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Tag: solidariedade

  • Manifesto das favelas sobre o novo Coronavírus

    Manifesto das favelas sobre o novo Coronavírus

    A CMP e a UMM-SP lançam Manifesto das Favelas Sobre o Novo Coronavírus

    A pandemia do novo Coronavírus atinge todos, mas de forma muito mais grave a população moradora das favelas e dos assentamentos precários!

    Nós, das favelas e ocupações, filiadas à Central de Movimentos Populares (CMP) e à União dos Movimentos de Moradia de São Paulo (UMM-SP), vimos por meio deste Manifesto afirmar que estamos praticando ações concretas de solidariedade, organizando e estimulando pontos de arrecadação e distribuição de alimentos, bem como de materiais de limpeza e higiene para o povo que já está passando fome. Contudo, temos consciência de que nossa ação, embora seja muito importante, não é suficiente para a resolução do enorme problema social nessas comunidades. Por isso, exigimos ações urgentes do Estado Brasileiro no enfrentamento ao caos e à tragédia social em curso. Entendemos que são necessárias medidas imediatas por parte dos governos no combate à crise causada pelo novo coronavírus, que atinge as favelas e outras comunidades igualmente pobres em nossas cidades. Sem atitudes firmes e concretas corremos o risco de levar à morte milhares de pessoas e ao consequente aumento da fome, da miséria e do desemprego.

    Manifesto das favelas
    Manifesto das favelas sobre o novo coronavírus

    O mundo passa neste momento por uma crise de saúde pública com poucos precedentes na História da Humanidade. A epidemia do novo coronavírus se espalhou rapidamente por todos os continentes, atingiu de forma indistinta praticamente todos países do Norte e do Sul e vitimou milhões de pessoas. Estima-se que mais da metade da humanidade esteja em processo de isolamento social, o que tem provocado graves impactos humanitários, econômicos e socais. Especialmente para os países mais pobres ou de grande desigualdade social, como o Brasil.

     

    No nosso País, milhões de pessoas moram de forma precária em favelas, cortiços e ocupações sem saneamento básico, com pouco ou sem nenhum acesso à água encanada que garanta condições mínimas de prevenção e proteção. Essa situação nos deixa em condições sem precedentes de emergência social, colocando em risco de transmissão do vírus milhões de pessoas que vivem em ambientes absolutamente inseguros.

    No Brasil mais de 15 milhões de famílias – cerca de 60 milhões de pessoas estão em favelas, ocupações e loteamentos, em situação de risco social e em condições miseráveis de habitação.

    Se de um lado o isolamento social recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) tem sido a maneira mais eficaz de diminuir – ou mesmo evitar a contaminação – e ainda não causar um colapso do sistema de saúde, de outro lado existem a preocupação sobre como estabelecer medidas para conter a disseminação do vírus entre as comunidades mais pobres, onde os moradores e vizinhos estão muito mais próximos uns dos outros.

    Dados do IBGE de 2010 apontam que existem 6.329 favelas no País. Nelas está a maior parte dos cerca de 13,5 milhões de famílias que vivem na extrema pobreza, sendo que 72% da população de favelas não têm nenhum valor na poupança.

    Outra preocupação está nos impactos do isolamento de milhões de trabalhadores e trabalhadoras que estão na informalidade. São ambulantes que, literalmente, trabalham pela manhã para alimentar suas famílias à noite. Quase 39 milhões de pessoas estão na condição de informais, 14 milhões encontram-se desempregadas e 29 milhões estão empregadas, ganhando até 3 salários mínimos.

    Para que este enorme contingente de pessoas consiga ficar em isolamento é preciso que o dinheiro da renda básica aprovado pelo Congresso Nacional seja pago logo, juntamente com outras medidas de apoio emergencial, que possam, de fato, chegar às famílias moradoras das favelas. Por isso, estamos participando da campanha “Paga Logo Bolsonaro”. É urgente pagar já a renda básica de 600 a 1200 reais, por um período de 3 meses.

    Bolsonaro é um genocida que tem se colocado contra a política de isolamento social. Age na contramão das orientações estabelecidas pela OMS e pelas autoridades sanitárias do País. Não lidera a Nação para enfrentar a pandemia. Ao contrário, sua única preocupação tem sido de produzir factoides que visam assegurar seguidores, com vista às próximas eleições presidenciais. Suas ações e falas são no sentido de passar a falsa ideia de que não é político; afirma ser contra e vítima do sistema político; se coloca até mesmo contra seus ministros, e constrói uma narrativa para se livrar da responsabilidade dos efeitos da crise.

    A população moradora das favelas rejeita a proposta absurda do presidente Bolsonaro de relaxar ou pôr fim ao isolamento social. Pesquisa recente do Instituto Data/Locomotiva realizada em 269 favelas do País aponta que 80% dos moradores têm medo de que falte comida para seus filhos mas, mesmo assim, 71% se opõem ao fim do isolamento. A pesquisa revela ainda que, 8 entre cada 10 moradores tiveram queda de renda após o isolamento, apenas 13% têm mantimentos em casa suficiente para menos de dois dias e mais da metade para menos de uma semana. O levantamento mostra também que 56% do moradores acreditam ter que sair de casa daqui a uma semana para procurarem renda.

    Ao se colocar contra o isolamento social, Bolsonaro cria uma enorme confusão, aprofundando a instabilidade política e fragilizando ainda mais a democracia. Seu objetivo é criar situações que venham favorecê-lo no futuro. Trabalha na linha de que, se o País conseguir evitar uma grande tragédia em virtude do isolamento, terá ganhos políticos. Por outro lado, acredita que se a crise da saúde pública não for evitada, também terá ganhos políticos. Grande oportunista que é, dirá que ficou contra o isolamento.

    Nós, que atuarmos junto a diversas favelas, defendemos o investimento de bilhões de reais na área da Saúde e em medidas de proteção do emprego e da renda, com apoio ao pequeno e médio negócio, responsáveis pela maioria dos empregos.

    Estamos participando das campanhas de solidariedade de doação de alimentos e materiais de higiene e limpeza promovidas pela CMP, UMM e as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. Nossas favelas e comunidades estão criando centenas de pontos de solidariedade. No entanto, temos consciência de que isso só não resolve o drama, a fome, o medo e o desespero das pessoas. Mesmo praticando a solidariedade de classe, é preciso cobrar do Estado a resolução do problema. É responsabilidade dos governos adotarem medidas concretas e urgentes para o enfretamento da crise.

    Neste sentido, é fundamental irmos além da solidariedade. Assim, exigimos que os governos cumpram suas obrigações e garantam condições para que o povo mais excluído possa enfrentar e sobreviver à esta situação de crise. Além do imediato pagamento da renda básica, exigimos a suspensão dos despejos por falta do pagamento de aluguel, suspensão de todas as reintegrações de posse, isenção de taxas de água e energia e Vale Gás. E, finalmente, defendemos a imediata suspensão do pagamento das prestações dos mutuários de quaisquer programas habitacionais.
    Fora Bolsonaro!

    Abril de 2020
    União dos Movimentos de Moradia
    Central de Movimentos Populares

  • Conexão Solidária São Paulo

    Conexão Solidária São Paulo

    A APADEP e a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo lançaram no último sábado, dia 4 de abril, a campanha Conexão Solidária São Paulo, com a finalidade de arrecadar doações para a compra de cestas básicas e kits de higiene e de limpeza em geral que serão destinados a segmentos e grupos sociais vulneráveis que estão enfrentando de forma mais severa os efeitos sociais, jurídicos e econômicos decorrentes da pandemia de Covid-19.

    A campanha terá duração até o dia 30 de abril de 2020, podendo ser prorrogada, e a entrega dos kits será semanal, até 08 de maio.

    Neste momento de incertezas e de dificuldades para os mais vulneráveis, a Associação convida a todos/as a participar.

    Banco do Brasil
    Agência 3324-3
    Conta Corrente 26.439-3
    CNPJ 08.078.890/0001-66 (APADEP)

    1. O que é a Conexão Solidária São Paulo

    A CONEXÃO SOLIDÁRIA SÃO PAULO é uma campanha organizada pela Associação Paulista de Defensores Públicos (APADEP) em parceria com a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado de São Paulo com a finalidade de arrecadar dinheiro para a compra de cestas básicas e kits de higiene e de limpeza em geral que serão destinados a segmentos e grupos sociais hipossuficientes e cuja vulnerabilidade se torna ainda maior diante dos efeitos sociais, jurídicos e econômicos decorrentes da pandemia de Covid-19.

    2. Organizadores

    A campanha é uma parceria entre a APADEP e a Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública de São Paulo.

    Novos parceiros poderão ser admitidos, desde que haja concordância expressa das duas entidades organizadoras originais.

    Os novos parceiros deverão demonstrar compromisso com o Estado Democrático de Direito, o combate às desigualdades sociais e a promoção dos direitos humanos.

    3. Sobre a doação

    3.1 Poderão doar dinheiro Defensores/as Públicos/as do Estado de São Paulo, assim como de outros Estados e da União, servidores/as públicos/as da Defensoria Pública e da Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública, membros do Conselho Consultivo da Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública, integrantes de outras carreiras de Estado e advogados/as;

    3.2 O valor será definido pelo/a doador/a;

    3.3 O dinheiro deverá ser depositado na conta corrente abaixo indicada, de titularidade da APADEP e aberta com a finalidade exclusiva para gerir os valores doados durante a campanha:
    Banco do Brasil
    Agência 3324-3
    Conta corrente 26.439-3
    CNPJ: 08.078.890/0001-66;

    3.4 A campanha terá duração até o dia 30 de abril de 2020, podendo ser prorrogada a critério dos organizadores;

    3.5 Caberá à APADEP gerir o dinheiro arrecadado e, ao lado da Ouvidoria da Defensoria Pública, prestar contas ao final do processo, de modo a garantir a transparência financeira da campanha.

    4. Beneficiários da campanha Conexão Solidária são Paulo

    A campanha tem como destinatários das doações pessoas que integrem segmentos e grupos sociais hipossuficientes e cuja vulnerabilidade se torna ainda maior diante dos efeitos sociais, jurídicos e econômicos decorrentes da pandemia de Covid-19.
    Caberá à Ouvidoria da Defensoria Pública, com prévia ciência da APADEP, definir os segmentos a serem beneficiados a partir da sua rede de parceiros e lideranças comunitárias e de critérios de maior vulnerabilidade social.

    Em razão da cidade de São Paulo ser o epicentro da pandemia no país, a campanha terá como prioridade inicial segmentos localizados na capital e na região metropolitana.

    Em caso de avanço da pandemia, do aumento da arrecadação e tendo em conta a logística para realizar a entrega dos produtos, a campanha poderá ser ampliada para o interior e litoral, assim como poderá incluir novos grupos vulneráveis.

    5. O que será doado

    Com o dinheiro arrecadado, a APADEP contratará fornecedores de cestas básicas, kits de higiene e kits de limpeza em geral.

    Os fornecedores serão definidos pelo critério de melhor custo-benefício.

    Um/a representante da Ouvidoria deverá acompanhar as entregas, podendo ser acompanhado/a por um/a representante da APADEP.

    Será disponibilizado equipamento de proteção individual.

    Caberá àquele/a que acompanhar a entrega, fazer registro fotográfico para fins de comunicação e prestação de contas e cada entrega será devidamente comunicada aos/às doadores/as.

    6. Comunicação

    A APADEP e a Ouvidoria organizarão a comunicação da campanha através dos seus canais e redes sociais.
    As entidades organizadoras também poderão realizar a comunicação através de outras entidades e instituições.

    7. Cronograma
     
    • Lançamento oficial da campanha – dia 04/04

    • Recebimento de doações – entre os dias 04 e 30/04

    • Escolha de até três segmentos e parceiros – a partir do dia 04/04

    • Compra dos produtos – a partir do dia 13/04

    • Entrega dos produtos – a cada semana, a partir do dia 13/04, de acordo com a disponibilidade dos fornecedores

    • Término das entregas – dia 08/05
    • Prestação de contas – até o dia 15/05

    A continuidade ou não da campanha será avaliada, pelos organizadores, antes do término do prazo para recebimento de doações.

    A ampliação territorial ou de grupos será avaliada pelas entidades organizadores periodicamente, de acordo com os critérios acima definidos.

    CRITÉRIOS PARA A DEFINIÇÃO DOS BENEFICIÁRIOS

    1) Segmentos sociais vulneráveis, compostos majoritariamente por trabalhadores/as autônomos/as sem renda ou com queda abrupta durante o período de quarentena;

    2) Preferência para famílias compostas por idosos/as, crianças, pessoas com deficiência e pessoas com problemas respiratórios;

    3) Famílias com dificuldade de acesso a alimentação e produtos de higiene durante a quarentena.

  • O vírus permite mais que derrubar Bolsonaro, é hora de avançar para um modelo societário sadio

    O vírus permite mais que derrubar Bolsonaro, é hora de avançar para um modelo societário sadio

    Shakespeare disse em Rei Lear que “as criaturas perversas nos parecem agradáveis quando encontramos outras mais perversas” e prosseguiu “não ser o pior já é uma qualidade e merece elogio”. Se vivesse hoje no Brasil, creio que o grande dramaturgo inglês não manteria a segunda parte desta sentença. Doria, Caiado, Witzel, Acm Neto e todo uma leva de velhacos da direita não merecem nenhum elogio por não tomarem o papel de insanos no drama que já estamos a viver.

    Não se deve compará-los com Bolsonaro e seria mesmo difícil saber quem é mais perverso nessa história, não apenas nesse momento da trama. A perversidade do miliciano é franca. Já esta turma que colaborou firmemente para o eleger, se não é maníaca, é pérfida e venenosa.

    Ademais, este é momento de fazer política sim! Em sociedades minimante complexas não existe praticamente nenhum aspecto da vida que possa ser despolitizado e definitivamente este não seria este o caso. Há que se politizar o momento. Começando por denunciar outra vez todo o recente desmonte dos serviços públicos, do comum, que aqui aliás nunca esteve perto de ser razoável. Resgatar velhas e tecer novas bandeiras em favor de uma perspectiva de pacto societário justo e inclusivo.

    Todo o desmonte que vimos ocorrer, desde a demolição das leis de proteção aos trabalhadores à erosão do sistema de assistência social e de aposentadorias, foi patrocinado, apoiado e chancelado por esta turma. É esta sua agenda e é com mais este atual estrago que o coronavírus e seus desdobramentos nos encontra. Na saúde, que já sofre os impactos da Emenda Constitucional do Fim do Mundo (EC 241|55) isso será sentido de modo exemplar.

    Porém não somente para aí devemos apontar a falta que faz um pacto societário minimante decente. Temos um passivo histórico de desenvolvimento social/humano monstruoso. Algo que a estrutura urbana de concentração fundiária, que acarretou em favelas miseráveis, exemplifica de modo indiscutível para quem ainda enxerga o que nunca pode ser naturalizado. Muitas dessas aglomerações, que se apinam em nossas principais metrópoles, não contam sequer com estrutura sanitária. Não é preciso ser vidente para saber que elas serão duramente atingidas e a fatura mais alta será paga pelos pobres.

    Além disso, não investimos em educação cidadã, que é muito diferente de ensino para tarefas e práticas profissionais; temos um déficit de médicos em nome da reserva de mercado para uma categoria empedernida e, com a demanda internacional a todo vapor, faltarão insumos hospitalares por ausência de uma política industrial soberana. Alinhado a isso não temos investido em desenvolvimento científico de maneira pujante e necessária. A lista dos gargalos é enorme.

    É preciso encarar tudo isso de frente e abandonar a negação e o recalque! Não se trata de ser apocalíptico, porém não cola este otimismo ingênuo que mascara a realidade e crê que orações e vibrações positivas em casa vão ajudar a que tudo fique bem. Não vamos sair impunes de nossa irresponsabilidade conjuntural e histórica.

    No curto prazo, se devemos contar com algo em nosso socorro há de ser o espírito criativo e de ajuda mútua que ainda resta em nosso povo. Já a longo prazo, é preciso criar, fomentar, estimular e fazer pipocar uma série de movimentos de ação coletiva, dotados de grande articulação e que possam ir avançando na garantia de direitos comuns e de inclusão da massa de marginais e excluídos que vergonhosamente permitimos existir.

    Avalio que esta é uma oportunidade para o futuro, não quer dizer que será aproveitada. Um episódio extraordinário que nos permite iniciar um acerto de contas mais decidido com nossa brutalidade estrutural. Claro, temos que sobreviver e sobreviver é lutar. Lutar não apenas contra um vírus, senão também contra vermes e parasitas, contra aqueles que não querem ver emergir políticas em favor de uma sociedade solidária e farão de tudo para manter estruturas mesquinhas, mesmo que não sejam completos genocidas.

  • Comitê popular enfrenta o coronavírus distribuindo cestas básicas

    Comitê popular enfrenta o coronavírus distribuindo cestas básicas

    Solidariedade: 3.000 cestas para distribuição entre comunidades vulneráveis; à direita, Carmen Silva, no planejamento rigoroso da açãoSolidariedade: 3.000 cestas para distribuição entre comunidades vulneráveis; à direita, Carmen Silva, no planejamento rigoroso da ação

     

     

    Começou nesta sexta-feira (3 de abril) a distribuição de 3.000 cestas básicas para famílias de baixa renda. A ação de solidariedade está sendo coordenada por Carmen Silva Ferreira, ativista pelo direito à cidade, dirigente do MSTC (Movimento Sem-teto do Centro) e impulsionadora da Casa Verbo, organização que constrói e dissemina meios para efetivação do direito à moradia e à vida digna.

     

     

    A gente sabe que manter a quarentena é difícil pra todos. Mas é muito mais difícil para as populações de baixa renda ou sem renda, que além de sofrerem com as demissões em massa, também estão impedidas de fazer os seus corres como ambulantes ou no mercado informal. Sem renda, sem reservas econômicas, sem auxílio do governo Bolsonaro, que não libera a ajuda de R$ 600 a R$ 1.200 reais que já foi aprovada no Congresso Nacional, essas famílias começam a passar fome.

    Sob a liderança de Carmen, foram identificadas 15 áreas com demandas imediatas por alimentos e materiais básicos de limpeza, como ocupações, cortiços, favelas, a região conhecida como Cracolândia, áreas que concentram população em situação de rua e catadores de recicláveis.

    Os recursos para a compra das cestas resultam da parceria com a Plataforma Covid-19, integrada por BEĨ Editora, Por quê?- economês em bom português, Instituto BEĨ e núcleo de Mulheres e Território do Laboratório de Cidades do Insper/ Arq. Futuro, com o apoio da Fundação da Tide Setúbal e do Instituto Galo do Amanhã.

    Entretanto, sabemos que as demandas das famílias em situação de vulnerabilidade serão ampliadas, na proporção direta da ampliação do período de quarentena, o que permite prever que essas famílias também necessitarão de apoio para aquisição de gás de cozinha e de produtos destinados à higiene pessoal e à limpeza doméstica, além da cesta básica. Para tanto, o Comitê Popular de Combate ao Covid-19 captará recursos e doações financeiras e estabelecerá novas parcerias com o poder público e diferentes atores da sociedade civil.

    Como funciona e distribuição das cestas:

    Com ajuda das lideranças dos 15 núcleos, foi realizado um censo para levantar o perfil das populações em situação de vulnerabilidade social. Por meio de formulário, foram identificadas as pessoas que residem na mesma casa, quantas são crianças, os idosos, os desempregados e os autônomos. Levantou-se também a situação de saúde física e mental dos moradores, para identificar os portadores de doenças crônicas e cardiopulmonares, diabetes, hipertensão, tuberculose, insuficiência cardíaca ou renal, doenças respiratórias crônicas, doenças oncológicas, portadores de HIV, pessoas em uso de corticóides ou imunossupressores e portadores de necessidades especiais.

    Além da equipe profissional – pessoal de saúde, assistência social e de pesquisa para a aplicação e avaliação dos questionários –, o projeto está aberto à participação de voluntários. O comitê está adotando todas as providências para evitar a contaminação e a retransmissão do vírus, mediante o uso de EPIs (equipamentos de proteção individual) e a orientação sobre segurança biológica.

    A entrega das doações aos cadastrados está sendo documentada por Elton Santana em vídeo, visando à prestação de contas aos que colaboraram com o projeto.

    As doações são muito importantes. Os interessados em colaborar devem entrar em contato com a Casa Verbo:
    Rua São Domingos, 211, Bela Vista | Tel: (11) 3107-3448 | contatocasaverbo@gmail.com

    Acompanhe notícias do Comitê Popular de Combate ao Covid-19

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  • Coronavírus já matou 1.295 americanos, mas Trump só pensa em caçar Maduro

    Coronavírus já matou 1.295 americanos, mas Trump só pensa em caçar Maduro

    O governo dos EUA acusou sem quaisquer provas ou evidências, nesta quinta (26), o presidente venezuelano Nicolás Maduro de narcoterrorismo e conspiração para traficar cocaína aos EUA. O Departamento de Estado americano estabeleceu uma recompensa de US$ 15 milhões (R$ 75 milhões) por informações que levem à captura de Maduro. Além do presidente venezuelano, estão sendo acusados vários outros integrantes do governo e membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Por informações que ajudem a capturá-los, ofereceu-se recompensa de US$ 10 milhões (R$ 50 milhões).

    Trata-se de mais um ataque, entre centenas de outros, contra a República Bolivariana da Venezuela, desde a eleição de Hugo Chávez à Presidência, em 1999. Mas, desta vez, a desfaçatez é escandalosa.

    Os Estados Unidos vivem neste exato momento a tragédia sanitária decorrente de um sistema de saúde em grande parte inacessível aos mais pobres, e da irresponsabilidade do presidente Donald Trump que, a exemplo de seu homólogo no Brasil, Jair Bolsonaro, tem se oposto à medidas drásticas de isolamento social para impedir o contágio em massa pelo Covid-19. Os EUA já contam 85.594 casos comprovados de coronavírus (mais do que a China) e 1.295 mortos.

    Desatento à dor do povo americano, o governo Trump encontrou tempo para rosnar em direção à Venezuela, responsabilizando-a pelo narcotráfico internacional, quando é a Colômbia, sabidamente, o grande produtor de drogas no mundo, especialmente cocaína, conforme levantamentos realizados pela ONU e pelas próprias autoridades dos EUA. Ocorre que a Colômbia, que possui 2.219 km de fronteira com a Venezuela, é uma aliada histórica do imperialismo americano em seu intento de atacar a revolução bolivariana –por isso, as autoridades dos EUA fecham os olhos para a farra entre narcotraficantes e políticos da direita colombiana.

     

    Ivan Duque, presidente da Colômbia, com Ñeñe Hernández, colombiano morto no Brasil Reprodução / Instagram
    Iván Duque, presidente da Colômbia, com Ñeñe Hernández, colombiano morto no Brasil, e a ex-miss. Reprodução / Instagram

    Agora mesmo, a Colômbia sob a presidência do direitista Iván Duque está sendo sacudida por um escândalo chamado “José Guillermo Hernández”, ou melhor, Ñeñe Hernández. Esse é o nome mais repetido na Colômbia hoje, depois de coronavírus. Ñeñe Hernández foi um amigão do peito de Iván Duque, criador de gado, membro da alta sociedade, casado com uma ex-miss Colômbia, proprietário de terras, de luxuosas propriedades e… braço político e financeiro de Marcos de Jesús Figueroa, o Marquito, contrabandista de gasolina e narcotraficante da pesada. Assassinado no ano passado no Brasil, o nome de Ñeñe Hernández ressuscitou por conta da recente descoberta, pela polícia, de áudios gravados que provam que Ñeñe Hernández foi um dos maiores financiadores ilegais da campanha que levou Iván Duque ao poder. Mas isso pouco importa ao Departamento de Estado americano e a Donald Trump. A obsessão é com a Venezuela.

    A Venezuela, por seu turno, considera-se vítima do flagelo do narcotráfico, que espraia sua violência ignorando as fronteiras entre os dois países. O país emitiu uma nota de esclarecimento sobre a natureza do mais novo ataque americano ao país. É o que segue:

     

    Aos Povos do Mundo e Amigos da Revolução Bolivariana

    (…) Vamos colocar esta decisão no contexto:

    1. Sob a liderança do Presidente Maduro, a Venezuela vem realizando uma luta eficiente contra o coronavírus, alcançando até agora uma contenção importante desse vírus. Nosso país foi o primeiro da região a pedir quarentena e, graças à cooperação com a China, a Rússia e Cuba, temos todas as capacidades médicas para lidar com essa pandemia. Tais decisões tiveram o apoio majoritário do povo venezuelano, incluindo amplos setores da oposição.

    2. Um importante processo de diálogo está progredindo com os setores democráticos da oposição, muitos dos quais, no contexto da pandemia, se manifestaram a favor de trabalhar com o governo e exigir a cessação de medidas coercitivas unilaterais (erroneamente chamadas de sanções), que afetam nossa economia e nosso povo.

    3. De diferentes partes do planeta, vozes se uniram contra o bloqueio sofrido pela Venezuela, entre as quais destacamos as recentes declarações do Comissário para as Relações Internacionais da União Europeia, Josep Borrel; Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, e Michelle Bachellet, Comissária da ONU para os Direitos Humanos.

    4. Em 23 de março passado, a polícia de trânsito colombiana capturou um arsenal de guerra que, nossos serviços de inteligência demonstraram, tinham como objetivo final sua transferência para a Venezuela para realizar atos terroristas contra o presidente Maduro e outras autoridades. Todo o tecido dessa conspiração, que conta com o apoio dos Estados Unidos e da Colômbia, foi denunciado ontem com detalhes pelo nosso ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez.

    Após as reduzidas manifestações da oposição convocadas por Juan Guaidó em 2020, de Washington, eles decidiram reforçar as ações violentas para alcançar a tão esperada “mudança de regime” na Venezuela. É nesse quadro de fortalecimento do governo bolivariano e da crise nos EUA devido à pandemia que ocorre essa decisão perigosa, irracional e criminosa anunciada hoje pelo governo Trump. Eles apostam claramente na violência e no terrorismo, como foi revelado nas declarações divulgadas hoje por um traidor ex-militar venezuelano, general Cliver Alcalá Cordones, que da Colômbia confessou que as armas capturadas eram realmente para realizar ataques em Venezuela, em um plano que tem o aval de Juan Guaidó e do governo dos EUA, por meio de funcionários e mercenários prestadores de serviços militares. Entre outros elementos, Alcalá ressalta que a compra das armas foi instruída por Guaidó e que ele tem um contrato que comprova isso.

    É importante observar que, durante vários anos, especialmente desde 4 de agosto de 2018, quando ocorreu uma tentativa de assassinato em Caracas contra o presidente Maduro com o uso de drones carregados de explosivos, foi denunciado que esses grupos terroristas operam na Colômbia. Foram até enviadas para as autoridades a localização dos campos em que os terroristas treinam, sem que o governo de Iván Duque tomasse qualquer providência para extinguir a ação criminosa. Conseqüentemente, denunciamos essa situação de cumplicidade do governo colombiano com os terroristas perante o Secretário-Geral da ONU.

    Estamos, portanto, vivendo um momento muito perigoso, levando também em conta o próximo processo eleitoral presidencial nos Estados Unidos, propício – como tem sido visto historicamente – a aventuras que ajudam a garantir a reeleição do Presidente de plantão. Diante disso, pedimos sua solidariedade com o povo venezuelano e ficamos atentos a essa nova etapa de agressão.

    Nós Venceremos!
    #LasSancionesSonUnCrimen
    #MaduroValentíaYDignidad

     

    Leia mais sobre a Venezuela em:

    Coronavírus: Brasil fecha fronteira e venezuelanos são impedidos de voltar a Roraima

    Encontro na Venezuela decide criar Universidade Internacional de Comunicação

    VÍDEO: Itamaraty representou interesses de invasores da embaixada venezuelana em reunião

    Venezuela: “Cenário é tenso e perigoso, mas Maduro controla e neutraliza golpe”

    VIDA NORMAL EM CARACAS!!!

     

  • Fazer festa, reavivar a alegria é também revolucionário

    Fazer festa, reavivar a alegria é também revolucionário

    Em 24 de novembro de 2019, em domingo que começou nublado o Coletivo Flores pela Democracia, ocupou o Al Janiah.

    Nosso objetivo era confraternizar com as pessoas que de alguma maneira  já participavam  do Coletivo Flores pela Democracia. Era também divulgar o que já fizemos, quais foram e são nossos desafios. Buscar apoio.

    E ainda: dar visibilidade à diversidade das ações já desenvolvidas, partilhar um novo jeito de fazer política em praças e locais públicos, convidar para que mais pessoas cheguem perto,  colaborando para que possamos avançar em nossos compromissos, unir forças e indignações, agir …

    Há 1 ano e meio éramos 4, hoje somos cerca de 25 que atuam regularmente e 100 que participam através de grupo de Whatsapp  e de outras tantas que participam de ações de apoio ao Coletivo.

    https://youtu.be/bUPR-7VvIUU

    Tudo só aconteceu devido à ação coletiva

    Ficamos emocionadas, aproximadamente  200 pessoas vieram ao nosso Baião de Dois, tudo gente do bem. Alcy Linares fez um convite chamativo, com humor e arte; Cícero do Crato, caprichou nos ingredientes e no tempero.  O Al Janiah, conhecido espaço de resistência palestina, acolhedor dos movimentos de esquerda, foi invadido por flores de todo tipo: crepom, Flores jovens de 68, jovens de hoje, militantes, lutadores.

    A alegria tomou conta, nossa “mestre de cerimônia” Vânia estava impecável “Somos todos flores na delicadeza, mas também somos flores rompendo o asfalto, na luta e na resistência”, a dupla Moniquinha e Gaúcho animaram o encontro com alegria e através da participação  no bloco “Não Troco…”,  o humor e o lúdico selaram o compromisso  de quem passou por lá, o encontro de todos nós foi demais!

    Não troco

    Algumas falas do bloco “Não troco” traduzem o espírito que nos anima, a todos:  “Não troco: –  Minha Dignidade pela Minha Liberdade; – Minha Luta pela Passividade; – Paulo Freire por Olavo de Carvalho; – não troco Ciência por Terra Plana; – o SUS pela Privatização da Saúde; – não troco o Largo da Batata pelo Shopping Eldorado;  – Livros por Armas; – Mobilização por Acomodação; – não troco a Educação por Sucesso Profissional Passageiro; – o Tão Sonhado Socialismo pelo Capital Neoliberal; -não troco a Liberdade pela Repressão;  – a Liberdade por Baboseira; – o Nordeste por Miami; – Coletividade por Movimentos Individuais; – os CAPS de Saúde Mental, pelos Manicômios; – a Natureza pelo Desmatamento; – não troco a Arte pela Ignorância; – a Escola Pública pela Escola Militar;  o Respeito pelo Outro pelo Autoritarismo; – a Democracia pela Ditadura; – esse Encontro Lindo e Maravilhoso por Algumas horas em frente à TV; não troco o Meu Presidente por essa Quadrilha de Milicianos; – a Flor por Laranja; – O MST pela Monsanto;  – o Baião de Dois por um Fast Food; – não troco a Teologia da Libertação por Teologia da Prosperidade…” e por aí foi!!!!!!

    Encontro de afetos, encontro de lutas, encontro de colaboração, encontro de sonhos!

    Segundo depoimento de um dos participantes “É exatamente assim que se compõe este coletivo: MULHERES-FLORES que lutam com delicadeza e determinação, propagando a ideia básica e primordial de DEMOCRACIA. Saí ainda agora da festa e sigo pra casa com o coração cheio de amor, esperança e, principalmente força e inspiração para lidar com o que temos visto. Foram muitas as manifestações de calor, luta e exemplos de cuidado com todos os presentes. Meu agradecimento especial a todas as flores lindas que fazem desse coletivo um jardim tão diverso, colorido, saudável, alegre e fundamental para inspirar todas as gentes de todos os cantos”.

    Tudo isso se deu desta forma, por conta da ação coletiva de cada um de nós.

    Obrigada a todos. Apareçam no Largo da Batata, CHEGUEM MAIS!!!

    “Hoje só hoje, vamos fazer diferente, vamos fazer nascer de nossas mãos as flores, Flores pela Democracia”

    Com a poda, nascem Flores! A semana que passou que o diga, só golpes.

    JUNTAS SOMOS MUITAS!

    A festa é revolucionária!