Nesta quinta-feira (5/11) a Federação Única dos Petroleiros — FUP entrou no quinto dia de greve e realizou ações por todo o país.
Na região metropolitana de São Paulo, sindicalistas e movimentos sociais se mobilizaram em frente ao Terminal de São Caetano, por volta de 6h30. “Essa greve está marcada por uma repreensão muito forte”, lamentou Jairzinho, petroleiro aposentado, no 2º Distrito Policial de São Caetano. Ele se referia à truculência com a qual a Polícia Militar e a Gerência da Petrobrás estão levando a greve.
8h
Por volta das 8h da manhã, teve início um ato político pacífico em frente aos portões do Terminal. Lideranças sindicais, trabalhadores da base e movimentos sociais apoiadores da greve puderam fazer discursos contra o plano de desinvestimento da Petrobrás, pela garantia dos recursos dos royalties do pré-sal para a educação e a saúde e, principalmente, gritar contra a privatização da empresa. “Esse é um ato em defesa da Petrobrás, é um ato em defesa do patrimônio do povo”, alegava Auzelio, da FUP.
Estavam presentes movimentos como MST — Movimento dos Trabalhadores Rurais de Terra, Levante Popular da Juventude, CUT — Central Única dos Trabalhadores, CSP — Conlutas, Marcha Mundial das Mulheres, Consulta Popular, MAB — Movimento dos Atingidos por Barragens, Sintaema — Sindicato dos Trabalhadores em água, esgoto e meio ambiente do estado de São Paulo e SindiPetro do Estado de São Paulo.
8h30
Um micro-ônibus com trabalhadores concursados e terceirizados foi orientado pela gerência da Petrobras a forçar a entrada pelo piquete dos petroleiros.
Os trabalhadores em greve, então, sentaram em frente à entrada de carros, junto com representantes dos movimentos sociais. Sentaram homens e mulheres, jovens, velhos e até crianças. Sentaram todos. E conforme o ônibus avançava e os policiais militares tentavam convencê-los a sair, o grupo entoava: “Resistir, Resistir, Resistir…!!”
Para entender1 — As lideranças da FUP tinham acordado com a gerência que o portão de acesso a carros permaneceria fechado. Os trabalhadores que quisessem entrar no Terminal deveriam fazê-lo pelo portão de entrada de pedestres.
Para entender2 — De acordo com os dirigentes do SindiPetro, o ônibus não poderia entrar no terminal independentemente do piquete. A razão: o motorista do micro-ônibus, terceirizado, não pode entrar dentro das dependências da Transpetro, pois não recebe adicional de insalubridade.
8h45
Os polícias começaram a tirar os grevistas e ativistas à força. Chegaram a carregar trabalhadores aposentados e a arrastar mulheres. A ação truculenta incluiu spray de pimenta, disparado pelos policiais contra grevistas e imprensa.
No meio do tumulto, o primeiro trabalhador foi detido: Jair Ap. Campos, o Jairzinho, petroleiro aposentado e coordenador regional do DAES, Departamento de Aposentados da SindiPetro. De acordo com a PM, sua detenção foi causada por “depredação de patrimônio”.
A repórter que aqui escreve, junto com outros comunicadores e ativistas, filmava a ação.
8h48
– “A senhora pode dar um passo para trás?”, enquanto me impedia de gravar a segunda detenção. Pedro de Almeida, petroleiro e militante do CSP — Conluntas, era detido de forma violenta por estar filmando a repressão.
– “Estou trabalhando”, mostrei minha identificação de jornalista e não avancei o perímetro demarcado pelo cordão de policiais.
– “Ah… está filmando? Então vai de testemunha!”
Nesse momento tive meu celular – instrumento de trabalho – e documentos apreendidos. Eu não sabia, mas era a terceira detida.
9h
Orientados até aquele momento, Pedro e eu seguimos como testemunhas (pensávamos), e Jair como detido, para o 2º Distrito Policial de São Caetano.
Entramos os três na viatura. No percurso, o policial que dirigia nos disse: — “Olha, queria deixar claro que não tenho nada contra vocês. Se eu pudesse também entraria em greve. Trabalhei na GM e era o primeiro a aderir à greve”.
9h20 (ou próximo disso)
Chegamos ao DP. Nossos celulares (os três aparelhos haviam sido tomados) foram devolvidos e aguardamos o advogado, que chegou em seguida. Após mais de uma hora de espera, nos entregaram o Boletim de Ocorrência para lermos e assinarmos.
De acordo com o documento, os policiais teriam usado de “violência necessária”. O B.O. também informava que Jair havia sido detido por depredação, e que Pedro e eu fomos detidos “por desobediência”.
Foi nesse momento que descobri que era a terceira detida.
Formalizamos nosso desacordo com o documento e assinamos. O responsável pela ação da Polícia Militar foi o 1º Sargento Guide.
11h30
Após assinarmos o “Termo de Compromisso — Lei 9.099/95” fomos liberados. Saímos de lá com a orientação de retirar a cópia do Boletim de Ocorrência após 5 dias úteis, assim como de comparecer à audiência em juízo no mês de dezembro.
Agradecimentos: à Federação Única dos Trabalhadores e ao SindiPetro, em especial ao advogado Francisco pelo acompanhamento e atenção!
A FUP
Lideranças da greve repudiam ação de utilizar força policial para subjulgar o trabalhador. Em nota, a FUP relatou “A Petrobrás recorre à força policial para tentar impedir os trabalhadores de exercerem o seu legítimo direito de greve. Ontem, a polícia foi truculenta com os dirigentes sindicais no ato do terminal de Guararema e há muitos outros relatos e denúncias de intimidações e agressões a petroleiros, nas mobilizações que acontecem por todo o país”.
Não foi pontual
A ação truculenta da Polícia Militar não foi pontual, na madrugada dessa segunda-feira (2/11), a polícia repreendeu violentamente e deteve o conselheiro e coordenador do Sindicato Deyvid Bacelar, o diretor da CUT-BA Agnaldo Cosme e o jornalista Wandaick Costa. Ontem também houve repressão violenta em Guararema.
Antes mesmo da greve ter início, no dia 13 de outubro, a PM, em mais uma ação violenta, deteve diretores do Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista (Sindipetro-LP).
A greve
De acordo com balanço da federação, divulgado ontem, 48 unidades marítimas aderiram a paralisação, sendo 30 completamente paradas, no norte fluminense. Na Bahia mais de 50% da produção está parada e 80% dos trabalhadores aderiram à greve.
Os trabalhadores de Duque de Caxias também aderiam à paralisação, o carregamento de coque e a entrega de produtos químicos estão parados. No Rio Grande do Norte são 13 unidades paradas, afetando 50% da produção de óleo.
No Ceará a greve teve impacto na produção de 87% do óleo e de 94% do gás. No Espírito Santo, 100% dos trabalhadores das plataformas aderiram à greve.
São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Amazônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná também seguem com paralisações e redução de produção.
Marcha do que ? DAS VADIAS! Mas isso é xingamento! Sim… assim como puta, piranha, biscate ou “novinha”. Se as mulheres são seres marcados e oprimidos pela sociedade machista e patriarcal, que elas possam se remarcar e ser o que quiserem ser: bela, recatada, do lar (aff)! Mas também puta, da rua, da luta.
E não é não!
E marcharemos. Marcharemos até que todas sejamos livres.
A Marcha das Vadias surgiu em 2011, depois que o policial – segurança de uma universidade em Toronto, no Canadá, disse “para as vadias se comportarem para não ser atacadas”. Ele se referia à onda de estupros que estava ocorrendo lá. As vadias eram as mulheres vítimas dos ataques. O caso indignou as mulheres, que criaram a Marcha das Vadias para denunciar a Cultura do Estupro. Ela existe, não adianta negar. Assim como o machismo, e precisa ser extinta. A pauta é das mais urgentes.
A cada minuto uma mulher é violentada no Brasil. Os dados são do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) e são assustadores. No mês seguinte ao caso de Toronto, as mulheres no Brasil passaram a marchar também. Em vários países elas marcham contra a Cultura do Estupro.
O ato começou espremido na Praça da Estação, pois o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, alugou a praça pública e assim “ela é privada hoje e não pública”, como disse o funcionário que ajudava na desmontagem da estrutura que havia no local. Na saída da Marcha das Vadias, o batuque do Bloco Bruta Flor e Tambores de Luta foi abafado por um som ligado bem na hora na tal estrutura. Estávamos ali há mais de uma hora e nada de som até ali. Coincidência não?
Mas marchamos.
Marchamos por respeito a vida de todas as mulheres.
Marchamos pelo fim da Cultura do estupro. Pela legalização do aborto. Pela igualdade. Pela maternidade como escolha, e não imposição. Pela vida de todas as mulheres. Marchamos contra o golpe em curso e em repúdio a políticos corruptos, machistas e homofóbicos:”Ei Temer, não sou da sua laia. Fora Cunha, Bolsonaro e Malafaia”.
E marchamos. Denunciamos. Brigamos. Piadas machistas não podem mais ser toleradas. É preciso revidar. Um homem não pode afirmar que uma mulher gosta de “piroca”. Isso é invasão, é desrespeito, é a cultura do estupro no seu sentido mais “desenhado”. E não, você não diz o que a novinha quer, só ela sabe e o querer é dela.
Tinha mulher vestida de todo jeito, e inclusive com pouca roupa. E não era um convite. “Tô de minissaia. Não te devo nada!”. A marcha terminou na Rua Guaicurus, no centro de Belo Horizonte. Local conhecido por abrigar muitas casas de prostituição, havia muitos homens ali, e foi ali que rolou olhares furtivos e piadas machistas. A marcha das vadias também é pelas putas. É por todas as Mulheres.
O domingo (26) na cidade de Campinas teve suas ruas tomada de cores, pessoas, alegria, música e protesto. A 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas, neste ano, tem como tema “Diga sim à educação e não à transfobia. Intolerância: o vírus mais assassino. Contra qualquer forma de opressão” . O tema, segundo Douglas Holanda, um dos organizadores é um alerta a todo e qualquer tipo de intolerância”.
A luta contra a incompreensão do segmento LGBT sofre no seu dia-a-dia se estendeu aos órgãos públicos. A Polícia Militar e o Ministério Público aconselharam a Prefeitura a não apoiar a Parada por falta de segurança. A Prefeitura também já havia sinalizado a insuficiência de recursos para colaborar com a Parada, assim como vem fazendo há alguns anos. O impasse aconteceu na semana passada, faltando poucos dias para o evento.
Segundo Lúcia Costa, integrante do Aos Brados e da Comissão da Parada LGBT de Campinas: “A Prefeitura nos desrespeitou ao acatar o Ministério Público, não lutou por nós, não pensou em nós. Ela se negou a dar banheiros químicos, segurança para as pessoas se recusando a pagar horas extras para a Guarda Municipal e Saúde. É um retrocesso e desrespeito ao movimento. É um movimento pacífico que leva grande número de pessoas, não há uma agressão. É menos violento que qualquer dérbi. O ato mais agressivo é um travesti retocando seu batom”.
Mesmo com a falta do apoio público, a Organização da Parada se articulou e conseguiu ajuda para que acontecesse a 16ª edição da Parada do Orgulho LGBT de Campinas. Mais de 20 mil pessoas acompanharam os dois trios elétricos, durante o trajeto pelas ruas centrais da cidade com muita animação.
Várias pessoas residentes, na área central, acompanharam a Parada das janelas dos apartamentos, algumas acenavam para os Trios Elétricos, na Avenida Francisco Glicério houve chuva de papel picado vinda dos prédios.
Encerrando o trajeto, a multidão que acompanhava lotou as praças do Largo do Rosário e Guilherme de Almeida (Praça do Fórum).
Este ano a concentração da 16ª edição da Parada foi ao lado do Fórum, na Avenida Dr. Campos Sales. De lá, a multidão subiu a Avenida Francisco Glicério até Dr. Moraes Sales, seguiu até o cruzamento com a Rua Irmã Serafina, continuando pela Avenida Anchieta até a Avenida Benjamin Constant. Ao retornarem à Avenida Francisco Glicério, o grupo seguiu até o Largo do Rosário.
A manifestação transcorreu pacífica até por volta das 20h, quando, segundo relatos a Polícia Militar quis dispersar as pessoas que ainda estavam pelo centro da cidade. A concentração era na Praça Bento Quirino, um local habitualmente frequentado pela comunidade LGBTQ+. Ainda segundo os relatos, a PM usou gás de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borrachas para dispersar as pessoas. Algumas pessoas ficaram feridas e foram socorridas por populares durante a ação truculenta da Polícia.
Campinas amanhece com faixas de denúncia contra governo de Jonas Donizette espalhadas pela cidade.
Nesta quinta-feira (30/06), mesmo dia em que a prefeitura inaugura a conclusão das obras da avenida Francisco Glicério, agentes culturais espalharam pela cidade faixas com uma série de críticas à gestão de Jonas Donizette (PSB).
Faixas laranjas foram fixadas em pontilhões e passarelas localizados em pontos de intensa circulação e fluxo de pessoas. A má gestão dos recursos, o atraso de pagamentos, a terceirização de serviços públicos que prejudica o atendimento à população, o descaso em relação à criação do conselho municipal de cultura, cuja lei não foi encaminhada à câmara e está parada há dois anos, e a recente repressão ao movimento LGBT ocorrida no final de semana, foram temas criticados pelas faixas.
Assim como no dia 8 de junho, em que faixas semelhantes foram estendidas das janelas do 15º andar da prefeitura, onde se localiza a Secretaria de Cultura, as faixas espalhadas pelos viadutos e passarelas na manhã de hoje trouxeram como assinatura apenas o termo “#cultura”, e até o momento a autoria não foi assumida por nenhum movimento específico da cidade.