Coronavírus já matou 1.295 americanos, mas Trump só pensa em caçar Maduro

Maduro com máscara contra o coronavírus: caçado
Maduro com máscara contra o coronavírus: caçado

O governo dos EUA acusou sem quaisquer provas ou evidências, nesta quinta (26), o presidente venezuelano Nicolás Maduro de narcoterrorismo e conspiração para traficar cocaína aos EUA. O Departamento de Estado americano estabeleceu uma recompensa de US$ 15 milhões (R$ 75 milhões) por informações que levem à captura de Maduro. Além do presidente venezuelano, estão sendo acusados vários outros integrantes do governo e membros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Por informações que ajudem a capturá-los, ofereceu-se recompensa de US$ 10 milhões (R$ 50 milhões).

Trata-se de mais um ataque, entre centenas de outros, contra a República Bolivariana da Venezuela, desde a eleição de Hugo Chávez à Presidência, em 1999. Mas, desta vez, a desfaçatez é escandalosa.

Os Estados Unidos vivem neste exato momento a tragédia sanitária decorrente de um sistema de saúde em grande parte inacessível aos mais pobres, e da irresponsabilidade do presidente Donald Trump que, a exemplo de seu homólogo no Brasil, Jair Bolsonaro, tem se oposto à medidas drásticas de isolamento social para impedir o contágio em massa pelo Covid-19. Os EUA já contam 85.594 casos comprovados de coronavírus (mais do que a China) e 1.295 mortos.

Desatento à dor do povo americano, o governo Trump encontrou tempo para rosnar em direção à Venezuela, responsabilizando-a pelo narcotráfico internacional, quando é a Colômbia, sabidamente, o grande produtor de drogas no mundo, especialmente cocaína, conforme levantamentos realizados pela ONU e pelas próprias autoridades dos EUA. Ocorre que a Colômbia, que possui 2.219 km de fronteira com a Venezuela, é uma aliada histórica do imperialismo americano em seu intento de atacar a revolução bolivariana –por isso, as autoridades dos EUA fecham os olhos para a farra entre narcotraficantes e políticos da direita colombiana.

 

Ivan Duque, presidente da Colômbia, com Ñeñe Hernández, colombiano morto no Brasil Reprodução / Instagram
Iván Duque, presidente da Colômbia, com Ñeñe Hernández, colombiano morto no Brasil, e a ex-miss. Reprodução / Instagram

Agora mesmo, a Colômbia sob a presidência do direitista Iván Duque está sendo sacudida por um escândalo chamado “José Guillermo Hernández”, ou melhor, Ñeñe Hernández. Esse é o nome mais repetido na Colômbia hoje, depois de coronavírus. Ñeñe Hernández foi um amigão do peito de Iván Duque, criador de gado, membro da alta sociedade, casado com uma ex-miss Colômbia, proprietário de terras, de luxuosas propriedades e… braço político e financeiro de Marcos de Jesús Figueroa, o Marquito, contrabandista de gasolina e narcotraficante da pesada. Assassinado no ano passado no Brasil, o nome de Ñeñe Hernández ressuscitou por conta da recente descoberta, pela polícia, de áudios gravados que provam que Ñeñe Hernández foi um dos maiores financiadores ilegais da campanha que levou Iván Duque ao poder. Mas isso pouco importa ao Departamento de Estado americano e a Donald Trump. A obsessão é com a Venezuela.

A Venezuela, por seu turno, considera-se vítima do flagelo do narcotráfico, que espraia sua violência ignorando as fronteiras entre os dois países. O país emitiu uma nota de esclarecimento sobre a natureza do mais novo ataque americano ao país. É o que segue:

 

Aos Povos do Mundo e Amigos da Revolução Bolivariana

(…) Vamos colocar esta decisão no contexto:

1. Sob a liderança do Presidente Maduro, a Venezuela vem realizando uma luta eficiente contra o coronavírus, alcançando até agora uma contenção importante desse vírus. Nosso país foi o primeiro da região a pedir quarentena e, graças à cooperação com a China, a Rússia e Cuba, temos todas as capacidades médicas para lidar com essa pandemia. Tais decisões tiveram o apoio majoritário do povo venezuelano, incluindo amplos setores da oposição.

2. Um importante processo de diálogo está progredindo com os setores democráticos da oposição, muitos dos quais, no contexto da pandemia, se manifestaram a favor de trabalhar com o governo e exigir a cessação de medidas coercitivas unilaterais (erroneamente chamadas de sanções), que afetam nossa economia e nosso povo.

3. De diferentes partes do planeta, vozes se uniram contra o bloqueio sofrido pela Venezuela, entre as quais destacamos as recentes declarações do Comissário para as Relações Internacionais da União Europeia, Josep Borrel; Secretário-Geral da ONU, Antonio Guterres, e Michelle Bachellet, Comissária da ONU para os Direitos Humanos.

4. Em 23 de março passado, a polícia de trânsito colombiana capturou um arsenal de guerra que, nossos serviços de inteligência demonstraram, tinham como objetivo final sua transferência para a Venezuela para realizar atos terroristas contra o presidente Maduro e outras autoridades. Todo o tecido dessa conspiração, que conta com o apoio dos Estados Unidos e da Colômbia, foi denunciado ontem com detalhes pelo nosso ministro da Comunicação, Jorge Rodríguez.

Após as reduzidas manifestações da oposição convocadas por Juan Guaidó em 2020, de Washington, eles decidiram reforçar as ações violentas para alcançar a tão esperada “mudança de regime” na Venezuela. É nesse quadro de fortalecimento do governo bolivariano e da crise nos EUA devido à pandemia que ocorre essa decisão perigosa, irracional e criminosa anunciada hoje pelo governo Trump. Eles apostam claramente na violência e no terrorismo, como foi revelado nas declarações divulgadas hoje por um traidor ex-militar venezuelano, general Cliver Alcalá Cordones, que da Colômbia confessou que as armas capturadas eram realmente para realizar ataques em Venezuela, em um plano que tem o aval de Juan Guaidó e do governo dos EUA, por meio de funcionários e mercenários prestadores de serviços militares. Entre outros elementos, Alcalá ressalta que a compra das armas foi instruída por Guaidó e que ele tem um contrato que comprova isso.

É importante observar que, durante vários anos, especialmente desde 4 de agosto de 2018, quando ocorreu uma tentativa de assassinato em Caracas contra o presidente Maduro com o uso de drones carregados de explosivos, foi denunciado que esses grupos terroristas operam na Colômbia. Foram até enviadas para as autoridades a localização dos campos em que os terroristas treinam, sem que o governo de Iván Duque tomasse qualquer providência para extinguir a ação criminosa. Conseqüentemente, denunciamos essa situação de cumplicidade do governo colombiano com os terroristas perante o Secretário-Geral da ONU.

Estamos, portanto, vivendo um momento muito perigoso, levando também em conta o próximo processo eleitoral presidencial nos Estados Unidos, propício – como tem sido visto historicamente – a aventuras que ajudam a garantir a reeleição do Presidente de plantão. Diante disso, pedimos sua solidariedade com o povo venezuelano e ficamos atentos a essa nova etapa de agressão.

Nós Venceremos!
#LasSancionesSonUnCrimen
#MaduroValentíaYDignidad

 

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VIDA NORMAL EM CARACAS!!!

 

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