Jornalistas Livres

Tag: Ministério da Saúde

  • Manifestações mostram que Bolsonaro desliza sem volta para o precipício

    Manifestações mostram que Bolsonaro desliza sem volta para o precipício

    Por Ricardo Melo*

    Que me perdoe Dacio Malta, um dos mais destacados jornalistas do país e produto de uma linhagem que vem de Octavio Malta, co-fundador da Última Hora e um dos mais brilhantes profissionais da grande imprensa quando ela podia ser chamada deste nome.
    Mas o último artigo de Dacio aqui publicado, sobre o impeachment de Bolsonaro, ficou no meio do caminho.

    Ele tem toda razão ao afirmar que Bolsonaro merece o impeachment diante da atitude do genocida, expulso do exército como terrorista, frente à Covid-19. Mas oscila quando diz que seus outros crimes foram “absolvidos” porque foi eleito em 2018.

    Ora, Bolsonaro não foi eleito sob regras democráticas. Primeiro, beneficiou-se do impeachment irregular de uma presidenta legitimamente eleita. Depois, contou com o apoio sórdido de uma ação judicial conduzida contra Lula pelo seu futuro ministro, hoje “desafeto”, o infecto Sérgio Moro. Qualquer dúvida a respeito desaparece quando se consultam os diálogos trazidos a público pelo “The Intercept Brasil”. Lá se revela o caráter criminoso e parcial com que o Marreco de Curitiba manipulou o processo. Não bastasse isso, Bolsonaro beneficiou-se de uma máquina milionária de mentiras, orientada por assessores americanos e financiada por empresários brasileiros para espalhar fake news contra seus adversários.

    Não fosse tudo isso, Lula teria ganho as eleições com folga ainda no primeiro turno. Até a rampa do Planalto sabe disso.

    Bolsonaro é um presidente fraudulento, ilegítimo, com ou sem covid-19. Um usurpador. Sua trajetória neofascista, misógina, homicida, armamentista, desenvolvida durante 30 anos no Congresso, só se tornou “maioria nominal” graças a expedientes liberticidas e, sobretudo, porque contou com o apoio da elite apodrecida que prefere qualquer coisa, menos governos com algum viés social.

    Sim, estes traços tenebrosos ganham tintas mais carregadas quando ele age como homicida assumido diante de uma pandemia devastadora. Transformou o Ministério da Saúde dirigido por militares desqualificados em um esconderijo de cadáveres.

    Mas isso é apenas o ápice da trajetória de um desequilibrado a serviço do grande capital e seus asseclas na grande mídia, nas Forças Armadas, no Judiciário e no Legislativo. Bando de acólitos anti-Brasil. O conjunto da obra já é mais do que suficiente para expulsar Bolsonaro e sua gangue do poder que ele e sua turma de milicianos tomaram de assalto, pisoteando meios democráticos elementares.

    Paradoxalmente, esse alucinado só está de pé por causa do isolamento que ele tanto ironiza. Estivesse segura de sair às ruas sem colocar em risco a própria vida, a população já teria dado cabo deste excremento. Isto já começou a mudar como mostraram as manifestações de domingo.   

    Este será o curso inevitável dos próximos momentos.

     

    *Ricardo Melo, jornalista, foi editor-executivo do Diário de S. Paulo, chefe de redação do Jornal da Tarde (quando ganhou o Prêmio Esso de criação gráfica) e editor da revista Brasil Investe do jornal Valor Econômico, além de repórter especial da Revista Exame e colunista do jornal Folha de S. Paulo. Na televisão, trabalhou como chefe de redação do SBT e como diretor-executivo do Jornal da Band (Rede Bandeirantes) e editor-chefe do Jornal da Globo (Rede Globo). Presidiu a EBC por indicação da presidenta Dilma Rousseff.

    Leia mais Ricardo Melo em:

     

    Pandemia: 1% mais rico do País não está nem aí para as mortes dos pobres

     

    RICARDO MELO: BRASIL À DERIVA, SALVE-SE QUEM PUDER!

  • Com Bolsonaro, Brasil se torna o paraíso do Coronavírus

    Com Bolsonaro, Brasil se torna o paraíso do Coronavírus

    Por Dacio Malta*

    O auxiliar de coveiro e ministro da Covid, Eduardo Pazuello, general paraquedista que usou o dispositivo para pousar no cargo que ocupa, não entende nada de Saúde. Sua especialidade no Exército é logística de munição – uma função pomposa mas totalmente inútil para um país que não está em guerra.

    Para auxiliá-lo no ministério, Pazuello convocou mais de uma dezena de coronéis e oficiais de menor patente para preencher cargos que deveriam ser de médicos, cientistas, sanitaristas e infectologistas. Mas ele achou mais fácil trabalhar com os seus “cães de guerra”, como já declarou.

    Nos finais de semana, o auxiliar de coveiro veste um jeans e uma camiseta e, ao lado do chefão, participa das manifestações antidemocráticas junto à boiada, defendendo o fechamento do Congresso e do STF, e pedindo a implantação do AI-5 e uma intervenção militar com Bolsonaro no poder.

    Pazuello não é o que existe de pior neste governo.

    Não porque seja um estranho no ninho onde pousou, mas porque é mesmo difícil dizer o que existe de pior em uma administração que ignora a ciência, combate à imprensa, despreza as pessoas, protege os fascistas, blinda os filhos milicianos, se cerca de desqualificados, não tem programa para nenhuma área. E, quando se reúne, como no dia 22 de abril, é para filmar uma conversa de botequim e selecionar os melhores momentos para inflamar seus adeptos com uma propaganda barata e sem o menor pudor.

    Mas o general da Covid – que será julgado e, certamente, condenado pela História – decidiu agora convocar um civil, tão despreparado para a função como os militares que o cercam.

    Carlos Wizard, do cursinho de inglês para um dos cargos mais importantes do Ministério da Saúde. E daí?
    Carlos Wizard, do cursinho de inglês. E daí?

    Um tal Carlos Wizard, de sobrenome conhecido para quem faz esses cursinhos de inglês, é o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos em Saúde (SCTIE), um dos cargos mais importantes do ministério, e que estava sendo ocupado pelo professor titular da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Antonio Carlos Campos de Carvalho, um dos poucos nomes indicados pelo ex-ministro Nelson Teich.

    Sua secretaria terá a incumbência de formular políticas nacionais de ciência e inovação em saúde, assistência farmacêutica, além do fomento à pesquisa, desenvolvimento e educação.

    Sua experiência é zero. Mas como diz o capitão: “E daí?”

    Wizard era proprietário do curso de inglês que leva seu nome, vendeu-o para um grupo estrangeiro, e hoje dedica-se às marcas Mundo Verde e Pizza Hut.

    Paralelamente às questões sanitárias, vai importar o Taco Bell “um fast-food com muitos fãs no Brasil”.

    Wizard é filho de família humilde – pai caminhoneiro e mãe costureira – que frequentavam a igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Por conta dos contatos que teve com missionários norte-americanos, aprendeu inglês.

    Aos 17 anos viajou para os EUA levando 100 dólares no bolso e, sabe-se lá como, tornou-se “bilionário”, como ele se declara em perfil no Wikipedia.

    No Instagram, o espertalhão gosta de postar fotos com Bolsonaro, com a terceira primeira dama Michelle, com Eduardo Bananinha e a ministra da goiabeira.

    Antes da posse, prometeu entupir a população de cloroquina.

    Se uma pessoa apresentar algum sintoma da Covid, basta se dirigir a um hospital para começar o tratamento preventivo. E a droga será ministrada ainda a todos os que o cercam, como esposa, filhos, empregados, vizinhos e afins.

    Para a próximo mês, Wizard fez uma promessa mais diabólica: ele quer recontar o número de mortos pelo coronavírus – já que os dados divulgados até agora são “fantasiosos ou manipulados”.

    A Bela Megale, de ‘O Globo’, ele sentenciou:

    – Tinha muita gente morrendo por outras causas e os gestores públicos, puramente por interesses de ter um orçamento maior nos seus municípios, nos seus estados, colocaram todo mundo como Covid. Estamos revendo esses óbitos.

    Para o coveiro da nação e morador do Alvorada, seu novo contratado está se saindo melhor que a encomenda.

    *Dacio Malta trabalhou nos três principais jornais do Rio – O Globo, Jornal do Brasil e O Dia – e na revista Veja.

    Leia mais Dacio Malta em:

    Cadê o Queiroz? Braço direito de Bolsonaro tem a senha pra derrubar o presidente

  • Governo covarde. Se você morrer a culpa é SUA!

    Governo covarde. Se você morrer a culpa é SUA!

    Irresponsabilidade é pouco. A palavra correta é COVARDIA! Temos no Palácio do Planalto um fascista ignorante e covarde que está jogando sobre a população a responsabilidade sobre um tratamento médico potencialmente fatal. Com a polêmica idiota entre Cloroquina X Tubaína como cortina de fumaça e a divulgação, pouco depois, do vídeo recheado de palavrões, alucinações e crimes contra a honra de ministros do STF, governadores e prefeitos, a covardia do governo com chamado “novo protocolo” de uso da hidroxicloroquina acabou engolida por outros fatos.

    Que o fascismo funciona na pulsão de morte, como alertava Freud e depois Adorno, não há dúvida. Ainda nos anos 1990, Bolsonaro já dizia na TV que uma mudança política no Brasil só aconteceria com o “que o regime militar não fez: matando uns 30 mil“. A pandemia já está, oficialmente, prestes a bater essa marca. A “culpa” pelas mortes, no entanto, não é do presidente que quer armar a população contra os “bostas” dos prefeitos, do ministro da área econômica preocupado em “perder dinheiro” com ajuda às pequenas e médias empresas (responsáveis por 70% dos empregos formais), do ministro da educação que usa seu tempo de fala para destilar ódio contra o termo “povos indígenas” e os “vagabundos” do STF que ele gostaria de prender enquanto milhões de estudantes no país não têm nenhuma orientação sobre como será o ano letivo. A culpa não é sequer do ministro relâmpago da saúde que se recusou a assinar o tal protocolo, assim como seu antecessor, e saiu do ministério abrindo espaço para mais de 20 militares sem formação médica.

    A culpa é SUA! Sim. Se você não tem um smartphone, pacote de internet e expertise digital para preencher todos os formulários digitais e baixar senhas que duram uma hora para o saque do auxílio emergencial de R$ 600, a culpa é sua. Se o banco não aceita seus bens (casa, carro, escritório etc) e seu histórico de décadas de atividade comercial ou industrial como garantias com “liquidez” para fornecer um empréstimo que segure por dois meses os custos e folha de pagamento, a culpa é sua. E se você pegar Covid-19 por ter que rodar os bancos tentando o empréstimo prometido há dois meses pelo governo ou por ser obrigado a ficar horas e horas aglomerado nas filas da Caixa (porque o governo não libera o pagamento nem pelo Banco do Brasil!!!) para a ajuda emergencial, a culpa, claro, é sua.

    E agora temos mais uma culpa pra você: a responsabilidade sobre as consequências do uso de um medicamento controverso mesmo entre os cientistas mais renomados do mundo. Se NINGUÉM no ministério, nem ao menos um técnico de segundo escalão, teve coragem de assinar o novo protocolo da Cloroquina, não há responsáveis no ministério ou no Governo Federal. Mas o profissional de saúde que decide, na ponta, usar o medicamento, pesando os prós e os contras da sua administração levando em conta o histórico médico do paciente, é o responsável por possíveis consequências, certo? Não.

    O novo protocolo prevê a assinatura do paciente num “Termo de Ciência e Consentimento” que traz explicitamente: “A Cloroquina e a hidroxicloroquina podem causar efeitos colaterais como redução dos glóbulos brancos, disfunção do fígado, disfunção cardíaca e arritmias, e alterações visuais por danos na retina. […] não existe garantia de resultados positivos para a Covid-19 […] (e) podem levar à disfunção de órgãos, ao prolongamento da internação, à incapacidade temporária ou permanente e até ao óbito”.

     

    Traduzindo para o português: a cloroquina pode destruir seu sistema imunológico, parar seu fígado, parar seu coração, comprometer sua visão até a cegueira e matá-lo. E não há nenhuma garantia de que o remédio vai curá-lo da doença. Então, se você tomar e morrer a culpa é exclusivamente SUA. Quando um paciente tem que assinar um documento autorizando o uso apesar das possíveis consequências, ele tira a responsabilidade do médico e é exatamente o que o Governo Federal, covardemente, fez, ao mesmo tempo em que tenta passar uma legislação que retire de suas costas qualquer consequência jurídica sobre seus atos e omissões “no tocante” à pandemia.

    Não há governo. Não há ministério. Não há médico. No final, quem deve tomar a decisão é uma pessoa sem conhecimento médico ou científico, sofrendo com uma doença nova que já matou mais de 22 mil brasileiros em menos de três meses e soterrada por informações, desinformações e fake news contraditórias. Assim, se você morrer ou ficar sequelado devido a um medicamento ministrado dentro do serviço público de saúde, não adianta tentar jogar a responsabilidade sobre alguém preocupado somente com a possibilidade da justiça provar seus crimes e “foder minha família ou amigo meu“. A CULPA É SUA!

  • Bolsonaro deve deixar Saúde com Pazuello, que confunde homens com cavalos

    Bolsonaro deve deixar Saúde com Pazuello, que confunde homens com cavalos

    Por Dacio Malta*

    O general Eduardo Pazuello chegou ao ministério da Saúde usando o instrumento que melhor sabe manejar: um paraquedas.

    O médico bolsonarista Nelson Teich assumiu sua pasta tonto e, 28 dias depois, estava atordoado.

    Sem força e sem equipe, aceitou o general para ocupar a secretaria geral e, em menos de uma semana, foi engolido por mais 30 militares gulosos que ocuparam todas as chefias do ministério.

    O presidente começou a fritar Teich na terceira semana, torcendo para que ele pedisse o boné.

    Se tivéssemos um governo minimamente competente e previsível, o substituto seria nomeado na mesma tarde.

    Mas o que fazer?

    Educação e Saúde são os dois ministérios mais cobiçados pelos políticos, quanto mais em meio a uma negociação como a que existe no momento,  com o bloco mais fisiológico da Câmara – o chamado Centrão.

    Mas nem eles querem o rabo de foguete.

    Recusaram o convite e sugeriram que o general cumpra um mandato tampão, até que acabe a crise da pandemia.

    Já os generais do Planalto, torcem para que a pasta seja entregue a um civil, pois não desejam ver os milhares de mortos, que ainda vem por aí, caírem no colo de um militar. Certamente mais de 90% dos médicos votaram em Bolsonaro e, pelo menos até a “gripezinha”, esse índice não havia diminuído.

    Mas quem tem um currículo a preservar não vai jogá-lo no lixo só para agradar um capitão maluco, despreparado, tosco, ignorante, mal educado e criador de caso – que nem o Exército quis preservar em suas fileiras.

    Currrículo de Pazuello, no site do ministério: nada a ver com a Saúde
    Pazuello no site do ministério: nada a ver com Saúde

    Em meio à tragédia sanitária, econômica e política que nos aflige, Bolsonaro deve acabar optando mesmo por Pazuello, o paraquedista que tem gravado em sua ficha funcional o fato de ter colocado um soldado, no lugar de um cavalo, para puxar uma carroça – forma de punir um indisciplinado.

    Pazuello, como militar obediente, será agora o cavalo que puxará a carroça do capitão.

    O general, caso efetivado, chegará fraco, pois ficará claro que, depois de várias sondagens, o presidente não encontrou um nome que aceitasse o desafio. Por isso sua nomeação.

    A Wikipédia ensina que ordem unida “é uma formação habitual dos componentes de uma tropa”, que aceitam os comandos “dados pelo oficial, graduado ou o mais antigo presente à frente do grupo, em tom firme, enérgico e que inspire respeito à figura da autoridade presente”.

    Em termos práticos, a ordem unida serve para mostrar quem manda.

    É também a forma mais eficaz de ensinar os subordinados a respeitarem seus superiores.

    Na ordem unida não existe discussão.

    Aos poucos, o capitão vai disseminando o que aprendeu em seus primeiro dias de AMAN, a Academia Militar das Agulhas Negras.

    E Pazuello, que chegou como número 2, assim continuará.

    O ministro de verdade será Jair Bolsonaro.

    O aspecto positivo é que, nessa condição, o presidente não poderá mais recusar a função que vem desempenhando, com enorme afinco, desde meados de março: o de coveiro da nação.

     

    *Dacio Malta trabalhou nos três principais jornais do Rio – O Globo, Jornal do Brasil e O Dia – e na revista Veja.

     

    Leia mais Dacio Malta em

    Teste do Covid-19 de Bolsonaro é fake

  • Mandetta é demitido, serviçal de Bolsonaro assume

    Mandetta é demitido, serviçal de Bolsonaro assume

    As jornalistas Kátia Passos e Laura Capriglione, dos Jornalistas Livres, comentaram ao vivo a demissão do Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, e o anúncio do presidente Bolsonaro da posse do novo ministro, Nelson Luiz Sperle Teich, para a pasta. A demissão ocorre em meio a possibilidade de agravamento da crise do coronavírus, com previsões de aumento de casos e mortes para maio e junho.

    Depois de cerca de três semanas de conflitos públicos entre o presidente e Mandetta, que envolveu provocações contra o ministro em redes televisivas por parte de Bolsonaro, desrespeito às recomendações da OMS que o ministério da saúde adotou e ensaios de demissão a novela chegou ao fim, nesta tarde. Ao mesmo tempo em que o ministro anunciava sua saída, falando do ministério, o presidente anunciava seu substituto, falando do palácio do planalto. 

    Para Laura a demissão demonstra, contrariando as avaliações que colocam o presidente como líder decorativo substituído pelo alto escalão  militar do governo, que o poder ainda permanece em parte com Bolsonaro, a situação “deixou claro que Bolsonaro não está com a bola toda, mas não está isolando daquilo que é a espinha dorsal de seu governo: os militares, que continuam sustentando o governo”. Já Mandetta voltará a posição de político local, segundo Laura, por conta dos contrapontos que ele apresentou ao posicionamento do governo como “aparecer com a camisa do SUS”, contraria os planos estabelecidos do neoliberalismo palaciano que tem como grande plano privatizar o SUS.

    Em sua avaliação o substituto, Nelson Teich, vem para defender os interesses das empresas de saúde privada. Teich, que já foi consultor do hospital Albert Einstein em São Paulo, integra a comitiva de Bolsonaro desde a campanha. Ele é “um cara que nós podemos temer muito pelo que virá. A tendência é que agora Bolsonaro consiga alinhar o que não estava alinhando. Você tem o Paulo Guedes, um fundamentalista da retirada de dinheiro dos serviços públicos com um cara que defende o SUS [Mandetta]. Agora você tem um alinhamento”. O mercado e a economia serão colocados em prioridade e “dias piores virão”.

    Para Kátia, Nelson Teich é o “cara que está em consonância com as ideias do Bolsonaro e as ideias do mercado e é óbvio que alguém que não esteja em consonância com as ideias do presidente vai ser demitido. E se existir algum que não concorde com as ideias do presidente, fatalmente, vai estar fora”. O papel de Moro e Paulo guedes, respectivamente ministros da Justiça e Economia, também foi lembrado. “Esse monstro moral, que se travestiu durante um longo tempo como juiz, mas é o lado bonitinho e cheiroso dos milicianos que cercam a família Bolsonaro. Esse é o Sérgio Moro” que se disse contrário aos presos que não cometeram crimes violentos ou que cumpriam progressão de penas a saírem em meio a crise. Já Paulo Guedes, que representa o mundo financeiro, mas consegue ser mais radical do que símbolos  dos neoliberalismo como economistas do FMI (Fundo Monetário Internacional), que hoje defendem intervenções pesadas na economia. 

    Kátia também pontuou que, por mais que o Mandetta tenha tido certa liderança pouco antes de ser demitido, ele “no início da pandemia patinava sobre o isolamento social. Fora o histórico dele, de ter sido um dos caras que voltou contra o fomento e o engrandecimento do SUS”. Enquanto deputado Mandetta votou pelo PEC do teto dos gastos e foi favorável a expulsão dos médicos cubanos. 

    O papel da comunicação, que tem sido um contraponto ao Bolsonaro, e o comportamento das igrejas, que têm realizado campanhas para o fim do isolamento, em meio a pandemia também foi abordado. 

    Veja o debate

  • Bolsonaro criminoso contraria Ministério da Saúde e vai, sem máscara, a manifestação anti-Congresso

    Bolsonaro criminoso contraria Ministério da Saúde e vai, sem máscara, a manifestação anti-Congresso

    Apesar de as mortes decorrentes do coronavírus se multiplicarem pelo planeta, especial destaque para a Itália (com mais de 1.441 mortes), o irresponsável presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, fez questão de contrariar as normas de conduta em relação à doença estabelecidas pelo próprio ministério da Saúde, para incentivar as manifestações dos fascistas que o apoiam, marcadas para hoje.

    Bolsonaro deveria permanecer em isolamento até refazer os testes para o coronavírus, já que ao menos seis pessoas que estiveram próximas a ele durante viagem aos EUA, na semana passada, estão infectadas com o novo vírus.

    O presidente já se submeteu a um primeiro teste para o coronavírus, que deu negativo, mas segue sendo um potencial transmissor da doença até que um novo teste para o vírus seja feito nele, a chamada contraprova.

    Depois de ter feito pronunciamento em rede nacional de televisão para desestimular os atos deste domingo (15) em função da propagação do novo coronavírus no país, Jair Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada de carro na tarde deste domingo e seguiu para a Esplanada dos Ministérios.

     

    Irresponsabilidade demais

    Mas a irresponsabilidade de Bolsonaro não pára por aí. Ao comparecer ao lado de manifestantes no ato pró-governo deste domingo e continuar circulando por Brasília, ele incentiva a formação de aglomerações de apoiadores, criando terreno fértil para a proliferação do coronavírus. Bolsonaro também compartilhou vídeos e fotos sobre as manifestações no Twitter. Em uma delas, sem autoria, era possível ler faixas “Fora Maia”, contra o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, “Fora STF” e “SOS Forças Armadas”.

     

    No Boletim Epidemiológico produzido pelo Ministério da Saúde e divulgado ontem (14/março), lê-se que, entre as medidas mais importantes necessárias à contenção da pandemia de coronavírus, está o “adiamento ou cancelamento de eventos com aglomeração de público – governamentais, esportivos, artísticos, culturais, políticos, científicos, comerciais e religiosos e outros com concentração próxima de pessoas”.

    Por causa disso, jogos de futebol, combates do UFC, shows e outros eventos com aglomeração de pessoas estão sendo cancelados ou, quando realizados, o são sem a presença de público. Bolsonaro é um risco à saúde pública, com seu comportamento irresponsável, leviano e criminoso. E o pior: quem pagará, caso a pandemia se espalhe e comece a matar pessoas por aqui, não serão apenas os apoiadores do presidente fascista que se expuseram à doença ignorando todas as advertências médicas, mas todo o povo brasileiro, porque essa gente que vai aos atos de Bolsonaro passará a doença para inocentes com quem se relacionarem.

     

    É preciso parar Bolsonaro!