Criada em 1943 (há 80 anos), para lembrar a importância dos direitos dos povos indígenas e também servir como oportunidade de se reivindicar pautas como a luta pela demarcação de terras, a preservação ambiental e a valorização de suas línguas, o Dia do Índio dá lugar ao Dia dos Povos Indígenas.
O Projeto de Lei que altera a nomenclatura de Dia do índio para Dia dos Povos Indígenas, ocorreu com a aprovação do Projeto de Lei 5.466/2019, de autoria da então Deputada, Joenia Wapichana. Para Joenia, hoje presidenta da Funaí, a alteração da nomenclatura é fundamental para a celebração da diversidade dos povos indígenas, pois o termo “índio” tem conotação pejorativa “O propósito é reconhecer os direitos desses povos de, mantendo e fortalecendo suas identidades, línguas e religiões, assumir tanto o controle de suas próprias instituições e formas de vida quanto de seu desenvolvimento econômico”, explica.
Para o escritor e pós-Doutor em linguística pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), Daniel Munduruku, a palavra “índio” desqualifica e proporciona preconceitos “Do meu ponto de vista, a palavra índio perdeu o seu sentido. É uma palavra que só desqualifica, remonta a preconceitos. É uma palavra genérica. Esse generalismo esconde toda a diversidade, riqueza, humanidade dos povos indígenas”.
Cauê Porcé