Os dados da pesquisa CNI-Ibope divulgada hoje (28) mostra um quadro de profunda decepção com o golpe, o que é perceptível ao compararmos os números de junho de 2016, pouco mais de um mês depois de Temer usurpar o governo.
A impopularidade do governo em junho de 2016 era de 39% e agora, em 2018, chegou a 79%, ou seja, cresceu espetaculares 40 pontos!
Outro dado relevante é a comparação com o primeiro mandato do governo Dilma, visto que, a ilusão de que Temer seria melhor presidente caiu de 23 para 9% e, o que é pior, cresceu de 25% para 63%. Um aumento de 38%.
Neste cenário de desencanto com o golpe de 2016, a candidatura de Lula alcança um terço do eleitorado como mostra a pesquisa CNI-Ibope, mas ela não trás pesquisas anteriores com os candidatos a presidente. Por isso, destacaremos o cenário com Lula em que aparece com 33%, Bolsonaro (15%), Marina (7%) e Ciro e Alckmin com 4%.
O site da CNI oferece tabelas com dados por região, instrução, sexo e renda para a pesquisa estimulada.
Lula tem maior aceitação entre as mulheres (35% contra 31% entre os homens) ao contrario de Bolsonaro que tem 21% do eleitorado masculino e somente 9% do feminino.
Entre os mais jovens de 16 a 24 anos, Lula tem 38%, Bolsonaro 18% e Marina 9%.
Detalhe importante: a menor quantidade de votos nulos e brancos se concentra nestes eleitores mais jovens (13%) ante um total de 22%, apontando que os eleitores com 35 anos ou mais tendem a aumentar o voto nulo ou em branco que chega a 24%.
Por grau de instrução Lula lidera com 44% entre eleitores com formação até a 4ª série. Chega em 34% nos com formação até a oitava série e o ensino médio e só perde por 2 pontos para Bolsonaro entre eleitores com ensino superior.
Votam em Lula 45% dos eleitores com ganho de um salário mínimo e em Bolsonaro apenas 7% e o ex-presidente só perde para Bolsonaro entre os que ganham mais de cinco salários mínimos por 29 a 17 pontos.
Por região, Lula vence em todas as regiões, com destaque de 54% no Nordeste, 32% no Norte e Centro Oeste, 25% no Sudeste e 22% no Sul.
Já Bolsonaro tem 17% nas regiões com exceção do Nordeste onde tem apenas 7%. Marina tem a maior votação no Norte/Centro Oeste (10%) e Nordeste (9%). Ciro tem a maior votação no Sul (6%) e somente 4% no Nordeste. Alckmin se destaca apenas no Sudeste com 7%.
No cenário sem Lula, Bolsonaro tem 17%, Marina tem 13%, Ciro 8% , Alckmin 6%, Haddad 2%. Boulos e Manuela tem 1%.
Mais um dado chama a atenção: o crescimento de 11 pontos percentuais nos que tendem a votar em branco ou nulo numa eleição sem Lula e desta forma o voto nulo ou em branco chegaria a 33%, ou seja, um em cada três eleitores brasileiro não escolheria nenhum dos candidatos.
Detalhando os votos nulos e em branco, percebe-se que 29% dos homens e 35% das mulheres fariam esta opção. Por faixa etária, entre eleitores de 24 a 35 anos, cresceria 13 pontos, e entre os de 35 a 45 anos, 15 pontos.
Por grau de instrução, os maiores crescimentos seriam no eleitorado que tem formação entre a primeira a oitava série, que mais votam em Lula, com crescimento de 14%.
Já por região, o voto nulo ou em branco cresceria 20 pontos no Nordeste e 10 pontos no Sudeste, Norte e Centro Oeste.
É perceptível que uma eleição sem Lula seria marcada pelo pessimismo e desencanto e poderia trazer um problema de legitimidade para o próximo presidente eleito.
Claro, Lula, caso fique de fora da disputa, deve interferir na eleição e tem um grande poder de transferência de votos, que inclusive podem levar um candidato com seu apoio a se eleger. Ou, ainda, livre da prisão, se elegeria fácil, como revela bem o desespero de certos juízes e da mídia.
A pesquisa foi encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), sendo realizada entre 21 e 24 de junho com 2 mil eleitores em 128 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.