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Tag: direitos indígenas

  • Invasores são eles, diz líder indígena sobre nota da Funai

    Invasores são eles, diz líder indígena sobre nota da Funai

    Por Tatiana Scalco |Parceria com Ciranda net

    No dia 05 de maio de 2020, a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) publicou nota assinada pela sua assessoria de comunicação onde diz que “nos últimos anos a política indigenista brasileira restringiu-se ao assistencialismo subserviente e ao paternalismo explicito com aplauso das ONGs (…)”
    As declarações contidas na nota repercutiram. O Movimento Indígena se posicionou, repudiando-a. No dia 06 de maio a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) publicou nota pública rebatendo veementemente as acusações falaciosas da FUNAI (link http://apib.info/2020/05/06/nota-publica-contra-as-falaciosas-acusacoes-da-funai/).
    A APIB destaca que ao contrário do que está escrito na nota, “a Constituição Brasileira de 1988, especialmente em seus Artigos 231 e 232 rompeu com a lógica tutelar, assimilacionista, integracionista, portanto genocida e etnocida, vigente desde o ano de 1500 na relação do Estado brasileiro para com os povos originários de nosso país”.

    “Quem são os estranhos a essa terra são eles” Kahu Pataxó (MUPOIBA)

    O coordenador executivo do Movimento Unido dos Povos e Organizações Indígenas da Bahia (Mupoiba), Kahu Pataxo, repudiou a declaração da FUNAI em nome dos povos indígenas. Kahu fala que o repudio se dá primeiro pela FUNAI por chamar os indígenas de invasores. “(…) Invasores são eles! Quem são os estranhos a essa terra são eles”, reforça. Ele continua destacando que há muito tempo acontece a luta dos indígenas pelo seu território. “Aqui (o Brasil) se dizia parte da Coroa Portuguesa e nós já existíamos enquanto movimento e já fazíamos a resistência”, diz. E completa, “o que temos visto aqui é uma luta muito mais religiosa, do que de fato por entendimento do direito estabelecido pela Constituição. A gente repudia esse posicionamento”.

    Kahu continua comentando que o Mupoiba estuda entrar com uma ação contra a FUNAI. Pois consideram que a posição apresentada pelo órgão na nota “é uma posição extremamente discriminatória contra os povos indígenas. Chamar os índios de invasores é exatamente fazer aquilo que os de fora e aqueles que são contra os povos indígenas têm feito”. Ele continua destacando que essa forma de ação da FUNAI “se posicionado contra os povos indígenas” demonstra que “ela não tem cumprido o papel dela”. E conclui dizendo que “essa nota da FUNAI é uma nota descarada, sem vergonha e sem respeito nenhum aos povos indígenas”.

    Para a APIB o “governo Bolsonaro é subserviente aos interesses das grandes corporações empresariais transnacionais do agronegócio e da mineração, afronta o texto Constitucional de nosso país e tenta impor a ideologia da tutela, do assimilacionismo, inclusive religioso, do integracionismo, a negação dos direitos fundiários, a negação do direito de usufruto exclusivo das terras, favorecendo as invasões, a grilagem e a exploração das mesmas por terceiros não-indígenas.”

    A cacica Maria Pataxó repudia as palavras do presidente da Funai. Ela destaca que “queremos respeito”. Sobre o atual presidente da FUNAI fala que “nós não precisamos que alguém (…) que vêm desfazendo dos nossos direitos (e) não respeita os direitos dos nossos tradicionais”. Xawâ Pataxó, jovem liderança indígena, complementa que a nota publicada é um “ato enganoso desse presidente militar, que não tem algum sobre as pessoas. Que não tem pensamento algum, competência alguma, para estar a frente de um órgão como a Funai”

    Agnaldo Tupinambá, coordenador regional do MUPOIBA na região Sul, também reforça o repudio às declarações feitas na nota publicada pela FUNAI. Destacando que “iremos reagir a altura, dentro da justiça, procurar os mecanismos legais para fazer a defesa dos nossos direitos”.

    “essa declaração do atual presidente da Funai, apesar da absurda, não nos surpreende mais” Vladimir Correa (DRDH/BA e ANADEF)

    O Defensor Regional de Direitos Humanos na Bahia (DRDH/BA) e vice-presidente da Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (ANADEF), Vladimir Correa, comenta que “essa declaração do atual presidente da Funai, apesar da absurda, não nos surpreende mais. Pois temos visto (que) no atual governo, principalmente, os órgãos que visam defender direitos humanos e populações tradicionalmente excluídas são ocupados por pessoas despreparadas. Ou melhor, pessoas que são contrárias até a própria causa que o órgão que elas se enquadram procuram defender”.

    “a nota da Funai é um reflexo do governo Bolsonaro” Marcelo Bloizi (UFBA).

    Segundo o prof. Marcelo Bloizi da Universidade Federal da Bahia “a nota da Funai é um reflexo do governo Bolsonaro”. Bloizi destaca a importância da participação dos atores sociais responsáveis pelo aperfeiçoamento e criação da política pública indigenista (ou seja, os indígenas). E completa dizendo que eles (indígenas) não estão protagonizando essa discussão. E finaliza perguntando: quem são os indígenas que estão participando desta construção (no atual governo federal)?

    Resposta do CIMI às denúncias feitas pela NOTA da FUNAI

    Procurado pela reportagem, o secretário executivo do CIMI, Antônio Eduardo C. Oliveira declarou que:

    “A nota da FUNAI é desprovida da verdade, sem cabimento, sem sentido algum. A FUNAI tenta se eximir da responsabilidade, nesse período da Pandemia. Responsabilidade essa que cabe a ela dar assistência às comunidades indígenas, proteger os direitos indígenas e proteger os territórios indígenas. Isso ela tem que fazer.

    (A FUNAI) recebeu os recursos para poder comprar as cestas básicas para as comunidades indígenas e até hoje não deu retorno, não deu resposta, como está sendo gasto esse dinheiro, como está sendo ofertado às comunidades indígenas, esse direito básico para essas comunidades que estão isoladas e se protegendo do Coronavírus. Ela deveria se colocar para a sociedade dando essa satisfação, e principalmente para os povos e comunidades indígenas.”

    Áudio 1: Antônio Eduardo C. Oliveira – Secretário Executivo do CIMI

     

    Ele continua comentando sobre o descompromisso da atual gestão da FUNAI em relação ao interesse público, na defesa da própria FUNAI, dos direitos indígenas e da soberania do povo brasileiro. Oliveira fala que essa gestão da FUNAI se pauta por um discurso colonialista, retrogrado e assimilacionista, sem compromisso com a verdade, a ética e os direitos conquistados em favor dos povos indígenas.

    Áudio 2: Antônio Eduardo C. Oliveira – Secretário Executivo do CIMI

    Em relação às denúncias e a citação à CPI, o coordenador executivo do CIMI, fala que a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) citada aconteceu no Mato Grosso anos atrás. Ele comenta que era uma “CPI era contra a FUNAI e o INCRA. E o CIMI foi denunciado nessa CPI”. Continua explicando que por serem órgãos federais (Incra e Funai) a Assembleia Legislativa do Mato Grosso não tinha competência para ser instalada e por isso foi extinta pela justiça. Ele lembra que o atual presidente da FUNAI Marcelo Augusto Xavier Da Silva na época da CPI “atuava a favor dos ruralistas, contra a FUNAI”.

    Oliveira informa que “as denúncias feitas não foram provadas” e ressalta que o CIMI à época “se colocou à disposição da CPI, e (…) também a favor dos povos indígenas, dos direitos indígenas e das comunidades indígenas, porque várias lideranças indígenas foram também criminalizadas nessa CPI. Nós temos orgulho, de naquela época e hoje, estamos a favor dos povos indígenas e não contra os povos indígenas, não mudamos de lado”.

    Áudio 3: Antônio Eduardo C. Oliveira – Secretário Executivo do CIMI

    Antônio Oliveira conclui destacando que “O CIMI vai continuar sua luta no sentido de dar apoio aos povos e comunidades indígenas. Vai continuar no controle social do órgão indigenista oficial do governo federal. Enfim vamos continuar na nossa por um Brasil melhor. Na nossa por uma sociedade onde exista um respeito às leis vigentes no país. Vamos continuar nos somando à sociedade civil organizada, nos somando a todos aqueles que lutam por uma sociedade melhor.”

    Áudio 4: Antônio Eduardo C. Oliveira – Secretário Executivo do CIMI

    A importância e contribuição da ação do CIMI em apoio à causa indígena foi comentada:

    “O CIMI tem dado apoio jurídico para a nossa luta, além do apoio político”, Kahu Pataxo – coordenador executivo do MUPOIBA
    “Nós vamos lutar sempre a favor dos nossos direitos, e vamos estar sempre em parceria com a sociedade civil do nosso país, e por isso o Conselho Missionário está de parabéns pela defesa que faz dos nossos povos, repudiamos a nota publicada pelo ASCOM da FUNAI”, Agnaldo Tupinambá, coordenador regional sul do MUPOIBA

    Vídeo 1: Agnaldo Tupinambá

    “Não é hoje que vamos nos deixar dominar pelo CIMI ou demais ONG. As forças se juntam, então a gente não pode ir para um lado que a gente vê que é contra a gente. No caso esse governo maldito. Esse governo de extrema direita de Jair Bolsonaro. Mas o CIMI sempre elevou os povos indígenas através do direito ao seu território”, Xawâ Pataxó.
    “Não aceitamos essas palavras que ele vem colocando contra nós, contra o CIMI”, cacica Maria Pataxó
    “O CIMI tem um papel histórico aqui no Brasil, no fortalecimento e construção dos direitos dos povos indígenas. Vinculado sim a uma ala da igreja católica, da teologia da libertação. Mas isso não legitima de forma nenhuma que o governo ataque o papel desempenhado pela CIMI esse tempo todo”, Marcelo Bloizi – professor da Universidade Federal da Bahia

    Campanha internacional pelos direitos e territórios indígenas
    O fotografo Sebastião Salgado organizou exposição denunciando os ataques aos direitos dos povos e territórios indígenas. Ao final, foi construído documento denúncia onde seis ex-presidentes da FUNAI denunciam a situação e pedem ação imediata para proteção dos povos indígenas mediante os perigos da pandemia do Covid 19. Uma petição online foi criada. Setores da sociedade brasileira e internacional se uniram na campanha. Até o momento mais de 233 mil pessoas assinaram a petição, dentre eles famosos como o cientista Carlos Nobre, o cantor Caetano Veloso, a modelo Gisele Bündchenm, a atriz americana Meryl Streep, o ator americano Brad Pitt, a cantora Madonna, o cantor Chico Buarque e o príncipe Albert 2º, de Mônaco.

  • Em meio à pandemia, STF suspende reintegração de posse em terras indígenas

    Em meio à pandemia, STF suspende reintegração de posse em terras indígenas

    Todos os processos e recursos judiciais de reintegração de posse e de anulação de demarcação de territórios indígenas em tramitação no Brasil foram suspensos pelo Superior Tribunal Federal, na noite desta quarta-feira (6).

    O ministro Edson Fachin, considerou que os indígenas, secularmente, são vítimas  de doenças que já dizimaram etnias inteiras,  e que reintegrações de posse, poderiam piorar a já grave situação dos povos indígenas, no cenário sombrio trazido pela covid-19.

    “[Eles] podem se ver, repentinamente, aglomerados em beiras de rodovias, desassistidos e sem condições mínimas de higiene e isolamento para minimizar os riscos de contágio pelo coronavírus.” (Edson Fachin)

    Sônia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), e candidata na chapa à Presidência da República com Guilherme Boulos pelo PSOL, comemorou nas redes sociais a decisão do STF.

  • Tenda contraria a justiça e comete crime ambiental

    Tenda contraria a justiça e comete crime ambiental

    INFORME T.I. Jaraguá 27 de março
    Centro Ecológico Yary Ty contra Imobiliária TENDA

    Por Povo Guarani T.I.Jaraguá

    Após a comunidade desmobilizar a ocupação, em 10 de março, na data da execução da ação de reintegração de posse, e também em respeito e cuidados necessários de recolhimento e isolamento devido a quarentena para prevenção de contágio do Coronavírus, COVID-19, nos mantivemos em nossas aldeias a partir de então. Pelo menos até a realização da audiência de conciliação, 6 de maio, o qual ficou estabelecido, através de uma determinação da Juiza Federal, que a área em conflito ficará fechada e restrita de qualquer atividade, desde obras a manejo arbóreo.

    Porém há dois dias, notamos uma movimentação suspeita no terreno e nos dirigimos ao local para averiguação. A atividade foi constatada no terreno, funcionários trabalhando em total descumprimento da quarentena e da determinação judicial.

    Funcionários da Tenda contrariando a justiça, colocam cerca elétrica

    Então nos reunimos, entre guerreiros e guerreiras na entrada do terreno, para que ficasse esclarecido que a comunidade não irá permitir quebra do acordo em hipótese nenhuma, por conta da Tenda.

    Em poucos minutos aglomerou no local um forte contingente policial. Aproximadamente 56 “polícia” em 8 viaturas e 4 motos Rocam, todos trabalhando em favor da Tenda. Tiramos fotos e gravamos a ação, incluindo a ação da PM entrando a 1h madrugada do dia anterior, na aldeia para nos intimidar, configurando outra ação inconstitucional e abuso de poder. Eram policiais militares sem a companhia de um agente federal e desprovidos de documentos para entrarem em área de proteção da União.

    Grande contingente da polícia militar para defender a Tenda
    Polícia não protege a população, protege o empresariado

    A Tenda se manifestou da ocasião, justificando apenas estarem providenciando medidas de segurança na área, grades, reforço das entradas e cerca de arame farpado nos muros. Por ora, foram aceitas as explicações, mas “alertas” sempre, dia e noite, até que a Tenda aceite a reivindicação da comunidade e da natureza, aceite a realidade dos fatos. Que a Natureza, através dos Guaranis a faça entender e aceitar o acordo com a prefeitura da transferência do potencial construtivo e vá! Que vá construir em outro local, já degradado, já concretado.

    O dinheiro da Tenda, que tem como maior acionista e consequente financiador o Banco Itaú, conseguiu “comprar” a Prefeitura e a SVMA (Secretaria do Verde e Meio Ambiente), para que fechassem os olhos e liberassem os devidos alvarás de execução, indevidamente. Quanto dinheiro vale para tanta infração? Quanto dinheiro vale para construir infringindo leis federais, municipais, ambientais e desconsiderando a constituição?

    A relação é grande e fere todos os quesitos, ignoram o componente indígena da portaria interministerial 060/2015 do IBAMA, a OIT 169, o Cinturão Verde do Bioma Mata Atlântica reconhecido pela UNESCO, desconsideram a ocorrência de um raríssimo remanescente da Mata Atlântica negando improcedente da Vegetação de Preservação Permanente (VPP) da lei municipal 10.365/87. Apresentaram um projeto completamente incompatível com Zona de Amortecimento do Parque Estadual do Jaraguá e totalmente em desacordo com Plano de Manejo e Lei Federal do SNUC 9.985/2000 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação). Foram derrubadas quase 500 espécimes arbóreas, entre exóticas, nativas, raríssimas sendo muitas delas em extinção. Graças a nossa ação de ocupação o desastre foi contido (pelo menos até o momento, ou até dia 6 de maio).

    Não obstante os abusos apresentados, a Tenda teve seu alvará de execução expedido, os órgãos “i”responsáveis, a fim de justificar a liberação dessas licenças resumiram todo esses esplendor e magnitude da Mãe Natureza a um mero conjunto arbóreo uniforme e estagnado.

    Esse genocídio foi constatado e lavrado minuciosa e maravilhosamente detalhado no Laudo do Mistério Público Estadual, através de um parecer técnico, Inquérito Civil no. 59/2020 – 2ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente da Capital, elaborado pelo Dr. Ivandil Dantas da Silva, tendo sido baseado em vistoria no local, no estudo de imagens aéreas e de documentos do licenciamento municipal disponíveis no D.O. e no SIMPROC.

    Queremos que a TENDA enTENDA, não conseguirão seguir em frente com essa ação apocalíptica, não vão construir 1.672 unidades de apartamento para proximadamente 8.000 habitantes! #Fora Tenda!

    Esta área não é de habitação é área de preservação, sendo assim, se dará a criação, neste local, do Centro Ecológico Yary Ty – CEYTY – e Memorial da Cultura Guarani!

    Centro Ecológico Yary Ty, uma utopia possível
  • Indígenas adiam maior encontro brasileiro por causa do novo coronavírus

    Indígenas adiam maior encontro brasileiro por causa do novo coronavírus

    Foto: Leonardo Milano

    O Acampamento Terra Livre, o maior encontro indígena do país, que ocorreria entre os dias 27 e 30 de abril, em Brasília-DF, foi adiado por conta da ameaça do coronavírus, que poderia ser catastrófico para populações indígenas. O Encontro costuma reunir cerca de 4 mil indígenas de todo o país. Em nota, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil Explica:

    “Ressaltamos também, que pandemias como estas alertam para o quão gravoso pode significar uma política de contato com os povos isolados e de recente contato em razão dos riscos não só de etnocídio, mas também a um doloso genocídio”

    COMUNICADO GERAL (APIB)

    Diante da disseminação do Coronavírus e seguindo recomendações da Organização Mundial da Saúde e decretos do governo do Distrito Federal para evitar aglomerações na tentativa de mitigar a propagação do vírus, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) vem informar sobre a necessidade de adiar a realização do Acampamento Terra Livre, que estava previsto para o período de 27 a 30 de abril de 2020. Uma nova data será divulgada conforme as recomendações das instituições de saúde e governamentais.

    Com a ocorrência dessa pandemia, vemos como mais urgente ainda a necessidade de ampliar o serviço de saúde pública e a garantia dos subsistemas de saúde indígena, por meio da SESAI e Distritos Sanitários Especiais Indígenas, com condições adequadas de assistência de saúde aos povos indígenas.

    Ressaltamos também, que pandemias como estas alertam para o quão gravoso pode significar uma política de contato com os povos isolados e de recente contato em razão dos riscos não só de etnocídio, mas também a um doloso genocídio.

    É importante ressaltar que com o aumento das alterações climáticas, cientistas já atestam para a maior recorrência de epidemias.

    Aproveitamos para elencar aqui algumas recomendações de medidas preventivas colocadas pelas instituições de saúde:

    1. lavar as mãos com água e sabão, evitando levar aos olhos, nariz e boca;
    2. Não compartilhar objetos pessoais como talheres, toalhas, pratos e copos;
    3. Evitar aglomerações e frequência a espaços fechados e muito cheios;
    4. Manter os ambientes bem ventilados;
    5. Quando possível, evitar viagens para locais que tenham casos decontaminação e reuniões e eventos com a presença de pessoas que venham de países ou estados que tenham confirmação do vírus
    6. E por último, não entrar em pânico. É uma doença que médicos e cientistas já têm conhecimento e estão na tentativa de seu controle. Essas orientações são preventivas, para evitar que a doença se propague.

    Os sintomas do Coronavírus são ocorrência de febre, tosse, dificuldade para respirar e dores do corpo. Em caso de ocorrência dos sintomas, procurar atendimento o mais rápido possível e seguir orientações médicas.

    E tão logo o vírus esteja controlado, definiremos uma nova data para nossa maior mobilização nacional, que neste momento de ataques, invasões, conflitos e retiradas de direitos se faz tão urgente necessária.

    Sangue indígena, nenhuma gota a mais!

    Brasília, 12 de março de 2020.

    Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB

    Veja o comunicado na íntegra:

    COMUNICADO GERAL 01 (2)

     

  • Jovem indígena Pankará é aprovado em 1º lugar para medicina na Universidade de Brasília

    Jovem indígena Pankará é aprovado em 1º lugar para medicina na Universidade de Brasília

    Via Mídia Índia

    É resistência que chama?

    Enquanto Bolsonaro faz de tudo para exterminar os povos indígenas, eles resistem, e ocupam espaços de poder que são dominados pelas elites do país.

    Emanuel Lopes Pereira Basto, 17 anos, 1° Lugar para medicina na Universidade de Brasília, irá ingressar 1° bimestre de 2020, índio do Povo Pankará da Serra do Arapuá- Carnaubeira da Penha PE.
    Seus pais estão entre as maiores lideranças indígenas do Nordeste, Cacique Ary Pankará e Luciete Pankará. Mais uma conquista e fruto da luta dos povos indígenas de Pernambuco, uma vitória da nação Pankará, povos geográficamente com uma certa distância, cada um com sua cultura própria, porém unidos nas mesma luta, a preservação e manutenção do seus territórios, das suas culturas e costumes.
    O guerreiro Pankará afirma que não será fácil sair do aconchego da sua família é se afasta um pouco da sua cultura, mais com as forças dos encantos de Luz, irá vencer, ate porque ele estará representando seu povo.

  • Urgente! Aldeia Pequi em Prado-Ba é atacada, de novo

    Urgente! Aldeia Pequi em Prado-Ba é atacada, de novo

     

    Por Tatiana Scalco- Ciranda – parceira com Jornalistas livres

    Casa queimada.

    Hoje (24.01.2020) por volta das 10h, um gol branco com quatro pessoas invadiu a aldeia Pequi, localizada no Território Indígena Comexatibá, em Prado, extremo sul da Bahia. Chegando lá, o veículo se deslocou para o lado oeste da aldeia, na área que fica perto da praia. 

    Dois homens armados desceram do veículo e se dirigiram, primeiro, a uma casa de palha. Atearam fogo e queimaram a casa, com tudo o que tinha dentro: roupas, documentos, mantimentos, moveis. O indígena Mestia que lá morava, estava trabalhando no momento do ataque. Quando chegou, viu sua casa toda destruída, só ficou com a roupa do corpo. 

    Em seguida, os homens foram em direção a outra casa, desta vez de alvenaria, que estava perto. Utilizando marretas, eles iniciaram a destruição. Lá morava uma família indígena com seis pessoas que estavam fora. 

     

    O indígena Ligu, jovem pescador, testemunhou o início da ação. Quando viu o que estavam fazendo, destruindo tudo, Ligu correu para a aldeia em busca de ajuda. Ao retornar com alguns outros indígenas as casas já estavam destruídas. 

    Ticum, agente de saúde e liderança da Aldeia Pequi informou que fizeram boletim de ocorrência do fato na delegacia de Prado (BO 8o CRPN-PRADO- BO-20.00172). As lideranças indígenas irão falar com o delegado na próxima segunda-feira (27.01.2020).

    A escalada de violência e os ataques contínuos ao território indígena Comexatibá (Cahy-Pequi) preocupam a comunidade, destaca Ticum. O ato de violência acontece 42 dias após os ataques à Aldeia Pequi de dezembro de 2019. E nove dias após reunião de emergência realizada na Aldeia com participação da Defensoria Pública da União, Programa Nacional de Proteção de Direitos Humanos (PPDDH), Centro de Estudos sobre Povos Indígenas e Populações Tradicionais (Cepit) da Universidade estadual da Bahia (Uneb), Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e Funai.  

    Consultado, o Defensor Público Federal, Vladimir Correia, informou que acompanha a situação. A Funai também tem conhecimento dos fatos. Domingos Andrade do CIMI destaca “a preocupação com a situação de violência desgovernada, onde pessoas fortemente armadas, invadem as áreas (da Aldeia Pequi), cometendo este tipo de crime contra a comunidade”.

     A comunidade está em alerta. Revoltada com as incursões de indivíduos que continuam invadido seu território tradicional e destruindo suas casas.

    Para acompanhar o caso leia: 

    URGENTE: Alerta para ameaça de ataque à Aldeia Cahy – Prado/BA durante o recesso de final de ano (http://www.ciranda.net/?URGENTE-Alerta-para-ameaca-de)

    Ataque na virada do ano (http://www.ciranda.net/?Ataque-na-virada-do-ano)

    Violência contra os Pataxó de Comexatibá, na Bahia, motiva reunião de emergência (http://www.ciranda.net/?Violencia-contra-os-Pataxo-de)

    Veja o que publicamos sobre o assunto:

    Violência contra os Pataxó de Comexatibá, na Bahia, motiva reunião de emergência 

    Alerta para ameaça de ataque à Aldeia Cahy – Prado/BA durante o recesso de final de ano