.

Novamente pressionado, Zerbini acatou a proposta do PT de ouvir primeiramente os acusados.

O deputado Rillo ainda questionou o relator e o presidente da CPI: “Qual é a origem da CPI da Merenda? Qual foi a primeira denúncia?”. Nenhum dos dois soube responder, mostrando o total desconhecimento sobre o caso. Rillo sugeriu então que também fossem convidados o delegado da cidade de Bebedouro, José Eduardo Vasconcellos, que recebeu a primeira acusação da fraude, e o ex-gerente da Coaf, a cooperativa envolvida no escândalo, João Roberto Fossaluza Júnior, que denunciou o esquema, além dos delegados Paulo Roberto Monteli e Mário José Gonçalves. Proposta que também foi acatada.

Além dessas pessoas, a CPI ouvirá na próxima terça-feira (8/3) o corregedor do Estado, Ivan Francisco Pereira Agostinho.

 

Estudantes

Mais uma vez os estudantes marcaram presença na CPI da Merenda. Levantando bolinhos, gritavam: “Esse é nosso almoço”. Eles também cantavam “Se a CPI não der em nada, a Alesp vai ser ocupada”.

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