Pela manhã servidores públicos e professores se manifestaram pelas ruas centrais da cidade.
Segundo a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo) as escolas estaduais e municipais de cidades da região estariam sem aula nesta sexta-feira por causa da manifestação.
No final o dia trabalhadores da construção civil, químicos, bancários, frentistas, servidores públicos, estudantes e movimentos sociais se concentraram no Largo do Rosário, várias falas em repúdio a proposta feita pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) que massacra os trabalhadores principalmente as mulheres, os mais pobres e os trabalhadores rurais. Na sequência, centenas de trabalhadoras e trabalhadores saíram em passeata, pelas ruas da região central, para protestar contra a proposta de reforma da previdência do Governo de Jair Bolsonaro (PSL).
MariellePresente Quem matou Marielle? Largo do Rosario 2019 Campinas – SP Foto: Fabiana Ribeiro
“Quem mandou matar?” essa era a pergunta que se repetia durante todo as manifestações na cidade de Campinas (SP). O ato em homenagem a vereadora Marielle Franco – assassinada juntamente com Anderson Gomes, seu motorista – teve várias atividades o Largo do Rosário com celebração inter-religiosa, roda de samba com o grupo Mana Dinga, formado por mulheres.
Uma ação que contou com a presença da vereadora Mariana Conti e dos vereadores Gustavo Petta (PC do B), Pedro Tourinho (PT) e Carlão do PT renomeou a Praça Largo do Rosário para Praça Largo do Rosário Marielle Franco .
O projeto de mudança do nome da praça é uma proposta coletiva da vereadora Mariana Conti e dos vereadores Gustavo Petta (PC do B), Pedro Tourinho (PT) e Carlão do PT. Na proposta coletiva, o local passará a ser denominado Praça Largo do Rosário Marielle Franco , oficialmente é denominado como Praça Visconde de Indaiatuba.
MariellePresente Quem matou Marielle? Largo do Rosario 2019 Campinas – SP Foto: Fabiana Ribeiro
A manifestação que contou com centenas de pessoas, providas de cartazes, blusas, adesivos com a frase “Quem matou Marielle?” e flores seguiu até a Praça Bento Quirino, durante o cortejo falas reafirmavam as lutas da vereadora que representava a luta de negros, mulheres, populações periféricas e LGBTs, e palavras de ordem cobrando das autoridades a solução para o crime brutal contra a vereadora e seu motorista.
Na Praça Bento Quirino houve uma intervenção em homenagem à vereadora e as vitimas de feminicídio em 2018, as mulheres foram lembradas e homenageadas com flores.
Em Campinas, as mulheres foram às ruas no ato do 8 de março, Dia Internacional da Mulher. Uma multidão se concentrou no Largo do Rosário – região central da cidade – e em passeata ocuparam diversas ruas do centro. O fim da violência contra as mulheres, a reforma da previdência eram algumas das pautas de protesto. A manifestação também protestou contra o machismo, violência de gênero, o racismo e o preconceito contra pessoas LGBTs. também se manifestaram contra o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL), criticaram o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) pelas inúmeras medidas contra as mulheres e que favorecem a violência de gênero.
As mulheres serão as mais afetadas pela mudança da previdência
A mudança do atual modelo previdenciário – proposta pelo governo Bolsonaro – que prejudicará todos os trabalhadores e principalmente as trabalhadoras. As mulheres serão as maiores atingidas pelo fim do atual sistema previdenciário, caso seja aprovado. Uma das principais alterações que exigiriam mais sacrifício das mulheres seria a idade mínima. A reforma prevê que ela subirá de 60 para 62 anos (trabalhadoras urbanas) e de 55 para 60 anos (trabalhadoras rurais). As mulheres terão que trabalhar dois anos a mais, se forem do setor urbano, e cinco anos a mais, se forem do setor rural. E para ter direito a 100% do benefício, será preciso contribuir por 40 anos. Outro ponto que afeta mais as mulheres, de acordo com o Dieese, é a mudança nas regras sobre pensões. A reforma vai diminuir os valores e dificultar o acesso às pensões por morte, além de restringir o acúmulo de benefícios, também mudanças nas regras do BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos de baixa renda.
8M Campinas | foto:fabiana ribeiro
Marielle Vive
Mulher negra, homossexual, de origem pobre. A vereadora Marielle Franco (Psol), em 14 de março de 2018, ao voltar de um evento promovido por mulheres negras no Rio de Janeiro, foi executada a tiros juntamente com seu motorista, Anderson Gomes. Praticamente um ano depois, os assassinatos, atribuídos a milicianos cariocas, ainda não houveram a identificação de seus autores e nem punição. Além de #MarielleVive, houveram manifestações “#LulaLivre” reivindicando a liberdade do ex-presidente Lula.
8M Campinas | foto:fabiana ribeiro
Campinas e a violência contra as mulheres
Campinas registrou 20 casos de feminicídios – crime de ódio contra mulher- em 2018. O número de notificações de violência contra a mulher cresceu 67% comparada aos quatro últimos anos na cidade.
A cidade, em 2019, já contabiliza dois casos de feminicídios e duas tentativas de janeiro ao início de março. Um levantamento realizado pelo do Ministério Público no estado aponta que 45% dos crimes ocorrem depois de separações ou pedido de término de relacionamentos. O caso mais recente e que chocou a cidade foi a morte da comerciante Nice Vieira que teve o corpo queimado, dentro de seu estabelecimento comercial, pelo ex-companheiro Moacir Zanella.
A flexibilização a comprovação da necessidade efetiva para a posse de arma doméstica validada no decreto federal assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) em janeiro também corrobora para a vulnerabilidade das mulheres de acordo com o Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da USP (Universidade de São Paulo). Segundo a pesquisa, os riscos de morte em casos de violência contra mulheres aumentam com armas de fogo em dentro das residências, já que a maior parte da violência contra a mulher acontece dentro de casa.
Em Campinas, foi necessário o Ministério Público intervir para a cidade ter uma Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) 24h que foi inaugurada no dia 28 de fevereiro, no Jardim Londres. O município de 227 mil habitantes é um dos que esperam na fila para ter uma DDM. Pela norma, já deveria ter duas. De acordo com dados do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), o número de medidas protetivas que obrigam o agressor a se afastar da moradia da mulher subiu 126,5% em 2018, passando para 222 comparadas as 98 do ano anterior (2017).
No dia 03 de dezembro, segunda-feira, a partir das 9h30. O Diretor do Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do IPHAN ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) Brasília; Hermano Queiroz e a Superintendente IPHAN SP, Maria Cristina estarão em Campinas. Eles visitarão o Centro de Referência Comunidade Jongo Dito Ribeiro , na Casa de Cultura Fazenda Roseira para afirmar e memorar a importância da parceria entre as instâncias públicas e a Salvaguarda do Jongo na cidade de Campinas.
Em 2014 o Jongo Dito Ribeiro foi registrado como bem cultural do Patrimônio do município de Campinas, o primeiro passo importante para a preservação e proteção da manifestação que veio trazida para o Brasil da África por negros escravizados.
A caminhada é longa e não basta só ser registrado como patrimônio imaterial. É preciso mais para garantir e manter viva, se fazia necessária a construção de um Plano de Salvaguarda em consonância com as políticas praticadas no país. A Comunidade Jongo Dito Ribeiro conjuntamente com a gestão da Prefeitura Municipal de Campinas (PMC) tem estabelecido laços que fortalecem a existência da comunidade. A PMC através da Secretaria Municipal de Cultura de Campinas mantém uma política atenta e sensível dedicada às questões do patrimônio cultural imaterial municipal e a percepção sagaz às temáticas do contexto da matriz africana garantindo ações de consolidação do patrimônio Jongo Dito Ribeiro.
Neste contexto o Departamento de Patrimônio Imaterial (DPI) do IPHAN ( Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) por meio da sua política nacional e a Superintendência Estadual do órgão têm sido parceiros para esse dialogo dentro do qual Campinas é apontada como referência de política cultural ao ter a Lei de Patrimônio e o primeiro Plano de Salvaguarda em construção, sendo realizado a partir da primeira Comunidade Jongueira do Sudeste onde se encontra o Centro de Referência do Jongo para a salvaguarda do bem registrado.
O plano de salvaguarda construído coletivamente a partir de um grupo de trabalho e com participação das três instâncias, nacional, estadual e municipal, fortalece a política assim como traz possibilidades de estabelecer relações que atuam com interfaces em conjunto com outras secretarias da gestão pública no âmbito de desenvolver políticas afirmativas.
Também asseguram ao Jongo Dito Ribeiro como a Política de Patrimônio Imaterial pertencente à cidade e a sua população e portanto, com responsabilidade também do poder público garantir a sua salvaguarda, preservação e existência.
Comunidade Jongo Dito Ribeiro
A Comunidade Jongo Dito Ribeiro consiste em jongueiros, formados por um grupo de pessoas e familiares, que reconstitui a manifestação do Jongo em Campinas/SP através da memória de Benedito Ribeiro, de rodas com toque, canto e dança, com o objetivo de compartilhar e continuar com essa cultura ancestral.
Histórico
Em Campinas, a Comunidade Jongo Dito Ribeiro foi batizado com esse nome em homenagem ao saudoso Benedito Ribeiro, avô de Alessandra Ribeiro, que chegando em Campinas na década de 30, vindo do interior de Minas Gerais manteve a tradição do jongo recebido por seus antepassados, através das realizações de festas aos santos católicos.
Desde 2002, a Comunidade Jongo Dito Ribeiro vem se firmando, realizando trabalhos de reconstituição, composição e pesquisa com o objetivo de manter viva a chama dessa descendência, trazendo essa importante manifestação da cultura popular afro-brasileira, elemento de resistência e união para a sociedade. O grupo se apresenta em escolas, universidades, quilombos, festas oficiais e seus encontros são quinzenais na casa de Alessandra Ribeiro e desde 2008, na Casa de Cultura Fazenda Roseira, de gestão da comunidade jongueira , no jardim Roseira em Campinas, que esta aberta a quem quiser participar e contribuir na reconstituição dessa história.
A Comunidade Jongo Dito Ribeiro reúne pessoas de diferentes idades, origens sociais, raças, profissões e locais, estando desde 2005 fazendo parte da Rede de Memória do Jongo/Caxambu, onde representa a cultura afro-brasileira de Campinas e já carrega o certificado de patrimônio cultural do Brasil.
Endereço : Casa de Cultura Fazenda Roseira – Domingos Haddad, 1 – Residencial Parque da Fazenda, Campinas – SP
A prisão do empresário Sylvino de Godoy, proprietário do Grupo RAC – Rede Anhangüera de Comunicação, uma das maiores empresas de comunicação da região de Campinas – marca a terceira fase da Operação OURO VERDE que investiga desvios de recursos públicos do Hospital Ouro Verde, do município Campinas. Foram expedidos oito mandados de prisão temporária e onze mandados de busca e apreensão nas cidades de Campinas, Jundiaí, Serra Negra e São Paulo.
Silvio Bernardin, foi preso na tarde desta quinta-feira (22) por agentes da Polícia Federal ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Viracopos em Campinas.
O ex-secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Silvio Bernardin, exonerado recentemente após ter sido expedido um mandato de prisão em seu nome , está sendo investigado e foi preso ao desembarcar no aeroporto de Viracopos quando voltava de Brasília.
Estão sendo averiguados também dois ex-diretores do Hospital e quatro empresários. Todos são investigados pelos crimes de organização criminosa, corrupção, peculato e lavagem de dinheiro. Em Jundiaí foi preso Thiago Neves, diretor da Vitale, empresa que administrava o Ouro Verde. João Carlos da Silva Júnior, ligado a empresa Vitale, foi preso na capital e chegou à sede do MP em Campinas por volta das 10h. Também foram presos Danilo Silveira, empresário e Felipe , dono da lavanderia Greenlav- Lavanderia Clinica e Hospitalar .Todos os detidos foram levados para a 2ª Seccional de Campinas.
O filho de Sylvino de Godoy , Gustavo Godoy – que também possui mandado de prisão expedido -conduzia a Organização Social Vitale e é considerado responsável pelos desvios do dinheiro na gestão do hospital, ainda não foi localizado.
A etapa da operação Ouro Verde, que aconteceu hoje foi batizada de “Reação” e investiga desvios de recursos públicos do Hospital Ouro Verde em Campinas.
Nesta terceira etapa das investigações foi constatado desvio de mais de R$ 2 milhões de reais de recursos públicos. O esquema envolvia fraude na contratação de fornecedores com preços superfaturados e a entrega de vantagens indevidas a agentes públicos.
Segundo o GAECO (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) que é um braço do Ministério Público do estado de São Paulo, na 1ª e 2ª fases da Operação Ouro Verde que ocorreram em novembro do ano passado e em março deste ano, foram apurados desvios de cerca de R$ 7 milhões.
SAIBA MAIS ABAIXO ****
Sylvino de Godoy usava sua influência como proprietário da RAC
O empresário, proprietário do jornal Correio Popular e outros meios de comunicação foi interceptado em ligações telefônicas pelo Ministério Público onde exercia “pressão” junto ao Prefeito de Campinas Jonas Donizette e ao secretário de Assuntos Jurídicos de Campinas, Sílvio Bernardin, para liberar mais verba através de um aditamento ao contrato da Vitale .
Em outras gravações, Godoy não só tenta impedir que a Rádio CBN Campinas cite o nome do seu filho, em notícia sobre a Operação do MP como manda que funcionários do Correio Popular levantem factoides que possam abalar a imagem de vereadores da oposição. Entre os vereadores citados estão Marcelo Silva (PSD) , Tenente Santini (PSD) e Pedro Tourinho (PT) considerados inimigos de Sylvino pela cobrança nas investigações em relação o escândalo que envolve a administração da Vitale no Hospital Ouro Verde. Marcelo Silva (PSD) e Pedro Tourinho (PT) fazem parte do grupo de vereadores que pediram a abertura de CPI para apurar as denúncias envolvendo OS Vitale. O requerimento foi rejeitado pelo vereadores da base do prefeito Jonas Donizette (PSB).
Segundo vereador Pedro Tourinho, o Ministério Público ao ter conhecimento das gravações onde Sylvino usava seu poder de proprietário de veículos de comunicação para constranger os vereadores resolveu alerta-los para assim os vereadores. “ Como muitas vezes os veículos de comunicação se esquecem da neutralidade e agem como um ator político influenciando no cenário, o MP decidiu nos alertar. Pois era de baixíssimo nível a ordem para promover a descredibilidade política de nossa atuação como vereadores.” – afirma Pedro Tourinho que completa “ A indústria fraudulenta promovida pela administração do prefeito saqueou e destruiu o Hospital Ouro Verde tendo como conivência o papel corrupto de uma imprensa manipuladora a serviço e do processo político de um grupo”
****Após denuncias ao Ministério Público, o Hospital Ouro Verde foi alvo de operações do Gaeco ( Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ) em novembro do ano passado. Na primeira fase, foi constatado que um grupo ligado à OS Vitale usava a entidade para desviar recursos por meio de consultorias que nunca existiram. Vários empresários investigados foram presos, entre eles Fernando Vitor Torres Nogueira Franco, que teve dois carros, modelos Ferrari e BMW, apreendidos. A Promotoria ainda aponta que os donos da Vitale eram ligados à Pró-Saúde, instituição que administrou unidades de saúde no estado e teve problemas de estrutura e gestão.
Na 2ª fase que aconteceu em março deste ano, o ex-diretor da Secretaria de Saúde de Campinas Anésio Corat Júnio e o ex-servidor comissionado Ramon Luciano Silva e um médico de São José do Rio Preto, Osvaldo Perezi Neto, também foram presos. Todos têm ligação com a OS Vitale. Três veículos foram apreendidos até o momento, sendo uma BMW e duas motocicletas – uma Ducati, de luxo, e uma Burgman.
A operação de hoje (22) teve intensa repercussão em toda a imprensa nacional.
Em uma das mais acirradas e conturbadas das eleições presidências que mancha a nossa história com maior ilegalidade de um caixa 2 impulsionando mentiras e iludindo propositadamente eleitoras e eleitores. As mídias sociais sendo afogadas em mares de Fake News, o ódio estampando notícias de violência bruta e descomunal que produziu várias vítimas. Universidades , instituições acadêmicas sofrendo cerceamento arbitrário. Um caminho que parecia não ter saída, mas aos poucos as pessoas foram enfrentando e indo para as ruas ocupar. A possibilidade da ditadura e do fascismo metendo o coturno na porta para entrar nos fez ter coragem para iniciar a resistência. Praças e espaços públicos com pessoas trazendo a boa “prosa” com café, bolos e muita conversa. Manifestações com oceanos de pessoas ocupando as ruas. As pessoas resolvem retomar as relações da conversa, do olho no olho, da sororidade e do amor. As pessoas se unem, conversam e a onda começa a crescer e refletir. Antipetistas históricos declaram voto no candidato que representa a democracia; o professor Fernando Haddad. No primeiro turno, eleitores do candidato da barbárie em atos violentos votaram com suas armas. Hoje, os eleitores de Haddad se armaram de livros para irem votar. Os gritos que ainda estão presos na garganta de cada um se personificou no porte de cada um dos livros.
Em Campinas, cidade no interior de São Paulo, os locais de votação estavam repletos de eleitores e eleitoras com livros.
Autores como Darci Ribeiro, Paulo Freire, Machado de Assis, Eduardo Galeano, Augusto Boal, Carolina de Jesus, títulos como Estatuto da Criança e do Adolescente, Lavoura Arcaica, Grande Sertão Veredas, Universidade Necessária, Escravismo Colonial e muitos outros.