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Eleições 2018

ESQUEMA GLOBO-IBOPE-MORO-PALOCCI FECHA O CERCO AO PT: COMEÇOU A GUERRA

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Para mim e os leitores que me acompanham neste modesto Balaio, alguns há mais de 10 anos, nada do que aconteceu nesta noite de segunda-feira foi surpresa.

Escrevi logo cedo sobre o cenário político na fase decisiva do primeiro turno, baseado em conversas no final de semana:

“Nas atuais condições de tempo e temperatura, tudo ainda pode acontecer, se Fernando Haddad continuar subindo nas pesquisas e a sua vitória se tornar inevitável pelas atuais regras do jogo.

Afinal, não foi para devolver o poder ao PT que eles fizeram a Operação Lava Jato, deram o golpe e prenderam o Lula”.

À tarde, escrevi outra coluna com este título:

“Haddad, mire-se no exemplo de Lula em 1989: a última semana é guerra”.

Mario Covas, Brizola e Lula no segundo turno da Campanha 1989 contra Collor de Mello

As duas entidades e os dois personagens citados no título acima não estão reunidos ali por acaso.

Diante do fracasso das candidaturas reformistas de “centro”, o Grupo Globo resolveu apoiar, na falta de outra opção mais confiável, o capitão reformado Jair Bolsonaro, único candidato com chances de derrotar o PT, o inimigo a ser abatido.

Com Haddad crescendo sem parar e Bolsonaro estacionado ou começando a cair, era preciso agir rápido.

No sábado, a cobertura torta e manipulada das magníficas manifestações da mulherada do #EleNão pelo Brasil inteiro, as maiores desde as Diretas Já, dando a elas o mesmo destaque das carreatas pró-Bolsonaro, foi a primeira indicação de que o jogo agora era para valer.

Variadas matérias sobre Bolsonaro, incluindo uma entrevista exclusiva no avião que o levou ao Rio, e o depoimento da ex-mulher negando todas as acusações que havia feito contra ele, publicadas pela revista Veja, ocuparam a maior parte do tempo do Jornal Nacional.

Na segunda-feira, estava prevista a divulgação de uma nova pesquisa do Ibope.

Fontes bem informadas já me asseguravam que Bolsonaro iria subir na pesquisa e poderia até ganhar no primeiro turno.

Achei que era chute, bazófia de torcedor do capitão, mas me enganei.

No final da tarde, antes do Jornal Nacional, a Globo News já deitou e rolou em cima de uma “delação premiada” do ex-ministro Antonio Palocci, feita em abril à Polícia Federal, e liberada pelo juiz Sérgio Moro só agora, a seis dias da eleição, depois de ser rejeitada pelo Ministério Público Federal por falta de provas.

As acusações de Palocci contra Lula, Dilma e o PT foram dadas como fato consumado, transitado em julgado.

Tudo seguiu o script: o JN abriu com o crescimento de 4 pontos de Bolsonaro no Ibope, chegando a 31%, e Haddad estacionado em 21%, vendo sua rejeição disparar para 38% em poucos dias, a apenas 6 pontos abaixo de Bolsonaro.

Para o segundo turno, em que Haddad levava ampla vantagem, foi apontado o empate em 42%.

Como é que o capitão conseguiu subir tanto no período em que choveram denúncias contra ele e boa parte do Brasil foi às ruas protestar contra a sua candidatura?

Os números podem ser todos verdadeiros, baseados em métodos científicos, mas é difícil de entender.

A seguir, logo depois dos comerciais, como se já estivesse tudo planejado desde cedo, entrou o bombardeio contra o PT embrulhado no pacote entregue por Moro com a delação de Palocci, que William Bonner apresentou como a bala de prata tão aguardada.

Ali nada acontece de graça, e só têm o direito de surpreender os mais jovens que não viveram a campanha presidencial de 1989, na primeira eleição direta para presidente depois do golpe de 1964.

Naquela eleição, eu era assessor de imprensa de Lula e quando vi entrar na sala em que se acertariam as regras para o segundo debate, um assessor de Fernando Collor, conversando alegremente com Alberico Souza Cruz, diretor de jornalismo da Globo, pensei comigo: estamos perdidos.

Por acaso, como me disseram, os dois pegaram o mesmo avião do Rio para São Paulo.

As baixarias de Collor na véspera, envolvendo a família de Lula, as denúncias acusando o PT como autor do sequestro do empresário Abílio Diniz (ainda não se falava em fake news) e a indecente edição do debate decisivo para favorecer Collor no Jornal Nacional _ tudo me voltou à lembrança nesta reta final da campanha de 2018 (ver dois posts anteriores).

É justo reconhecer: eles são profissionais e não brincam em serviço.

Mas não podiam esperar que Lula, mesmo preso numa solitária em Curitiba, há quase seis meses, transformasse Fernando Haddad no candidato favorito, em apenas duas semanas, como apontavam as pesquisas anteriores.

Era preciso virar este jogo que parecia perdido. E são tantos os interesses daqui e de fora que estão em jogo nesse momento que os eleitores nem podem imaginar.

Mesmo quebrado, humilhado e vilipendiado, o Brasil ainda é um país muito importante na geopolítica mundial.

“Fortes emoções ainda nos aguardam”, escrevi pela manhã, mas não podia imaginar que fossem tantas, e tão rápidas.

São emoções e informações demais para um velho repórter, que trabalha sozinho em casa, e só tem um celular e um computador à mão, para tentar entender e explicar o que está em jogo neste momento.

Já são 11 da noite, e amanhã tem mais.

Vida que segue.

 

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2 Comments

2 Comments

  1. Juliana reis

    03/10/18 at 8:32

    Nós liberte,abra nossso olhos,para oque está acontecendo,tem muita gente leiga que não intende,cabe aos jornalistas mais qualificados pra acreditarmos de verdade,só dou atenção a recoRd EA Band . porque a globo não mostra a realidade do Brasil.

  2. Brito

    03/10/18 at 11:58

    Do juiz moro, da globo, do psdb e mdb não se pode confiar em absolutamente nada. São oeritos em armação, escandalos e mentiras.

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#EleNão

Arte contra o fascismo

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Por *Humberto Meratti exclusivo e especial para os Jornalistas Livres

Com a candidatura presidencial de Jair Bolsonaro (PSL) e, devido seus diversos pronunciamentos difamatórios para todos os lados, os designers Foresti, Gladson e Mil, com suas artes gráficas embalaram as pessoas, os ativistas e tomaram conta das redes, das ruas do Brasil e pelo Mundo no último dia 29 de setembro, contribuindo demasiadamente com o movimento do Ele Não.

 

Foresti tem 49 anos e é residente de São Paulo (SP). Graduado em Arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, faz parte do Coletivo “Design Ativista para quem não aguenta mais”.

“Sempre me interessai por política. Já fiz vários trabalhos para Ongs, Causas e Movimentos. Faço memes e design ativista há cerca de cinco anos. Acho que os memes e as imagens criadas devem ser disseminadas e não devem ser assinadas.É interessante ter seu trabalho compartilhado, pois é a prova de que ele fez sentido para as pessoas naquele momento. As imagens que criei são junções de ideias, metáforas visuais. Fazem o cérebro funcionar, criando conexões simples e diretas. É a forma com que eu tento me expressar e que eu acho que faz as pessoas terem um ‘clic’ quando as visualizam”.

Foresti teve suas imagens replicadas por meio de inúmeros cartazes por manifestantes nas ruas da África do Sul, Inglaterra, Holanda e em outros países.

Gladson (43 anos), é natural de Paranaguá, litoral do Paraná. Viveu e se fez como designer (autodidata) em Curitiba. Profissionalmente começou como arte-finalista e recentemente faz direção de arte e design gráfico como freelancer. Também possui um projeto de distribuição e divulgação de música independente, chamado QRtunes. O design ativista faz parte do grupo Coletivo “ELE NÃO: DESIGN ATIVISTA ANTI BOLSONARO”. Segundo o mesmo, sempre militou a favor de partidos de esquerda.

“Nestas eleições, a coisa ficou pesada, contudo, o que vem rolando desde o golpe na presidenta Dilma, a perseguição ao Lula, a Lava Jato fazendo uma lavagem cerebral na classe média… sabe, essas coisas vão te deixando louco e não dá para não fazer nada. Tem que se posicionar, e por questões de saúde, aderi à militância de esquerda na internet”.

O artista entre tantas peças criadas e espalhadas pela internet, viralizou as peças gráficas do candidato, como a do mesmo dormindo na Câmara dos Deputados com o Post-it na testa escrito Ele Não; a peça do cartaz colado nas costas do Bolsonaro escrito Ele Não e, a peça do Bolsonaro com uma algema chinesa escrito Ele Não.

“A estética é tosca mesmo, tipo as montagens que a mídia dele faz. São três peças que colocam o deputado em situações em que ele teria caído em gozações feitas por deputados, como se em uma sala de aula na quinta série, colando bilhetinhos nos amigos. O pessoal curtiu e começou a espalhar. Fiquei surpreso, daí pensei, caramba, o que é isso? Saca? Estou feliz. Bateu um orgulho enorme. Produzo agora, cartazes antiguerra inspirado nos anos 40 e 60, com estética do atelier populaire. Minha nova peça que diz “Cuidado. O antipetismo pode te colocar ao lado de quem você menos espera”, mal foi postada no grupo e na minha página e já ganhou o mundo, com muita gente compartilhando. No instagram da Mídia Ninja, tem mais de 27 mil curtidas. Nem faço ideia de onde estas artes chegarão”, diz Gladson.

Mil tem 32 anos, é formado em Letras pela UECE – Universidade Estadual do Ceará e é natural de Iracema (CE). Hoje vive em Limoeiro do Norte, interior do Ceara. Atualmente é integrante do site Touts (www.touts.com.br/staycool), um site colaborativo para vendas de estampas. Faz parte dos grupos no Facebook, “LGBTs Contra o “Coiso” e também do grupo “Ele Não: Design Ativista Contra ‘o Coiso’”.

Mil diz que pronuncia a palavra “Coiso”, para evitar citar o nome do candidato. Sua arte, o colorido logo de  EleNão, tomou conta das redes sociais e das ruas em formato de adesivos, dado aos manifestantes presentes no Largo da Batata em SP, no último dia 29 de setembro.

“As minhas artes são sobre se aceitar, ter orgulho de ser quem você é mesmo e lutar sempre pelo melhor, que no caso, é o momento que estamos passando. Criei a arte com a intenção de contribuir com a tag “ele não”. A imagem representa uma resposta de nós, LGBTs, para a candidatura dessa pessoa. Por isso eu fiz a palavra “Não” com as cores da bandeira LGBTQI+ para enfatizar a nossa resposta. A frase está sob um céu estrelado, como uma forma de grito e protesto. As estrelas coloridas representam as minorias, espalhadas entre as brancas – classe privilegiada”.

“Nunca pensei que ela poderia ganhar tanta proporção. O máximo que eu imaginei, foi ganhar um pouco mais de likes, pois eu tinha certeza que esse movimento iria ganhar muita força na internet. De repente, vi inúmeros desconhecidos postando em suas redes, alguns até dizendo que a arte se tornou símbolo do movimento, nunca me passou pela cabeça que isso poderia acontecer. Eu fiquei em choque quando vi à proporção que a arte estava tomando. Até a Maria Gadú usou minha arte. As coisas saíram do meu controle, pois muita gente passou a comercializar minha criação sem nem se quer saber que eu sou o dono ou até mesmo me dar os créditos. No fim, fico muito feliz com tudo isso que aconteceu, feliz pela contribuição, feliz por tanta gente ter vindo me dar os parabéns, outras até agradecendo-me, enquanto sou eu que sinto gratidão por tudo. Sinto orgulho em ver que a arte ajudou o movimento a ganhar força”.

 

Sobre as distorções que foram criadas posteriormente com sua imagem, Mil comenta que:

 

“Recentemente vi uma postagem de uma moça no instagram. Ela fez por cima da minha arte, a frase “Ele Sim” nas cores verde, amarelo e azul. Dizia na legenda que tinha feito “uma versão do ‘ele sim’”, porque eles mereciam e o Coiso também. O que ela fez não passou de um plágio, onde até o fundo da imagem foi reaproveitou. Fico imaginando-me que essas pessoas não têm nem a capacidade ou criatividade para criar suas próprias artes, ou qualquer outra coisa que seja para enaltecer esse candidato. De todas as distorções que fizeram, a que mais me chateou foi a que o MBL fez. Eles colocaram a minha arte na capa de um vídeo deles. O conteúdo do vídeo não condiz com o significado da arte que criei. Mandei um e-mail pedindo para que retirassem a imagem daquele vídeo, mas até agora não tive uma resposta, e o vídeo continua lá”.

*Humberto Meratti é especialista em políticas públicas culturais, gestor cultural e ativista.

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#EleNão

#ELENÃO DAS MULHERES IMPACTA AS REDES E AS RUAS DO PAÍS HÁ POUCOS DIAS DAS ELEIÇÕES

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Há três dias para o primeiro turno das eleições, que acontece neste domingo, 7 de outubro, as movimentações políticas ganham ainda mais força. Desde segunda, à sexta, uma nova pesquisa de intenção de voto é divulgada e mais especulações postas em circulação. Quem mostra já ter se posicionado, em maioria, são as mulheres. Vestidas de lilás, com seus cartazes em repúdio a posicionamentos machistas, elas pautam o #Elenão dentro e fora das mídias digitais. De acordo com o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), as eleitoras são 52,5% de todo o eleitorado brasileiro. Contra comportamentos machistas, homofóbicos e racistas, segundo elas mesmas se identificam, as mulheres somam uma rejeição de 44% ao candidato à presidência da república Jair Bolsonaro, do PSL. O dado é referente a última pesquisa Ibope, encomendada pela TV Globo e o Estado de São Paulo e divulgada nesta segunda-feira (01).

 

 

 

 

    

À fim de fortalecer a luta #Elenão em todo o país, milhares de mulheres se reuniram nas ruas de suas cidades em todo o Brasil para pedir pelo voto consciente, isto é, em prol dos direitos humanos: das mulheres, dos lgbt+ e da população negra. A manifestação aconteceu no último sábado, 29 de setembro, mesmo dia em que o presidenciável, Jair Bolsonaro, recebeu alta do Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Maior ato público brasileiro desde as movimentações políticas pró e contra o afastamento da ex-presidente e candidata ao senado de Minas Gerais, Dilma Rousseff, as maiores concentrações aconteceram em São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife e Minas Gerais.

 

 

 

 

 

 

 

    

Neste último, o estado de Minas Gerais, segundo maior colégio eleitoral do país, concentrando 10,65% dos votos brasileiros, as mulheres ocuparam as ruas do centro da capital. Caminhando desde a praça Sete de Setembro até a Praça da Estação, dois pontos turísticos da cidade, os gritos eram de repúdio ao extremismo de direita, e as canções eram feministas, guiadas por diversos blocos de carnaval da capital e tocadas pelo Baque de Mina, bateria unificada toda composta por mulheres. Crianças, casais, idosos, adolescentes, deficientes físicos e artistas diversos construíram juntos a passeata. A trilha sonora era a paródia da música Bella Ciao, símbolo de resistência fascista na Itália da Segunda Guerra Mundial, que foi apropriada para letra de #Elenão. A chuva, não atrapalhou, virou canção: “pode chover, pode molhar, no Bolsonaro eu não vou votar!”, cantavam.


    

Fotografia por Isabela Abalen – Jornalistas Livres

    

O motivo por elas:

 
    

Mulheres de todas as idades, classes e etnias estavam presentes no ato do último dia 29. Ao perguntarmos a elas o porquê da importância do movimento e o motivo de apoiarem o #Elenão, em sua grande maioria destacaram pontos muito parecidos que coincidem com mulheres de todo país. Os posicionamentos machistas e preconceituosos de Jair Bolsonaro, o qual não possui planos governamentais que favoreçam as mulheres, foram citados diversas vezes. Muitas delas também destacaram que um governo exercido pelo candidato não as representaria, sendo uma das principais motivações para as manifestações que ocorreram em todo país. Confira alguns depoimentos das entrevistadas:

    

Estou aqui hoje, neste dia 29 de setembro de 2018, para dizer que #Elenão. Porque já chega de machismo fora e dentro do poder. Para o que o cargo exige dele, enquanto ser humano, enquanto profissional e político, particularmente, eu não acredito que ele tenha a menor condição ou estrutura política para reger o país. Além de ser uma pessoa que não tem vontade de ser diferente, ele já sabe o que ele vai fazer, nós já sabemos o que ele vai fazer, então cabe a nós aceitar ou não. Então estamos aqui hoje para dizer que a gente não aceita. E caso ele vença, também não vamos deixar barato. – Ana Roberto, 24 anos.
    

À esquerda, Ana Roberto, ao centro, Alyne Calixto, artista de carnaval, e à direita da fotografia, Ludmila, também artista de carnaval. Fotografia por Isabela Abalen.


    

Juliana, durante o ato #Elenão em Belo Horizonte. Fotografia por Isabela Abalen.

    
    

Eu sou #Elenão porque ele é racista, homofóbico, machista e misógino. Porque ele ficou 26 anos como deputado e até hoje não aprovou nem um projeto que lei que favorecesse pelo menos os eleitores dele do estado do Rio de Janeiro. Eu sou #Elenão, porque nós precisamos da democracia, de um país que prega o amor, a paz e a solidariedade, e não precisamos continuar a incitar a violência. Por isso eu sou #Elenão. – Michelle, 25 anos.

    
    

Eu sou contra o Bolsonaro porque eu sou contra a intolerância, não acho que ele vai melhorar as coisas incitando a violência, liberando armas. Porque ele já ficou 26 anos no congresso e não fez nada de útil pelos direitos das mulheres, dos negros e dos LGBTs, por isso #Elenão. Juliana, 35 anos.

    
    

Valeska, que pertence ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra, durante o ato #elenão em Belo Horizonte. Fotografia Isabela Abalen.


    

#Elenão porque #Elenão tem projeto para a sociedade e principalmente para as mulheres negras e os LGBTs. Então, além de todas as coisas, mas principalmente pelas mulheres, que ele sempre está rebaixando e colocando em último lugar nos planos dele. E não é isso que queremos, queremos uma sociedade igual para todos, onde homens e mulheres ganhem igualmente, sem ter nenhuma diferença. – Valeska, 29 anos.
    

Eu faço parte desse elenco de artistas do Carnaval de Belo Horizonte e venho dizer que o Carnaval de Belô é um carnaval de política, um carnaval de militâncias e uma delas é com relação às minorias. Eu, como mulher negra, faço parte dessas minorias e nada melhor que eu ou outra mulher negra para dizer que #Elenão. A maioria das mulheres assassinadas no Brasil por arma de fogo são negras, e por isso, #Elenão. – Ludmila, 38 anos.

 

 

 

    

Michelle, ao meio, com amigas no ato #elenão em Belo Horizonte. Todas vieram de Betim fortalecer o ato. Fotografia Isabela Abalen.

 

 

 

 

    

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Democracia

DERROTAR O FASCISMO, COM FERNANDO HADDAD E MANUELA D’ÁVILA!

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Editorial dos JORNALISTAS LIVRES

 

 

O capitão do Exército Jair Bolsonaro é um adversário político, mas é bem mais (ou menos) do que isso. Se eleito, já prometeu metralhar a favela da Rocinha e os petistas (a quem ele chama de “petralhas”). Bolsonaro já tratou as mulheres como resultado de “fraquejadas”. E os pretos como “reprodutores”, pesados em arrobas (como animais).

Bolsonaro homenageia torturadores, como Brilhante Ustra. Já disse que teria matado 30.000 opositores do regime ditatorial de 1964, incluindo Fernando Henrique Cardoso.

Bolsonaro é o fascismo. É o nazismo, aproveitando-se de uma crise econômica e política abissal para ganhar pelo voto o poder. 

Nunca esqueçamos que Adolf Hitler foi eleito chanceler pelo voto democrático do povo alemão. Sua primeira providência —e de sua gangue de bandidos— foi atear fogo ao Parlamento germânico, o Reichstag. Ele culpou os comunistas por isso, desencadeando furiosa repressão contra todos os que ele desprezava: judeus, negros, ciganos, gays, deficientes físicos e mentais, feministas e, logicamente, a esquerda.

As forças democráticas não podem dar-se ao luxo de brincar de cizânia. O inimigo é monstruoso demais para isso.

Neste momento, é importante lembrar do fenômeno verificado hoje no Nordeste brasileiro, região em que mais da metade dos eleitores votam no Lula e, agora, no candidato dele, Fernando Haddad, que pretende prosseguir com os programas sociais que garantam o filho do trabalhador na Universidade, a chance de os pobres reverem a terra natal e os parentes em uma viagem de avião, a geladeira e a TV dentro de casa depois do programa Luz para Todos.

 

Além de ser o primeiro colocado na luta contra o fascismo nas pesquisas eleitorais, Haddad representa neste momento o espetacular legado de inclusão começado por Lula, e o PT, que resiste como força popular e eleitoral.

Bolsonaro une a cúpula do Exército Brasileiro e as Forças Armadas em geral, incluindo as Polícias Militares. Une o poder econômico. Une o Judiciário golpista. Une a mídia oligopólica. Todos contra o PT, como antes, à época de Hitler, foram todos contra o comunismo.

Não se trata mais de Lula contra Bolsonaro. Chega dessa polarização estúpida, tão ao gosto da mídia que vaticinou dias de glória pós-impeachment de Dilma Rousseff.

O resultado está aí –o Brasil de volta aos mapas da miséria, os recordes de desemprego e o desespero.

Chega de brincar de paneleiros contra petistas. Agora o que está em jogo é a vida ou a morte de milhões de pessoas desfavorecidas economicamente, humilhadas pelo golpe, que voltaram a cozinhar com fogão a lenha ou álcool.

Agora, trata-se de defender a ideia de sociedade plural contra a ordem unida das casernas.
Sabemos que o Brasil acumula séculos de opressão assassina sobre os povos negros e indígenas. Conhecemos a canga que o machismo colocou sobre os ombros das mulheres, tratadas como meros objetos sexuais para todas as taras e sadismos, ou como meras reprodutoras. Sabemos da dor dos gays, lésbicas e travestis, expulsos de casa e das famílias, lançados para a marginalidade abjeta simplesmente por proclamarem seu direito ao amor que não hesita em dizer seu nome.

Nós não podemos correr o risco de ver vencer um monstro moral como Bolsonaro, que defende o assassinato, a perseguição e a tortura como métodos de melhorar o Brasil.

Assombra-nos ver cristãos desejando a vitória de Bolsonaro. Onde foi que Jesus Cristo defendeu a tortura, a perseguição e o assassinato?

Responda, por favor, bispo Edir Macedo!

Não! Cristo jamais defendeu a tortura. Ao contrário, foi ele o torturado e assassinado pelo crime de defender os pobres contra o sistema da Roma Imperial.

Hoje, quem cala, consente! É por isso que os Jornalistas Livres consideram-se obrigados a dizer e a declarar bem alto que um grave risco coloca-se sobre o futuro do Brasil. E esse risco é Bolsonaro. Elegê-lo significa que nos tornaremos, como povo, cúmplices dos piores crimes. 

O povo alemão penitencia-se até hoje pelos campos de concentração e fornos crematórios em que se lançaram milhões de seres humanos. Não é possível que o povo brasileiro, de marcas sofridas queira compactuar com decisão de voto tão hedionda.

Bolsonaro não esconde e nunca escondeu quem é. E todos os poderosos do Brasil já se aninham sob as asas sinistras dessa ave de rapina. Espanta que os democratas não se dêem conta da imensa responsabilidade histórica que está colocada sobre cada um deles.

Estamos a quatro dias das eleições presidenciais. Um gesto de Guilherme Boulos, de Ciro Gomes, de Marina Silva, de outros competidores, declarando apoio ao que pode barrar a vitória do fascismo, a morte dos mais pobres e a presidência de um homem que um país como o Brasil não merece, em favor de Fernando Haddad, teria enorme efeito psicológico neste momento em que Bolsonaro surfa na onda de uma possível vitória em primeiro turno.

Marina, como mulher, negra, estaria automaticamente fazendo a defesa de sua própria gente, frase proferida por ela tantas vezes. Ciro, um homem inteligentíssimo, teria a oportunidade de lutar ao lado do que parece ter marcado sua história política: defesa do povo nordestino. Boulos tem a chance agora de trazer à tona, de uma vez por todas, seu espírito de compaixão com os mais pobres, com as lutas diárias do trabalhador que mais sofre.

Bolsonaro não enfrentou debates, não está nas ruas para debater com o contraditório. Até agora, ele se escondeu dentro de hospitais, por força de um atentado para todos os efeitos muito mal explicado. E que prestou um desserviço para o povo que não teve a chance de ouvi-lo diretamente, declarando sua animosidade pelo sofrimento dos mais pobres.

A (in)justiça do juiz Sérgio Moro liberou para os urubus da imprensa corporativa a “delação premiada” de Antonio Palocci, ex-petista que está preso há um ano e que desde então se oferece para ajudar a detonar o PT e Lula.

Debalde.

Nem o Ministério Público Federal embarcou na infame delação de Palocci. Porque ela não dispõe de um único elemento de prova! Então, fica claro que a liberação da delação de Palocci, por Sérgio Moro, obedeceu apenas ao propósito de “esculachar” o PT. Para pavimentar a vitória de qualquer candidato anti-PT.

Fernando Haddad está há 15 dias em campanha. Bem  menos do que Ciro Gomes, Guilherme Boulos e Marina Silva, que já puderam mostrar seus dotes e propostas. Se em vez de Haddad fosse Ciro Gomes o líder anti-Bolsonaro, seria para ele que chamaríamos o voto. Se fosse Boulos, idem. Para Marina, o mesmo. Nós faríamos a defesa daquele candidato democrático que tivesse a chance de lutar e vencer as eleições contra um Bolsonaro.

Mas é Fernando Haddad que desponta como o primeiro lugar dentre os opositores de Jair Bolsonaro. Nós, Jornalistas Livres, não abdicaremos de nossa responsabilidade histórica.

É preciso derrotar o “coiso”. É preciso gritar bem alto “#EleNão“.

É preciso impedir o agravamento do genocídio dos pretos, pobres e favelados… O agravamento dos índices de feminicídios e estupros.

É preciso conversar com quem está do seu lado, com quem quer tornar o domingo , 7 de outubro, o dia de um voto útil e dizer que precisamos estar vivos no próximo período, precisamos estar juntos e fortes contra tudo aquilo que Bolsonaro representa.

Por tudo isso, agora é Fernando Haddad, o resto é a divisão entre nós, que a direita tanto ama!

Depois de derrotado o torturador, o nazista, o Brilhante Ustra, o anti-mulher, anti-gay Bolsonaro, estaremos juntos de novo para cobrar de um Fernando Haddad vencedor as pautas populares, anti-racistas e inclusivas!

Fernando Haddad e Manuela! Lindos e incríveis! Pro Brasil ser Feliz de Novo!

E Lula Livre!

 

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