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  • DEPUTADO TRANSFÓBICO DO PARTIDO DE BOLSONARO ASSUME SER GAY PRA ESCAPAR DE DEDURAGEM NAS REDES!

    DEPUTADO TRANSFÓBICO DO PARTIDO DE BOLSONARO ASSUME SER GAY PRA ESCAPAR DE DEDURAGEM NAS REDES!

    Depois de ofender e ameaçar a deputada Erica Malunguinho, mulher trans do PSOL, o deputado Douglas Garcia, do PSL, o mesmo partido de Jair Bolsonaro, assumiu-se gay em plena sessão desta sexta à tarde, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

    Na quarta-feira, Douglas Garcia dirigiu-se a Erica Malunguinho, dizendo-lhe:

    “Se acaso dentro do banheiro de mulher que a minha irmã ou a minha mãe estiver utilizando um homem que se sente mulher […] entrar no banheiro eu não estou nem aí, eu vou tirar primeiro no tapa e depois chamo a polícia”

    Não foi a primeira derrapada grave de Douglas, que vinha se notabilizando por comportamento agressivo e abusado. No dia 21 de março, o mesmo deputado chamou os professores de “vagabundos” por protestarem contra a Reforma da Previdência nas ruas.

    Na sessão desta sexta, a homossexualidade de Douglas foi apresentada por sua colega de bancada, Janaína Paschoal, a quem ele cedeu seu tempo de fala para que ela o “defendesse”. Em apartes, Douglas afirmou que sempre foi uma pessoa muito bem “resolvida” com sua homossexualidade, que nunca quis fazer dessa condição uma bandeira, mas que temeu que se concretizassem “ameaças” de que, nas redes sociais, sua condição fosse revelada à revelia.

    Importante salientar e explicar para o mais novo membro da bancada LGBT, Douglas Garcia, que ninguém deixa de ser transfóbico apenas porque se assumiu como gay. Há muitos gays e lésbicas transfóbicos, e a luta contra a discriminação dentro da própria esfera LGBT é permanente.

    Douglas Garcia disse que continua sendo adepto da Escola sem Partido e disse que o PSL de Bolsonaro está acolhendo-o muito bem.

    Só para entender, Jornalistas Livres querem já de antemão, dirigir a ele cinco perguntas básicas:

    1. O que o senhor acha da frase do presidente Bolsonaro, que disse preferir um filho morto em um acidente de carro a um filho que apareça com outro homem?

    2. O senhor já foi vítima de bullying?

    3. O senhor já tentou fazer a cura gay?

    4. O senhor acha que existe cura gay?

    5. O que o senhor acha das propostas da ministra Damaris que prevêem que meninos sejam educados como guerreiros e as meninas, como princesas?

    No mais, toda a felicidade do mundo para mais esse homossexual que sai do armário montado pela repressão, pelo machismo e pela discriminação defendidas pelo presidente Jair Bolsonaro!

    Viva a liberdade de ser quem se é!

  • Miss Mato Grosso Gay premia a diversidade além do gênero

    Miss Mato Grosso Gay premia a diversidade além do gênero

    Por Francisco Alves, especial para os Jornalistas Livres

    O maior concurso transformista do estado de Mato Grosso aconteceu domingo passado, dia 16 de Dezembro, na capital Cuiabá – MT, no Teatro do Cerrado Zulmira Canavarros – o maior teatro da cidade. Trata-se do concurso de beleza Miss Mato Grosso Gay 2019  (@missmtgay2019), sob coordenação do Caio Cesar Bandeira e com abertura do cantor Hedson Santana, que fez uma retrospectiva musical da sua carreira.

     

    Candidatas se preparam para o desfile. Foto Francisco Alves

     

    Foram premiadas as candidatas Miss Simpatia – escolhida na hora entre os próprios concorrentes, e a Miss MT Gay 2019, Jennifer Lizz, representante do município de Poconé, que tem deficiência auditiva. Além de garantir uma vaga na etapa nacional do concurso, o Miss Brasil Gay, será realizado em agosto do ano que vem, em Juiz de Fora (MG), a vencedora do concurso também recebeu um prêmio de R$ 2 mil em dinheiro e procedimentos estéticos para o rosto. Lizz precisou recorrer a uma tradutora de Libras para fazer o discurso de vitória, o que emocionou ainda mais os presentes.

    A vencedora, Jennifer Lizz, da cidade de Poconé, MT

    O Miss MT Gay avaliou 16 candidatas, cada uma de um município ou distrito de Mato Grosso e teve como finalidade dar visibilidade à causa LGBTQ+ (lésbicas, gays, bissexuais, pessoas trans, queers e outras identidades sexuais), de forma a tornar a sociedade mais inclusiva. Agora é torcer por Lizz no concurso nacional!

  • A importância da discussão LGBT na agroecologia

    A importância da discussão LGBT na agroecologia

    Por Patrícia Adriely
    Há pelo menos quatro décadas, lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais lutam contra o preconceito e empenham-se pelo seu reconhecimento na sociedade brasileira. A Parada do Orgulho LGBT, realizada anualmente em São Paulo, por exemplo, é uma das maiores celebrações da diversidade do mundo. No campo, essa luta também é importante. Por isso, o movimento agroecológico busca discutir e evidenciar essa pauta.

    “Agroecologia e LGBTfobia não combinam. Por isso que as gays, as bi, as trans e as sapatão estão todas organizadas para construir um projeto agroecológico feminista, colorido e antirracista. Discutir democracia e agroecologia sem discutir a sexualidade e as subjetividades de nossos povos, nós não conseguiremos avançar”, disse Luiz Filho, integrante do GT de Juventudes da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA).
    O assunto foi uma das pautas na Plenária das Juventudes, promovida durante o IV Encontro Nacional de Agroecologia (ENA), realizado entre os dias 31 de maio a 3 de junho no Parque Municipal, no centro de Belo Horizonte. Dê Silva, estudante da Universidade Federal de Mato Grosso, saiu do encontro muito satisfeita com as discussões. “Nessa plenária a gente conseguiu ter vários debates importantes na perspectiva de que a agroecologia compreende toda a diversidade. Defender esse projeto da agroecologia é defender as mulheres, os LGBTs, os negros, como seres que compõem todo esse universo”, declarou.

     
    Essa reflexão é importante porque o sujeito LGBT do campo ainda é invisível dentro do movimento agroecológico, conforme afirmou Alexandre Bezerra Pires, que também participou da plenária. “A gente precisa aprender a se desafiar, a dizer que no mundo rural também há gays, lésbicas, trans e bissexuais que estão vivendo lá e que também constroem agroecologia”, disse. Segundo ele, muitos jovens sofrem preconceito até mesmo na própria família, o que faz com eles deixem o campo para ir para a cidade grande, espaço em que há maior aceitação.

    Assim, a partir dessa constatação, o GT de Juventudes assumiu a questão como uma bandeira importante para abrir espaço para que o LGBT do campo afirme sua identidade, assim como outros grupos que se fortalecem dentro da agroecologia.
  • Meu primeiro amor” só pode acontecer se for hétero?

    Meu primeiro amor” só pode acontecer se for hétero?

    Por Marcio Anastacio para os Jornalistas Livres

    Quem não lembra do filme “Meu primeiro Amor” sucesso da “Sessão da Tarde”? As pessoas achavam fofa a história de crianças de 12 anos em sua primeira paixãozinha. Era lindo porque era um menino e uma menina.

    Durante estará semana circulou fortemente um vídeo de dois meninos dando um beijo no aniversário de um dos dois. Eles têm 13 e 14 anos, mas o que chama atenção para nós, não é a idade deles, mas o fato de como estão usando essas imagens para atacar a população LGBT.

    Antes de qualquer pessoa querer julgar o fato, é necessário debater sobre uma sociedade hipócrita estruturada no machismo onde os pais perguntam aos meninos, antes dos 10 anos de idade: Você já está namorando? E os cobram essa resposta.

    A mesma sociedade que se choca com o beijo de dois meninos de 13 e 14 anos não se espanta ao saber que é costume em alguns lugares do Brasil um pai levar o filho para um Cabaré (nome dados a casas de prostituição no Nordeste) para fazê-lo perder a virgindade com prostitutas, já aos 12 anos, mesmo contra a sua vontade.

    A sociedade conservadora, moralista e hipócrita não nos serve. Eu já fui uma criança viada, meus amigos começaram a descoberta da sua sexualidade aos 12 anos, outros um pouco mais tarde, como eu. Nessa idade todos e todas não querem mais ser Boca Vigem (BV). Isso não atingiu o nosso psicológico. O que destrói a nossa saúde mental é a LGBTfobia cotidiana.

    Para a direita conservadora, todo dia é dia para jogar pedra na população LGBTs, mas nos “somos muitos, não somos fracos” e não iremos recuar na conquista de direitos e no diálogo pedagógico com a sociedade para tratar temas vinculados as nossas pautas.

    Márcio Anastacio. Jornalista e Bicha nordestina

  • Crivella em 7 ataques à cultura e aos LGBTs do Rio

    Crivella em 7 ataques à cultura e aos LGBTs do Rio

    Márcio Anastacio para os Jornalistas Livres

    O primeiro ano de gestão do prefeito Marcelo Crivella (PRB), não tem sido fácil para a Cultura e nem para os LGBTs do Rio de Janeiro. A sociedade tem acompanhado a um verdadeiro desmonte destas duas áreas. Nos últimos meses, informações veiculadas pela imprensa deram o alerta aos cariocas e os Jornalistas Livres coloca sete delas em debate. Relembre:

    Inviabilizou a parada LGBT
    Com alegação de falta de recursos, a Prefeitura do Rio cortou a verba para a parada LGBT de Copacabana, um dos cinco maiores eventos da cidade, e inviabilizou a sua realização. Organizadores seguem tentando conseguir outras formas para garantir a realização da parada ainda este ano.

    Cortou a verba do Carnaval
    Após não ir na abertura do Carnaval na Sapucaí, Crivella manda tirar 1 milhão de cada escola de samba do grupo especial. A atitude inviabilizaria a realização do maior espetáculo da terra e atingiria às agremiações culturais em seu funcionamento. O desfile deste ano está garantido graças aos repasses do Governo Federal.

    Esvaziamento da CEDS
    Em sua gestão, o prefeito Marcelo Crivella impõe um esvaziamento da Coordenadoria Especial para Diversidade Sexual. Com uma estrutura mínima, a equipe de gestores da pasta trabalha com poucos recursos e verba quase inexistente.

    Cancelou ensaios técnicos
    Como uma das consequências da retirada de mais de R$ 13 Milhões que eram destinados para as escolas de samba, Crivella inviabilizou os ensaios técnicos das agremiações. O evento conhecido como “desfile do povo” deixa de acontecer esse ano após décadas de realização.

    Menos blocos de rua
    De forma extraoficial, já foi informado aos organizadores de blocos de rua do Rio, que o número de autorizados para desfilar será reduzido. Eles seguem em negociação com a Riotur e acreditam que o posicionamento do prefeito tem a ver as suas convicções religiosas.

    Veto ao Queermuseu
    “Só se for no fundo do mar”, foi essa a frase falada pelo prefeito Marcelo Crivella para dizer não à vinda da exposição “Queermuseu – Cartografias da diferença da Arte Brasileira”, que foi acusa de apologia a pedofilia por grupos conservadores e defendida por cerca de 70 diretores de centros culturais do Brasil em carta aberta.

    Inviabilizou a Parada LGBT de Madureira
    A segunda maior mobilização do movimento LGBT do Rio, a Parada de Madureira, iria ser realizada ainda este mês e foi adiada por falta de apoio da Prefeitura do Rio para a sua realização. Os organizadores publicaram esclarecimento oficial nas redes cobrando apoio da gestão municipal

  • Todos são quase iguais perante a lei

    “Há preconceito com o nordestino há preconceito com o homem negro há preconceito com o analfabeto mas não há preconceito se um dos três for rico.” Criolo –  Cálice

    Rio de Janeiro, Niterói.
    Sábado: a praça Juscelino Kubitschek, no centro de Niterói amanhece com cartazes que pregavam mensagens de ódio.
    As mensagens — acompanhadas de uma ilustração que faz referência à Ku Klux Klan ameaçavam: “comunista, gay, judeu, muçulmano, negro, antifa, traficante, pedófilo, anarquista. Estamos de olho em você”.

    Rio de Janeiro, Copacabana.
    No último domingo de um inverno com altas temperaturas, o calor não se restringiu apenas ao clima quente.
    Jovens de classe média, moradores do bairro, cercaram um ônibus que transportava jovens iguais a eles — só que diferentes — jovens que voltavam para suas casas depois de um dia na praia.
    Ensandecidos, os jovens de classe média depredaram o ônibus e hostilizaram seus passageiros, sob o olhar cúmplice da Polícia Militar.
    “Abre a porta, abre a porta, motorista! Só tem ladrão. Vamos dar porrada.
    Fotografa eles, só tem ladrão!” gritavam.

    A intolerância enquanto semente já foi cultivada e tem dado muitos frutos podres.

    Regada a ódio, a desinformação, encontrou solo fértil na mente estéril de jovens que temem o diferente, louvam uma suposta “superioridade” baseada em méritos financeiros e entendem que tudo podem ao arrepio da lei.

    A mesma mídia que os incentiva a agirem assim, despejando em suas mentes atrofiadas porções diárias de medo através de programas policialescos e discursos pseudo moralistas, protege-os quando são pegos em flagrante nalgum delito.

    “Não são traficantes, são jovens de classe média apanhados com drogas”, assim diz, sem dizer, a manchete de um dos maiores portais de notícias no Brasil noticiando a prisão de um rapaz com grande quantidade de drogas.

    É esse mesmo tipo de jovem que espancou uma mulher na rua e quando preso, justificou sua barbárie, dizendo:

    “Eu achei que era uma prostituta.”

    (Nota mental: Como assim? Prostituta pode ser espancada?)

    No episódio ocorrido em Copacabana há um fato alarmante: a Polícia Militar assistiu, como coadjuvante, à ação dos criminosos, digo, dos jovens de classe média que depredaram o ônibus e espancaram seus passageiros.

    Porque não os prenderam? Estavam cometendo vários crimes em flagrante, não estavam?

    A resposta é bem clara: a Polícia Militar tem lado, e esse lado não é o lado dos mais fracos.

    Certamente que tem lado, e esse lado é o lado do “cidadão de bem”. O cidadão bem nascido, bem nutrido, bem rico. Um tipo de cidadão totalmente diferente daqueles passageiros do ônibus atacado.

    A verdade é que a Polícia Militar, quando não usa o mesmo rigor que usa para com o morador do morro e trata com distinção o jovem de classe média, dá alguns recados bem claros para ambos os lados:

    “Vocês que não moram na Zona Sul, não venham para Copacabana, fiquem no Piscinão de Ramos que lá é o lugar de vocês.”
    “Nós endossamos esse tipo de barbárie.”
    “Jovens de classe média, a Polícia Militar está aqui para proteger e servir vocês.
    Não se preocupem.”

    Foi com enorme tristeza que li, em janeiro último, o artigo de Hildegard Angel no qual ela fazia duas, digamos… “sugestões”:

    1 — Em dias de grande concentração de pessoas nas ruas e praias, nos fins de semana e feriados do verão, diminuir drasticamente a circulação das linhas de ônibus e de Metrô no fluxo Zona Norte — Zona Sul, estimulando o aumento do fluxo Zona Norte — Zona Oeste, para haver uma distribuição mais equilibrada da população das praias. Barra, Recreio, São Conrado têm praias imensas, lindas. Modo de evitar concentrações opressivas.

    2 — Caso essa providência não alcance resultado, partir para um plano B radical: cobrar entrada nas praias de Leme, Copacabana, Ipanema, Leblon. Isso pode soar com estranheza para os cariocas, que sempre tiveram a praia gratuita, mas no exterior é a normalidade. Preços módicos, naturalmente.

    (Nota mental: disse Hildegard: “As medidas são antipáticas e discriminatórias, concordo. Mas ou é isso ou será o caos.”
    O caos, desde que seja para os outros, é refresco, não é mesmo Hildegard?)

    O artigo com as tais “sugestões” causou grande e negativa repercussão, até pelo fato de que Hildegard tem um histórico de serviços prestados à democracia, e não o contrário.

    O artigo foi deletado, mas ficou o estrago: quantos jovens de classe média acharam boas as sugestões de Hildegard e resolveram implementá-las à força no último domingo?

    Quantos jovens de classe média resolveram colar cartazes da Ku Klux Klan com o objetivo de, como feras (que são mesmo) demarcar território contra a “invasão” (sic) de comunistas, gays, judeus, muçulmanos, negros, antifas, anarquistas, ameaçando-os?

    Que construção miserável de ser humano é essa que consegue pautar sua vida baseada no desprezo e no ódio, incapaz de ver no próximo um reflexo de si mesmo?

    Escrevi essas linhas e, depois de um suspiro desolado, mirei-me a mim mesmo em meu próprio reflexo no espelho envergonhado com minha condição de mero espectador impotente, cuja única arma factível e possível é expressão da indignação expressa nessas linhas.

    Em outro tempo, há mais de dois mil anos atrás, outro homem como eu também escreveu, talvez indignado como eu:
    “O que é odioso para ti, não o faças ao próximo. Esta é toda lei, o resto é comentário” Talmud — Shabbat 31ª

    Em tempo, e nesse tempo, para que não nos esqueçamos:

    “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza.”
    Art. 5, inciso XV da Constituição Federal de 1988.

    *Diógenes Júnior é militante comunista no PC do B e pesquisador independente. Paulistano de nascimento, caiçara de coração e gaúcho por opção está radicado em Porto Alegre, RS, de onde escreve sobre Política, História, Cinema, Comportamento, Movimentos Sociais, Direitos Humanos e um pouco de um tudo.