A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CDH-DF) encaminhou, nesta quinta-feira (4), pedido de investigação ao Comando Geral da Polícia Militar do DF, sobre a denúncia de que oficiais da PM estariam incentivando ações violentas por parte dos policiais que acompanharão a manifestação antirracista, antifascista e pró-democracia, agendada par o próximo domingo (7), às 9h, em frente ao Museu Nacional da República.
Na denúncia há, também, relatos de que o esquema de segurança que será montado para a manifestação do próximo domingo é muito maior do que o que vem sendo usado nos atos antidemocráticos promovidos pelos apoiadores de Bolsonaro, que pedem, entre outras coisas, o fechamento do Congresso Nacional e do STF, além de ataques à imprensa, inclusive com agressões físicas, e sem resposta da PM.
“Há um risco de que a tropa chegue ao local com ânimos acirrados e que, mesmo com um protesto pacífico, seja empregada violência excessiva. Isso tudo porque, de acordo com os denunciantes, membros da corporação estariam insuflando os policiais contra os manifestantes”, afirma o presidente da CDH, o deputado distrital Fábio Felix (PSol-DF).
O Receio de Félix, que é presidente da CDH-DF, é de que os policiais estejam com disposição de provocar conflitos com os manifestantes, para justificar uma resposta violenta da PM, segundo apurou a reportagem do Metrópoles, e confirmadas pelos Jornalistas Livres com um membro da CDH.
“São graves as denúncias e exigimos que o governo adote as providências necessárias para garantir a segurança e a integridade dos manifestantes”, destaca Fábio Felix.
Ao Metrópoles, a Assessoria de Imprensa da PM-DF, informou que ainda não tinha tomado conhecimento do ofício encaminhado pela CDH-DF, mas que, “após sua ciência, conhecerá do seu teor e adotará as medidas julgadas oportunas”. A Assessoria disse ainda que, ao planejar suas ações, não considera o viés ideológico das manifestações. No entanto, não foi o que se viu nas manifestações do domingo passado (31/04) em São Paulo, quando claramente a PM-SP provocou os manifestantes pró-democracia e protegeu os apoiadores de Bolsonaro, inclusive uma mulher portando um taco de baseball.
Ciente dos potenciais riscos que os manifestantes antirracistas, antifascistas e pró democracia correm no domingo, a CDH disponibilizou um canal de atendimento para os manifestantes que possam vir a sofrer abusos por parte da PM.
Os manifestantes podem enviar relatos, vídeos e fotos pelo WhatsApp (61) 99904-1681
Corinthians e Palmeiras juntos? Com o Santos e o São Paulo? Impossível!
Neste domingo (31/5) em São Paulo, os torcedores desses times estavam juntos e misturados na avenida Paulista, em defesa da Democracia e contra o fascismo e a Ditadura. O povo foi com suas camisetas, bonés, baterias e gritos de guerra. Foram de metrô, de ônibus, foram de carona. E foram. Junto deles, militantes anarquistas antifascistas.
E eles encheram o domingo de esperança, de luta e de resistência. “A Periferia não apoia Ditador”, gritavam em uníssono.
Era o povo pobre, periférico, muitos negros, muitas mulheres, levantando bem alto a faixa “Somos pela Democracia!” Somaram-se os trabalhadores desempregados que vivem como recicladores nas ruas, a maioria carregando sacos de latinhas vazias de refrigerante e cerveja, que acabavam de ser recolhidas do lixo e do chão. Nenhum dos que entrevistamos tinha conseguido sacar o benefício emergencial de R$ 600, apesar de viverem em condições mais do que precárias.
A convocação deste Primeiro Ato Antifascista foi feita pelas redes sociais. Os torcedores perceberam que o Brasil está caminhando para uma terrível armadilha, montada pelos fascistas que apoiam Jair Bolsonaro, para os quais é preciso fechar o Supremo Tribunal Federal, o Congresso, destruir a imprensa, e usar a polícia para ensinar, na base da porrada e dos massacres, que quem manda no Brasil são os banqueiros, os empresários, os generais e os milicianos. E o povo que obedeça.
No sábado, 30 desses fascistas covardes foram para a porta do STF, em Brasília, ameaçando ministros da mais alta corte do Brasil com gritos e xingamentos. Já seria grave. Mas esses criminosos fizeram questão de desfilar na frente do STF com tochas acesas, imitando dois símbolos da pior opressão: a ku klux klan, que assassinou centenas de negros nos Estados Unidos, e os nazistas, que também amavam tochas acesas.
Na Brasília bolsonarista, tochas fascistas
Nos EUA da Ku Klux Klan, tochas fascistas
Na Alemanha nazista, tochas fascistas
A mensagem ameaçadora, somada a repetidas ofensas à Democracia por parte de Bolsonaro e seus filhos, levou o ministro Celso de Mello a enviar aos seus colegas do Supremo uma mensagem de alerta:
“GUARDADAS as devidas proporções, O “OVO DA SERPENTE”, à semelhança do que ocorreu na República de Weimar (1919-1933) , PARECE estar prestes a eclodir NO BRASIL! É PRECISO RESISTIR À DESTRUIÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA, PARA EVITAR O QUE OCORREU NA REPÚBLICA DE WEIMAR QUANDO HITLER, após eleito por voto popular e posteriormente nomeado pelo Presidente Paul von Hindenburg , em 30/01/1933 , COMO CHANCELER (Primeiro Ministro) DA ALEMANHA (“REICHSKANZLER”), NÃO HESITOU EM ROMPER E EM NULIFICAR A PROGRESSISTA , DEMOCRÁTICA E INOVADORA CONSTITUIÇÃO DE WEIMAR, de 11/08/1919 , impondo ao País um sistema totalitário de poder viabilizado pela edição , em março de 1933 , da LEI (nazista) DE CONCESSÃO DE PLENOS PODERES (ou LEI HABILITANTE) que lhe permitiu legislar SEM a intervenção do Parlamento germânico!!!! “INTERVENÇÃO MILITAR”, como pretendida por bolsonaristas e outras lideranças autocráticas que desprezam a liberdade e odeiam a democracia, NADA MAIS SIGNIFICA, na NOVILÍNGUA bolsonarista, SENÃO A INSTAURAÇÃO , no Brasil, DE UMA DESPREZÍVEL E ABJETA DITADURA MILITAR !!!!”
Neonazistas na Avenida Paulista, defendendo Bolsonaro
Os apoiadores de Bolsonaro estão assanhados: querem acabar com a Democracia urgentemente no Brasil. Seu propósito é entregar todo o poder ao seu “Mito”, que já prometeu “matar uns 30.000”, para completar o serviço da Ditadura Militar.
Por isso, neste domingo, bolsomínions de São Paulo também foram para a avenida Paulista. Eram poucos, não passavam de 100 gatos pingados gritando contra o STF, contra o comunismo, contra a Rússia, contra a China, contra a imprensa, contra Moro. Só Bolsonaro serve para esses fanáticos do autoritarismo e da opressão.
Uma dondoca já de cabelos brancos trajava camiseta em que se lia: “Foda-se”, em letras garrafais. Ódio puro. Outra portava uma máscara com as listras e estrelas da bandeira americana. Amarrada na cintura, ela levava uma bandeira do Brasil que arrastava no chão. Na mão, a mulher carregava um taco de beisebol em que estava escrito “Rivotril”. Significa que, como o calmante poderoso, o taco põe as pessoas para dormir. Violência explícita. Os apoiadores de Bolsonaro xingavam muito (e aos berros) o grupo antifascista, que estava a um quarteirão de distância.
Manifestante carrega bandeira de movimento neonazista da Ucrânia (preta e vermelha) em ato pró-Bolsonaro – Marlene Bergamo
Mas o sinal mais grave das vocações opressoras dos fascistas foi a presença de uma bandeira vermelha e preta, com um tridente estilizado no centro. Trata-se do símbolo do Pravyi Sektor (Setor Direito), organização neonazista e terrorista da Ucrânia, criada em 2013. O Pravyi Sektor está envolvido em crimes de guerra e perseguição de minorias, como homossexuais, ciganos, judeus e russos. O homem que carregava a bandeira dizia ter sido treinado na Ucrânia, hoje considerada uma meca do anticomunismo mundial.Sara Winter, que organiza o grupo 300 de Brasília, e que chefiou a manifestação das tochas defronte o STF, diz também ter sido treinada na Ucrânia.
Apesar dessa preocupante proximidade entre os militantes fascistas brasileiros e os ucranianos, incluindo a ostentação de símbolos nazistas daquele país, a Polícia Militar, que acompanhava as manifestações na avenida Paulista, ignorou a Lei 7.716/89 que, no parágrafo 1º do artigo 20, prevê o “Crime de Divulgação do Nazismo”, para o qual estabelece pena de 2 a 5 anos de reclusão e multa. A PM nada fez para coibir a exibição da bandeira do Pravyi Sektor e, em vez disso, protegeu vergonhosamente a manifestação bolsonarista e reprimiu selvagemente a das torcidas antifascistas.
PM protege fascistas e ataca com milhares de bombas os torcedores antifascistas
Entre a pequena aglomeração fascista e a grande concentração antifascista perfilava-se uma linha de contenção, formada pela Polícia Militar do governador João Doria Junior. Era curioso ver que a PM ficou o tempo todo encarando as torcidas de forma ameaçadora enquanto dava as costas para o pequeno grupo fascista. “A polícia militar virou segurança de fascista, uma vergonha”, reclamou um corinthiano indignado com a diferença de tratamento entre os dois grupos.
Provocadores bolsonaristas entravam na concentração das torcidas antifascistas, para arrumar briga. Eram rechaçados e voltavam para seu grupo. Numa das vezes, entretanto, a PM atacou. E começou a violência. Milhares de bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral, de balas de borracha foram disparadas contra os antifas, que respondiam à injusta agressão da PM com pedras. Como Davis contra os Golias da PM. Alguns dançavam na frente das tropas ameaçadoras. Outros protegiam-se com placas de compensado, usadas como escudos. Durou quase duas horas o ataque policial aos jovens antifascistas, que não arredavam o pé da avenida Paulista.
E assim o povo pobre mostrou que, contra o fascismo, não pode haver hesitação. É todo mundo junto e misturado, lutando com coragem e amor pela liberdade.
Coragem, neste domingo, foi o sobrenome de cada um dos torcedores do Corinthians, do Palmeiras, do Santos e do São Paulo que foram para a avenida Paulista defender a Democracia.
Que os partidos políticos de oposição a Bolsonaro entendam a mensagem desses jovens e destemidos democratas.
Veja aqui a manifestação de hoje (31/5) na avenida Paulista, que os Jornalistas Livres cobriram em transmissão ao vivo da avenida Paulista
Veja a análise dos fatos de hoje (31/5) na avenida Paulista, com Chico Malfitani, fundador da Gaviões da Fiel
Eles têm compulsão e gozo pelo jorro do nosso sangue. Eles não nos deixam respirar, quebram nosso pescoço e se regozijam com nossa dor. Eles atiram em nossos meninos rendidos dentro de casa, pelas costas.
Eles fazem publicidade do genocídio como mecanismo de controle, de domesticação dos corpos negros-alvo.
Eles nos matam por prazer e sadismo, investidos da condição de heróis, exterminadores do inimigo gestado nos porões de seu imaginário branco, podre e encurralado.
Nós emudecemos. O abate tem mesmo essa função, é diuturno, imparável, incansável, é disparado de todas as direções em nossa direção.
Nós portamos um alfanje para incisões precisas e profundas, uma cabaça com ervas para cuidar da úlcera, punhados de pólvora e sabedoria para fazer fogo, para explodir em fogo esse mundo que nos aniquila.
Nós somos búfalos, uma manada de búfalos. Nós temos a força que faz o leão chorar, e o esmaga, feito barata.
*Cidinha da Silva é autora de # Parem de nos matar! (Kuanza Produções / Pólen, 2019) e Um Exu em Nova York (Pallas, 2018), entre outros.
“Assistir a esse Policial sufocar George Floyd com o joelho no pescoço dele, algemado e indefeso, gritando por sua vida, com o rosto no chão, é a coisa mais repugnante e comovente que eu vi em muito tempo. Esse policial sabia que estava sendo filmado e mesmo assim assassinou [George Floyd] com arrogância e orgulho.
Isso tem de parar! Até que nós consigamos superar o Racismo na América, ninguém deveria poder portar uma arma na rua. Acima de tudo policiais.
Deus abençoe vc, George Floyd. Lamento muito por vc e pela sua família. E por todos os assassinatos sem sentido que aconteceram antes de vc. Será que isso vai terminar? Eu rezo a DEUS que acabe um dia.
Até lá, foda-se a Polícia!
É, eu disse isso. Eu não estou interessada em ser politicamente correta. Estou interessada em Justiça.”
Foi assim que Madonna protestou, nas redes sociais, contra o assassinato, nesta segunda-feira (25/5) de George Floyd, negro, 46 anos, por um policial de Minnesota, quando já estava rendido, algemado e jogado no chão. (Veja vídeo abaixo)
Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um policial ajoelhado sobre o pescoço de Floyd, enquanto ele suplica várias vezes: “Não consigo respirar”, “não consigo respirar”, “não consigo respirar”… Inútil. A agonia da vítima dura longos minutos: o policial apertando o joelho no pescoço no Floyd, os observadores pedindo para o agente que pare, os demais policiais garantindo que os populares não se aproximem e que o assassino siga torturando. Até que Floyd morre.
Floyd havia sido detido por suspeita de tentar passar um cheque frio em uma loja. Ele foi algemado e jogado no chão, quando o policial monstruoso resolveu posar para os celulares que filmavam a ação como um caçador sobre sua presa caída.
A cena nauseante termina com a chegada de uma ambulância. O policial retira seu joelho e o corpo de Floyd, já sem qualquer sinal de vida, é colocado em uma maca.
Em 2014, Eric Garner, morreu ao ser detido em Staten Island, Nova York. No momento da detenção, o homem queixou-se repetidamente, por 11 vezes: “Não consigo respirar”, enquanto um agente da polícia o estrangulava.
Segundo a polícia de Minnesota, Floyd morreu em decorrência de um “incidente médico”, durante uma “interação com a polícia”.
Nenhuma palavra sobre o joelho do policial, sobre asfixia, sobre a tortura e o desespero de Floyd. Os policiais envolvidos na ação foram demitidos sumariamente.
Hoje, centenas de manifestantes protestaram contra mais esse assassinato de um homem negro.
Um vídeo chocante viralizou nas redes sociais nesta terça-feira (10), dois dias após o Dia Internacional de Luta das Mulheres (8M).
No vídeo, uma mulher rendida pela PM, no município de Mafra-SC, é brutalmente agredida por um policial. Silvana de Souza teve fratura exposta na perna e sofreu ferimentos no rosto, que ficou ensanguentado. A agressão policial aconteceu no dia 19 de fevereiro deste ano, mas só repercutiu hoje (10), após o vídeo viralizar nas redes sociais. A PM tentou justificar a agressão, mas o vídeo não deixa dúvidas sobre a brutalidade criminosa:
Dois dias e meio no hospital, fratura na fíbula e na tíbia, uma cirurgia, 13 pinos, uma platina, o rosto marcado e machucado e, talvez, mais uma cirurgia no tendão. A costureira Silvana de Souza, 39 anos, nunca mais vai esquecer o dia 19 de fevereiro, quando foi jogada no chão do terreno em frente a sua casa pela Polícia Militar de Santa Catarina. A ação foi filmada por celulares de testemunhas e divulgada nesta terça-feira (10/3), mas o caso aconteceu há quase um mês, em Mafra, no Planalto Norte do estado.
O vídeo mostra o momento em que Silvana está sendo conduzida e, de repente, leva uma rasteira e é jogada no chão. Tatiana de Souza, irmã de Silvana, gravou as imagens que mostram a costureira com o rosto machucado, sangrando e a fratura exposta na perna. “Ele quebrou minha perna”, gritava Silvana.
Silvana hospitalizada
“Eu me senti um nada, um lixo, um zé ninguém para eles, como se eu fosse um animal. Não tinha necessidade de eles fazerem aquilo comigo”, lamenta, em entrevista à Ponte.
A costureira estava em casa com a mãe quando, por volta das 18h30 daquela quarta-feira, policiais passaram em alta velocidade em direção à casa dos fundos. A ação, inicialmente, era uma perseguição ao vizinho de Silvana, que estaria pilotando uma moto com a placa adulterada.
A movimentação incomum no bairro Novo Horizonte, na zona rural do município, chamou a atenção da vizinhança que foi tratada com truculência. Tatiana conta que os policiais logo partiram pra cima dos moradores, inclusive da sua família, com gás pimenta. Ao questionar a ação, o marido foi ameaçado de prisão.
“Entraram na minha casa, com arma apontada, espirrando gás pimenta até nas crianças, com arma apontada. O meu menor, de quatro anos, não pode escutar uma sirene e já pergunta se é sirene, se é polícia, está traumatizado”, conta.
Foi neste momento que Silvana, que mora ao lado com a mãe, chegou para saber o que estava acontecendo. “Vi um monte de PM, as crianças com os olhos vermelhos, minha irmã, meu cunhado e fui perguntar. Já fui abordada por um policial com spray de pimenta. Eu comecei a discutir com o policial porque achei abuso de autoridade. A ocorrência não tinha nada a ver com a gente e já entraram no nosso terreno com violência, apontando arma pra todo mundo”, conta.
A costureira ressalta que não houve nenhuma agressão ou ameaça dos moradores, como afirma a polícia, mas admite que a família xingou os policiais por conta da truculência. Ela recebeu voz de prisão ainda dentro do terreno e foi conduzida. Pelo menos seis policiais participaram da ação.
Enquanto a irmã filmava toda a ação, Silvana foi derrubada com violência. Instantaneamente o rosto começou a sangrar e a fratura na perna foi exposta. Tatiana também foi derrubada enquanto tentava ajudar a costureira e filmava. Ela conta que teve arranhões leves, mas que o celular foi recolhido pela PM. Ela só conseguiu reaver o aparelho oito dias depois.
“Foi muito revoltante, até nisso a gente mostra que não é violento, eu fui filmando e falando com eles, acabei xingando. Mas em momento nenhum tentei agredir. Se fôssemos violentos teríamos tentado agredir. Quando eu tentei chegar perto, não deixaram e me derrubaram para pegar meu celular”, lembra.
Silvana conta que tentou levantar e não conseguiu e foi nesse momento que percebeu que havia quebrado a perna. Ela lembra ainda que ficou por cerca de uma hora no chão enquanto a ambulância dos bombeiros era acionada, trabalho que ficou a cargo dos vizinhos. “Eles [policiais] não prestaram atendimento nenhum”, ressalta.
Silvana mostra cicatrizes | Foto: arquivo pessoal
A costureira lembra ainda que o policial tentou se esquivar da responsabilidade afirmando aos socorristas e também no hospital que ela tinha “escorregado”. “Ele disse que eu caí sozinha, que eu reagi e que quando ele caiu por cima de mim, o material de trabalho dele fraturou a minha perna”, diz.
Durante os dois dias e meio no hospital, a costureira passou pelo procedimento cirúrgico para corrigir a fratura na perna, o que a tem impossibilitado de trabalhar. O retorno ao médico para avaliar a necessidade de nova cirurgia será no dia 25 de março.
“É uma situação muito complicada, não tinha nada a ver conosco e eles falam como se nós fôssemos bandidos, falam de violência e não foi assim. É constrangedor, não posso trabalhar, tenho filhos para sustentar e agora, nos sentimos ameaçados né, porque querendo ou não, eles têm poder”, relata.
Ela conta ainda que o mesmo policial que a agrediu, colheu o depoimento para gerar a ocorrência ainda no hospital. Silvana só foi liberada do hospital para casa porque a irmã pagou a fiança.
Outro lado
Em nota, a Polícia Militar de Santa Catarina afirmou que os moradores teriam se aproximado, iniciado a discussão e ameaçado os policiais, inclusive com um facão, o que teria motivado a utilização de gás lacrimogêneo. A PM declarou ainda que Silvana teria continuado a desacatar os policiais e demonstrado resistência no momento da prisão “razão pela qual o policial fez uso da força, derrubando-a no chão”.
A nota ressalta ainda que os agentes “são treinados a fazer o uso progressivo da força, bem como, observarem os protocolos operacionais padrão”. A PM afirma que um Inquérito Policial Militar será instaurado.
Ministério Público apura ação da PM
O promotor Filipe Costa Brenner determinou, dois dias após a ação, a juntada de gravações, reportagens, do auto de prisão em flagrante e das imagens das câmeras policiais. A partir desses elementos, a promotoria deve avaliar se há elementos suficientes para instauração de procedimento e possível encaminhamento à Promotoria Especializada, em Florianópolis, para investigar possíveis abusos na ação militar.
“Os fatos têm potencial para ensejar providências do controle externo da atividade policial e, inclusive, na seara criminal”, resumiu no despacho.
Além disso, a família de Silvana contratou advogados que, em nota, dizem que estão aguardando a apuração do Ministério Público e do comando da PMSC. “Após a conclusão desses trabalhos, serão ajuizadas as medidas judiciais cabíveis”, afirmam.
É assim que se recebe o funcionário público que presta serviços ao povo do estado de São Paulo?
Um dia histórico que poderia ter um desfecho diferente se a Assembléia Legislativa de São Paulo fosse realmente a representante dos anseios e demandas do povo paulista.
Cidadã paulista, funcionária pública cheguei logo cedo para exercer o direito democrático de protestar contra a forma autoritária, desumana, com justificativas inaceitáveis com que a Reforma da Previdência vem penalizar mais uma vez o funcionário público. `Somos nós que garantimos a educação pública e gratuita, o atendimento no SUS, na assistência social, nas políticas urbanas, na segurança pública, no judiciário e demais setores da vida pública do estado mais rico do país.
Cerca de 20.000 servidores, funcionários públicos, trabalhadores, vindos de todos os cantos do estado Bauru, Marília, Franca, Palmeira do Oeste (há 600 km), Carapicuiba, Osasco, Praia Grande e muitos outros, vieram organizados exercer o seu direito democrático de reivindicar seus direitos, protestar contra esta Reforma da Previdência e contra a forma com que o governo do estado vem tratando o funcionalismo. Cinco anos sem aumentos, descaso com o serviço público, dilapidação do patrimônio, falta de investimentos em infra estrutura e recursos dos equipamentos, cortes nos orçamentos para execução dos serviços que o povo de São Paulo merece. Com a crise econômica, as demandas aumentam e é todo o povo que estará sendo afetado.
Uma visão de quem estava lá dentro nos corredores e no Plenário
O clima era de solidariedade e compromisso, várias delegações, horas de viagem, de partilha de sonhos e do desejo de com sua presença fazer pressão e sensibilizar os deputados eleitos para ser os representantes do povo. A meta era não deixar passar esta Reforma. Aos poucos essa alegria dos corredores foi se dissipando. Para entrar no Plenário, revista da segurança legislativa. Não pode entrar lanche, garrafa d’água, guarda chuvas, rolo de fita adesiva, varetinha que segurava cartaz… Garantir a segurança e a não violência no Plenário impedindo a entrada dessas “armas”, era a justificativa.
Impassível, impermeável a qualquer apelo dos participantes e ao apelo de deputados da oposição o presidente da Assembleia, deputado Cauê Macris do PSDB deu início à seção de votação. A voz de uma deputada que quis ter acesso ao microfone para solicitar que retirasse a polícia do Plenário foi interrompida. Com a palavra os deputados fizeram denúncias: o governador João Dória irresponsável com a coisa pública, em plena época que ocorriam enchentes no estado, foi pular o Carnaval no Rio de Janeiro; a voz de uma deputada que quis ter acesso ao microfone para solicitar que retirasse a polícia do Plenário foi interrompida. Deputados da oposição denunciaram o golpe e a forma autoritária com que a discussão da PEC foi conduzida, atropelando prazos e não ouvindo duas Comissões. A divida pública do estado de São Paulo, 25 anos na mão do PSDB não é culpa do servidor mas do governo:, a sonegação fiscal é enorme, não há controle das grandes fortunas, a desoneração fiscal é de 20 bilhões e querem penalizar o trabalhador/servidor público.O PSDB é o pior usurpador do povo brasileiro e os deputados do PSL, DEM e partidos da situação são todos “dorianos”, mandados pelo governador. Uma deputada declarou: quero parabenizar os servidores que asseguram a educação pública, a saúde, a segurança. Esta reforma é um tapa na cara do servidor que terá que trabalhar muito mais, retirará parte das aposentadorias e das pensões. Golpe na mudança do horário da votação em Plenário para impedir a manifestação de repúdio à esta Reforma da Previdência do des-governo Dória. É preciso ter lado e os partidos da oposição estão do lado do povo.
Denúncias de que “a repressão estava comendo solta lá fora”, plateia e deputados da oposição pedindo interrupção da votação para que o presidente fosse pedir para cessar a violência da polícia e a retirada de tanques de guerra contra o servidor/trabalhador público que estava reivindicando seus direitos garantidos pela Constituição. Barulho de tiros de balas de borracha e de gás de pimenta, cheiro de gás invadindo o Plenário, pessoas passando mal. Protestando, ficamos sem saída, medo de que os ânimos se acirrassem, plateia cheia de polícia. Cortam a internet, barulho de tiros.
Deputados da situação impassíveis, presidente da Mesa Diretora sorri irônico, como se nada estivesse acontecendo e cumprindo “a sua função pública”. Nem nos tempos da ditadura se viu tanta violência na CASA DO POVO. Tensão dentro e fora do Plenário. A votação transcorreu, a oposição afirmando que entrará com recursos. Pessoas feridas, polícia a mil. EMENDA APROVADA placar 59 SIM, 32 NÃO.
VERGONHA!
Novo capítulo
JUNTOS SOMOS MUITOS! NOSSO COMPROMISSO É COM A POVO. Vamos exercer a solidariedade e a união em torno das lutas do povo. Quem viu e viveu estes momentos tão fortes, repasse estas informações, fique indignado, nunca mais vote em quem votou e reprimiu o povo. DE OLHO NOS DEPUTADOS, NO DÓRIA QUE MANDA BATER NO POVO E QUER SER PRESIDENTE. HOJE VOCÊ VIU UM POUCO DE QUE LADO CADA UM ESTÁ.
Parabéns aos deputados aguerridos que não se renderam. Parabéns aos funcionários públicos que não abrem mão da luta, de seus direitos. A luta continua. Assumimos o compromisso de lutar por direitos de cidadãos: direito à livre organização e expressão, direito à participação. DITADURA NUNCA MAIS!