Conecte-se conosco

Greve dos Caminhoneiros

Engenheiros desmontam ‘circo’ armado pela Petrobras

Publicadoo

em

 

Esclarecendo o “Petrobrás esclarece”

da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET)

Todo este “circo” foi montado baseado na mentira de que a Petrobrás passava (e passa) por problemas financeiros

Nessa quarta-feira (16/05), depois da AEPET ter publicado o Editorial: “Parente e o balanço, autoengano ou encenação”, a administração da empresa encaminhou mensagem, via correio eletrônico, aos petroleiros, segundo eles: com o objetivo de não deixar que informações imprecisas se transformem em fatos que prejudiquem a reputação e a imagem de nossa empresa.

Em primeiro lugar queremos deixar bem claro que o que pretendemos é discutir quais os melhores planos para a Petrobrás, como empresa estatal que é, para o atendimento das necessidades da população brasileira e o desenvolvimento da Nação.

O resultado de uma empresa estatal não se mede apenas pelo lucro ou prejuízo registrado no seu balanço, mas sim pelo desenvolvimento que ela promove para o país e a forma como contribui para distribuir a renda petroleira em favor dos seus verdadeiros donos: os brasileiros.

Infelizmente hoje a discussão se limita a comparar resultados contábeis entre um período e outro, verificar o desempenho das ações na bolsa de valores, informar quais os ativos vão ser entregues para terceiros para antecipar a redução de uma dívida que já foi chamada de “impagável”, redução da força de trabalho e dos benefícios dos empregados e imposição de pesados e injustos encargos aos participantes do plano de aposentadoria, ao mesmo tempo em que são aprovadas regras para antecipar dividendos aos acionistas e pagar indenização bilionária aos especuladores estrangeiros.

O que a AEPET sempre fez, em toda a sua história, foi defender a reputação e a imagem da Petrobrás.

Quem criou a imagem de que a empresa estava quebrada?

Quem inventou que a dívida era impagável?

Quem gasta páginas do relatório anual para falar em Lava Jato, mas não dispende uma linha para falar das riquezas do pré-sal descoberto?

Quem disse que endeusaram o pré-sal, em tom de menosprezo?

Todo este “circo” foi montado baseado na mentira de que a Petrobrás passava (e passa) por problemas financeiros.

Por isso precisa vender ativos altamente rentáveis e entregar o pré-sal para as petroleiras estrangeiras.

Já falamos muitas vezes sobre isto, mas não custa repetir.

O que mostra se uma empresa tem ou não problemas financeiros são os seus registros contábeis.

Muitos consideram que o principal indicador financeiro de uma empresa é a sua Geração Operacional de Caixa.

É o caixa disponível depois de cobertos todos os custos e despesas.

É o caixa apto para pagamento da dívida, fazer investimentos e pagar dividendos.

No caso da Petrobrás os números são os seguintes:

Vejam que a Geração Operacional de Caixa da Petrobrás é inabalável.

Onde está o efeito da corrupção que muitos disseram que quebrou a Petrobrás?

Onde está o efeito dos subsídios concedidos (2010/2014) que muitos calculavam em bilhões e bilhões?

Onde está o efeito dos “impairments” (2014/2016) que causaram os prejuízos econômicos astronômicos?

Onde está a dependência do preço do petróleo no mercado internacional em relação à sua capacidade de gerar valor?

Onde está a empresa quebrada?

Se compararmos a Geração Operacional de Caixa da Petrobrás com outras grandes petroleiras temos o seguinte:

 

Importante lembrar que estas petroleiras (principalmente Exxon e Shell ) tem receitas 3 vezes superior à da Petrobrás.

A tabela mostra claramente o efeito da variação do preço do barril na geração operacional das petroleiras estrangeiras.

Efeito que não se vê na Petrobrás.

Mas a atual política de preços não tem o objetivo de seguir a cotação internacional do barril?

Então por que de 2016 para 2017 todas as grandes petroleiras tiveram expressivo aumento de geração operacional enquanto na Petrobrás o número permanece estável?

Venda de ativos rentáveis? Perda de participação no mercado? Ociosidade das refinarias?

Outro importante indicador financeiro é a Liquidez Corrente.

Ela indica a capacidade da empresa de cumprir com seus compromissos de curto prazo.

É resultado da divisão do Ativo Corrente pelo Passivo Corrente.

A tabela a seguir mostra os números:

 

Vejam que a liquidez corrente da Petrobrás se mantem sempre superior a 1,5.

Significa dizer que para cada R$ 1 que a empresa precisa pagar ela dispõe de R$ 1,5 ou mais.

Notem que a situação da Petrobrás é muito mais confortável do que a das maiores petroleiras americanas.

Bom lembrar que as petroleiras americanas tem classificação de risco AAA (nível máximo) enquanto a Petrobrás fica 12 níveis abaixo B+.

A liquidez corrente mostra que a Petrobrás não tem nem nunca teve problemas financeiros.

Interessante de se verificar também o volume de recursos mantidos em caixa pela empresa.

Vejam a tabela a seguir:

 

Reparem que as grandes petroleiras americanas vêm reduzindo sistematicamente o caixa desde 2012 enquanto a Petrobrás mantém caixa elevadíssimo a partir de 2015.

A Exxon que tem uma receita 3 vezes maior que a da Petrobrás, mantem um caixa muito menor.

A única explicação é que o caixa é mantido elevado para permitir a venda de ativos.

Se fosse utilizado o caixa não haveria necessidade de venda de ativos. Pasmem…

Isto fica muito claro quando vemos os quadros de Usos e Fontes dos Planos de Negócio e Gestão-PNG feitos pela atual administração.

Este plano mostra uma geração operacional de caixa de US$ 158 bilhões (já pagos os dividendos, não informado o montante), uma utilização de US$ 2 bilhões do caixa e a venda de US$ 19 bilhões de ativos.

Como no final de 2016 havia mais de US$ 20 bilhões em caixa, os ativos estão sendo vendidos para manter o caixa elevado.

Além disso a empresa vendeu US$ 13,6 bilhões de ativos em 2016 e só recebeu US$ 2 bilhões.

Restavam US$ 11 bilhões a receber.

Mais ainda a Petrobrás já tinha um crédito com a Eletrobrás de US$ 6 bilhões.

O grande absurdo vem à tona quando olhamos o Usos e Fontes do PNG 2018/2022.

Estranhamente a geração operacional cai para US$ 142 bilhões (já pagos os dividendos), uma queda de US$ 16 bilhões em relação ao plano anterior (US$ 158 bilhões).

A geração operacional deveria ter aumentado e não caído.

Qual é a causa? Não é dada nenhuma explicação.

A venda de ativos rentáveis fez cair a geração?

Ou está previsto pagamento de dividendos muito elevados? Não existe clareza.

Consta a venda de US$ 21 bilhões de ativos, ao mesmo tempo em que o caixa é aumentado em US$ 8,1 bilhões.

O que é isto? Estão vendendo ativos para aumentar o caixa?

Mas o caixa já tem mais de US$ 20 bilhões.

Das vendas de ativos feitas em 2016 ainda resta receber US$ 8 bilhões e o crédito com a Eletrobrás de US$ 6 bilhões continua.

Simplesmente ridículo.

Bem, voltemos ao Petrobrás esclarece, que afirma: Para não deixar dúvidas a única vez que registramos resultado em torno de R$ 7 bilhões foi em 2013, quando tivemos um lucro de R$ 7,7 bilhões e o barril do petróleo estava em torno de US$ 100. Agora conseguimos resultado semelhante com a cotação a US$ 67 o barril. Ou seja é o nosso esforço para recuperar a empresa usando todas as ferramentas do plano de negócios que explica o bom desempenho da companhia.

Porque falam em torno de US$ 100 o barril?

É só olhar o relatório do 1º trimestre de 2013, o preço médio do barril era de US$ 94.

Mas em 2013 o governo subsidiava o consumo no mercado interno, mantendo os preços internos abaixo dos preços internacionais.

Portanto este preço de US$ 94 não serve como parâmetro. Esqueceram?

Por outro lado não apenas o preço do barril deve ser avaliado, o câmbio é outro fator tão importante quanto.

No 1º trimestre de 2013 o dólar custava em média R$ 2,00 enquanto que no 1º trimestre de 2018 passou para R$ 3,24.

Vão querer continuar enganando?

E continuam mesmo: A Petrobrás tem um programa de parcerias e desinvestimentos desde 2012 muito antes da posse da atual administração. Não se pode, assim, atribuir a este programa qualquer motivação partidária ou ideológica.

Parece que aqui eles vestiram a carapuça.

E continua: Em dois anos entre 2012 e 2014 a empresa se desfez de US$ 10,8 bilhões de ativos no exterior, campos de produção e áreas exploratórias. Esta portanto é uma ferramenta de gestão usada em diversos momentos e por diversas e distintas administrações da empresa para ajudar a reduzir seu endividamento.

Entre 2012 e 2014 são três anos e não dois, o que dá uma média de US$ 3,6 bilhões/ano.

É normal na atividade da empresa comprar e vender ativos.

Mas nunca se falou em venda de ativos como NTS, Liquigás e BR Distribuidora.

Por outro lado a venda de ativos não era feita para reduzir dívidas, pois naquele momento é que a empresa mais investiu e se endividou.

Quanto se privatizou entre 2012 e 2014 em comparação com US$ 35 bilhões planejados pela atual administração?

Onde estavam e quais ativos foram privatizados nos dois períodos?

Agora tentam esconder a verdade: Neste trimestre a entrada em caixa com parcerias e desinvestimentos teve impacto de R$ 2,2 bilhões no lucro líquido, impacto reduzido quando comparado ao lucro de R$ 7 bilhões.

No relatório aparecem ganhos de R$ 3,2 bilhões com a venda de Lapa, Iara e Carcará.

Mas pode ser que exista algum ajuste para chegar no efeito no lucro líquido.

De qualquer forma o lucro a ser comparado é de no máximo R$ 4,7 bilhões (6,9-2,2).

No 1º trimestre de 2015 o lucro líquido foi de R$ 5,3 bilhões.

Então que estória é esta de melhor resultado dos últimos 5 anos?

Terminamos esta Nota de forma similar a que a atual direção da Petrobrás iniciou o seu Petrobrás esclarece.

Você está recebendo mais esta Nota da AEPET com o objetivo de não deixar que informações imprecisas se transformem em fatos que prejudiquem a reputação e a imagem da nossa empresa.

Continue Lendo
2 Comments

2 Comments

  1. Dinho

    24/05/18 at 23:00

    Boa noite. Onde posso confirmar esse dados levantados?

  2. Rony

    24/05/18 at 23:53

    por que mesmo assim o valor do combustível continua alto?

Leave a Reply

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Economia

Um prêmio para a administração da Petrobras

Publicadoo

em

Imaginemos um país. Poderíamos chamá-lo de Golpelândia ou New Liberalia. O nome não importa, mas fiquemos com o primeiro. O fato é que Golpelândia é um grande produtor de laranjas, tem muitas fábricas de suco de laranja, aptas a suprir quase toda demanda dos Golpeados (nome dado aos habitantes de Golpelândia). Mas, eis que os Golpistas (nome dado à elite governante de Golpelândia) tomaram uma decisão esdrúxula: resolveram exportar laranjas, diminuir a produção de suco nas suas fábricas e importar suco de laranja do exterior.

Espere um pouco! Temos laranjas, temos fábricas de suco de laranja e resolvemos vender laranjas para outros países para importar suco, deixando nossas fábricas ociosas? Sim, isso mesmo.

Nossa salvação é que o suco importado é mais caro e perderá a concorrência para o suco produzido aqui, certo? Errado! Os Golpistas resolveram que o preço de suco de laranja vendido aqui deve ser igual ao preço internacional.

Aí a porca torceu o rabo. Uma parte dos consumidores se rebelou e os Golpistas resolveram acalmar os Golpeados irritados: vão usar dinheiro público para subsidiar o suco preparado com nossas laranjas, vendidas ao exterior, transformadas em suco no exterior (enquanto nossas fábricas usam só parte de sua capacidade de produção), importadas por nosso país e vendidas ao preço internacional. O prêmio da revista “vEXAME” de administradores do ano vai para essa turma.

Agora sério. Veja esse manifesto de professores de economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O que descrevem é exatamente a mesma historinha inventada sobre a laranja, só que relativa a produtos que influenciam todas as cadeias de produção de bens no país: combustíveis.

Subsídios para o Diesel Importado?

Recentemente, o conselho de administração da Petrobras, negligenciando os efeitos danosos da volatilidade no preço do petróleo para a atividade econômica, decidiu manter os preços dos combustíveis alinhados com os preços dos derivados no mercado internacional, independentemente dos custos de produção da companhia. Com essa política, a empresa passou a repassar os riscos econômicos da volatilidade dos preços para os consumidores com o objetivo de aumentar os dividendos de seus acionistas. A crise provocada pela reação dos caminhoneiros a essa política é fruto desse grave equívoco.

Para superar essa crise, é indispensável rever essa política. No entanto, o governo decidiu preservá-la, propondo um subsídio para o diesel com reajustes mensais no seu preço. O governo estima que essas medidas custarão R$ 13 bilhões aos cofres públicos até o final do ano, dos quais mais de R$ 3 bilhões serão gastos para subsidiar o diesel importado O ministro Guardia justificou essa medida econômica heterodoxa como necessária para preservar a competitividade do diesel importado.

O Brasil importou 25,4 milhões de barris de gasolina e 82,2 milhões de barris de diesel no ano passado, porém exportou 328,2 milhões de barris de petróleo bruto. Na prática, esse petróleo foi refinado no exterior para atender o mercado doméstico, deixando nossas refinarias ociosas (31,9%) em março de 2018. Nesse processo, os brasileiros pagaram os custos da ociosidade das refinarias da Petrobras e aproximadamente US$ 730 milhões anuais pelo refino de seu óleo no exterior. Não é racional que o Brasil subsidie diesel importado para absorver a capacidade ociosa de concorrentes comerciais.

A Petrobras foi criada para garantir o suprimento doméstico de combustíveis com preços racionais. Não é razoável que o presidente da Petrobras declare que o petróleo produzido no Brasil é rentável a US$ 35 dólares/barril e proponha ofertá-lo aos brasileiros a US$ 70/barril.

Professores do Instituto de Economia da UFRJ:
Adilson de Oliveira
Ary Barradas
Carlos Frederico Leão Rocha
David Kupfer
Denise Lobato Gentil
Eduardo Costa Pinto
Fernando Carlos
Isabela Nogueira
João Saboia
João Sicsu
José Eduardo Cassiolato
José Luís Fiori
Karla Inez Leitão Lundgren
Lena Lavinas
Lucia Kubrusly
Luiz Carlos Prado
Luiz Martins
Marcelo Gerson Pessoa de Matos
René Carvalho
Ronaldo Bicalho
Victor Prochnik

Continue Lendo

Greve dos Caminhoneiros

CORTEM NOSSAS ASAS!

Publicadoo

em

POR LUÍS ANTÔNIO ALBIERO

Os caminhoneiros frearam o país. Bruscamente. O desastre foi inevitável. O engavetamento em que todo o Brasil se meteu resultou em avarias ainda não precisamente avaliadas.Para muitos, no entanto, pareceu à primeira vista ser a oportunidade de o país retomar a rota da qual se desviou por força do golpe dos corruptos de 2016. Para outros, a chance de darmos ré até, pelo menos, o ano de 1964, com alguns militares mais afoitos já acenando com as baionetas pelo retrovisor.

O fato é que o país foi tomado de um misto de desespero e esperança – um e outra em doses excessivas. O que se viu, no entanto, foi uma sucessão de fatos hilários, que já descrevi na crônica “Febeapá Número 3” (publicada apenas no Facebook, nesta mesma página “Crônicas & Agudas”), um verdadeiro “festival de besteiras que assolam o país”, cuja sigla (“Febeapá”) dá nome a duas obras de Stanislaw Ponte Preta, pseudônimo do jornalista carioca Sérgio Porto, publicadas nos anos 70.

A manifestação dos caminhoneiros, por exemplo, jamais seria tolerada por um governo de militares. Seria reprimida duramente pelas forças policiais.

É um contrassenso manifestantes, que parecem prezar pelo direito de expressão, reivindicarem intervenção militar. É algo tão surreal como um liberto clamar para ser escravizado, um pássaro implorar para que lhe cortem as asas, um leão pedir de joelhos para que o enjaulem num zoológico, um homem livre rogar que o mantenham encarcerado.

Uma pessoa querida me enviou um vídeo em que um ator com cara de tiozão reaça bradava contra a classe política, contra suas “mordomias”, e convocava para um grande ato na avenida Paulista em favor dos caminhoneiros, coisa de “um milhão de pessoas”. Entusiasmada, ela dizia que deveríamos compartilhar o vídeo ao máximo.

Bira Dantas

Ao ver a imagem do ator, já fiquei desconfiado. Mesmo assim, fui até o fim. E acabei jogando um balde de água gelada na euforia da companheira.

O cara não fala abertamente em intervenção militar, mas deixa suficientemente clara sua posição nesse sentido. “Está nas entrelinhas”, disse eu a ela. Ele mencionava destituição ou renúncia de “toda a classe política” e completava dizendo que “pelas urnas não dá mais”…

Perguntei a ela quem é que substituiria “toda a classe política”? Importaríamos governantes da Europa? De Marte? A fala é sedutora, é contra os privilégios, contra os desmandos, contra a corrupção. Em 1964 foi assim também. Acabamos de passar por algo semelhante em 2016, com o impeachment.

E como é que “o povo” iria governar? Quem seria o líder? Como seriam escolhidos os ocupantes dos postos chaves das administrações, desde o governo federal até cada município do país?

Diante de minhas ponderações, ela me disse que talvez Lula pudesse ser esse líder. Eu, lulista de carteirinha, continuei: “Pois é. Mas como? Por aclamação? Ele se tornaria um rei?”

Não existe saída fora da Democracia. Por isso é necessário focar incansavelmente na defesa do estado democrático de direito, no respeito à Constituição, à soberania da vontade popular, ao voto.

Quando Lula se entregou ao invés de fugir, de exilar-se numa embaixada qualquer, mesmo tendo certeza, mais do que ninguém, de sua própria inocência, que recado ele nos deu? Que, chova ou faça sol, temos de respeitar as instituições e brigar por nossos direitos dentro das leis, num ambiente em que impere a legalidade. Contra as iniquidades, contra o arbítrio, nós temos que lutar sempre pelo cumprimento das regras jurídicas democraticamente estabelecidas.

De mais a mais, segui ponderando à minha interlocutora, os políticos que aí estão são reflexo direto da nossa sociedade. Se eliminarmos todos eles, se os levarmos todos de uma só vez a câmaras de gás – como parece que é o desejo insano de grande parte das pessoas –, imediatamente teremos de substituí-los. E na mesma imediatidade os substitutos se tornariam o quê? “Políticos”, ora essa! Ei-los aí novamente, extraídos do mesmo povo, que com igual rapidez reproduziriam os mesmos defeitos, as mesmas mazelas, pois, sendo eleitos ou escolhidos por uma inteligência suprema, eles são todos nós!

O que precisamos é aprimorar nossas instituições, aprimorarmo-nos todos como seres humanos, até que um dia, lá distante, atinjamos o ponto ideal.

“Vai demorar”, disse eu a ela. “Muito”, enfatizei. “Décadas. Séculos!”, concluí.

Ela refletiu, lamentou não ter percebido as intenções contidas no vídeo, lastimou já o ter enviado para muita gente e me agradeceu. Só me restou dizer à companheira: “acontece!…”

O movimento serviu, pelo menos, para a queda de Pedro Parente, desde ontem não mais presidente da Petrobras, mentor de uma política de preços nociva aos interesses da nação brasileira.

Bira Dantas

Assim sendo, fé em Deus e pé na estrada!

(LUÍS ANTÔNIO ALBIERO, advogado em Americana-SP, ex-vereador pelo PT de Capivari-SP de 1989/92 e 2001/04).

Continue Lendo

Greve dos Caminhoneiros

Se não ele, quem?

Publicadoo

em

O Brasil vive um pesadelo. 
Depois de anos de uma certa confortável comodidade, o golpe que apeou Dilma do poder, revogando os votos de 54 milhões de brasileiros, entre eles o meu, jogou a nação em um abismo sem fundo.
Antes do golpe, e principalmente durante nossa resistência a ele, os brasileiros já se insurgiam uns contra os outros, porém em menor escala do que nos dias atuais.
Todos estamos assustados, porque a violência tem tomado proporções mais que assustadoras.
Sabemos que casos de violência, não nos enganemos, sempre aconteceram.
Lembro-me de ter escrito um artigo para o Portal Vermelho em 2016, onde denunciava fascistas que foram no enterro de um dirigente do PT para jogar panfletos odiosos caluniando a imagem do falecido.
Quem em sã consciência consegue conceber a ideia de ir a um enterro hostilizar a família de um morto?
Lembro-me de duas senhoras, na porta do hospital onde estava internada dona Marisa, com cartazes perguntando “porque ela não se internava no SUS”.
Quem se esqueceu do tristemente célebre cartaz onde se lia “por que não mataram todos em 1964”?
Perplexo, assisti a uma das cenas mais patéticas que já vi, uma cena onde pessoas ajoelhadas, de mãos na cabeça numa posição de rendição, se prostravam diante de soldados com armas em punho junto a bandeiras do Brasil, num gesto que emulava a entrega de suas vidas, de suas almas, de seus pensamentos, do destino de suas vidas.
Pessoas clamando pelo retorno de um tempo onde a violência era prática rotineira do Estado, um tempo que a maioria dessas sequer vivenciou.
Penso que o momento requer sim uma pacificação, mas que tal pacificação não se dará através de armas, da intervenção militar das Forças Armadas.
A pacificação que vejo para esse momento tem apenas um nome.
Se chama Luis Inácio Lula da Silva.
Libertem Lula! Ouçam o clamor popular! Parem de fingir que ele não lidera as pesquisas para as eleições em todos os cenários. Todas as pesquisas em todos os cenários!
Libertem Lula! Entreguem a ele a interlocução com os setores divergentes, entreguem a ele a mediação do drama dos caminhoneiros!
Eu confio em Lula, confio no seu carisma, na sua sabedoria, na sua experiência.
Não se trata de messianismo, não se trata de culto a personalidade.
Trata-se de enxergar a realidade.
Caminhoneiros, querem apoio popular joguem fora todo e qualquer pedido de intervenção militar, isso é uma imbecialidade!
Peçam pela liberdade de um homem como vocês, do povo.
Petroleiros, querem ainda mais apoio do povo, peçam pela liberdade daquele que foi um dos que mais defenderam a pujança e a independência da Petrobras.
Não há nada mais importante no momento do que defender a liberdade de Lula.
Sem que se desfaça a injustiça que é a prisão de Lula o Brasil não poderá seguir adiante.
Não ter julgado os militares responsáveis pelas torturas durante a ditadura mostra bem isso, que quando não se exerce justiça, pode se por todo um projeto de país a perder.
Libertem Lula!
E sigamos em paz, porque paz se faz com justiça, não com violência.

Continue Lendo

Trending