Jornalistas Livres

Autor: Katia Passos

  • Servidores não arredam pé da Assembleia Legislativa de São Paulo

    Servidores não arredam pé da Assembleia Legislativa de São Paulo

    Servidores nos corredores da Alesp
    Servidores nos corredores da Alesp na manhã desta segunda (9). Foto: Lucas martins, dos Jornalistas Livres

    Fotos: Lucas Martins, dos Jornalistas Livres 

    A manhã desta segunda, 9/12, já começou agitada na Assembleia Legislativa de São Paulo, onde tramitava a PEC 18/2019, da Reforma da Previdência de João Doria. Sim, tramitava e você vai entender o por quê. 

    O projeto, se aprovado, é o mais severo desmonte da previdência dos servidores estaduais, pois além de fazer esses profissionais trabalharem mais, consegue ser ainda pior do que o PL de mesmo caráter, aprovado em Brasília, uma das metas e promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro.

    Doria quer aumentar a contribuição providenciária de 11% para 14%.

    Isso representa um verdadeiro assalto ao bolso dos servidores. Lembrando que em 2007, uma Reforma já aconteceu e resultou na criação do SPPREV, através da Lei Complementar 1010 e aumentou a contribuição de 6% para 11%. 

    Servidores nos corredores da Alesp na manhã desta segunda (9). Foto: Lucas Martins, dos Jornalistas LivresA São Paulo Previdência é desde então a previdência oficial dos servidores e o governo define sua existência como como uma “necessidade de maior eficiência de gestão e, consequentemente, uma redução nos gastos do governo, uma vez que, com o estabelecimento do Regime Próprio, houve uma padronização nos critérios para a concessão de benefícios. Dessa forma, as leis aprovadas, a longo prazo, proporcionarão o estabelecimento de uma gestão mais centralizada e mais eficiente beneficiando o futuro da previdência dos servidores do Estado São Paulo.” Sentença extraída do próprio site da SPPREV. 

    Só que agora, na prática, o que o governo de João Doria pretende fazer é mesmo confiscar mais dinheiro do salário dos servidores. E não houve, até então, nenhum diálogo com a categoria. Doria não dá, sequer, sinais de que isso poderá acontecer de forma espontânea. 

    Servidores nos corredores da Alesp na manhã desta segunda (9). Foto: Lucas Martins, dos Jornalistas LivresAs propostas da PEC são piores do que as de Bolsonaro por alguns motivos: alteram a fórmula do cálculo da aposentadoria e isso resulta na redução de proventos recebidos, aumentam a idade mínima para a aposentadoria e o tempo de contribuição, limitam o valor das pensões por morte, criam regras transitórias que aumentaram de maneira absurda o tempo das contribuições e idade de aposentação. 

    Na sexta feira (6) um mandado de segurança elaborado pelos deputados Emidio de Souza e Teonilio Barba, ambos do PT, resultou numa liminar deferida pelo Tribunal de Justiça de SP que suspendeu a tramitação do projeto da reforma da Previdência que corria em urgência na Casa. 

    O presidente da Alesp, o deputado estadual Cauê Macris (PSDB) convocou duas Sessões Extraordinárias para às 9h e 11h40 da manhã, desta segunda (9). A primeira foi cancelada por que o parlamentar tenta, de qualquer maneira, derrubar a liminar dos petistas que trouxe um respiro aos servidores e sobretudo, pretende, de maneira democrática, estimular o governo a conversar com os principais atingidos nessa história, ou seja, os servidores. 

     

    OUTRAS PAUTAS 

    Vamos acompanhar durante toda a semana as notícias sobre essa PEC, mas também sobre as Contas do Governador e a discussão para aprovar o Orçamento do Estado para 2020.

    O petista Enio Tatto na tribuna do plenário Jk, local das discussões sobre a Reforma

    Em paralelo a isso tudo, a bancada petista tem realizado conversas com a Corregedoria da Policia Militar de SP, na tentativa de pressionar para um desfecho célere do caso das nove mortes dos jovens em Paraisópolis e do menino Lucas de 14 anos em Santo André. Junto com o Conselho de Defesa de Direitos Humanos, o PT, o PSOL e o PC do B tem dado apoio às famílias, nas mais diferentes frentes de atuação: da jurídica até a psicológico. 

    Na quarta (11), às 15h, o PT realiza na Alesp um ato em solidariedade aos familiares dos nove jovens. 

    Outra agenda importante na Casa é a entrega do Prêmio Santo Dias, que acontecerá na terça (10), às 18h. Para receber a premiação os petistas indicaram a Comissâo de Direitos Humanos da OAB Seção SP, o S. Luiz Ferreira da Costa (MST) – in memoriam, o Alderon Costa (Rede Rua), o Paulo Faria (Pessoal do Faroeste), o Movimento Nacional de Direitos Humanos (Reg SP) e a cantora e ativista Preta Ferreira. 

    Indicados do PT ao Prêmio Santo Dias 2019

    Juntas as três siglas, PT, PSOL e o PC do B têm diariamente feito o enfrentamento contra os projetos maléficos do governo, usando das manobras regimentais da Alesp, e sobretudo, a crítica à morosidade no tratamento dos casos do menino Lucas e dos nove jovens de Paraisópolis. Parece que em tempos tão duros, é a primeira vez que vemos no Estado de SP uma frente ampla suprapartidária de esquerda tendo efetividade e caminhando juntas.Esses parlamentares têm dialogado bastante entre si, e combinado presença em agendas relacionadas ao temas, para que uma representatividade forte sempre esteja evidente. 

     

     

     

     

     

    Assista a explicação do petista Emidio de Souza, na sexta (6), dia em que a suspensão da tramitação da PEC da Reforma da Previdência foi aceita pelo Tribunal de Justiça de SP 

    https://www.facebook.com/EmidiodeSouzaOficial/videos/373043120203840/

     

     

  • Parlamentares do PT em SP cobram João Doria sobre o massacre de Paraisópolis

    Parlamentares do PT em SP cobram João Doria sobre o massacre de Paraisópolis

    BAILE FUNK É CULTURA! O MASSACRE DE PARAISÓPOLIS NÃO FOI UMA FATALIDADE!

    A bancada de deputados do PT na Alesp aguardava o Procurador do Ministério Público do Estado de SP para tratar assuntos relacionados a morosidade em atender e dar as tratativas corretas sobre os casos de criminalização de movimentos sociais e de moradia em 2019 e principalmente, providências sobre o MASSACRE DE PARAISÓPOLIS, Smanio não conseguiu comparecer, mas ainda assim, os parlamentares comentaram a situação e criticaram a inércia de João Doria, governador de São Paulo, de no mínimo, não ter afastado os policiais do serviço.

    Os parlamentares fizeram ainda a relação do debate do excludente de ilicitude que segue para ser aprovado a toque de caixa em Brasília, principais interesses atuais de Moro e Bolsonaro.

    Assista!

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/512012636073072/

  • Um novo ato está marcado para acontecer em Paraisópolis, zona sul de SP

    Um novo ato está marcado para acontecer em Paraisópolis, zona sul de SP

    Enquanto isso, partidos progressistas na Assembleia Legislativa de São Paulo tomaram medidas para elucidar de maneira mais rápida o caso de mais uma ação desastrosa da Polícia Militar do governador João Doria.

    O Baile da 17 (DZ7) seguia com 5 mil pessoas, na madrugada de sábado para domingo (1), quando a polícia começou uma ação de dispersão violenta, conforme relato de moradores e vídeos espalhados pelas redes sociais, com o uso de bombas, balas de borracha e muita pancadaria que culminou na morte de 9 pessoas. Por isso, partidos progressistas com mandatos de deputados na Assembleia Legislativa de São Paulo, como o PT e o PSOL e PC do B elaboraram e encaminharam ofícios e requerimentos:

    Para a Secretaria de Segurança Pública 

    🔘 investigações sejam realizadas pela Corregedoria da Polícia Militar

    🔘 fatos sejam apurados com rigor, inclusive com relação à cadeia de comando que ordenou a ação.

    🔘 proteção de testemunhas e familiares das vítimas

    🔘 reunião urgente com o Secretário.

    Para a Promotoria de Justiça de Direitos Humanos do Estado de São Paulo e Grupo de Atuação Especial do Ministério Público do Estado de São Paulo para o Controle da Atividade Policial

    🔘 Investigação independente do Ministério Público;

    🔘 Identificação da cadeia de comando que ordenou a ação da PM;

    🔘 proteção de testemunhas e familiares das vítimas

    Para o Núcleo de Direitos Humanos da Defensoria

    🔘 acompanhar as investigações;

    🔘 proteção de testemunhas e familiares das vítimas;

    🔘 ações de reparação das vítimas e responsabilização pelas violações;

    🔘 ações estruturais de adequação da atividade policial aos parâmetros nacionais e internacionais de proteção aos direitos humanos.

     

  • Família de um dos jovens mortos em Paraisópolis refuta versão de pisoteamento no massacre

    Família de um dos jovens mortos em Paraisópolis refuta versão de pisoteamento no massacre

    Katia Passos e Lucas Martins, Jornalistas Livres

    Fotos: Lucas Martins

    Estivemos no Instituto Médico Legal, mais próximo ao massacre de Paraisópolis e lá encontramos os familiares de Denys Henrique Quirino da Silva, de 16 anos, uma das vítimas da violência da polícia de São Paulo, na madrugada de sábado para domingo (1) no baile.

    Após reconhecerem o corpo de Denys, os irmãos do jovem nos mostraram suas roupas: uma calça jeans suja de barro nos joelhos e de sangue próximo do cós; além de uma meia com vestígios de um material que parecia sangue. Não há marcas de pisadas de calçados nas peças.

    Por isso, a família refuta a versão de morte por pisoteamento. Eles acreditam realmente que Denys, assim como os outros oito jovens morreram espancados pela polícia. Os vídeos que circulam pelas redes sociais da “operação” policial mostram diversos momentos de espancamento.

    Conversamos reservadamente com a mão do rapaz, Dona Cristina, que mesmo inconsolável encontrou forças para exprimir o desejo de lutar para encontrar e punir os responsáveis pela tragédia.

    Denys está sendo velado desde o início da manhã desta segunda (2) e o enterro ocorrerá às 14h, no Cemitério do Chora Menino, em Santana. Após a cerimônia, Denys será enterrado no Cemitério do Cachoerinha.

    Assista a entrevista que realizamos com os irmãos na noite deste domingo (2), na porta do IML

    Um dos irmãos de Denys sendo consolado por amigos

    #AoViVo

    Voltamos direto do Instituto Médico Legal da zona sul.
    Conversamos com uma das famílias que identificou agora o corpo do jovem Denys Henrique, 16 anos. Ele participava do baile funk realizado na madrugada deste sábado na favela do Paraisópolis.

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/2169683956672389/

  • Os becos do massacre em Paraisópolis

    Os becos do massacre em Paraisópolis

    Katia Passos e Lucas Martins, Jornalistas Livres

    Esse é um vídeo curto de transmissão ao vivo, realizado de dentro da favela de Paraisópolis, zona sul da cidade de São Paulo. 

    O BECO DO MASSACRE DE PARAISÓPOLIS
    Voltamos! Direto de Paraisópolis, zona sul de SP.
    Conversamos com moradores de duas vielas que foram apontadas como os locais, onde 9 jovens foram mortos, durante uma emboscada da polícia, que tinha como objetivo “dispersar” um baile funk, manifestacão cultural, legítima e de direito do povo. Há pessoas feridas em tratamento.

    Imaginem o sofrimento desses meninos e meninas que saíram de casa com o intuito de estar com os amigos, rir, dançar e se divertir? Publicamos em nossas plataformas, outros vídeos que mostram esses momentos de massacre cometidos por policiais na favela.


    Quantas vezes isso já pode ter acontecido nesses territórios?
    Quantas vítimas de violência policial temos na história do Brasil? Impossível saber.

    Hoje temos nove mortos, filhos de nove famílias que também “morreram”, mas que vão transformar o choro e a dor em combustível para cobrar e lutar até o final pelo que ainda resta a fazer: procurar encontrar os responsáveis por esse final infeliz, violento e massacrante de sofrimento físico dado ao jovens.


    Mais do que só Jornalismo, a mídia independente e a rede Jornalistas Livres que defende desde o seu manifesto, os Direitos Humanos, que luta da maneira que consegue, contra as desigualdades em territórios de populações negras, pobres e indígenas essencialmente, acompanhará mais esse caso.

    O CONDEPE, Conselho de Defesa dos Direitos Humanos de SP recebeu, na noite do domingo (1), a informação de que as perícias do necrotério não estavam fotografando corpos das vítimas do Massacre de Paraisópolis. Trata-se de objeto essencial para identificação da causa da morte das vítimas‬. Por isso, acompanhado da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, o órgão esteve no IML para verificar a veracidade da informação.‬ Traremos mais informações sobre esse tema nas próximas horas.

    É uma dor que não vai passar.

    Foto: CONDEPE

     

    As identidades dos moradores foram preservadas.

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/videos/1432889943534180/

  • Racistas de plantão estão soltos às vesperas do dia de Zumbi

    Racistas de plantão estão soltos às vesperas do dia de Zumbi

    Os racistas de plantão não tem limites, mas são considerados pessoas “de bem”. Esses aí são os deputados do PSL, Daniel Silveira, aquele que quebrou a placa de Marielle e Coronel Tadeu, que hoje vandalizou, na Câmara Federal, uma exposição sobre Consciência Negra. O Coronel arrancou de maneira raivosa o painel com uma obra do chargista Latuff que denunciava violência policial contra um menino negro.

    Mas é muito claro que esses senhores querem usar a pauta para encobrir o castigo que Bolsonaro levou hoje: Mário do Rosário, deputada federal (PT) devolveu a indenização que recebeu dele, em processo por danos morais.

    Rosário, uma parlamentar exemplar na luta contra violência dirigida à mulheres, vai de modo didático ensinando esse governo como se faz política de proteção para mulheres. O dinheiro devolvido vai para 7 entidades que atuam nisso.

    É gente! É desse jeito, com parlamentares com esse racismo enraizado em práticas públicas, que vamos dialogar por um país melhor? O que você diria ou perguntaria a esses parlamentares se os encontrasse?

    Valendo!!!

    Foto: Lula Marques

     

    https://www.facebook.com/jornalistaslivres/photos/a.292153227575228/1452527694871103/?type=3&theater