Dois em cada três brasileiros desaprovam aliança de Bolsonaro com a “velha política”

A Datafolha fez uma pesquisa nos dias dias 25 e 26 de maio e ouviu por telefone 2065 pessoas. A pesquisa aponta que 67% dos brasileiros crêem que Bolsonaro descumpre promessa de não fazer composição com o centrão e fazer barganha de cargos como os maiores representantes da “velha política”.

A maioria dos jovens repudia esta posição do desgoverno (68% a 27%) e o mesmo ocorre entre entre os mais pobres (63 a 28%). E todas as regiões do pais repudiam o descumprimento desta promessa presidencial sendo que no Sudeste e Centro-oeste/Norte este percentual chega a 65% e é um pouco menor no Sul (58%).

Tanto a renúncia como impeachement dividem o país. O impedimento do despresidente tem apoio de 46% mas 50% são contra. Os maiores apoio ao impeachement vem dos jovens (56%), das mulheres (49%), e entre os mais pobres que recebem até 2 salários mínimo (48 a 47%) . Enquanto os brancos rejeitam o impeachment por 54 a 43%, os negros apoiam a saída do despresidente por 54 a 43%;  54% dos indígenas também apoiam o impedimento.

Por região, o apoio ao impeachment só é majoritário no Nordeste com 54% de apoio, nas outras regiões este percentual varia de 44% (Sudeste e Centro-oeste/norte) e 38% no Sul do país. Nas regiões metropolitanas há um empate em 49% e no interior os que não querem agora a saída do presidente têm 51 a 44%.

Quanto a renúncia do presidente, 50% é contra e 48% a favor, sendo que as mulheres (51%), os jovens (57%), os mais pobres (50%) querem a renúncia do despresidente. Nas regiões se repete a situação do impeachment com percentuais um pouco mais favoráveis no sudeste 47%) e no Sul (42%), mas destaco que nas regiões metropolitanas a maioria quer sua saída (50 a 48%).

Sobre a situação econômica, o pessimismo dispara e 68% acredita que a economia será prejudicada pela pandemia por muito tempo , ou seja, isto é perceptível para dois em cada três brasileiros. Já 45% dos brasileiros apontam que o desgoverno faz menos que deveria e de certa forma culpam Bolsonaro pela crise. Ainda 59% dos entrevistados apontam que perderam renda na crise e tiveram redução de jornada de trabalho. Esta perda é maior entre os empresários e autônomos (78%), 72% (setor informal).

A crise econômica deve se agravar, a recuperação será lenta e isto deve contribuir para um lento derretimento da popularidade do despresidente.
Sobre a reprovação crescente de bolsonaro veja este texto.

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