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  • Padre e pastor lavam os pés da travesti que se crucificou

    Padre e pastor lavam os pés da travesti que se crucificou

     

    Em alusão à cerimônia sagrada de lavar os pés, em que Jesus purificou os apóstolos antes da Santa Ceia, líderes religiosos repetem o ato com a Viviany Belebone, que se crucificou na Parada do Orgulho LGBT de 2015

    O padre Júlio Lancelotti e o pastor evangélico da Igreja Batista José Barbosa Júnior lavaram os pés da travesti Viviany Belebone em sinal de humildade e como forma de pedir a ela desculpas pelas ameaças e ofensas que sofreu. Viviany se crucificou na Parada do orgulho LGBT de 2015, em ato que gerou polêmica por parte dos setores conservadores da sociedade.

    Sobre a atitude dos líderes religiosos, a transexual disse apenas: “Me sentindo abençoada”. A lavagem aconteceu na tarde deste sábado (27), em São Paulo.

     

     

  • Padre Julio Lancellotti: Olha o RAPA!

     

    A desumanidade do atendimento aos que vivem o drama de serem considerados indesejáveis

    Um assunto espinhoso e incômodo na cidade de São Paulo é o RAPA, nome dado à ação das sub-prefeituras, com a GCM (Guarda Civil Metropolitana), apoiada pela PM, retirando os pertences dos moradores de rua, verdadeiros refugiados urbanos que vivem pelas ruas da cidade de São Paulo.

    Segundo o censo de 2015, nas ruas de São Paulo e Centros de Acolhida há 15.900 pessoas em situação de rua — ao nosso ver, trata-se de registro bem abaixo do real . A quase totalidade dessas pessoas já sofreu a ação truculenta do RAPA .

    Os fiscais, guardas e PMs chegam em comboio e de armas nas mãos. Levam colchões, cobertores, roupas, alimentos, remédios, documentos, utensílios e tudo o que têm para sobreviver .

    O que afirmo é como testemunha ocular de muitas destas ações, que são realizadas por toda a cidade de maneira sistemática, contínua e permanente .

    A população de rua tratada com truculência vai acumulando sofrimento e revolta. Quando esboça reação é submetida pela força e criminalizada.

    Os agentes de pastoral e militantes de movimentos ou pessoas que, sensibilizadas, manifestam desacordo com as ações são intimidados. Os que fotografam ou filmam, ameaçados .

    Pelas redes sociais temos denunciado com fotos e depoimentos as ações de remoção e apropriação dos bens dos refugiados urbanos que vivem pelas ruas de São Paulo Paulo.

    Muitas vezes comunicamos de imediato à Secretaria Municipal de Direitos Humanos e algumas vezes fazemos contato telefônico com o secretário Eduardo Suplicy, que ouve os lamentos e indignação dos atingidos pelo RAPA.

    A secretaria de Direitos Humanos está convocando uma reunião com a presença do prefeito e dos secretários envolvidos para tratarem do assunto , mas mais uma vez sem a presença dos que sofrem tal iniquidade .

    O sofrimento deste povo parece não ter fim. Já vi chutarem a comida, jogarem a água potável no chão, tirarem as cobertas mesmo no frio, deixarem as pessoas desabrigadas e ao relento.

    O prefeito não quer barracas, nem coberturas, nem colchões ou qualquer coisa que possa significar proteção.

    Os centros de acolhida não são suficientes, não há lugar para todos e nem para os grupos familiares. E não há, principalmente, respostas construídas com a participação dos que vivem o drama de serem considerados indesejáveis.

    Enfim, ações desumanas não constroem uma cidade mais humana, que mesmo, na sua complexidade, diversidade e pluralismo, não pode jogar no desalento os mais fracos e descartáveis de um sistema injusto e opressor.

     

  • A marcha dos invisíveis – exported from Medium

    A marcha dos invisíveis

    por Pedro Alexandre Sanches, do Farofafá, com fotos de Jardiel Carvalho, do R.U.A Foto Coletivo para os Jornalistas Livres

    Foto: Jardiel Carvalho / R.U.A Foto Coletivo

    A marcha dos invisíveis

    por Pedro Alexandre Sanches, do Farofafá, com fotos de Jardiel Carvalho, do R.U.A Foto Coletivo para os Jornalistas Livres

    O Palácio do Planalto é o próximo alvo. No segundo dia da 11ª edição do Acampamento Terra Livre, cerca de 1.500 indígenas de Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil desfilam pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, desta vez tentando atrair a atenção da presidenta Dilma Rousseff para sua causa.

    Ontem, o cerco da Polícia Militar se fechou sobre o Supremo Tribunal Federal, quando o poder judiciário esteve na mira simbólica das flechas reais dos arqueiros da Mobilização Nacional Indígena. Hoje, PM e Polícia Legislativa (essa postada ostensivamente diante dos vários acessos à cúpula da Câmara Federal) amedrontam brasileir@s originári@s ostentando cassetetes, armas de fogo, capacetes, escudos, a parafernália toda.

    Foto: Jardiel Carvalho / R.U.A Foto Coletivo

    Diante do Palácio do Itamaraty, motocicletas cyborg da PM fazem evoluções mirabolantes em meio a arqueiros, caciques, pajés, cunhatãs e curumins. Nesta passeata, ninguém tira selfie com polícia — longe disso. Um cacique de meia idade se coloca à frente de um policial supermotorizado que tenta entrar no cortejo.

    O cacique repete para o policial uma única palavra: “Respeito! Respeito! Respeito!”. O cacique avança, munido apenas da palavra “respeito”. O policial hesita, depois recua, dá meia volta com a moto e segue por outro caminho.

    Foto: Jardiel Carvalho / R.U.A Foto Coletivo

    As cenas de harmonia de ontem se repetem hoje. A falta de interesse por parte da mídia tradicional também. Os gritos de “não à PEC 215” (proposta de emenda constitucional que almeja transferir a responsabilidade pelas demarcações de terras indígenas do poder executivo para o legislativo) não parecem ser ouvidos por ninguém, a não ser por aqueles que gritam.

    Repito o script, em paródia à ladainha da Globo em dia de marchas reacionárias: a manifestação é pacífica, não há vândalos nem vandalismo, os militantes evoluem em pique de celebração, há dança, canto, festa. Famílias inteiras marcham juntas, casais de idosos de mãos dadas, adolescentes pintados de “não à PEC 215”, muitas mães de pele queimada que amamentam seus bebês de peito aberto enquanto passeiam, militam, mobilizam, conhecem a capital do país que inventaram. A amamentação livre é direito de mães e de bebês no Brasil — é?

    Foto: Jardiel Carvalho / R.U.A Foto Coletivo

    O carro de som, um trio axé hoje movido pelas mais belas canções, cânticos e cantos indígenas, anuncia a presença das várias tribos e etnias — e são tantas, tantas, todas (ou quase), cada uma bem marcada em suas características distintivas.

    Ensaio uma transmissão ninja ao vivo, conversando com tupinambás, pataxós, xucurus, araras, guaranis-kaiowás, uma índia loira do Ceará, brasileir@s interioranos de Rondônia, Roraima, Pará, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia, Paraná. Em roda, os índios do Rio Grande do Sul tomam chimarrão e me fazem lembrar de meus falecidos país, uma gaúcha de Flores da Cunha e um catarinense da margem do rio Uruguai.

    Foto: Jardiel Carvalho / R.U.A Foto Coletivo

    Hoje, mais um grupo vem se somar à passeata que avança para a Praça dos Três Poderes. No final do cortejo multicolorido, a marcha se tinge de vermelho (estamos em pleno #AbrilVermelho), com os militantes da Frente Nacional de Luta Campo e Cidade. Ou seja, reúnem-se aos indígenas os sem-teto das cidades e os sem-terra dos campos — todos irmãos, todos juntos & misturados, como diriam outros irmãos, os rappers da Central Única das Favelas.

    Chegamos, os deserdados, à porta da presidenta. Ela não aparece. Apenas os PMs vêm repetir o cerco formado ontem ao redor do STF, o poder vizinho, judiciário, outro que anda se lançando com garras afiadas sobre direitos supostamente já garantidos pel@s brasileir@s originári@s.

    Foto: Jardiel Carvalho / R.U.A Foto Coletivo

    A manhã entardece, @s índi@s almoçamos, a pajelança se dirige à frente do poder legislativo, que, lá dentro, recebe uma comissão de 25 lideranças indígenas. Cá fora, o espelho d’água, os furgões da mídia tradicional, os ônibus da PM e os policiais pedestres nos separam dos deputados e senadores que pretendem tomar para eles a função (já paralisada pela presidência) de demarcar as terras indígenas no país.

    Quem estipulou tais demarcações foi a Constituição Federal de 1988, formulada pela mesma casa que hoje, presidida pelos peemedebistas Renan Calheiros e Eduardo Cunha, pretende confiscar, por intermédio de emenda ao soneto, os direitos adquiridos, mas nunca concretizados em sua totalidade, pela Carta Magna de 27 anos atrás.

    Foto: Jardiel Carvalho / R.U.A Foto Coletivo

    Não é uma notícia nova nem está nos jornais, rádios e TVs: os direitos básicos estão invisíveis aos povos originários, do mesmo modo como a maioria da sociedade dita organizada (e teleguiada pela mídia multinacional) finge não notar a existência dos indígenas em sua composição. Mas nós estamos aqui, acampados no chão.


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  • A solidão da guarda – exported from Medium

    A solidão da guarda

    Pensar um homem idoso e uma menina, sozinhos na aldeia, na defesa da terra de seu povo é algo épico e cinematográfico nos dias de hoje.

    A solidão da guarda


    Texto e fotos por Helio Carlos Mello, especial para Jornalistas Livres

    Pensar um homem idoso e uma menina, sozinhos na aldeia, na defesa da terra de seu povo é algo épico e cinematográfico nos dias de hoje, mas é a cena pura numa manhã vazia de sábado numa metrópole sul americana. O que dizer diante do fato ao pé da grande montanha do Jaraguá e sua floresta insólita? Isso tudo às margens da grande mancha urbana envolvente e da rodovia Anhanguera, Bandeirantes, Rodoanel.

    Foto: Helio Mello

    Nos passos ligeiros do adversário, e nesse jogo a camisa do time varia muito; ora é empreiteira ou construtora, ora é líder do tráfico, ora é político escaldado na senha humanista de antigos movimentos partidários, mas nem tanto humanitário diante da feroz especulação imobiliária de São Paulo no tempo presente.

    Ser índio no Brasil não é para iniciantes, tampouco é esotérico ou romântico.

    O fato é que a terra era do índio sempre, sua roça, seus remédios, sua ideia de pensar o mundo. Concessões foram feitas a outros porque tudo parecia terra sem dono, e a outorga ou usura sempre foram palavras gratas na cultura da lei tupiniquim.

    Foto: Hélio Mello

    Os índios Guarani e suas aldeias remanescentes na cidade de São Paulo , são eles uma etnia amante da andança pelo mundo e tomam as relações entre os parentes como uma brincadeira que vale a pena, índios que desenvolveram o referencial cultural na busca da terra sem males, mas sabem há tempos que a terra é puro conflito.

    Foto: Hélio Mello

    Meu pensamento voa diante de disputas entre um sábio cacique e um velho político alinhado. Um grito ecoa entre o cacique Ari Karaí e o ex-deputado constituinte Tito Costa, testemunha viva dos grandes movimentos dos anos 70 e 80 no ABC.

    Foto: Hélio Mello

    Hoje a pendenga é a posse e uso da terra e liminares e recursos infinitos na disputa de direitos.

    De um lado vemos um território, a aldeia Itakupe (atrás da pedra), usado há décadas por populações originárias, terra essa que em 2015 é o último reduto de roça de avaxi ete’i (milho), mandio (mandioca), takua re’ê (cana) e manduvi (amendoim).

    Foto: Hélio Mello

    De outro lado a posse antiga de Antônio Tito Costa, 93 anos, advogado, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e ex-deputado constituinte, sem título ou escritura da terra apresentada aos juízes envolvidos na causa.

    Mais do que dez ou dez milhões, velhos homens se envolvem nas leis e direitos, e nesse mundo rolo-compressor vamos morrendo afogados em nós mesmos.

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  • Assembleia lança Frente em defesa dos movimentos de sem-teto e sem terra

    Cerca de 1500 pessoas fecharam a rua em frente à Assembleia Legislativa para acompanhar as manifestações das lideranças populares e protestar contra a criminalização dos movimentos sociais.

    “Pessoal, vocês mais jovens, vamos ceder lugar aos mais idosos, mulheres com crianças ou grávidas e pessoas com mobilidade reduzida. O movimento mais que moradias, ele constrói cidadania”, está foi uma das manifestações do líder da Central de Movimentos Populares, Raimundo Bonfim, ao dar boas vindas às pessoas que chegavam ao auditório Franco Montoro da Assembleia Legislativa, nesta quinta- feira (18/6), para participarem do lançamento da Frente Parlamentar pela Habitação e Reforma Urbana.

    Cerca de 1500 pessoas fecharam a rua em frente à Assembleia Legislativa para acompanhar as manifestações das lideranças populares e deputados que apoiam os movimentos populares, e protestaram contra a criminalização dos movimentos sociais.

    A frente é coordenada pela deputada Marcia Lia, tendo Teonilio Barba como vice, também são titulares: Luiz Fernando e João Paulo Rillo e Ana do Carmo. Os deputados Alencar Santana Braga, Enio Tatto e Luiz Turco apoiam a iniciativa e participaram da atividade.

    A onda de reintegrações truculentas dos moradores de diversas ocupações da cidade de São Paulo, a criminalização das lideranças e a revista vexatória de pessoas que ocupavam um prédio desde maio, no centro da capital, foi veementemente protestada pelas lideranças populares e deputados.

    A força dos movimentos e a resistência à criminalização foram a tônica da maioria das colocações dos deputados que criticaram o pedido de CPI do deputado Coronel Telhada para apurar a suposta “indústria de invasões de terrenos urbanos e rurais no Estado de São Paulo.”

    Para as lideranças dos movimentos populares, a Frente pode ser um espaço de articulação para se contrapor ao deputado tucano que quer colocar a opinião pública contra os movimentos dos Sem-Teto.

    A falta de comprimento das metas de moradias pelo governo Alckmin foi lembrada pelos deputados, “das 150 mil moradias prometidas na campanha, o governo Alckmin entregou apenas 46 mil até o momento. Em 2008, o PSDB acabou com a alíquota de 1% do ICMS que era destinado para a habitação”, lembrou Teonílio Barba.

    O líder do Sem Terra, Gilmar Mauro, contextualizou a história da luta pela terra e pelo direito à moradia desde a época colonial, “lá nas capitanias hereditárias, surgiram os grandes latifúndios. Até antes de 1850, no Brasil todas as terras eram públicas e a mão de obra escrava. A partir desta data, prevendo a abolição da escravatura, foi promulgada a primeira lei da terra, estabelecendo que para ter acesso o cidadão teria que comprá-la. Ora, como o trabalhador que tinha sido escravo poderia ter acesso ao seu pedaço de chão. Surgem aí as favelas e os sem terra e assim nasce a luta pela reforma agrária”, pontuou.

    As inúmeras bandeiras dos diversos movimentos de moradia presentes foram saudadas por Kazuo Nakano, arquiteto urbanista e ex-gerente de projetos da secretaria nacional de programas urbanos do Ministério das Cidades, ao lembrar que muitos dos movimentos têm mais de trinta anos de trajetória e de luta pela habitação e direito à terra.

    A resistência e a força dos movimentos foram destacadas pelo advogado Benedito Roberto Barbosa, conhecido como Dito entre os militantes, um dos fundadores do movimento sem-teto da cidade de São Paulo.

    Ex-deputado e histórico apoiador dos movimentos de moradia, Henrique Pacheco citou várias ocupações, lutas e algumas conquistas nos últimos trinta anos dos movimentos.

    Conduzindo a participação dos parlamentares e das lideranças populares, Márcia Lia lembrou o déficit habitacional de 1,5 milhão de unidades e ressaltou o papel da Frente, destacando que a mesma será uma trincheira de apoio e defesa dos movimentos populares urbanos e rurais.

    A frente construirá um calendário de ações em parceria com os movimentos populares.

     

     

  • Opinião: Hienas em espólio eleitoral

    Opinião: Hienas em espólio eleitoral

    Comissão aprova às pressas redução da maioridade penal em Brasília

    A irracionalidade, característica da negociação política utilitarista, se impôs ontem na comissão especial que discute a redução da maioridade penal.

    Sedentos pelos votos do campo conservador, que cresce dinamicamente entre os eleitores tradicionais de Dilma Rousseff, os partidos que fazem oposição ao governo encontraram um mínimo denominador comum que lhes permite vestir o estereótipo de justiceiros populares, enquanto a coalizão do governo — que carece de capital político — se poupou do desgaste inerente à derrota e deixou de atuar como bloco.

    Foi referendado o “parecer girafa” em que a redução acontece para crimes mais violentos, o que denota a pouca seriedade dos envolvidos, uma vez que trata-se de evidente resposta aos clamores populares insuflados pela mídia tradicional, com a super exposição artificial que esses crime tem tido. É de conhecimento geral que o aumento na gravidade das penas não implica em redução da disposição dos potenciais criminosos em executar os crimes.

    O posicionamento do PSDB abrandou a irracionalidade da proposta mas deixou claro que também se pauta pela opinião pública de forma populista.

    O ex-presidente Juscelino Kubitschek afirmou, sobre a derrota da ditadura nas urnas em 1974 e as implicações desse acontecimento, que estava solto o “monstro da opinião pública”. Pois agora está solto o monstro, acéfalo, e nós lhe oferecemos como primeira vítima as nossas crianças.

    Oferecemos ao monstro justamente os meninos e as meninas com menos recursos e capacidade de defesa. Fizemos e estamos fazendo isso enquanto coletividade, por meio de nossos legítimos representantes eleitos, que não criam consenso. Negociam e disputam tal qual hienas os espólios eleitorais uns dos outros.