Jornalistas Livres

Tag: antifascista

  • O Dia que Ganhamos as Ruas

    O Dia que Ganhamos as Ruas

    Breno Castro Alves (@trocavales), especial para os Jornalistas Livres
    Fotos: Thias Haliski (@tatinhahaliski)

    Durante a última semana, brasileiros despertos tiveram pesadelos com tanques sitiando avenida Paulista. A tensão explodiu domingo 31/05, quando a escrete fascista, jogando em casa, apanhou de Gaviões e aliados. Em resposta, Messias bateu na mesa dizendo chega enquanto sociólogos estudados anunciavam: novo conflito seria a brecha que o sistema queria, pretexto para autogolpe do presida miliciano. São Paulo sabadou sob céu terrível, literal tempestade elétrica.

    Acordou domingo para o azul derramado do outono paulistano. Céu celeste, sol agressivo na cara da manifestação, marcada para duas da tarde.

    DRIBLE: ELÁSTICO DE LETRA

    Após meses jogando sozinhos, onde derramaram defesas ilegais de intervenção militar e ruptura democrática, em 31/05 os fascistas finalmente receberam adversário a altura. Se apresentou o catadão antifascista ponta de lança, convocado pela SomosDemocracia, grupo autorganizado que nasceu na Gaviões e humilhou o adversário. A nítida vitória simbólica, apoiada inclusive pela velha mídia, abriu a porteira para a retomada das ruas.

    No Facebook, sociólogos alertando iminente golpe de Estado e rappers no sofá levantando as necessárias contradições sanitárias de se manifestar em meio à ascendente e maior pandemia da geração. Um juiz proibiu as manifestações antagônicas na mesma avenida e o vice presidente usava pijamas quando escreveu artigo escorrendo saliva rábica e o desejo inequívoco de ruptura democrática.

    Ainda assim, chega 07/06 e uma multidão de grupos autorganizados de todos os matizes está pronta para novamente fazer frente à manifestação fascista, que desidratou por justificado medo de apanhar na cara.

    O circo pronto para treta, vem Corintia e dribla geral. Jogariam no Largo da Batata, longe da treta, longe dos tanques, perto do povo. Apontou para um lado e tocou para o outro: drible elástico de letra.

    Em São Paulo, os campos do Corintia são: Itaquerão, Pacaembu, Fazendinha, Largo da Batata. E, sabendo ou não, seguiram a máxima de Sun Tzu, mestre chinês da Arte da Guerra: usar seu terreno é ganhar a batalha.

    Ao longo da semana toda, a equipe antifascista recebeu reforços. Uma centena de grupos organizados compareceram ao Largo da Batata, provando que daqui pra frente os Gaviões não mais enfrentarão o fascismo sozinhos.

    Meio dia, duas horas antes do protesto, o largo bonito de manifestantes concentrando sua participação. Euforia palpável quando membros da UJS compartilham olhares e tubos de álcool gel, 100g. O MTST autofinanciou uma cooperativa têxtil, distribuiu 4.000 máscaras durante o evento. Brigadas de saúde, movimento indígena, coletivos jurídicos, partidos políticos, palhaços da linha de frente, mídia-livristras, anarco primitivistas, feministas radicais e moderadas, tantas siglas que cansariam este texto, o sheik da mesquita da Penha e, principalmente, o movimento negro.

    Esta luta, que nasceu antifascista, decididamente se assumiu antirracista neste 07/06.

    ENFRENTAR A MORTE HOJE PARA NÃO MORRER AMANHÃ

    Do alto do caminhão de som (que exibia o logo da Central dos Trabalhadores do Brasil), um ativista negro fez fala tão forte e pesada que supera a equalização do equipamento, sua voz grave e distorcida foi ouvida longe, exigindo:

    Brancos, abaixem. Pretos, se olhem. Se reconheçam.

    Velha guarda do rap e do hiphop presente, Thaide sobe ao caminhão e canta o drible corintiano: Eles esperam treta, hoje não terão.

    Mano Brown na galera bate palmas e reforça a constatação de que Racionais > Emicida – que segue muito respeitado por este coração.

    O ato organizado não durou duas horas. O caminhão de som ligou 14h e pouco e desligou não dava 16h. O recado dado, a foto aérea provando: neste domingo 07/06 São Paulo produziu

    5.000 antifas x 50 fascistas na rua.

    Disseram para ficar em casa, que manifestar seria pior, abrir a guarda para o golpe. Dividida, a equipe foi para a rua. Ganhou de lavada, 100 x 1.

    As consequências pandêmicas desta aglomeração são sim terríveis e um preço invisível a ser pago em vidas pela sociedade, produzido exclusivamente pelos que ali se apresentaram.

    PORÉM daqui para frente a milícia genocida que ora desgoverna sabe que perdeu as ruas. E isto vale, muito. Avaliação pragmática: acelerar sua queda é o melhor que um pode fazer para diminuir nossa mortalidade estúpida.

    Hoje, todos os brasileiros sabem. Os fascistas são minoria.

    Pra cima deles seus putos, em todas as arenas.

    Cresci na Vila Belmiro e ontem usei minha primeira a camisa do Corintia, cortesia da namorada com passado Ronaldo9. Descobri que minha afiliação futebolística é política e hoje tomo sol orgulhoso do time do meu avô, disposto a louvar suas cores mas não o suficiente para escrever corretamente o nome:

    • Vai Coríntia, porra!
  • Torcedores antifascistas: Heróis da Resistência, Povo em Luta, nossos Panteras Negras

    Torcedores antifascistas: Heróis da Resistência, Povo em Luta, nossos Panteras Negras

    Neste domingo (31/5) em São Paulo, torcedores do Corinthians, do Palmeiras, do Santos e do São Paulo estiveram juntos e misturados na avenida Paulista, em defesa da Democracia e contra o fascismo e a Ditadura. O povo foi com suas camisetas, bonés, baterias e gritos de guerra. Foram de metrô, de ônibus, foram de carona. E foram. Junto deles, militantes anarquistas antifascistas. Heróis!

    E eles encheram o domingo de esperança, de luta e de resistência. “A Periferia não apoia Ditador”, gritavam em uníssono.

     

     

     

    Era o povo pobre, periférico, muitos negros, muitas mulheres, levantando bem alto a faixa “Somos pela Democracia!” Somaram-se os trabalhadores desempregados que vivem como recicladores nas ruas, a maioria carregando sacos de latinhas vazias de refrigerante e cerveja, que acabavam de ser recolhidas do lixo e do chão. Nenhum dos que entrevistamos tinha conseguido sacar o benefício emergencial de R$ 600, apesar de viverem em condições mais do que precárias.

    Neonazistas na Avenida Paulista, defendendo Bolsonaro

    Os apoiadores de Bolsonaro, que também estavam na avenida Paulista, não escondiam suas intenções sinistras: querem acabar com a Democracia no Brasil. Seu propósito é entregar todo o poder ao seu “Mito”, que já prometeu “matar uns 30.000”, para completar o serviço assassino da Ditadura Militar.

    Eram poucos, não passavam de 100 gatos pingados gritando contra o STF, contra o comunismo, contra a Rússia, contra a China, contra a imprensa, contra Moro. Só Bolsonaro serve para esses fanáticos do autoritarismo e da opressão.

    Uma dondoca já de cabelos brancos trajava camiseta em que se lia: “Foda-se”, em letras garrafais. Ódio puro. Outra portava uma máscara com as listras e estrelas da bandeira americana. Amarrada na cintura, ela levava uma bandeira do Brasil que arrastava no chão. Na mão, a mulher carregava um taco de beisebol em que estava escrito “Rivotril”. Significa que, como o calmante poderoso, o taco põe as pessoas para dormir. Violência explícita. Os apoiadores de Bolsonaro xingavam muito (e aos berros) o grupo antifascista, que estava a um quarteirão de distância.

     

    PM protege fascistas e ataca com milhares de bombas os torcedores antifascistas

     

    Entre a pequena aglomeração fascista e a grande concentração antifascista perfilava-se uma linha de contenção, formada pela Polícia Militar do governador João Doria Junior. Era curioso ver que a PM ficou o tempo todo encarando as torcidas de forma ameaçadora enquanto dava as costas para o pequeno grupo fascista. “A polícia militar virou segurança de fascista, uma vergonha”, reclamou um corinthiano indignado com a diferença de tratamento entre os dois grupos.

    Provocadores bolsonaristas entravam na concentração das torcidas antifascistas, para arrumar briga. Eram rechaçados e voltavam para seu grupo. Numa das vezes, entretanto, a PM atacou. E começou a violência. Milhares de bombas de gás lacrimogêneo, de efeito moral, de balas de borracha foram disparadas contra os antifas, que respondiam à injusta agressão da PM com pedras. Como Davis contra os Golias da PM. Alguns dançavam na frente das tropas ameaçadoras. Outros protegiam-se com placas de compensado, usadas como escudos. Durou quase duas horas o ataque policial aos jovens antifascistas, que não arredavam o pé da avenida Paulista.

     

     

    E assim o povo pobre mostrou que, contra o fascismo, não pode haver hesitação. É todo mundo junto e misturado, lutando com coragem e amor pela liberdade.

    Coragem, neste domingo, foi o sobrenome de cada um dos torcedores do Corinthians, do Palmeiras, do Santos e do São Paulo que foram para a avenida Paulista defender a Democracia.

     

     

     

     

    Que os partidos políticos de oposição a Bolsonaro entendam a mensagem desses jovens e destemidos heróis democratas.

     

  • Irmão de Sara Winter torce para que ela seja presa por fabricar fake news

    Irmão de Sara Winter torce para que ela seja presa por fabricar fake news

    Diego Giromini, irmão de Sara Winter, torce para que a irmã seja presa logo por causa das ofensas aos ministros do STF
    Diego Giromini, irmão de Sara Winter, torce para que a irmã seja presa logo por ofensas ao STF

    Heroína da extrema direita brasileira e uma das apoiadoras mais famosas de Jair Bolsonaro, Sara Winter, de 27 anos, foi alvo de um mandado de busca e apreensão da Polícia Federal na operação que investiga as fábricas de fake news e ameaças contra membros do Supremo Tribunal Federal (STF).

    Na quarta-feira (27/5) Sara Winter teve seu celular e computador apreendidos, o que a levou a gravar um vídeo com novas ameaças e mais xingamentos contra o ministro Alexandre de Morais, que havia autorizado a operação. Ela chegou a dizer que pretendia “trocar socos” com Morais, a quem chamou de “covarde”, “filho da puta” e “arrombado”.

    Sara Winter foi uma militante nazifascista na Inglaterra durante a II Guerra Mundial. A atual Sara Winter, na verdade, não tem esse nome. Trata-se apenas do pseudônimo escolhido por Sara Fernanda Giromini —este o seu verdadeiro nome.

     

    Briga em Família

     

    A família Giromini vive em São Carlos, no interior de São Paulo. Mas não é tranquila a convivência de Sara Winter com seus parentes de sangue.

    Diego comenta o post da irmã Sara Winter: "presa logo"
    Diego sobre o post de Sara Winter: “Logo vc vai”

    Irmão dela, Diego Giromini postou no facebook que a PF não deveria ter levado apenas o celular e o computador de Sara. Deveriam levar vc também irmã querida. Mas logo vc vai”.

    No seu perfil no facebook, Diego Giromini se apresenta de uma forma inusitada: “Infelizmente irmão da Sara Winter”. Seguem-se emojis de fezes e de carinhas vomitando.

    Diego Giromini não suporta a irmã Sara. No youtube, ele conta que Sara foi prostituta, diz que ela não vê o filho desde o nascimento, já que o abandonou para que a mãe dela o criasse, denuncia que Sara é usuária de drogas.

    Sara Winter, que foi candidata a deputada federal pelo Democratas do Rio, nas eleições de 2018, afirma ser ex-feminista. Diz que agora está consagrada ao cristianismo, embora seja uma defensora fanática das armas. Ela afirma que pretende criar o filho “com base nos Dez Mandamentos”. Com esse currículo, trabalhou durante sete meses como coordenadora nacional de políticas para a maternidade no Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, da ministra Damares Alves.

    Atualmente, Sara Winter organiza o grupo paramilitar chamado “Os 300 do Brasil”, que pretende defender à força de armas o governo de Bolsonaro. O grupo fica acampado na Praça dos Três Poderes.

     

    Diego Giromini: "Infelizmente irmão da Sara Winter"
    Diego Giromini: Infelizmente
  • Movimento Recife Ativista protocola Ação Popular no TRF-5 contra MP de Bolsonaro que blinda agentes públicos.

    Movimento Recife Ativista protocola Ação Popular no TRF-5 contra MP de Bolsonaro que blinda agentes públicos.

    por Movimento Recife Ativista

    Áureo Cisneiros, Presidente do Sindicato dos policiais civis de Pernambuco (Sinpol) e dirigente nacional do movimento de Policiais Antifacismo, Myrella Vitória estudante de Ciências Políticas na Universidade Federal de Pernambuco, Jonata Bruno, Técnico em Enfermagem da rede Estadual de Pernambuco e Anna Karla, mestranda em História, Especialista em Gestão Pública e Co-fundadora da Frente Favela Brasil, protocolaram no Tribunal Regional Federal da 5° Região uma Ação Popular que visa suspender a Medida Provisória 966/2020 editada por Jair Bolsonaro.

    Para Áureo Cisneiros, para quem ganhou a eleição com o discurso de acabar com a corrupção, instalar a “nova política” e acabar com a “mamata”, não é nada disso que vem acontecendo, o que se vê é a perpetuação de práticas que antes eram condenadas pelo presidente e sua base.

    Bolsonaro publicou uma Medida Provisória (MP 966) que anistia todos os gestores públicos – incluindo ele próprio – que tenham cometido crimes com os recursos públicos executados durante a pandemia de Covid-19, uma espécie de salvaguarda para os corruptos. Isso é um escândalo! Depois não adianta ficar postando Fake News para acusar Governadores e Prefeitos por desvio. Basta de tanta hipocrisia!

    Segundo líderes do movimento, a MP de Bolsonaro, fere os princípios constitucionais previstos no Art. 37, da moralidade, legalidade e impessoalidade, dessa forma, abre espaço para imputação de improbidade administrativa.

    Ainda, destacam que no cenário onde o Brasil soma quase 14.000 mortes e mais de 185 mil casos é absurdo que tamanha inconstitucionalidade seja acatada não apenas pelos parlamentares, como também pela justiça brasileira.

  • Nota da torcida organizada Bahia Antifascista contra Bolsonaro

    Nota da torcida organizada Bahia Antifascista contra Bolsonaro

    No dia em que, infelizmente, o Brasil confirmou mais de 10 mil mortes e 155.939 casos de Coronavírus e a Bahia registrou 196 mortes e 5.174 casos confirmados, Bolsonaro passeia de Jet Ski em mais um episódio lamentável de desrespeito a vida.
    Nos chamou a atenção, o fato dele, inoportunamente, utilizar a camisa do Esporte Clube Bahia durante o passeio da morte.

    É comum ver o protofascista do Bolsonaro vestir diversas camisas de clubes populares. Ele já havia vestido a camisa do Esquadrão durante a sua última visita a Bahia.

    Não podemos deixar de registrar o nosso repúdio quando o oportunismo se faz presente com Bolsonaro vestindo o nosso manto sagrado em um ato de desrespeito a memória dos mais de 10 mil brasileiros e brasileiras que perderam as suas vidas, d@s profissionais da saúde que lutam contra a pandemia do Covid19 e dos milhões de homens e mulheres que sofrem com os descasos do governo federal com o povo.

    Bolsonaro representa tudo que o Esporte Clube Bahia e a sua torcida repudia com veemência. Ele reverencia a ditadura, enquanto o Bahia e a sua Torcida lutaram e lutam pela democracia. Ele reverencia o racismo, o machismo e a homofobia, enquanto o Bahia e a sua Torcida são exemplos internacionais de combate a todas as formas de opressão.

    Bolsonaro tem lado e não é o da defesa da vida do povo. Nós tricolores temos lado e estamos somando esforços para que o nosso povo sobreviva a essa Pandemia realizando atos de solidariedade de classe nesse momento tão difícil.

    Nosso povo é de resistência e luta e por tudo isso, a Torcida Bahia Antifascista registra o mais profundo repúdio ao fato dele vestir nossas cores.

    Bolsonaro não é digno de vestir o manto do clube do povo!

    Fora Bolsonaro e Mourão!

    Torcida Bahia Antifascista